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Na manhã do dia 14/05 a expectativa era grande, pensava como seria aquela semana de folga na Chapada e se eu ficaria maravilhada com o que eu veria, no final de uma semana a conclusão foi positiva. O vôo saiu no horário as 08:30hs da manhã, as 11:00hs eu desembarcava em Salvador. A caminho do setor de bagagens, eu estava descendo as escadas rolantes e ouvia um burburinho de uma mulher brincando com sua bebê de poucos meses de vida. Eu olhava para o nada e quando virei e dei de cara com aqueles olhos negros daquela bebezinha, a danadinha abriu um sorriso largo e deu aquela gargalhadinha que só crianças têm o dom de proporcionar. Sorri de volta e constatei que a viagem havia começado muito bem. A Fernanda iria me buscar no aeroporto e ficariamos matando o tempo em Salvador já que o ônibus para Mucugê só sairia as 20:30hs. A guria estava atrasada e combinamos que nos veriamos a noite na rodoviária, e eu que não perderia tempo, fui logo caçar o que fazer em Salvador.

Decidi visitar o Elevador Lacerda, que do Aeroporto para lá basta pegar o ônibus Praça da Sé que sai dos arredores do Aeroporto, o valor era R$ 3,00 e levei 2 horas e meia para chegar ao elevador (ponto final). Vi por diversas vezes, mulheres carregando baldes, bacias e etc na cabeça, costume comum acredito eu. Você paga miseros 0,15 cents para descer e mais 0,15 cents para subir. Não curti o lugar, o que trago de bom dali foi apenas a Torta de chocolate que comi em frente a entrada do elevador.

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No caminho, vi dois lugares que me interessaram. O forte, e o Museu Naútico (farol) ambos na Barra. Passei no forte e tirei algumas fotos e em seguida, caminhando fui ao museu e a parte de cima é muito bacana para papear e tirar algumas fotos. O vento era tanto que o cabelo não colaborava e as fotos ficaram digamos, em movimento rss. Como achei que demoraria para chegar na rodoviária, parti para lá para não atrasar. Eram 17:30 e já estava esperando a Fernanda que só chegou as 19:30hs.

O ônibus saiu no horário e desceriamos em Itaberaba para subir no outro bus com destino a Mucugê pois no Sábado o bus não vai direto. Chegamos em Itaberaba no horário previsto, 23:45hs mas, após algum tempinho percebi que a funcionária estava conversando com um casal que também iria para Mucugê, e ouvi ela dizer que não havia ônibus reservado para essa viagem.Ao total, eram 6 pessoas sem ônibus e motorista. A Aviação Águia Branca finalmente resolveu o problema e partimos uma hora após o previsto.

Chegamos em Mucugê as 04:30hs com um friozinho tipico da região por ser serrana. Eu já estava encoberta com meu saco de dormir e ficamos em frente a padaria esperando o Fabricio, que me foi apresentado pelo Clayton. Fabricio vive em Mucugê e após alguns dias de conversa pela internet, se prontificou em auxiliar e acompanhar Fernanda e eu nos passeios pelos arredores. Aqui, deixo um adendo de que grande parte da viagem, e a perfeição pela maneira como ela aconteceu, devo aos amigos Clayton, Fabricio, Tchê e Marcelo que ajudaram com que minha trip fosse perfeita, me proporcionando conhecer lugares incriveis que citarei no decorrer do relato.

Estava combinado as 06:00hs com o Fabricio que fez questão de chegar antecipadamente. Imagino a sua surpresa ao chegar e ver duas gurias enroladas em saco de dormir e a outra com cobertor em frente a padaria que custou a abrir. As apresentações foram feitas e a primeira impressão que depois foi confirmada é que estavamos em boas mãos. Partimos para o posto local para abastecer e tomar um café já que a padaria insistia em nos ignorar, tudo pronto e partimos para o primeiro passeio fantástico. O Buracão.

