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ATACAMA e Salta (AR), de ônibus


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Existem muitos relatos de viagem sobre o Atacama. Por isso, a minha intenção não é relatar a viagem que fiz, mas dar algumas dicas àqueles que pretendam ir até aquele belo deserto.

Moro no RS, cerca de 300 km. da Argentina, aonde costumo ir de carro. Assim, montei um roteiro com um trecho de carro e o restante de ônibus. A vantagem, além do custo muito inferior à viagem de avião, é poder desfrutar melhor das paisagens, conhecer cidades, etc. Mas também não exige uma prévia definição de datas, podendo ser feito de última hora, e sem data exata para o retorno.

Assim, saí, com minha esposa, até Porto Xavier, onde cruzamos o Rio Uruguai de barca. Dali, pretendíamos ir até Posadas, fazer compras na cidade paraguaia de Encarnación, mas como os argentinos são muito chatos e demorados, examinam tudo no retorno ao país, e eu levava já filmadora e câmara fotográfica, com o que podiam complicar, desisti. Seguimos até Resistência, a 300 km. de Posadas, em cujo “Terminal de Omnibus” deixei meu carro, acertando por AR 150,00 por 10 dias.

Eu havia comprado passagens para SALTA através da ANDESMAR. Pegamos um excelente ônibus-leito da Flechabus, que saiu às 22:30, serviram jantar e desjejum pela manhã, a um custo de AR 270,00 por pessoa (cerca de R$ 120,00).

Havia reservado pela Internet o hostel San Jorge, para 3 noites nessa cidade, mas um cão vizinho latiu a noite inteira, então só ficamos uma noite, e buscamos outro.

Salta é uma cidade de porte médio, sem muito atrativos, salvo uma bela Igreja. Mas é uma região de forte turismo e centro comercial, pelo que nos finais de semana é mais difícil encontrar hospedagem. O comércio funciona até 22 h., mas fecha das 14 às 17h.

Pesquisei na Internet sobre os tours existentes, e achei dois interessantes, com melhor preço através da La Posada Tours (Calle Buenos Aires, 94). Contratei na chegada os tours “Quebradas de Humauaca” e “Quebradas de Cafayate” por AR 230,00 por pessoa. Essas quebradas são caminhos naturais existentes entre as montanhas, por onde passa a rodovia, proporcionando belas paisagens.

Fizemos Humahuaca primeiro, é um pouco interessante, mas depois, na ida para Atacama, acabamos passando quase pelo mesmo trajeto, tornando-se repetitivo. No dia seguinte, fomos a Cafayate, um passeio bem mais interessante, com belas formações rochosas.

 

Ao chegar a Salta, eu havia comprado bilhetes da ANDESMAR para San Pedro de Atacama, por AR 170,00 cada, e saímos de Salta às 7 horas da manhã seguinte. Atravessamos os Andes pelo Paso Jama, que proporciona belas vistas através das janelas panorâmicas do ônibus. Como é bastante lenta a travessia, é possível tirar fotos perfeitas de dentro do busão. Depois dos Andes, quando se ingressa no Chile, passamos junto ao Salar de Tara, permitindo ver vicunhas e flamingos à beira das lagoas que costeiam a estrada.

 

Chegamos a S.P. Atacama às 17:30, deixei minha esposa na praça e saí à busca de hospedagem, da lista que havia previamente efetuado. Desci pela Toconao, que inicia na praça, e uns 300 m. depois encontrei o HOSTAL LA RUCA, que estava em minha relação. Mostraram uma suíte dupla excelente, com frigobar, muito além de minhas expectativas. Acertei de imediato por CH 30.000/noite, preço que fizeram porque ficaria 4 dias.

