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Réveillon econômico em Punta del Este, R$600 por pessoa


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Ok pessoal vou contar aqui a viagem que fiz no final de 2007. Por que só agora? Bom tava planejando uma viagem para o carnaval e o google me trouxe aqui, me lembrei que a maior parte das informações desta viagem ao Uruguai consegui através de outros relatos aqui, então resolvi deixar meu depoimento.

 

Primeiro um resumo dos gastos e da viagem.

 

Curitiba - Punta del Este, no total 8 dias de viagem dos quais 4 dias inteiros e uma noite e manhã em punta, e 4 dias de viagem de carro. A viagem foi feita com 4 pessoas, todos os custos foram divididos por igual com exceção de gastos pessoais como refeições em restaurantes e jogos no cassino.

 

Descrição dos gastos (gastos em dólares e pesos convertidos para R$ de acordo com cotação da época):

Gasolina - R$651

Pedágio - R$71

Alimentação (parcial, principalmente mercado) - R$ 140

Hospedagem (6 noites) - R$1422

Outros (carta verde, documentação carro) - R$100

Total - R$ 2400

Total por pessoa - R$ 600

 

Vale lembrar que neste custo não estão incluídos algumas refeições que foram pagos separados por pessoa e nem gastos extras como souvenirs, etc. Então o custo final foi um pouco maior que isto, porém posso dizer que no meu caso não passou dos R$700. Também acho que vale a pena citar que um amigo meu ganhou US$300 em uma noite jogando poker em um cassino em punta, com valores da época eles equivaliam a uns R$530, ou seja para ele a viagem saiu a um custo quase zero.

 

Pessoal abaixo faço uma descrição mais detalhada da viagem, acho que vale a pena ler para quem nunca fez uma viagem dessas e está pensando em fazer, mas como o texto ficou enorme fica por conta de vocês, vou incluir algumas fotos antes para quem não quiser enfrentar a montanha de texto.

 

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No sentido horário, os 4 aventureiros saindo de Curitiba, vendo a chuva chegar na Barra do Chuí, posando em frente a estátua dos dedos em Punta, cruzando a fronteira (detalhe para o carro batido).

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Na marina de Punta, os 4 logo após o último pôr do sol de 2007, abraçando o carro ao chegar em Curitiba (sofreu uma batida com 150km e não reclamou pelos próximos 3000, e na frente do cassino após uma noite de jogatina.

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Os outros membros do grupo cruzando a fronteira (mais uma vez detalhe para o carro amassado).

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Mais uma vez a estátua dos dedos.

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E outra vez.

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Aproveitando a piscina na maior pechincha em um hotel que já consegui (US$46 por dia o que na época representava R$64).

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O último pôr do sol do ano, a vista é simplesmente fantástica.

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E para terminar uma panorâmica da praia alguns minutos antes do pôr do sol também dia 31/12/07.

 

 

 

Um pequeno histórico, por volta de julho/agosto de 2007 me reuni com um grupo de amigos com quem estudei junto no segundo grau, depois de algumas horas de happy hour em um bar lembramos de como sempre falávamos de fazer uma viagem mais longa mas os adolescentes que éramos nunca tínhamos condições. Logo logo isso evoluiu para o planejamento de uma viagem no final do ano para o Uruguai, mais precisamente Punta del Este. Também surgiu um custo estimado ali mesmo na hora, não mais que R$500 por pessoa. Claro que achei que nunca íamos conseguir fazer uma viagem destas por tão pouco, mas na empolgação acabei não falando nada. Fazemos um contrato em um guardanapo do bar e todos assinam. O tempo passa, quase não converso com meus amigos e quando vejo já é dezembro, converso com uma pessoa do grupo que me garante que a viagem vai acontecer "Já compraram até um guia rodoviário!". No final a viagem fica confirmada mesmo dia 26 de dezembro, data de saída para dia 28 e até então planejamento zero.

 

Começo a correr atrás de informações, afinal eu vou ceder o carro para a viagem, e descubro que preciso não só da carta verde mas também de um documento me autorizando a dirigir o carro no Uruguai, assinado por um consulado, já que ele não está no meu nome. Um dia de muita correria depois consigo toda documentação e durante a noite o grupo da viagem se reúne. Fazemos a única reunião de planejamento e definimos o que é necessário levar e qual o cronograma da viagem. Como não sabíamos se iríamos encontrar um hotel levamos todo o necessário para acampar. O cronograma definido foi:

 

28 DEZ - Curitiba -> Porto Alegre (800 km)

29 DEZ - Porto Alegre -> Punta del Este (750 km)

30 DEZ - 02 JAN - Punta del Este

03 JAN - Punta del Este -> Balneário Camboriú (1200 km, trecho mais longo por termos um apartamento para dormir, economizando uma diária de hotel)

04 JAN - Balneário Camboriú -> Curitiba

 

Com um brinde fechamos a reunião e todos vão para casa.