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Chegamos em Ibicoara e precisavamos encontrar um guia que nos levasse pois é obrigatório a presença de um guia para esse passeio. Na entrada da trilha tem portaria e tudo, onde se paga uma taxa de R$ 3,00 e só então começa a caminhada. A trilha é tranquila, caminhada leve seguindo o rio com aquela cor de Coca-cola e várias pequenas quedas no decorrer do trajeto. Logo a frente passamos por um mirante e também pela cachoeira conhecida como Andorinha. Seguimos mais adiante, em alguns pontos há escadas de madeira para auxiliar o percurso e rochas bem marcadas que não escorregam nada. Enfim, chegamos ao buracão e a imagem é perfeita, aquelas fendas nas rochas tipicas da Chapada que enfim, pude conhecer. Mas, ninguém me preparou para o que estava por vir.

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Do lado esquerdo do Buracão, há uma grande fenda e foi por essa fenda e pelo rio que subimos a correnteza suave para dar de cara com a cachoeira do Buracão. Nossa!!!! Para tudo. Que lugar sensacional!!!... Eu que me afogo embaixo do chuveiro, com colete fui até embaixo da cachoeira e me diverti horrores. Ficamos um bom tempo nequele encanto de lugar fazendo ótimas fotos que até a pior das máquinas conseguem uma imagem perfeita e videos que vão ficar guardados para sempre.

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Hora de partir, conhecemos algumas gringas e combinamos de beber alguma coisa em Ibicoara para comemorar. Todos estavam animados e eu provei a tal de brejão, cachaça local. A primeira vez que tomei cachaça como se fosse Tequila, com sal e limão. Eu gostei mas, a cachaça de Monte Alegre do Sul ainda é minha favorita. :)

Na volta para Mucuge, o Fabricio identificou o carro das gringas parado na estrada com fumaça saindo para todo lado. Ele sempre muito solicito e gentil, tentou de todas as formas ajudar e fazer o carro funcionar mas, sem sucesso. Como já era tarde e ele precisava acordar cedo no dia seguinte, e havia mais gente do que o carro dele podia suportar, o jeito foi largar o carro em uma empresa na Rodovia e o pessoal esperar o úlitmo ônibus que estava para passar por ali.

Jantamos pizza de uma maneira diferente, nas pizzarias da região eles não disponibilizam Pratos e talheres, você come os pedaços de pizza com pegadores feitos com a própria embalagem da pizza. Diferente mas, a fome era tanta e a pizza estava muito boa e ainda mais acompanhada de vinho para relaxar e proporcionar uma noite relax. A última boa ação do Fabricio foi conseguir um quarto para Fernanda e eu por apenas R$ 10,00 por pessoa na pousada Capim Rosa Chá. Lá conheci o tal mosquiteiro que fica acima das camas e que na madrugada foi muito bem utilizado, pois acordei com os mosquitos me perturbando. Soube até que se você oferecer uma cama sem mosquiteiro a uma visita, você está sendo indelicado.

 

Logo continuo o relato...

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No dia seguinte não teriamos a companhia do Fabricio pois era Segunda-feira e ele precisava trabalhar. Fernanda e eu encontramos uma padaria para um rápido e café e tratamos de procurar transporte para visitar o Poço encantado e o Poço Azul. O Táxi ficou fora de cogitação, nos foi cobrado R$ 150,00 e teriamos horário para voltar pq o taxista tinha outra corrida as 16:00hs. Perguntamos a meio mundo até que conheci o Tchê, um gaucho que já vive a 12 anos em Mucugê. Ele tentou com vários amigos mas, todos ou estavam com os carros em uso ou cobravam caro demais. Até que ele enfim, conseguiu uma moto com um amigo com o preço camarada de R$ 50,00 ao total. Fechamos com certeza mas, era uma Moto CG 150 para três pessoas.

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Bom, o pacote foi fechado com emoção rs.

