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Pensa na situação: minha irmã com milhas vencendo, eu precisando queimar dois dias de folga do meu banco de horas extras no trabalho, minha melhor amiga de férias e um grande amigo morando em um lugar paradisíaco e perto de lugares que sempre sonhei em conhecer. Resultado? Juntei a fome com a vontade de comer e fui pro Piauí!

Eu sempre tive muita vontade de conhecer o Piauí, que é um destino pouquíssimo explorado no Brasil e possui parques nacionais maravilhosos. Um grande amigo, o Henry, havia se mudado do caos de São Paulo para a pacata Barra Grande, praia pertencente ao município de Cajueiro da Praia, litoral do Piauí. Confesso que até ele se mudar para lá, eu nunca tinha ouvido falar desse pequeno paraíso e nem lido nada a respeito. Do litoral do Piauí, o único lugar que eu tinha vontade de ir era o Delta do Parnaíba, que é mais popular por ser parte da Rota das Emoções (Trecho entre Jericoacoara e os Lençóis Maranhenses). Barra Grande está localizada entre Parnaíba (1h de carro) e Jijoca de Jericoacora (3h de carro) e eu fiquei impressionada com a singularidade do lugar.

A comunidade que vive lá é ainda bem pequena, o que torna um local muito tranquilo, ainda que esteja cheio de turistas. A água do mar é quente, bem calma e clara (tom esverdeado). Os restaurantes e pousadas tornam o ambiente agradabilíssimo e super aconchegante, especialmente a noite (de certa forma de lembrou a Vila de São Jorge na Chapada dos Veadeiros, em Goiás). O que as pessoas falam é que Barra Grande é a Jericoacoara de 20 anos atrás. E eu senti isso mesmo quando fui na Vila de Jeri, que é enorme comparada com Barra Grande.

 

 Resumo Roteiro:

28/07/17 (sexta): Voo BH-Teresina – Barra Grande

29/07/17 (sábado): Jericoacoara

30/07/17 (domingo): Delta do Parnaíba

31/07/17 (segunda): Barra Grande – Teresina

01/08/17 (terça): voo Teresina-BH

 

Gastos:

Voo Ida: BH – Teresina (Gol) – R$210,00 + 7,500 milhas

Voo Volta: Teresina – BH (Latam) – R$501,39

4 diárias carro Aluguel Movida: R$332,00 + 1.200 pontos Km vantagens /2 = RS116,00

Gasolina: R$351,52/2= R$175,76

Alimentação: RS200,00 aproximado (incluindo almoços, jantares, bebidas e lanches passeios)

Charrete Jeri: R$30,00/2 = R$15,00

Caminhonete para Jeri: R$80,00 (ida e volta)

Passeio Delta: R$400,00/3= R$133,33

 

28/07/17 (sexta): O voo saiu de BH às 07:30h e chegou em Teresina às 12:00, com conexão em Brasília. O aeroporto em Teresina é pequeno e ao chegar já se tem ideia do calorão da cidade. O guichê da Movida está à direita logo depois do desembarque. Minha reserva já estava confirmada, pois fiz pela internet ainda em BH utilizando minha pontuação dos Km de Vantagens do Posto Ipiranga. Minha amiga, Ju, e eu saimos da agência da movida no aeroporto (com um Fiat Uno 0Km!) e já pegamos a BR343, que é a rodovia que liga Teresina à Parnaíba, e depois a BR402, que liga Parnaíba ao Ceará, até à estrada de acesso a Barra Grande.

A previsão do tempo de viagem era de 5:30h, mas gastamos quase 7h (média de 80-90km/h) por causa do excesso de veículos (fizemos apenas uma parada de 20 min na estrada para comer). Você precisa ter muuuuuuita paciência na estrada, pois é perigosa. O asfalto é bom, mas é pista simples (mão e contra-mão), longos trechos sem acostamento, muitos caminhões, um calor de rachar, burrinhos atravessando a pista frequentemente e muitas mulas atrás dos volantes. A imprudência dos motoristas é absurda. Vimos alguns supostamente bêbados, ultrapassando em faixa contínua ou em curvas que não davam para ver a contra-mão (acredite! Em curvas!!) e vários em altíssimas velocidades (mais de 140km/h), pois a maior parte do caminho são longas retas.

Chegamos em Barra Grande já era noite e esfomeadas. Nos abrigamos na casa do Henry e fomos comer no restaurante Manga Rosa. Que lugar e que comida! O melhor escondidinho de carne seca, purê de abóbora e Pina Colada do universo! Juro que eu não queria parar de comer, mas eu já estava passando mal de tanta gula. O ambiente é top também. Enfim, recomendo fortemente esse restaurante e queria que tivesse um dele em BH para ir lá todo fds! Hahaha!