 

No dia seguinte cedo nos reunimos e depois de uma última ida ao supermercado para os últimos itens necessários saímos. Não percorremos nem 150km dos mais de 3000km que nos esperam quando o desastre acontece. Pouco depois de Joinville sou ultrapassado por dois carros disputando um racha na estrada, apesar do movimento de final de ano. Os dois dirigiam como loucos e de repente um carro simplesmente para no meio da BR-101 na tentativa de que o outro bata. Ok, sei que isso soa estranho mas sim o infeliz simplesmente estacionou seu carro na faixa da esquerda da BR-101, o carro com quem ele estava disputando desvia pela direita, eu que vinha um pouco mais atrás tenho transito de caminhões do meu lado e não consigo sair. Freio a pouco mais de um metro de distância, não tenho nem tempo de xingar o motorista quando sinto um impacto, quem vinha atrás de mim não conseguiu frear como eu. Consigo sair para o acostamento esperando o pior, o carro que me atingiu mal tinha amassado mas o meu, um 206 SW estava com a traseira completamente amassada, porém sem nenhum defeito decorrente, exceto o porta malas que não abre. Quem conhece o carro sabe que ele abre só o vidro, sem necessidade de abrir o porta malas inteiro, portanto não havia problema para pegar a bagagem, depois de uma votação decidimos seguir em frente, se o carro indicasse qualquer problema ficaríamos em Camboriú onde já tínhamos a casa e não estava muito longe, senão tocar em frente para terminar a viagem.

 

A viagem segue sem problemas e o carro mesmo depois do acidente enfrenta bem a BR-101 em duplicação depois de Florianópolis. Pegamos chuva forte no sul de SC, parando para comer um momento enquanto esperávamos passar um pouco a tempestade. Com a estrada em obras me passaram a informação de que era melhor desviar em Torres pela rodovia das praias (RS-389) e voltar em Osório já na Freeway (BR-290) em direção a Porto Alegre. A dica foi muito válida, a rodovia das praias é de pista simples porém larga, o que facilida ultrapassagens, e onibus e caminhões não podem passar por ela, ou seja somente carros e portanto a velocidade média é mais alta, mesmo com limite máximo de 80km/h e diversos radares. Estávamos nesta estrada durante o por do sol, e posso dizer que o visual é maravilhoso. Já na freeway encontramos o segundo problema da viagem, esperávamos encontrar vários hotéis de beira de estrada baratos perto de Porto Alegre, porém não havia nenhuma construção nas margens da Freeway, decidimos então passar a cidade e tentar encontrar algum local para dormir depois da cidade. Não demorou muito para o terceiro problemas, eu mudava a estação de rádio justamente no momento que passava pela entrada da cidade, resultado ao invés de continuar na estrada acabei ficando na faixa que ia direto para a cidade. Sem encontrar nenhum retorno quando vemos estamos no meio da cidade, sem nenhum mapa e sem nenhuma pessoa para pedir informações (a freeway no outro sentido estava lotada de gente fugindo para o litoral, afinal era a sexta feira antes do réveillon.). Após buscar sem sucesso um hotel pela cidade acabamos encontrando a saída para a estrada novamente e decidimos seguir em frente. No pedágio nos informam que na próxima cidade (Guaíba) existem algumas pousadas, porém num posto de gasolina em tal cidade ninguém sabe nos informar. Mais uma vez decidimos seguir em frente, apesar do cansaço de mais de 12h no carro. Eu que estava dirigindo desde Curitiba não agüento mais e finalmente passo a direção para o próximo motorista. Seguimos pela BR-116 e encontramos poucos sinais de civilização, já estávamos quase resignados que teríamos que seguir até Pelotas para encontrar um hotel quando pouco antes de chegar na cidade de Camaquã, que fica um pouco antes da metade do caminho e era a única cidade com "um ponto maior no mapa" no caminho, vimos uma placa na estrada anunciando um hotel. Pouco depois seguimos outra placa em uma entrada da cidade e a pouco mais de 500m da estrada encontramos finalmente um hotel para dormir. Eram 23:30 e havíamos entrado no carro para começar a viagem as 09:30, pegando a estrada as 10:30. Não preciso dizer que com todos exaustos naquele momento o hotel parecia um 5 estrelas.