E partimos então nessa aventura, primeiramente pela rodovia e em seguida por estrada de terra. Até o Poço Encantado foram 42 km. Lá conhecemos o Miguel, o proprietário que nos informou que o poço já estava fechado por 3 anos, e que só reabriu agora em Março, para a nossa sorte e contemplação. Descemos alguns lances de escada (motivo pelo fehamento do Poço) e logo estavamos na entrada da gruta. Mais um pouco de descida e então visualizamos aquele lugar realmente encantador. O tempo não estava muito bom mas, foi generoso e no momento que chegamos o Sol lançou seus raios para que pudemos ver aquele espetáculo de que tanto ouvi falar.

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Ficar ali foi mágico, não queriamos sair de lá mas, tinhamos um longo caminho ainda a percorrer e a moto não poderia ficar a disposição por muito tempo. Quando decidimos sair, o Sol partiu também e o segundo grupo que estava chegando não teve a mesma sorte que a gente.

A taxa para visitação é de R$ 20,00 mas, que valeu a pena um bocado. Partimos para o Poço Azul, também localizado em Itaetê, e confesso que já estava me sentindo desconfortável pelo aperto na moto e pela estradinha de terra nada favorável.

Para chegar ao Poço Azul, você deve atravessar o Rio Paraguassu com um barqueiro que fica esperando na beira do rio. Atravessa carros e somente pessoas, ambas são R$ 2,00 por pessoa. Você assina o livro e já tem que descer com roupas para entrar na água, pois no Poço Azul é permitido a flutuação com Snorkell e coletes que os guias fornecem. A taxa de entrada, independentemente se você vai entrar na água ou só olhar, é de R$ 10,00.

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A água estava uma delicia, e mais uma vez tivemos a sorte de sermos agraciadas com o raio de luz que deixava a água Azul e muito transparente. Ficamos nadando por uns 10 minutos e então decidimos continuar nosso caminho. Eu sai meio tonta da água, uma sensação de mal estar que durou o dia todo.

Mais uma vez, os três na moto e mais solavancos até chegar enfim, na rodovia. Ai ficou mais tranquilo mas, ainda assim desconfortável. Eu já estava com fome e ainda indisposta, e nesse dia meu joelho começou a dar sinais de que iria dar trabalho.

Chegando em Mucugê no final da tarde, bebemos algumas para comemorar e bater papo. Nessa noite a Fernanda iria voltar para Salvador e eu continuaria a trip sozinha. Eu precisava agora procurar trasporte para ir para Guiné pois o roteiro agora era fazer a travessia Guiné-Capão de 18Kms.

Desocupamos o quarto da pousada e voltamos a praça para bebericar mais um pouco, no caminho, vi que havia uma Van que estava partindo para guiné, que falaram que só sai 12:00hs todos os dias, e já eram praticamente 17:00hs. Não exitei, perguntei se cabia mais uma e a van já estava lotada. O rapaz disse que daria um jeito mas, precisava esperar a van encher. Cidade pequena, são sempre os mesmos a pegar aquela van voltando do trabalho. O Tchê mais uma vez, deu uma força. Chamou o amigo dele Marcelo e intimou ele a me levar de Moto (de novo) com segurança para Guiné. Foi ai que conheci o Marcelo, super gente boa também e alto astral lá em cima. Meio maluco mas, gente boa rs.

Conversamos rapidamente, e quando ele perguntou se eu havia conhecido o Sempre Viva, e disse que não, em menos de 10 minutos de conversa estavamos partindo para o projeto Sempre Viva para conhecer o lugar. A correria foi tanta que até esqueci a máquina e não tirei fotos do lugar. Mas, vai ficar na memória com certeza. A parte de cima da cachoeira de lá para ver o por do sol foi fenomenal.

Voltamos para a cidade, Marcelo foi para o curso e eu tomei mais algumas esperando que ele voltasse para ir para Guiné. Nesse meio tempo, a Fernanda partiu para Salvador e eu estava indo para a Fazenda Boa vista, para descansar e na manhã seguinte partir para o trekking Guiné – Capão.

A estadia noturna na casa de Marcelo foi muito educativa, conheci o Apiário e aprendi mais sobre as Abelhas, achei muito interessante e fiquei pertinho delas sem sentir medo, confiante é claro, pelo conhecimento do Marcelo.