29/07/17 (sábado): A Ju e eu acordamos cedo (saimos às 06:30h) e fomos para Jijoca de Jericoacoara (3h de viagem – média de 100-120km/h). A estrada estava bem vazia, tinha acostamento e o asfalto no geral estava bom, com um curto trecho com buracos na pista. Havia também muitos animais atravessando a pista, que incluíu burros, cabritos, porcos e uma família inteira de galinha d´angola. Em Chaval, primeira cidade do caminho, compramos lanches para passar o dia.

Ao chegar em Jijoca de Jericoacoara fomos ao posto de informação ao turista. Até chegarmos lá o assédio de guias oferecendo serviços foi ENORME e eles já começavam na estrada. Tentam parar seu carro de tudo que é jeito… entrando na sua frente, correndo ao lado do carro, indo de moto atrás de você e é claro, metendo a mão nos preços. É tão chato que nem dá vontade de fazer passeio nenhum e vc tem que respirar bem fundo para não ser mal educado. Até lá no posto de informação ao turista essa chatice ocorreu.

Jijoca de Jericoacoara é a zona urbana da cidade e de lá vc precisa de um veículo 4x4 para atravessar as dunas do Parque Nacional de Jericoacoara, que é onde se encontra a Vila de Jericoacoara, que fica na beira na praia e vc encontra hospedagens, restaurantes e comércio em geral. Vários desses guias tentaram nos convencer a ir com o Uno mesmo para lá. NÃO FAÇA ISSO. Gente, lá são dunas. É areia pura! Você provavelmente vai atolar, como vimos VÁRIOS carros comuns atolados e você vai ter que se virar pra tirar.  

Resolvemos dar uma volta de carro por Jijoca e pedir informações de outras pessoas que não fossem esses guias. Logo no posto de gasolina ao lado do centro de informações havia uma oficina mecânica e paramos lá em frente para tentar conseguir sinal de internet (importante: nenhum lugar visitado nos 4 dias de viagem tinha sinal de telefone, quem dirá de internet. Conseguimos sinal 3g somente em Parnaíba). Um cara que estava na oficina consertando sua caminhonete foi até o nosso carro perguntando se precisávamos de ajuda.

Ele era dono de uma das caminhonetes 4x4 (tipo um pau de arara) e fazia a travessia nas dunas até a Vila. Ele foi uma pessoa extremamente simpática, nos deu várias dicas de Jijoca e da Vila, nos levou até a casa da sogra dele para deixarmos o carro lá em frente à garagem da casa para ficar mais em segurança e nos cobrou R$40,00 cada, que era o valor praticado da maioria dos transfers (dava pra conseguir até 30 se pesquisasse, mas a simpatia e principalmente a honestidade dele valia até mais do que isso). Infelizmente eu perdi o cartão dele e não tenho mais o contato. Ele nos disse que o esquema de ir com o próprio carro de passeio para a Vila é o maior golpe. Além do risco de atolamento, o guia não falava (e não nos falou mesmo) que você teria que deixar o carro em um estacionamento privado lá. Então, além do pagamento do guia (média de R$30,00), chegando lá você tinha que pagar o estacionamento (se eu não me engano era R$50,00) e pagar o guia novamente para voltar para Jijoca.

A Ju e eu fomos sozinhas na caminhonete e chegamos na vila por volta das 10h. Fomos para a praia e caminhamos até a Pedra Furada (se a maré estiver baixa vc pode ir pela orla. No nosso caso tivemos que subir o morrão e ir pela trilha, o que torna a caminhada bem mais longa). A caminhada foi cansativa, pois o sol e a areia já estavam bem quantes (o pé encheu de bolhas do atrito entre a areia e o chinelo e não dava para andar descalço por causa da areia escaldante).

Quando estávamos chegando no final da trilha para descer para a Pedra Furada vimos algumas charretes de tração por burrinhos esperando turistas e reservamos uma charrete para a gente (R$30,00 – até 3 pessoas). A melhor coisa que fizemos. Quando voltamos, o sol das 13h estava fritando a pele e todo mundo queria voltar de charrete. Se não tivéssemos conversado com o rapaz antes, a Ju e eu teríamos que voltar tudo a pé (caminhada de pelo menos uns 40min e com o pé de bolhas).

Ao final do trajeto, o rapaz da charrete chamou uma caminhonete que estava indo em direção a Jijoca. Infelizmente demos o azar de andar com um otário. O cara acelerava loucamente nas dunas (dando vários trancos com os impactos, o que nos machucou demais por andar no pau de arara), com um som nas alturas, jogou lixo pra fora nas dunas (não era incomum ver garrafas e latas nas dunas), fechou outras caminhonetes no caminho e ainda nos cantou quando descemos. NOJO DE SER HUMANO.

