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Olá caros viajantes!

 

Ao longo de 25 anos de viajens a trabalho e turismo, tenho o privilégio de conhecer as principais praias brasileiras, sendo algumas famosas e badaladas e outras não tão famosas, mas de visual paradisíaco. Da Praia da Princesa, na Ilha de Algodoal – Pará até Barra do Chuí – Rio Grande do Sul, o litoral menos conhecido é o do Maranhão, Piauí e Espírito Santo.

 

Pelo meu perfil, considero a pérola negra do litoral brasileiro, as praias de Alagoas, principalmente o litoral sul(de Maceió a fóz do rio São Francisco = Costa dos Coqueirais). A inauguração da AL 101 Sul em 1993, revela ao viajante a “essência da naturalidade”. Já no litoral norte(Costa Dourada) o viajante encontra muito mais conforto e badalação, pois a Costa Dourada liga Maceió a Recife... Enfim, o litoral de Alagoas e Pernambuco é abençoado por visuais espetaculares devido a segunda maior barreira de corais do mundo, sendo a primeira na Austrália. Esta formação de corais faz com que nessa parte do litoral brasileiro seja relativamente raso, formando assim aquela reverberação do azul turquesa ao verde esmeralda, simplesmente um visual hipnótico.

 

Em outras oportunidades já percorri a pé 80% do litoral alagoano(260 km), pretendo em 30 dias repetir esta façanha, com a grande vantagem de conhecer muitos detalhes de acessos a várias praias, “segredos” das marés e ter convivido 6 anos e meio com a sabedoria inigualável dos nativos.

 

sem reservas

Belém do Pará

Editado por Visitante
  • 1 mês depois...
  • 1 mês depois...
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Caros leitores viajantes, eis nosso roteiro executado.

 

Partimos(eu e minha namorada) de Belém do Pará com destino a Maceió e posteriormente Piaçabuçu(extremo sul de Alagoas) que faz divisa com o Estado de Sergipe. Nesta pequena, pacata e encantadora cidade(onde foi filmado “Deus é Brasileiro”) é o ponto de partida das escunas e lanchas que “descem” o rio São Francisco até a fóz. Este circuito é procurado por um grupo seleto de turistas que buscam em Alagoas o tradicional(e famigerado) pacote de 1 semana para conhecer “apenas” 7 praias das 62 existentes. Como o nosso objetivo era a comunidade quilombola do Pixaim, sempre rejeitamos o assedio maciço dos pilotos de lanchas e agências que vão até a fóz.

 

Estávamos bem equipados e preparados, pois o Pixaim não é para qualquer turista desavisado, pois trata-se de uma minúscula comunidade encravada nas dunas do Peba(18 km). Lá vivem 45 remanescentes de escravos, que buscavam ali a verdade paz e liberdade! E foi isso que encontramos, foram 3 dias de muita ação, pois apesar da extrema beleza natural, qualquer caminhada exige muito esforço físico. Quem já teve o privilégio de caminhar em dunas imensas, sabe do que estou falando, é como se caminhasse 3 passos e só rendessem 2...

Mas sempre vale qualquer esforço para estar neste pequeno paraíso. A hospitalidade acolhedora do Seu Aladim, que é uma espécie de conselheiro da comunidade é impressionante, assim como sua memória, pois lembrou-se das outras duas vezes que estive visitando-o, com vários amigos.

 

Apesar dele(Seu Aladim) ter sido âncora das duas reportagens que já saíram na revista Terra(Os Caminhos da Terra), e com a promessa dos repórteres de que a partir de então os turistas iriam aparecer, isso infelizmente nunca ocorreu, pois em Piaçabuçu não se ouve sobre outro lugar a não ser a fóz... São raríssimos os turistas que lá aparecem, bem como ajuda do governo, transportando assim a comunidade a um total abandono e desalento. Quando citei sobre a extrema beleza natural do lugar, lembro-me do relato dos moradores sobre a visita de um fotógrafo profissional que após dias de convívio e muitas fotos tiradas, conseguiu com essas imagens o primeiro prêmio em um concurso internacional, o título de suas fotos eram: O povo que faz tudo sobre as areias...

 

Após 120 anos da abolição da escravatura, o Pixaim continua o mesmo, sem as modernidades e confortos da cidade, nada de água, energia ou transporte. Tudo tem que ser programado para que uma aventura no paraíso não torne um pesadelo!

 

Após a estada no Pixaim, que também incluiu uma visita a fóz(3,5 km de caminhada) fomos ao Pontal do Peba. São 18 km de dunas móveis que formam a Estação Experimental de Piaçabuçu, protegida pelo IBAMA e reservada para a desova das tartarugas marinhas. Quando chegamos no Pontal do Peba já se notava o avanço do mar em conseqüência do aquecimento global. Muitos imóveis na orla com placas de Vende-se e outros abandonados...