Na manhã seguinte, ao invés de fazer o trekking decidimos que iriamos partir para o Capão e conhecer os atrativos de lá. Mais uma vez, lá vai eu na moto e não pense que o Marcelo ia devagar, corremos e muito mas, sempre com cuidado. Primeiro passamos em Palmeiras para abastecer pois em Capão não tem posto de gasolina, não tem banco e nem pega sinal de celular. O primeiro atrativo claro, foi a cachoeira da Fumaça com seus magnificos 380mts de altitude mas, na subida você têm a visão do Morrão a todo tempo. O nível da água estava baixo mas, ainda sim um espetáculo de se admirar.

Começamos a subida as 11:00hs e com 2 horinhas você chega até a cachoeira. Do lado esquerdo, você visualiza ela por cima e pelo lado direito você visualiza o perfil da cachoeira. A trilha é bem batida mas, quando passar pelas rochas, cuidado que seguindo em frente você vai parar na Cachoeira do Km21 então, quando começar a pisar em pedras, comece a quebrar para a direita.

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Depois eu vi fotos da cachoeira com um volume de água maior e era sensacional, pretendo voltar em uma outra epoca para ver de perto aquela beleza e escutar o som da queda quando tocar o chão lá embaixo.

O tempo estava fechando e decidimos voltar, não antes de sermos agraciados com a visita de um Mocó, muito curioso que após ver que não iria ganhar comida, correu saltitando para o alto com uma pressa danada.

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Mas, o final do dia ainda estava longe e após comer uma feijoada com salada cheia de Pimenta forte, partimos para a cachoeira do Riachinho. Um lugar escolhido para ver o por do sol e curtir um Tbummm gelado mas, revigorante. O dia então foi chegando ao fim e tratamos de ir procurar um lugar para dormir. Ficamos na casa da Dona Miúda e do Naldo, apicultor conhecido da região que nos abrigou gentilmente. O café da Dona Miúda é sensacional, passando por Capão, não deixe de bater na porta e experimentar. O dia seguinte seria enfim, um trekking de capão para Lençois mas, após muita conversa decidi que não seria uma boa idéia. O trekking eu faria sozinha e os guias informaram que a trilha já estava praticamente fechada pois não havia mais essa travessia com os turistas. O turismo no Capão está bem no estilo turista preguiçoso mesmo, do tipo que vai e volta de carro buscando em pontos estratégicos. As trilhas mais pé na lama só uma minoria faz ainda hoje em dia. Bom, depois de falarem tanto e pela preocupação visivel de todos, decidi que não faria sozinha e que em Lençois eu faria algo do tipo. Voltar para SP sem um trekkizinho seria triste rs. Por outro lado, meu joelho agradecia pois sempre no final do dia, o jeito era tomar um Dorflex e tentar não movimentar muito. A descida da Fumaça foi gritante, o joelho realmente estava com problemas que eu sabia que teria que verificar assim que voltasse para SP, pois, normal é que ele não estava. Bastava caminhar demais ou pegar peso e pronto, até subir e descer já ficava complicado. Um bom banho e depois uma noite bem dormida para repor as energias para o dia seguinte.

 

...

  • Membros de Honra
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Oi Lucil,

 

O relato está show!! estou acompanhando desde o primeiro post!

 

Consegiu fotografar um mocó??!!!!! que massa!!!

 

Infelizmente só consigo fotografar bichos qdo estou de férias (sempre viajo pra Chapada) pois em feriados a Chapada Diamantina enche de turistas e não de Trekkers como nos bons tempos.Uma pena as boas travessias perderem seu espaço para os passeios com carro, as estradas vicinais ficam lotadas de animais mortos, a quantidade de carros é mto grande!!.

 

 

Uma boa pedida seria se vc chegase em Lençóis e fizesse a trilha Lençóis X Capão (a antiga trilha das mulas) é fantástica com um pernoite em Águas Claras e depois alguns dias fazendo as trilhas do Vale do Capão: Angélicas, Purificação, Rodas e Rio Preto, Trilha do 21, Poço do Gavião e Serra do Candombá, são trilhas estilo "bate e volta" mas que é bem bacana pernoitar tb, principalmente no Poço do Gavião o pernoite é espetacular!!!