Logo após, saí à busca de agências de turismo, e pouco acima do hostal, encontrei a Andes Expeditions, com a qual já cheguei a um acordo. Eu pensava ir ao Salar de Tara, mas como já havia passado por ele com o ônibus, ficaria enjoativo passar novamente pelo local, e depois de novo no retorno, pelo que desisti. Então, contratei 5 passeios por CH 70.000 por pessoa: Lagunas Altiplânicas, Vale de La Luna, Quebrada do Arcoiris, Lagunas Cejar e Gêiser El Tatio. Essa agência ofereceu o “Vale del Arcoiris”, que outras não oferecem. É um tour um pouco caro, para meio dia, pois poucas pessoas vão, então utilizam 4x4, mas é muito interessante. Outrossim, fazem o passeio às Lagunas Altiplânicas com saída às 6:00 horas, retornando às 14 horas, com o que é possível fazer outro passeio no mesmo dia, como o Vale de La Luna, e outras agências saem mais tarde, utilizando o dia inteiro.

Já em Salta compramos um pacote com folhas de coca. Mas um guia nos disse que mastigá-las pouco ajuda para o soroche (mal da altitude), o mais eficiente é fazer chá. Foi o que fizemos no hostal, colocamos em garrafas pet, e fomos bebendo já nos lugares altos da Argentina, na travessia dos Andes, e depois no Atacama.

Para comer no Atacama existem muitas opções. As mais em conta são o “Pollo e Papas”, na Toconao, logo abaixo da praça, onde servem frango assado com batatas fritas, que também é possível levar em bandeja de isopor, por apenas CH 1.900,00. Próximo à esquina da Toconao com a Caracoles, há um restautante simples, que serve pratos a CH 2.500,00. Nos demais, o preço geralmente parte de CH 5.000,00.

OUTRAS DICAS – Para quem sai mais do centro do Brasil, é possível efetuar a viagem toda de ônibus. O ideal é ir até Foz do Iguaçu, passar para o lado argentino, e de lá pegar um busão para Posadas, que fica próxima, ou direto a Salta, buscando os bilhetes através da Andesmar. Se for a Posadas, não vai haver ônibus direto a Salta, terá que ir a Corrientes ou a Resistência, para pegar outro a Salta.

De Salta ao Atacama, e retorno, alguns dias é feito pela Andesmar, outros pela Pullmann, mas esta não vende pela Internet. Em S.P.Atacama, os bilhetes são vendidos em uma agência de turismo na Calle Caracoles. Acho que a Andesmar vai nas 2ª, 4ª e 6ª-feiras, voltando nas 3ª e 5ª-feiras e domingos.

No Atacama é geralmente quente durante o dia e frio à noite. Nos passeios que saem muito cedo, é necessário um blusão ou jaqueta grossa. Para ir ao El Tatio, onde faz de 10 a 20 graus negativos, é bom levar gorro e luvas. Para quem vai de mochila, muitas agências de turismo possuem japonas para emprestar para esse passeio.

O câmbio, tanto em Salta como no Atacama, é um verdadeiro assalto. Pagam de 70 a 80% do valor da moeda, ou até menos pelo Real. Então, o melhor é levar um cartão Visa ou Máster internacional, liberado, e sacar em caixas eletrônicos, pois vai pagar pelo dólar turismo, mais taxas. Em S.P.Atacama existem três caixas eletrônicos, a melhor tarifa para saques é no Banco do Chile, esq. da Caracoles com a Toconao, que cobra CH 2.500 por saque. Por isso, é melhor fazer poucos saques. Outrossim, na alta estação pode faltar dinheiro nas máquinas, então, é bom levar algum dólar para cambiar se necessário.

Na baixa estação não há necessidade de reserva de hostal, pode-se procurar na hora, pois a oferta é grande, mas é bom pesquisar previamente a qualidade de cada um nos sites de reservas, e levar uma lista. O La Ruca possui ótimo quarto duplo, os coletivos são mais simples, e faz reserva pelo site www.larucahostal.cl. Não serve café da manhã, mas os mercadinhos da Caracoles têm de tudo, a preços parecidos com os do Brasil.

Para outras dicas e fotos dos locais, recomendo o site www.viajandodecarro.wordpress.com/, que tem ótimo relato de uma viagem feita toda de carro.

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