O que eu senti em Jeri é que tem muita gente querendo se aproveitar dos turistas. A Vila é super legal, mas os preços eram muito caros. DIVERSOS guias nos deram informações erradas na tentativa de que fechássemos passeios com eles e contas super faturadas. Uma das situações chegou até ser engraçada para não não dizer trágica. Na pedra furada, fomos comprar água de coco. Um dos ambulantes nos ofereceu por 6 reais. Então um outro nos ofecereu por 5 reais. Perguntamos ao primeiro vendedor se ele não fazia por 5 também. O cara super nos destratou e fez pirraça dizendo em um tom nada amigável: “vai lá então”. Ok. Compramos com o concorrente, que foi uma simpatia. Porém o vendedor simpático tentou nos enganar com a conta. Além da água de coco, compramos uma garrafa de água também. A conta que deveria dar R$12,00, ele falou R$16,00. Questionamos e ele engasgou e nos admitiu o golpe rindo no maior jeito malandro de quem consegue se dar bem com isso muitas vezes com turistas que não fazem contas. Só nos faltou rir da situação ¬¬

Quando chegamos em Jijoca, pegamos o carro e fomos para a Lagoa e fomos para a Lagoa do Paraíso, que é uma das lagoas que tem aquelas redes dentro da água (existem outras lagoas, mas ficam dentro do parque e vc tem que contratar minibugs lá na Vila para te levar). O lugar é lindo. Dencansamos nas redes enquanto o nosso almoço era preparado. Assim que almoçamos fomos direto para a estrada para pegar o por do sol em Barra Grande. E foi um show a parte!

A praias da região, especialmente Barra Grande, são próprias para a prática de kitesurfing e recebem esportistas e turistas do mundo inteiro para essa prática. A praia estava abarrotada de pipas no céu, que tornaram o por do sol bem mais bonito. A noite jantamos novamente no restaurante Manga Rosa. A boca enche de água só de lembrar! Claro que rolou um escondidinho de carne seca de novo, além de peixe e outros drinks.

30/07/17 (domingo): Domingo o Henry estava de folga do trabalho e foi comigo e com a Ju para o Delta do Parnaíba. Saímos às 07h, e chegamos no porto dos Tatus umas 9h. Depois das negociações com os barqueiros, fechamos uma lancha por R$400,00 só para os 3, com alguns pontos de visitas definidos. Antes de sairmos, compramos alguns lanches e bebidas no supermercado na beira do porto.

Sabendo que a Ju e eu éramos biólogas, o barqueiro experiente e com o olho afiado para encontrar bichos nos levou em algumas áreas mais fechadas para a observação de alguns animais, além de andar no mangue, nos ensinar e pegar e diferenciar caranguejos, e nos deu uma verdadeira aula sobre a ecologia da região. O passeio durou o dia inteiro. Ao final do dia, vimos a revoada dos guarás até uma ilha que as aves utilizam para dormir. As árvores da ilha ficam bem vermelhas com a coloração dos guarás. Show! Voltamos para o porto do Tatus iluminados só com a luz da lua, o que foi outro show: ver o anoitecer completo e confiar na expertise do barqueiro de navegar a noite pelas dezenas de braços de rios desviando dos bancos de areia.

Chegamos em Barra Grande já passava das 20:30h. Tomamos um banho e fomos para uma tapiocaria. Depois de barriga cheia, apagamos de tão cansados.

31/07/17 (segunda): Saimos por volta das 09h para conhecer outras praias e vilarejos próximos à Barra Grande e que também pertenciam ao município de Cajueiro da Praia. Praias muito bonitas também e mais desertas do que Barra Grande. Também visitamos um cajueiro que está disputando o título de maior cajueiro do mundo com o que ocorre no Rio Grande do Norte. Almoçamos na casa do Henry e depois do almoço pegamos estrada para Teresina. Chegamos a noite a salvo, mas depois de presenciar muita merda nas estradas. A Ju continuou as férias dela em Teresina turistando por lá nos dias seguintes. Depois que jantamos, eu fui para o aeroporto, entreguei o carro e dormi na área de embarque, pois meu voo saiu às 03:30h da manhã, com conexão em Brasília.

Cheguei em BH às 08:30h no dia 01/08/17 (terça) e fui direto para o trabalho. Morta de cansaço, mas feliz! Conheci lugares paradisíacos do nosso Brasil e ao lado de pessoas maravilhosas! Tem coisa melhor do que isso?! ::love:: 

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Olá Érica,

ótimo relato! irei pra essa região em Julho/19.

 

por um acaso você tem o contato desse barqueiro no Delta do Parnaíba? ou foi tranquilo conseguir uma pessoa legal pra fazer esse rolê de dia todo?

 

Até!

Thiago

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