 

abraços!!!

 

Fernanda

  • Membros de Honra
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Ah!! esqueci de comentar a cena antológica na motoca!! cara, vc é guerreira!!! ahuahuahuahuahua

 

vai ter histórias pra contar pros netos!!! rsrsr

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Oi Fernanda,

 

Que bom que está curtindo o relato, hoje deixo mais um pouco. Pena não conseguir postar tudo de uma vez, correria do dia a dia né, feliz mesmo e sossegada eu estava na Bahia, sem me preocupar com nada rss.

 

Ainda bem que não vi nenhum animal morto, pelo contrário, vi muitos animais lindos e dentre eles esse Mocó. Depois posto o video no Youtube com a gravação qe fiz dele.

 

Segue mais um dia da viagem, mais fotos no Picasa:

 

https://picasaweb.google.com/ludlown/ChapadaDiamantinaBA1405A220511#

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Me despedi do Marcelo logo após ele me deixar no meio do caminho para a cachoeira da Purificação. Seriam 12 km no total, passando pela serra do bomba e depois pela cachoeira Angélica. Tivemos uma leve queda da moto pois o caminho era puro barro mas, nada demais, só a moto que escorregou mesmo e tombamos de leve.

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Segui sozinha para a trilha, passando por três rios, encontrei a placa indicando o inicio da trilha para o Pati e Gerais do Vieira. Peguei a direita e fui seguindo pelo rio, logo encontrando a cachoeira Angélica. Há vários pontos para descer e pegar água ou mergulhar. Continuei andando e acabei chegando nos gerais do vieira, infelizmente, não encntrei essa cachoeira da purificação. Em compensação, tive uma ótima vista dos Gerais e passei um tempo contemplando aquele lugar.

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Eu caminhava devagar, sem pressa pois meu dia seria daquela forma, e a noite as 20:30hs partiria para Lençois. Voltei novamente para a cachoeira Angélica e passei a tarde ali.

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Na volta, parei em uma lanchonete onde senti o cheiro de pão caseiro e que foi muito convidativo. Estava delicioso, comi demais só não conto quantos pães comi por vergonha rss. A noite, parti para Lençois e me despedi de todos que conheci no Capão.

Não há ônibus direto de Capão para Lençois então, é necessário pegar uma van e descer em Palmeiras e de lá sim, partir para Lençois. Tanto a passagem da van quanto o ônibus, você compra na praça em Capão.

A viagem foi tranquila e por volta de 0:20hs cheguei em Lençois, sem nem saber onde eu iria dormir. Passei a ponte da rodoviária até o centro de saúde, e vi a placa “hospedagem e camping Primavera”. Bati palmas e enfim, um Sr muito simpático me atendeu e foi logo tratando de acordar a esposa, a Dona Luiza para me abrigar. Fechamos o valor de R$ 40,00 para passar a noite de Quinta, e eu saindo no Sábado a tarde. Achei o preço ótimo e no decorrer da estadia, ainda ganhei almoço, café, Cuscuz e pão doce :)

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Tomei um rápido banho e desmaiei na cama, sem deixar de notar dois Vagalumes que estavam passeando no quarto. Sorri e então adormeci, já com o roteiro preparado para o dia seguinte, que contarei em breve.

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Acordei antes das 07:00hs, a idéia era visitar o Ribeirão do Meio e o Salão de areia, pois havia pedido informações sobre a cachoeira do Sossego e soube que eram deliciosos 12kms mas, que o acesso era feito com guia. Porém, como o Clayton já havia me passado todas as dicas de como chegar na cachu, quando tomava meu café o pensamento não era outro se não, conhecer a cachoeira. Então decidi por fim, que esse seria o meu roteiro do dia, e no dia seguinte eu visitaria as grutas da região.

