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Amazônia (AM e PA) - 2 semanas em julho/2017


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  • Colaboradores

Obs: Esse é um relato resumido de minha viagem. Para mais detalhes, bem como outros destinos por todo o mundo, confiram em meu blog: http://rediscoveringtheworld.com/;)


Dia 1


Em 10 de julho à noite voei de Florianópolis até Belém, com um segundo vôo combinado alguns dias depois a Manaus e um terceiro trecho, uma semana além, de Manaus a Floripa. O custo de todos os voos ficou em 800 e poucos reais com taxas pela LATAM, graças a uma promoção do fim de abril.


Entre Floripa e Belém houve uma conexão em Brasília que atrasou. O resultado foi que cheguei no destino às 3 da madrugada.


Dia 2


Para ir do aeroporto até minha hospedagem, no bairro Nazaré, usei o aplicativo 99Taxis, já que o Uber estava mais caro que o normal e por ser meu primeiro uso o cupom de desconto que consegui deixou a viagem quase de graça. Naquela hora não havia movimento algum nas avenidas.


Desci no Mama Hostel aos 26 °C. Ainda bem que havia ar no quarto. O ambiente do albergue é ajeitado e familiar, localizado razoavelmente bem e com preço justo de 57 reais incluindo café da manhã.

 

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Dormi pouco pra acordar a tempo deste. Acho que valeu o esforço.


No final da manhã, tomei um Uber até o museu Emílio Goeldi, mas estava fechado no dia, então caminhei até o Parque da Residência. Nada de mais por lá. Voltei pela movimentada Avenida Nazaré, acompanhando as diversas construções em estilo colonial, até chegar à Basílica de Nazaré. Essa baita igreja é onde ocorre a maior procissão religiosa do Brasil, o Círio de Nazaré.

 

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Por ali, almocei em uma das barracas de rua. Havia diversas opções de comida regional que eu não tinha provado ainda, a partir de 10 reais. Fiquei com o caruru e aprovei.

 

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Cuidado ao pedir um chopp, pois aqui isso é o sacolé e não cerveja.


Prossegui até o albergue, peguei minha mochila e caminhei sob um sol de 34 °C ao longo da vala que percorre o trecho de prédios de alta classe e o Shopping Boulevard, cheio de lojas caras.


No terminal hidroviário, comprei a passagem do barco das 14:30 h até o porto de Camará, na Ilha de Marajó. Paguei 25 reais na classe econômica, com direito apenas à cobertura do barco e o vento do rio.

 

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Antes de partir, provei o açaí original: veio uma tigela grande do líquido terroso, um copo com flocos de tapioca e um sachê de açúcar. Não gostei dessa mistura. Sou mais a polpa congelada com xarope de guaraná, leite em pó, granola e banana.


A viagem na embarcação lenta levou quase 3 h. Passei um pouco de calor.


O começo apresenta vistas interessantes da orla de Belém, seguido pelas ilhas fluviais, mas quando só se vê a água marrom pra todo lado na Baía de Marajó, o interesse cai pra zero.

 

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No desembarque, várias vans, micros e ônibus aguardavam. Peguei um até minha hospedagem em Soure por 12 reais. O caminho leva uns 40 min por uma via asfaltada que passa por partes rurais e urbanas. Entre a cidade de Salvaterra e Soure, há uma travessia de rio em balsa super demorada, apesar da curta distância. E depois da travessia, o ônibus ainda leva cada passageiro em seu destino final. Resumindo, como fui o último, levei mais de 5 horas pra chegar.


Fiquei no Hostel Tucupi. Mas antes, o simpático e prestativo dono, Sérgio, me levou de bicicleta para jantar, já que eu estava faminto e não havia nenhum local próximo para comer. Devoramos um pratão feito com suco por 16 reais, enquanto conversávamos sobre o surgimento do primeiro albergue de Soure e do sub-aproveitamento do potencial turístico local.


Não achei muito confortável o quarto coletivo, pois é apertado e o ventilador não dá conta do calor.