 

O segundo dia foi muito mais tranqüilo quando comparado com o primeiro. Como já havíamos feito mais da metade do caminho dormimos até mais tarde para recuperar um pouco do dia anterior e pegamos a estrada por volta das 09:30. Seguimos pela BR-116 até Pelotas e então seguimos para a BR-471 até Chuí. A BR-471 só pode ser descrita de uma maneira, reta plana e infinita. Você consegue ver linhas de árvores surgirem no horizonte, se aproximarem e depois de passar por elas sumirem no horizonte novamente, desta vez pelo retrovisor, sem fazer uma curva. A estrada também é incrivelmente deserta, tirando umas 3 ou 4 comunidades de umas poucas casas são quase 200km antes de se chegar a Santa Vitória do Palmar, e logo em seguida Chuí, sem quase nenhum rastro de civilização. Como chegamos em Chuí com o almoço já em atraso aproveitamos para saborear um tradicional Chivito Uruguaio, uma espécie de sanduíche. Existem vários lugares na cidade oferecendo o almoço, porém não recomendo este chivito de fronteira para ninguém, os resultados no pessoal não foi muito bom e inclusive escutei mais de um grupo de turistas na alfandega reclamando de não estar se sentindo bem depois de um destes. Tenho que deixar aqui um aviso para quem não conhece Chuí que a cidade é uma cidade de fronteira, bagunçada, suja e com um movimento de pessoas com cara não muito amigável, acredito que a melhor descrição é que se parece com uma "Pequena Ciudad del Este", muito diferente do que imaginava após ouvir tantas vezes o nome em aulas de geografia. Após uma última passagem em um supermercado, banco e com o carro abastecido, passamos pela praia de Barra do Chuí para tirar algumas fotos. A poucos km de Chuí a praia é um alívio quando comparada com a cidade, um balneário tranqüilo com muitas famílias aproveitando o verão. Após uma breve parada na alfândega finalmente estávamos oficialmente em território uruguaio. Os pouco mais de 200km em carreteras uruguaias passam rápido, pois as estradas estão em excelente condições, e as 19:30 avistamos o mar com Punta del Este ao longe. Havíamos chegado por La Barra, um povoado muito agitado no verão a uns poucos km de Punta. Ao cruzar o povoado percebemos aonde havíamos chegado, Ferraris, Lamborghinis, Maserattis por todos os lados e muita, mais muita gente bonita pelas calçadas. Uma cena que descreve o clima do lugar é que em frente a uma champanheria havia uma banheira cheia de gelo e garrafas, sim uma banheira.

 

Com o sol já querendo baixar no horizonte seguimos em direção a punta, com a memória de correr atrás de um hotel ainda fresca fomos direto ao centro da cidade. Paramos em uns 8 hotéis encontrando apenas um quarto livre para uma pessoa e outro para quatro porém para apenas uma noite. Apesar da falta de vagas ficamos animados com os preços, o quarto para quatro pessoas estava por pouco cerca de US$150 por noite, isto em um hotel central. Decidimos então tentar a sorte mais longe do centro, esperando encontrar vagas e preços ainda mais baixos. Saímos do centro por uma avenida e logo avistamos um centro de informações turísticas, as atendentes apesar de surpresas por chegarmos a cidade dia 29 de dezembro sem reserva de hotel são muito simpáticas e prestativas. Logo pega folha com uma relação dos hotéis que ainda possuíam vagas e começa a procurar um lugar para nós. Depois de quatro tentativas sem sucesso ela me olha e diz "Esta é a última opção, se não conseguir sinto muito mas vão ter que procurar em outras cidades perto". E por muita sorte esta última tentativa da resultado, porém a um custo mais elevado de US$160 a noite. Após uma breve reunião decidimos ficar com o hotel, se necessário encurtamos a viagem em um dia, porém como ainda íamos tentar a sorte em um cassino quem sabe não ficássemos o tempo previsto em um hotel de nível bom. Ao chegar ao hotel nos deparamos com muito mais do que esperávamos, piscina externa, interna aquecida, sala de ginástica e de jogos, tudo isso a 1 quadra da praia, menos de 5 minutos de caminhada. E ainda temos outra surpresa, o quarto que haviam informado ao pessoal de informações turísticas estava com um problema no ar condicionado, mas possuíam outro um pouco menor e a um custo de US$145. Imediatamente aceitamos afinal a US$36 por pessoa que na cotação da época representavam cerca de R$63, um preço irrisório considerando onde estávamos e a qualidade do hotel. Vale dizer que o quarto possuía uma cozinha, com geladeira, forno e fogão, então os gastos com alimentação foram reduzidos em muito.

 

Os próximos 3 dias aproveitamos o hotel, a praia, cassino e passeamos pela cidade. No final acabamos não fazendo nenhum passeio adicional, porém somente os passeios pelo centro de punta, a marina e principalmente o pôr do sol visto da praia mais do que compensaram a viagem. Como já escrevi muito sobre a ida vou dizer sobre a volta apenas que deixar 1200km para serem feitos em um dia é loucura, mesmo revezando motoristas. Saímos de punta as 10:00 e chegamos em Camboriú somente as 23:30, parando no total menos de 1 horas durante todo o dia. Ah o carro agüentou os 3000km depois do acidente sem reclamar.

Bom fica aí meu relato, quem tiver alguma dúvida favor perguntar que respondo com prazer.

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