Segui em direção a Rua dos Pretos, uma rua calçada e com casas tipicas de ambos os lados, sem quintais, onde as portas da frente davam diretamente na rua. Achei o máximo, interessante e tipico do lugar. Continuei seguindo e logo você vai ver um caminho de terra batida, larga para passagem de carros. Conitnue seguindo sempre sem sair desse caminho, logo a frente, vai encontrar uma placa de proibibo estacionar motos. Uma escadaria de pedra surge logo em frente, siga por ela e mantenha-se sempre nesse caminho. Após uns 40 minutos de caminhada, você vai ver um quiosque de venda de salgadinhos e bebidas, ai logo mais a frente, uma entrada na terra batida para a esquerda, ela não é tão visivel mas, também não é tão escondida. Se você seguir em frente, vai chegar no Escorregador, se entrar a esquerda, vai para a trilha da cachoeira do Sossego.

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Continue por essa trilha, no dia, estava uma garoinha fina mas, que não atrapalhava em nada. Logo, surge uma imensidão de pedras onde já estão bastante pisadas e com isso, facilitando ainda mais o percurso. Siga sempre reto, é só não se desviar que logo você estará em uma trilha de terra e pedras menores novamente.

Quando surgiu um pequeno rio, havia um chileno e um guia petiscando pães e descansando. O guia fez cara feia quando eu respondi que estava sozinha e que estava indo para a Cachu do sossego. Realmente, trilhas assim sozinha não é lá muito responsável mas, eu estava sozinha nessa trip e estava adorando. Continuei seguindo meu caminho, ouvi alguns resmungos mas, quem liga?

Continuei seguindo por mais 1 hora e meia, em alguns pontos, há alguns abrigos simples. No último deles, já ao lado do rio, você começa a seguir pelas rochas do rio, sempre subindo e seguindo as pedras mais pisadas, sempre tentando encontrar o melhor jeito para passar o rio. Eu que não estava afim de molhar a bota já.

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No caminho, encontrei um casal de Recife, Sabrina e Felipe mais perdidos que passarinho fora do ninho. Na semana anterior, eles haviam tentado chegar na cachoeira, e fizeram todo o percurso pelo rio, no final das contas, passaram um dia inteiro subindo o rio e desistiram no meio do caminho sem encontrar a cachoeira. Eu aprovo a persistência rs

Logo, passei por eles e continuei seguindo sempre seguindo a trilha mas, subir rio é cansativo e haviam pontos que minhas pernas curtas dificultavam os pulos de um lado ao outro. Foi quando vi uma trilha que ia por cima das pedras, no morro a esquerda. Não pensei duas vezes, subi e lá na frente comecei a descer, não antes de passar por uma casa de pedra de garimpeiros.

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Era bem ingreme e fiz tudo com muito cuidado e paciência, qualquer deslize eu estava lascada rs. Eu pensava mesmo era na subida, enquanto descia e se eu iria conseguir transpor a altura. Quando cheguei ao rio novamente, vi bem ao longe o casal de Recife, que não quis subir comigo, pois o Felipe achou que o caminho que eu estava escolhendo era o errado e que acabaria saindo do outro lado do Canyon. Imagina a cara deles quando chegaram uma hora depois no Sossego e eu já havia nadado, passado frio, comido pão e ainda bati um bom papo com um Rapaz de Guadalupe, muito falante e que não parava de fazer perguntas, queria saber como se falava tudo em Português. Foi divertidissimo ficar fazendo mimica, e o guia que estava com ele não parava de dizer como ele era maluco, e que estava dando um grande trabalho rs.

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Consegui um pouco de silêncio para desfrutar o lugar, quando ele decidiu ir para dentro da cachoeira depois de saltar uma pedra alta, que eu me recusei a pular quando me convidou. (tenho juizo, e não sei nadar rs). O lugar é fantástico, valeu cada km percorrido e cada pedra saltada com essas pernas curtas rs.