Dia 3


O café da manhã estava muito bom. Suco de abacaxi e pão com um monte de coisa típica da região: manteiga, queijo e doce de leite de búfalo, geleias de bacuri, açaí e goiaba. Tudo que veio do búfalo tava bom demais, o resto OK.

 

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Sérgio me alugou sua bicicleta por 10 reais, para que eu pudesse ir até a Praia do Pesqueiro, a alguns km dali. O caminho é por asfalto entre sítios e manguezais. Vi alguns búfalos e passarinhos. Búfalo, aliás, é o que mais há aqui. Reza a lenda que um navio carregado deles estava indo em direção à Guiana, quando naufragou. Os sobreviventes iniciaram a colonização bem-sucedida.


Na praia, há diversos estabelecimentos para se comer e beber na areia. Deixei a bicicleta num desses e fui reconhecer a área.


No momento em que cheguei na água quente, um bando enorme de aves saiu do rio e cruzou o céu. Por ali havia biguás, batuíras, trinta-réis, garças, gaviões, quero-queros, bem-te-vis e muitos urubus, graças aos peixes mortos trazidos pela maré - assim como o lixo.

 

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Entrei no manguezal pra admirar as árvores grandonas com raízes aéreas maiores que eu. Vi um pequeno mamífero ali.


Na volta, tomei um tal de guaraná da vila num quiosque. Por 5 pila veio um copo de 400 ml com uma mistura no mínimo inusitada: guaraná, abacate, amendoim, castanha, aveia, leite, chocolate e gelo. Até que não tava ruim.


Continuando, atravessei o rio no barco de um dos pescadores que moram na vila ao lado e fazem o serviço por 5 reais o trecho.

 

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O sol tava de rachar essa hora, apesar da previsão de chuva. Parei na areia pra brincar com um caranguejo solitário que tava por ali.

 

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Caminhei até a vila da Praia do Céu. As casas são bonitinhas: todas de madeira sobre palafitas e pintadas. Só há os serviços mais básicos nessa e na vila seguinte de Caju-una, onde fui em seguida.

 

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Lá, parei para almoçar em uma maloca na praia - a única. Também, a bela praia estava deserta e nem sinal de celular pega. O prato feito de peixe frito saiu por 10 reais.

 

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Poderia ter voltado caminhando semi-submerso na maré incrivelmente baixa, mas como há arraias enterradas por aqui, preferi pagar mais 5 reais.


Assim que fiz a travessia, desabou uma chuva com vento violenta. Enquanto não passava, tomei um suco de cajá (chamado no Norte de taperebá) no Paraíso Tropical, restaurante que estava guardando minha bicicleta.


Ao cair do sol, desisti de esperar pelos guarás que não apareceram; de fato, eles são muito mais visíveis durante o período de seca. Ao menos a imagem que consegui das barracas vazias foi boa.

 

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Parei no Retiro São Jorge para comprar um doce de leite de búfalo e encomendar meu almoço de camarão e caranguejo pro dia posterior.


À noite, rolou uma apresentação numa comunidade. Fui até lá de bike, passando no caixa eletrônico do Bradesco antes pra sacar grana - fora esse só há do Banco do Brasil e da Amazônia. Junto com moto, bicicleta é o melhor meio de locomoção. O problema é que as disponíveis estão bem acabadas. Não vi uma com freio funcional, por exemplo.


O ritmo era carimbó, apresentado pela banda local Tambores do Pacoval. Bastante animado; uma galera cantava e tocava, enquanto outros dançavam. Uma hora e meia por 10 reais.

 

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Depois do show, eu e a galera do albergue (mineiros, cariocas, dono e moto-táxi) fomos jantar e tomar umas Cerpas no restaurante Ilha Bela. Comi um xis com filé de búfalo, saboroso e mais saudável que boi, e suco de cupuaçu. Em frente, na praça, estava tocando som eletrônico de funk.


