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Marrocos,um breve relato


heka

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Eu voltei recentemente de uma curta viagem para o Marrocos e gostaria de deixar minhas impressões.

 

 

Fez

 

Muita gente diz pra se contratar um guia para andar na medina. Depende do seu grau de aventura e tempo. Se vc tem alguns dias, vá sem guia e compre um mapa da medina, que é vendido na ville nouvelle. Há um guia recomendado Bab to Bab Fez. Me parece q vc pode comprar em quiosques na Medina também e é um mapa detalhado da medina. Se ficar perdido, olhe pra cima. Há placas em formato de estrelas de 8 pontas que indicam a direção do proximo ponto turistico. Se vc sair da rota turisitca, tente voltar ao ultimo ponto e reencontrar estes sinais. Caso nem assim vc se ache, como a cidade é construida em morros, para achar a saída sempre vá descendo. Eventualmente vc acabará em um dos portões e poderá pegar um taxi. Ou então pergunte a um lojista onde estão os taxis.

Se mesmo assim vc quiser um guia, contrate um na oficina de turismo,que fica na ville nouvelle. Eu tentei achar um escritório na medina, mas não tem.

Fiz dos 2 modos. Contratei um guia pela manhã e a tarde fui sozinha, com o mapa na mão. Uma pratica comum é os guias depois de levarem a algumas lojas pra vc comprar coisas e assim ele ganhar comissão. Se vc não quiser parar pra comprar nada, deixe isto claro pra ele antes de começar o tour.

 

Pra ir ver onde estão as tinturarias de couro, tem que subir em um dos terraços das lojas que vendem bolsas de couro, não tem como não escapar e depois das explicações vem a exposição das bolsas, qual você gostou e quanto quer pagar ::mmm:

 

Fiquei no Íbis hotel em frente a estação de trem, muito bem localizado e ótimo pra quem vai viajar usando o trem.

Use os taxis com o taxímetro ligado, exija isto. O valor da corrida do centro pra Medina custa 9 dirham. O valor de guia em torno de 150 dirham, eles não barganham preço.

 

Meknes

 

Cidade a meia hora de trem de Fez. A passagem me custou em torno de 20 dirham, em segunda classe. Eu particularmente achei ela mais autêntica. A Medina é menor que a de Fez e mais organizada, tem menos pressão dos vendedores e bem poucos turistas, além dos preços serem um pouco menores.

Perto de Meknes se pode visitar Volubilis, as ruínas romanas, e Moulay Idriss.

Se for pra Meknes, se hospede na Medina e recomendo muito ficar no Riad el Ma. A dona, Anima , é espetacular e te faz sentir em casa, além do Riad ser lindíssimo e ter um terraço muito aconchegante.

Pra quem gosta de artesanato, em Meknes é o único lugar onde ainda se fazem objetos com a prata damasquina, mas poucas lojas vendem. Você tem que caçar nos souks, mas ainda tem. A prata é trabalhada sobre um fundo de aço enegrecido e pode ser encontrado em pequenas caixas, bandejas, objetos de decoração.

Lá também foi o único lugar onde vi o quarteirão chamado quartier de las bobines, onde eles ainda tecem os fios e linhas que são vendidos para costura ou bordados. As lojas são todas coloridas devido a imensa quantidade de cores das linhas. E tudo isto feito a mão, com máquinas bem rudimentares.

 

Taxi da estação de trem a Medina 11 dirham.

 

Marrakesh

 

Me hospedei no Djeema el Fna Cecil Hotel. A entrada fica do lado do le Grand Balcon Cafe Gracier, na praça Djeema el Fna. Fácil de achar, e o terraço tem vista para a praça e o preço é econômico. Um quarto duplo por 27 euros, com café da manhã. Os quartos são simples, mas com ar condicionado e banheiro. Outro hotel que recomendo é o Hotel Ali, na praça ao lado da Djeema el Fna, com terraço com vista para a praça também e com preço econômico.

Em Marrakech, eu particularmente acho que não precisa de guia para se andar. A graça é ir pelos souks, se perder e se achar de novo. É a cidade mais turística.

A parte nova, ville nouvelle , superou o que eu achava encontrar ali. A cidade é arborizada, com avenidas largas, limpa, com vários jardins e organizada. Claro, a organização marroquina.

O único porem, é a falta de sinalização para os pontos turísticos, demorei pra achar onde ficava o Palais Badi.