Eram 14:00hs já e decidi voltar, seriam mais 3 horas de caminhada e ainda queria passar no escorrega. A volta, foi tranquila e dessa vez, Sabrina e Felipe não quiseram se distanciar de mim, pois a Sabrina estava com um tênis de corrida e que escorregava muito. Sugeri que ela passasse alguns pontos apenas de meia, pois iria aderir muito mais. Fora isso, preferiram subir as rochas também, para ficar o menor tempo possivel descendo o rio.

A subida por cima do rio foi uma escalaminhada bacana, na manhã seguinte levantar os braços doía um pouco. Seguimos, e quando chegamos naquele abrigo onde o caminho continuava pelo rio, esperei o casal que demorou uns 20 minutos para chegar, e o tempo corria. Me despedi, e segui pois se não fosse assim, não conseguiria ir ao escorregador de Itu.

Apertei o passo, nem vou comentar que o joelho já estava doendo e eu mancava horrores mas, engoli a dor e continuei o percurso, a noite eu descansaria e daria os devidos cuidados ao joelho. ::prestessao:: Cheguei no escorregador no finalzinho de tarde, fiquei alguns minutos pois não vi graça.

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Isso por que para quem viu a cachoeira, e estava com dor, ficar vendo um rio não iria me animar, pois eu já estava de mal humor por causa da dor. Dor e sono me deixam assim rs.

Voltei o caminho rumo a cidade, ainda precisava fechar o passeio para o dia seguinte, pretendia fazer o complexo das grutas da região mas, a Dona Luisa na noite anterior se prontificou a cuidar disso pra mim. Até passei em algumas agências para ver os valores, ficava em R$ 120,00 para o dia todo. Porém, como não sabia se ela tinha visto alguma agência, não fechei com nenhuma. Já pensando que teria que caminhar até a cidade novamente para fechar o pacote antes que fechassem e ainda não daria sossego ao meu joelho.

Quando cheguei na hospedaria, dona luisa me esperava preocupada e já foi falando que havia preparado o almoço pra mim, (seria janta) e que não cobraria nada por isso. Ficou horrorrizada quando eu disse que fiz a trilha para o Sossego, pois considerava perigosa. Nisso, um casal havia se hospedado, ambos bombeiros e conversamos um tempo antes que eu me rendesse a ir comer e tomar banho, devido aos pedidos da Luisa, pois para ela, eu estava muito cansada e precisava me recompor rs.

A noite, após comer uma farta comida e tomar um belo banho, ficamos o casal de bombeiros e eu papeando sobre o que fariamos no dia seguinte. Eu disse que faria as grutas, e que a dona Luisa já havia fechado o pacote pra mim com a Eco tur por R$ 80,00 e que só precisava eu dar o Ok para ficar tudo certinho. Lógico, que concordei. O casal iria fazer um rapel e insistiram muito para que eu fosse, porem, eu queria fazer esse passeio das grutas e como meu joelho não estava legal, achei que ia ser problema. Acabei recusando.

Tudo acertado para o dia seguinte, a agência passaria as 08:00 e seguiriamos para o passeio das grutas, que incluiam o Poço do Diabo, Rio Mucugezinho, Alto do Pai Inácio, Gruta da Lapa Doce, Gruta da Pratinha e a Gruta Azul. Que eu vou contar como foi em breve.

  • 2 semanas depois...
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A agência passou pontualmente e com mais duas pessoas, partimos para a visitação das grutas e Pai Inácio. O percurso total do passeio que duraria o dia todo é de 150km. O tempo estava nublado com um vento gelado, o primeiro lugar a visitar seria o Rio Mucugezinho e depois o Poço do Diabo mas, como o tempo não estava agradavel, decidimos ir direito a Gruta Lapa Doce já que é fechada e a neblina não iria atrapalhar. A gruta está localizada em Iraquara, onde há mais de 200 grutas só que apenas 6 são abertas para visitação. A gruta Lapa Doce têm 900mts de extensão, o passeio inicia de um lado e termina do outro, alguns pontos são proibidos a ultrapassagem para preservação.

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Há poeira por todo o percurso mas, as formações rochosas valem o lugar.