Dia 4


Acordei cedo pra fotografar as aves que estavam no terreno enorme do albergue. Cheio de árvores frutíferas, contei umas 15 espécies desses bichos em uma hora.

 

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No café, provei geleia de açaí com tapioca, além do que comi no dia anterior. Tudo bom.


Fiquei matando um tempo até a hora do almoço, um banquete de frutos do mar no Retiro São Jorge. Além de saboroso e muitíssimo bem servido, é especialmente barato: apenas 10 reais por arroz, feijão, farofa de caranguejo, bolinho de caranguejo com maxixe, camarão, vinagrete e suco de goiaba.

 

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De bucho cheio, fui com o moto-táxi até o ateliê e loja de cerâmica Marajoara. Vi como são feitas as peças de forma artesanal e com corantes naturais que simulam a arte da civilização que antigamente habitava a ilha. Comprei um vaso pequeno com detalhes por 18 reais.

 

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Continuei até a Praia da Barra Velha, a mais próxima do centro urbano. Lá fica uma plataforma que passa por dentro do manguezal. A praia em si é curta, com pouca faixa de areia e cheia mesmo no meio da semana. Mas a altura das árvores de mangue é impressionante.

 

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Voltei ao porto, onde embarquei na lancha rápida, que foi direto de Soure a Belém em 2 h, com ar condicionado, por 48 reais. Que diferença pra ida!


Caminhei com mochila e tudo pro Mercado Ver-o-Peso, passando na Estação das Docas com seus guindastes amarelos no caminho.

 

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O mercado é grande, funciona 24 h (não todo) e tem muita coisa diferente, como produtos derivados de vegetais e animais aquáticos, artesanatos e bares. Comprei bombons de frutas típicas a 1 real cada e castanha-do-Pará a 35 o kg. Como o nome do mercado pede, solicitei ver se o peso da embalagem conferia - tudo certo.


No entanto, o entorno do mercado não é nada agradável. Sujo, cheira mal e com mendigos. Voltei pra seção de bares, onde comi camarão e tomei uma enquanto via o sol se pôr em minha frente atrás de uma ilha fluvial. Como a Eisenbahn chegou aqui há pouco tempo, a garrafa de 600 ml tava por 6 pilas!

 

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Os cariocas de Marajó se juntaram a mim logo depois, e umas viraram algumas. Saímos de lá de Uber, já que não é seguro caminhar por aí à noite. Voltei ao meu albergue e eles a outro. Como estava com um déficit de sono desde o início da viagem, me retirei - não sem antes detonar o doce de leite que havia comprado em Soure.


Dia 5


Comecei pelo Mangal das Garças, um ambiente semi-artificial onde fica um bocado de aves aquáticas soltas, incluindo guarás. Também há um borboletário, uma torre de observação, um aviário e um museu da navegação. Cada um desses custa 5 reais. O mirante do rio, além do lago com as aves e as obras de arte no exterior são gratuitos.

 

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Caminhei até a Praça Dom Frei Caetano Brandão, parando em um boteco pra almoçar. Nessa praça ficam prédios históricos, como a Casa das Onze Janelas (museu de arte), a Catedral Metropolitana de Belém e o Forte do Presépio, uma fortaleza originária da fundação da cidade, antigamente chamada Feliz Lusitânia. Nele, por 4 reais, você aprende sobre a história da colonização portuguesa e os povos indígenas. Também vê parte das estruturas e peças originais, além da vista da Cidade Velha, a parte onde ficam vielas e casarios históricos.

 

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Tomei suco de cupuaçu no Mercado Ver-o-Peso e fui até o aeroporto. O Uber saiu por 21 reais. No final da tarde fui para Manaus.


Ao chegar, segui diretamente ao Hostel Manaus, no centro. 28 reais de Uber. Achei maneiro o lugar.


Com a indicação do recepcionista, fui jantar no restaurante Ki-Tempero, próximo dali. Experimentei um dos maiores peixes do mundo, o pirarucu (35 reais com acompanhamentos). Bem-servido como tudo que já comi no Norte, o peixe é saboroso. Até o coentro que acompanha o vinagrete estou tolerando. Só sinto falta de mais salada nos pratos.