 

Se tiver que usar internet, use um que fica do lado do hotel Amis, na Rue Riad zitoun Qedin, um das entradas de souk, na praça djeema el fna, subindo as escadas. Fale com Azur, o dono, muito simpático.

E claro comer de noite em alguma das inúmeras barracas de alimentação que são montadas ali de noite.

 

Aqui, porém, foi o único lugar que tive problemas com taxistas. Eles não queriam usar o taxímetro da estação de trem para a Medina. Tive que pagar 30 dirham por uma corrida que deveria me custar no maximo 12 dirham. Outro conselho: peguem os taxis oficias e não os que se oferecem nas estações, que não são taxis. Cometi este erro pelo preço ser mais baixo, mas o motorista nem falava francês ou inglês, só árabe e pelo que entendi não estava com bons propósitos pra cima de mim. Mas fingi que não entendi nada, rsrs.

 

Para ir ou voltar do aeroporto há o ônibus expresso de numero 19, que faz direto Medina – aeroporto. Ele começa as 6:15 saindo da praça Djeema el Fna ( no ponto de ônibus, onde saem vários ônibus, em frente a mesquita Koutobia) e vai até as 21h eu acho. Do aeroporto começa as 7h até as 21h também. Custa 30 dirhams e sem dor de cabeça de ficar barganhando valor com taxista.

 

 

De um modo geral, eu achei o Marrocos bem turístico. Eu acho que tinha mais expectativas deste país, que não se cumpriram no total. Achei um país caro, pois para tudo usavam como referencia o euro, inclusive para se comprar objetos nas medinas. Hospedagem eu também achei alto o preço pago. Alguns lojistas se recusavam a barganhar preço e diziam que era fixo, mas notei que isto acontecia nas lojas onde era uma mulher, quem controlava os preços. Tive 2 experiências, numa loja de bolsas, onde o vendedor sempre olhava pra uma mulher antes de dar o preço final e não baixava de jeito nenhum se ela não concordasse e em uma outra, onde a vendedora era mulher e ela não quis de jeito nenhum abaixar o preço. Talvez por ser uma peça artesanal que ela sabia que eu dificilmente acharia em outro lugar.

Então, meu conselho é se for comprar, não compre onde a vendedora seja mulher. ::hein: Elas nem mexiam as sobrancelhas pra falar. :(

 

Outra coisa que notei é que, de algum modo o marroquino quer tirar o seu dinheiro. Mas eles fazem de um modo muito simpático e educado. Por exemplo, o taxista em Meknes, muito simpático, perguntou de onde eu era, me ensinou palavras em francês e me disse que eu deveria praticar o francês, mas na hora do troco, nesta conversa toda, ele me deu 30 dirham ao invés de 40 dirham. Ou seja 2 moedas de 10 e 2 moedas de 5. Eu notei, mas tinha pressa e pensei comigo, ele foi simpático e deixei passar. Mas pensando agora, acho que fiz mal e deveria ter cobrado dele a diferença, pra não pensar que todo turista é tonto.

 

Outro ponto, lojista adora dar um escândalo pra fazer o turista ficar com vergonha e comprar algo da loja dele. Isto aconteceu em Marrakesh, eu estava tirando fotos em uma das pequenas praças nos souks, acho que era a praça das especiarias. Havia uma loja que era diferente, com especiarias e aqueles cones coloridos de enfeite. Eu olhei pensando em tirar a foto e vi que o lojista percebeu e ele ficou de olho. Eu resolvi não tirar a foto e fui de lado tirar de uma banca com bonequinhos, que pegava um pouco a loja de especiarias. O rapaz começou a gritar dizendo, que eu não podia ficar tirando fotos assim da loja dele,etc, etc. Bem, eu então rebati dizendo que não tinha tirado foto nenhuma e ele insistindo. Não deu outra, mostrei a foto que tinha tirado pra ele e outro amigo e a cara dele foi pro chão, rsrs. O amigo dele olhou pra ele, do tipo, se ferrou. Ele pra contornar a situação, começou falando que se eu pedisse permissão não ia ter problema, etc. No final, vi que ele tinha feito pra chamar a atenção mesmo.

 

No total, a viagem foi tranqüila, sem sobressaltos. O Marrocos é um país interessante para se conhecer, principalmente pra quem nunca visitou países de cultura islâmica, por já ter se adaptado melhor aos costumes ocidentais e tolerar um pouco mais as diferenças. O povo também é bastante educado e simpático com o turista. Pra quem já conhece outros países do oriente médio, o Marrocos pode talvez criar um sentimento de que faltou algo.

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