Logo no meio do percurso, têm a formação mais conhecida chamada de presepio. Em uma hora visitamos a gruta e já saiamos do outro lado, onde o motorista já nos esperava para dar continuidade no passeio. A taxa de entrada da gruta é de 15,00.

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Seguimos agora para a Gruta da pratinha, que dizem preservar uma parte da gruta mas, eles locam equipamento de flutuação e há também tirolesa, onde o final da queda é justamente na parte de preservação. Não bastasse essas controversias, ainda há peixes Bagre cegos que não são do local mas, foram colocados lá. A gruta é muito linda, pena que só dá para visualizar de fora, a entrada da gruta.

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O lago formado pelas águas da gruta é muito gostoso e merece um mergulho, mesmo por que a água é morna. Almoçamos no local e depois seguimos para a Gruta Azul, também no mesmo local só que do lado detras da Gruta Pratinha.

Não tivemos sorte pois como não havia Sol, não vimos o feixe de luz que faz as águas ficarem azuis. Mesmo assim, valeu a visita. Já era inicio da tarde e então, partimos para o Pai Inácio.

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A subida é super tranquila, e a vista lá de cima é muito legal. Já estive em lugares mais altos mas, estar acima dos morros é sempre prazeroso. O vento estava bem forte lá em cima e ficou dificil permanecer muito tempo. Lá de cima, pode ser visto o morro dos 3 irmaõs, imponentes e grandiosos, compostos pelo Morrão, Mucugezinho e morro dos Cristais.

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Descemos e seguimos para o último ponto de visitação, passando pelo rio mucugezinho até chegar no poço do diabo, lugar muito gostoso de parar e beliscar alguma coisa e curtir o som das águas.

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Ficamos um tempo e depois seguimos para a cidade, e este foi o final do passeio de Sexta-feira e já me despedia da viagem pois, no dia seguinte, meu ônibus partia as 13:00hs com previsão de chegada em Salvador as 19:00hs.

A agência me deixou na vila, jantei merecidamente e voltei para a Hospedagem, tomei um banho merecido e dormi muito bem. Sem pressa de acordar no dia seguinte.

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Acordei as 8:00hs e fui visitar o salão de areia, não antes de tomar um café da manhã caprichado. Estava sem pressa pois era só o que faria nesse dia, pois ainda nem havia arrumado minhas coisas. O salão é algo simples, dá para visitar tranquilamente e sempre pressa.

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É tudo baseado em formações rochosas e areias de cores diversas. As agências cobram R$ 25,00 para levar você lá, e a cachoeira do sossego é um dos passeios mais caros, R$ 100,00 para ir e voltar com direito a umas frutas. Economizei esse valor e ainda não precisei de ninguém me acompanhando.

Voltei para a cidade, almocei e fui arrumar minhas coisas. O ônibus saiu pontualmente as 13:00hs e as 19:00hs chegava em Salvador. Não gostei nada de Salvador e o ônibus que me levaria ao Aeroporto demorou mais de 2 horas para passar. Meu vôo saia na madrugada e fiquei esperando no aeroporto até a hora do Check-in.

 

E essa foi minha viagem para a Chapada Diamantina!!.. Se pretendo voltar? Commm certeza.

  • 6 meses depois...
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Menina, estou impressionada com a sua coragem! Eu jamais faria uma trilha como a Purificação sozinha nem andaria de moto pela estrada. Seu relato me serviu como guia para transporte, vou lhe explicar. Dia 08/01/2012 eu e mais dois amigos iremos ao Capão e, de lá, precisamos seguir até Ibicoara, pois, estamos fazendo uma pesquisa para o TCC de um amigo. O grande problema é a locomoção pela Chapada. Vi q vc solucionou esse problema com a moto, mas tb tinha a opção da van que pegava o pessoal que trabalhava na Guiné e morava em Mucugê, né? Vc tb disse q essas vans saiam todos os dias, as 21h. Vc saberia me informar se esse é um meio de transporte, um hábito na Chapada ter essas vans p transportar pessoas entre os municípios. Vc ouviu algo a respeito disso?

Desde já agradeço e lhe parabenizo pelo relato.

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