Parece que o espírito tinha ficado no Pixaim, a impressão era de que estava faltando alguma coisa, aquela paz e tranqüilidade era(nem tanto) substituída pelo conforto e segurança da Pousada Chez Joulie que tem como proprietário um ex-embaixador belga, quando aposentou-se em Brasília decidiu viver no Brasil e radicou-se no Pontal do Peba. No outro dia fomos ao Miaí de Baixo, que apesar do belo visual parecer que é uma praia só, mas são 5 praias passando pelos municípios de Piaçabuçu, Feliz Deserto e Coruripe.

 

Praias de sul ao norte:

- do Peba

- do Pontal do Peba

- da Flexeira

- do Toco

- Japu

- do Poço

- Miaí de Baixo

 

Do Miaí de Baixo fomos direto ao Pontal do Coruripe onde permanecemos 12 dias e caminhamos pelas praias de Miaí de Baixo até Lagoa Azeda no município de Jequiá da Praia. Em Barra do Jequiá encontramos um pequeno alvoroço de turistas, esta praia é uma das 7 do pacotão da EMBRATUR, CVC, etc... Nos 12 dias que montamos nossa base no Pontal do Coruripe, hospedamos na eclética e poliglota Pousada da Ada que apesar de existirem outras 8 Pousadas na região(Pontal de Coruripe e Lagoa do Pau) é a única que tem uma atenção diferenciada, área verde exuberante e um café da manhã e jantar no melhor estilo europeu. A proprietária é italiana e está radicada no Pontal a 24 anos, fala 5 idiomas e conhece muito bem as necessidades dos viajantes que lá buscam o “descanso do guerreiro” fazendo com que os mesmo se sintam muito a vontade...

 

- Miaí de Cima

- Barreiras

- Pontal do Coruripe

- da Lagoa do Pau

- da Pituba

- Barra do Jequiá

- da Lagoa Azeda

 

Da Lagoa Azeda ao Gunga foi possível observar o devastador avanço do mar, fazendo com que as famosas da Lagoa Azeda venham a desabar... Sem dúvidas nesta parte de Alagoas seria um excelente cenário para enriquecer o documentário Uma Verdade Inconveniente de Al Gore.

Após o Gunga começamos a caminhar pelas famosas, badaladas e fervilhantes(de banhistas) praias urbanas. Com tudo isso vem a poluição, péssimo atendimento e assaltos. Ah que saudades das vilas de pescadores, lá sim é que existe paz e relax total!

 

 

- do Gunga

- Barra de São Miguel

- do Francês

- Saco da Pedra

- do Pontal da Barra

- do Sobral

- da Avenida

- Pajuçara

- Ponta Verde

- Jatiúca

- Cruz das Almas

- Jacarecica

- Guaxuma

- Garça Torta

- Riacho Doce

- Pratagi

- Ipioca

- Costa Brava

- Paripueira

- Sonho Verde

- Tabuba

 

Na travessia da Barra de Santo Antonio sincronizamos novamente com a paz local e o que nos chamou mais a atenção foi a coloração azul turquesa da água, realmente estava demais, um visual hipnótico que nos acompanhou até São José da Coroa Grande.

Neste trecho estão as praias menos conhecidas(pelos próprios nativos) do Estado de Alagoas. Neste trecho abusamos do snorkel e fotos submarinas, com destaque para a praia do Marceneiro em São Miguel dos Milagres.

 

- Barra de Santo Antonio

- Carro Quebrado

- Pedra do Cebola

- da Ponta do Gamela

- do Morro

- da Barra do Camaragibe

- do Marceneiro

- do Riacho

- São Miguel dos Milagres

- do Toque

- Porto da Rua

- Tatuamunha

- Lages

- Patacho

 

Em Porto de Pedras alugamos uma casa mobiliada com ótima localização(próximo do porto da balsa). Dali percorremos a parte sul até a Praia do Riacho e a parte norte até São José da Coroa Grande. Passando por Japaratinga e Maragogi constatamos outra vez o avanço rápido do mar, alterando até o trajeto da rodovia original. O visual estava incrível. Com certeza volto a morar em alagoas num futuro próximo. Das 62 praias visitadas, as escolhidas foram Barreiras em Coruripe ou Marceneiro em São Miguel dos Milagres. Que todos tenham vida, venham e vejam!!!

Foram 260 km caminhados em 40 dias com o custo de R$ 6.000,00.

 

- Porto de Pedras

- do Pontal

- Boqueirão

- Barreiras do Boqueirão

- Bitingui

- Japaratinga

- São Bento

- Maragogi

- Burgalhau

- Barra Grande

- Xaréu

- Ponta do Mangue

- Peroba

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