Passei na volta na sorveteria Glacial (a rede que domina Manaus) para a sobremesa. Por 49 reais o kg tive acesso a diversos sabores regionais, como tapioca, buriti e tucumã, mas não curti muito esses, preferi os clássicos.

 

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Meu amigo biólogo Schmidt chegou tarde da noite.


Dia 6


Depois do café decente, a empresa Iguana Turismo, com a qual faríamos o pacote sobrevivência de 5 dias por 850 reais com tudo incluso, veio nos buscar.


Nós e mais uns jovens, a maioria brasileiros, seguimos numa lancha do porto até a Vila do Careiro, parando pra foto no encontro dos rios Negro (escuro) e Solimões (claro), imiscíveis devido às diferenças na acidez, velocidade e temperatura.

 

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Da vila, a continuação foi numa Kombi, por uma estrada ao longo de banhados, pastos e árvores parcialmente inundadas.


Por fim, fomos em outra lancha por dentro dos igapós, as florestas inundadas, que passam meses cobertas quase até suas copas.


Chegamos na Pousada Juma Lake Inn em área pertencente ao município de Autazes. Lá fica um refeitório, dormitório coletivo, privado e banheiros, tudo de madeira. Há eletricidade.

 

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Tomamos um banho no Rio Mamori de moderada correnteza e depois almoçamos peixe e complementos.

 

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No intervalo até a próxima atividade, fiquei tirando fotos de aves e interagindo com os demais, que estavam ali fazendo passeios entre 2 e 4 dias, somente nós passaríamos 5.


O grupo se dividiu, sendo que na canoa em que fui, saímos para uma volta nos igapós onde vimos botos e diversas aves de espécies que não existem no sul.

 

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Ao fim do passeio, atracamos numa ilha para passar a noite na selva. Armamos as redes com mosquiteiro sob uma estrutura de palha, fizemos fogueira e eu e o Schmidt pescamos vorazes piranhas, enquanto os demais (Jéssica, Samanta, Maurício, Maaike e Peter) ficavam aprontando o acampamento.

 

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Nessa hora, os mosquitos já estavam insuportáveis, atravessando as camadas de roupa e repelente. A única que não teve problema foi a holandesa, que estava com um traje repelente da Craghoppers.


Jantamos e demos uma pequena explorada nos arredores, onde achamos um monte de invertebrados, como escorpião, aranhas grandes, amblipígio (nunca visto antes por nós) e platelminto.

 

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Chitão, nosso guia indígena, nos levou a uma festa da comunidade ribeirinha, onde ficamos poucas horas curtindo e dançando.

 

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Lá fora, o céu estava super estrelado com a Via Láctea à mostra.


Dormimos, na medida do possível, ao som de bugios e muitos outros seres barulhentos.


Dia 7


Café-da-manhã na selva, com volta passando de barco numa ilha e parada pra nadar no meio do rio. Depois ficamos de bobeira até o almoço.


Nos despedimos de uma turma, chegando outra, como ocorreria nos dias seguintes.


Fizemos o passeio seguinte na embarcação, por outros igapós. Vimos outras tantas aves diferentes, principalmente ao final da tarde.

 

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Ainda passamos numa casa de morador, onde conhecemos um pouco da realidade local, e ganhamos alguns frutos chamados de abiu.


Com o sol já no horizonte, em meio a gaviões e ciganas, até uma preguiça esteve em nosso caminho, no topo de uma árvore, e uma iguana pendurada pouco acima do rio.

 

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Jantamos e fizemos o passeio mais rápido de todos, a focagem de jacaré. O guia achou um filhote de jacaré-tinga em menos de 5 minutos com a lanterna e o capturou. Em sequência, explicou sobre o animal.

 

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Dia 8


Acordamos cedo para ver o sol nascer no rio. O belo espetáculo ficou ainda melhor com os pássaros que surgiram durante e após.

 

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Voltamos para o café e, em seguida, partimos para uma caminhada na mata, vendo macacos no trajeto.


Já em terra firme, aprendemos sobre espécies úteis na sobrevivência, como: Formiga-tapiba - repelente, souva - antidiarreico, pau-rosa - perfume, quinino - antimalárico, Breeiro - cola e combustível, lacre - antisséptico. Nesse passeio avistamos também algumas pererecas e lagartos.

 

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Depois do almoço, fomos novamente para dormir na selva, mas em outro local. Após uma hora de barco, passando por golfinhos, chegamos ao acampamento. Dessa vez, tivemos que colocar nossas redes diretamente em árvores, sem cobertura. Sem problema, já que o segundo semestre é o período de seca. Só os mosquitos e o calor que foram insuportáveis novamente.

 

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Já o pirarucu assado de jantar tava tão bom que peguei 3 pratos. Logo em seguida, demos uma volta na escuridão para ver o céu estrelado. No retorno, eu e Schmidt levamos o Basco e as duas brasileiras para ver animais da selva. O que mais observamos foram aracnídeos de todos os tipos, além de alguns anfíbios.

 

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E mais uma noite se passou sem ocorrências graves.


Dia 9


Após o café na mata, nossa canoa foi à casa de um caboclo, ou melhor, cabocla. O guia Matheus demonstrou o processo de cultivo e processamento da mandioca, além das frutas da região.


À tarde, passamos por várzeas, onde conhecemos parte da flora nativa, como a vitória-régia. Também vimos outros pássaros. Por fim, pescamos piranhas.

 

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O pôr do sol foi na companhia de botos.

 

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Pela noite, a atividade foi a tentativa de arpoar peixes com a zagaia, tipo de tridente usado pelos nativos. No entanto, o nível da água ainda estava muito alto. Apesar de procurar bastante com lanterna por furos sinistros, o guia não conseguiu localizar quase nenhum peixe, e nem acertá-los com a arma.


Dia 10


Acordamos novamente cedo para assistir o sol nascer. No entanto, dessa vez não foi tão bonito quanto da outra, e nem vimos tantos bichos depois também.


Seguindo o café, eu e Schmidt fomos aprender a extrair látex e secá-la para fazer uma camisinha de borracha. O processo todo levou pouco mais de meia hora.

 

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Depois do almoço chegou a hora de partir. Voltamos pelo mesmo trajeto até Manaus.


Largamos a mochila no albergue de antes e fomos atrás das construções em estilo colonial do centro. Como já estavam todas fechadas, apesar de ainda ser dia, vimos apenas o exterior do Palácio Rio Negro, Palacete Provincial, Igreja Matriz e Paço da Liberdade. Nesse meio tempo, tomamos sorvete na Glacial e vimos o pôr do sol.


Como a essa hora as ruas já estavam ficando vazias e meio sinistras, e o Mercado Municipal também já havia encerrado, regressamos, parando para provar tacacá (tucupi, jambo, camarão, coentro, etc) numa barraca na praça. Achei forte, mas curti. Meu amigo não gostou.

 

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À noite, paramos no meio do agito da cidade para tomarmos umas cervejas no Bar do Armando. Mais tarde, uniram-se a nós os companheiros de Autazes: João, Raquel, Bia e a família paulista.


Dia 11


Bia foi com a gente para um tour por fora de Manaus. Conseguimos um preço muito bom de 100 reais, negociando no dia anterior diretamente no porto atrás do Mercado Municipal. Isso incluiu um passeio de mais de 7 horas de lancha com guia e almoço típico.


Começou explicando sobre as construções no litoral da capital, passando pelo encontro das águas, por comunidades ribeirinhas, até a parada para pescar pirarucu.


Dali, parou para vermos as vitórias-régias e almoçarmos vários peixes de rio.

 

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Continuando, a lancha passou entre igapós até chegar à ponte que liga Manaus com os municípios a oeste, e de lá até onde ficamos na água com botos soltos, que vinham comer peixes a nossa volta.


Por fim, a visita a uma aldeia indígena (Tuyuka). Rolaram danças...

 

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...e culinária típica (formiga e verme do coco).

 

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O passeio valeu a pena. O guia fala quase o tempo todo, informando muita coisa útil, mas é meio disléxico e solta várias pérolas, como: peixe boto, homens anfíbios, rio de água destilada e inseto não animal.


Seguindo o retorno, que passou pela praia urbana de Ponta Negra e incluiu até uma apresentação da Esquadrilha da Fumaça, comi um x-caboquinho (queijo coalho e tucumã) com suco de camu-camu numa lanchonete, já que o Mercado Municipal tava fechado de novo.


Pela noite, voltamos ao Largo de São Sebastião, reunindo outros do bando da selva, como a polonesa Joanna. Primeiro, comemos até explodir (eu, pelo menos) no bom rodízio de pizza da Splash (30 reais com um refri).


Depois, quem ainda tinha espaço tomou umas na Choperia Curupira, até às ruas ficarem desertas. Destaque pra caipirinha com pimenta: ninguém foi capaz de vencê-la, ao contrário da com jambu, fraquinha.


Dia 12


Eu e meu amigo finalmente conseguimos ir ao Mercado Municipal Adolpho Lisboa. Há bastante artesanato a preços justos, além de produtos alimentícios regionais e lanchonetes.

 

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Continuando, tomamos um Uber até o Jardim Botânico de Manaus (MUSA), que fica dentro de uma reserva de 10 por 10 km. Afastado do centro, custou 35 dividido por 2. A entrada, incluindo visita guiada e a subida na torre, está ao preço de 30 reais para adulto e meia para estudante.


A visita guiada passa por uma trilha que vai pela exposição temporária, que no momento era da relação do peixe com os nativos, e também por serpentário e outras estruturas de fauna e flora. O problema é que é rápida demais, não dando tempo de ver tudo com calma. Fora isso, há uma torre de observação de 42 m, deixando você acima da copa das árvores, vendo a cidade de um lado e só mata do outro.

 

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Não ficamos tão impressionados com o lugar devido ao tempo que já havíamos passado na selva, mas pra quem recém chegou em Manaus vale a pena visitar o MUSA.


De lá, o Uber nos levou à urbana Praia da Ponta Negra (40 reais), num bairro elitizado. Mas nem paramos ali, continuamos até a Marina do David, onde pegamos um barquinho de 6 reais à Praia da Lua.


Mais isolada, nessa época estava com a faixa de areia bem curta. A água escura cobria algumas árvores baixas e poucos banhistas. Eu e Schmidt comemos um peixe recheado e com baião-de-dois por 50 reais. Dava pra alimentar mais um.


Quando eu terminava de comer, o último barco estava para deixar a praia, quase no pôr do sol. Corremos para não perdê-lo. Voltamos de ônibus normal para o centro, apesar do risco.

 

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De lá, fui ao imponente Teatro Amazonas. Naquela noite estava sendo tocada uma exibição de filmes clássicos pela Orquestra Amazonas Filarmônica. Consegui ficar bem próximo do palco por 40 reais.


O espetáculo de 2 h contou com trechos de filmes como “2001: uma odisseia no espaço” e “Psicose”. Arrepiante.

 

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Tomei um sorvete ao sair e encontrei a turma na Choperia Curupira em seguida. Lá rolava som ao vivo, e as ruas estavam movimentadas.

 

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Dia 13


Horas depois, nos despedimos e partimos pro aeroporto. Pela LATAM, voamos até Florianópolis pela madrugada, com uma conexão em Guarulhos. E assim acabou a viagem para nós. Levei pra casa um corpo cheio de picadas, mas isso não foi nada, comparado aos muito momentos bons. Agora resta aguardar o período de incubação das doenças transmitidas por mosquitos...


Curtiram? Então não se esqueçam de dar uma passada em meu blog http://rediscoveringtheworld.com/:)

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