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paranapiacaba: a trilha e a sapatilha


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primeiro de maio, feriadão. ficaria eu mais uma vez em são paulo, mas surgiu umconvite para uma trilha em paranapiacaba.

 

havia mais de 20 anos que não punha os pés por lá. da última vez, eu ainda fui de trem até paranapiacaba. por hoje, tivemos que pegar o trem apenas até rio grande da serra, e pegar então um ônibus.

 

o convite se formalizou ontem à noite. cheguei em casa e arrumei a tralha na pochete, pois seria uma trilhinha de um dia apenas, como de fato foi.

 

o convite partiu de uma aluna, a raabe, e iriam também o namorado e um outro amigo. o fato é que eu estava lá pelas 6:40 já na estação santo andré, nosso ponto de encontro, mas o restante apareceu apenas lá pelas 8:10 da matina. fiquei cerca de uma hora e meia esperando, tomando cafezinhos e comendo pãezinhos de queijo. deu tempo até de conversar comum segurança que estava interessado na minha pochete (uma mont blanc de 12 litros).

 

quando os três chegaram, ivan e tiago estava no velho estilo trilheiro: bota, calças e etc. apenas raabe destoava, trajando uma espécie de blazer de material sintético, calças boca de sino, e um par de sapatilhas - não eram sapatilhas de escalada, mas aquele modelo que as meninas adoram, parecendo um par de sapatos de boneca... explicação: havia arrebentado o tênis de trilha dois dias antes, não dera temp de adquirir outro. bom, experiência de trilhas ela tinha, se topava fazer a trilha daquele jeito, ok.... em todo caso, era a mais chique na trilha, posteriormente....

 

nós demoramos a chegar a parapiacaba. tem-se que pegar o trem até rio grande da serra e aguardar o ônibus intermunicipal, que passa de meia em meia hora. claro que havia acabado de sair um.... e o próximo, no qual embarcamos ficara rapidamente ultra lotado, com gente muito barulhenta (adolescentes, na maioria), mas que desceram antes da vila de paranapiacaba.

 

já ali na espera do ônibus recebemos oferta de guias. em tese, os passeios em trilhas de paranapiacaba requerem, obrigatoriamente, o uso de guias. na prática, são desnecessários.

 

chegamos à vilinha inglesa de paranapiacaba passando das dez da manhã. paranpiacaba quer dizer "lugar de onde se avista o mar", em tupi. de fato, em dias não nublados, a vista alcança até itanhaém. o diacho é conseguir um dia não nublado em paranapiacaba, provavelmente o lugar com mais cerração do planeta terra.

 

atravessamos a vilinha, agora mais conservada do que da útima vez que andei por lá. foi construída pelos ingleses que administravam a estrada de ferro santos jundiaí, a partir do final do século XIX. as ruas ainda têm os nomes ingleses.... dali operava-se o sistema piaçaguera-paranapiacaba de locobreque, um sistema que permitia os trens subirem e descerem com segurança os 8% de inclinação da estrada na serra. nesse artigo da wikipédia há uma explicação do sistema:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Paranapiacaba

esse outro site é mais específico:

http://www.geocities.com/worksofmine/Locobreque.html

 

 

pegamos a estradinha para o distrito de taquarussu, e andamos cerca de 25 minutos, até que chegamos à trilha que dava inicialmente numa cachoeira, e depois se tornava a trilha da comunidade.

 

diz-se que essa trilha leva às ruínas de uma antiga comunidade hippie. diz o site da prefeitura de santo andré que é uma trilha longa e difícil de cerca de 1.400 metros, com uma vista indescritível lá de cima.

 

o fato é que foi uma das tirlhas mais molhadas que já fiz. boa parte do trecho inicial se faz acompanhando o riacho, até que o cruzamos e passamos a subir com ele distanciando-se à direita de quem sobe. a trilha é bem marcada, muito bem marcada, mas é de fato uma trilha cansativa, com um bom desnível (cerca de 300 metros, segundo os dados da prefeitura de santo andré), mas com a característica de ser bem enlameada e muito escorregadia. de fato apenas eu não tomei nenhum tombaço até o chão, talvez por ser o único usando um bastão de caminhada.

 

raabe, com suas sapatilhas, diveras vezes "dançou" na trilha.o ivan conseguiu uma queda de ficar estirado no chão....

 

íamos assim: eu na frente, com o bastão afastando as teias de aranha, raabe em seguida, depois tiago afastando outras teias de aranha com atesta (ninguém mandou ser alto, né?) e atrás, o ivan.

 

e assim fomos, subindo a trilha que serpenteava a encosta em direção ao topo, uma espécie de crista plana, onde havia uma série de grandes amontoados cúbicos de pedras. uma formação estranha, pois não servem de paredes, não são restos de construções... são apenas amontoados quadradões. não fosse a imensa neblina, teríamos uma vista linda, mas nada se enxergava a mais do que quatro ou cinco metros, ao meio dia! estávamos ficando ensopados em meio àquela neblina.

 

meia hora de descanso (lanchinho e água...) e descemos. por vezes, rolamos. por vezes, patinamos. a trilha, na volta, estava ainda mais escorregadia. no techo mais próximo ao topo, é perceptível que fora uma estradinha aberta por algum trator. é larga, plana, e está sendo ocupada progressivamente pela mata. mas não consegui divisar com teria chegado um trator ali.

 

há restos de fogueira lá em cima. parece ser um local que já foi usado para camping também, embora tenha espaço para no máximo umas 3 barracas. faz frio, e um frio muito úmido no topo. afinal, se está na altura das núvens da baixada santista...

 

levamos, a partir da estradinha do taquarussu, para subir, uma hora e vinte minutos. para descer, levamos 55 minutos. afinal, pra baixo todo santo ajuda, e rolar é aumentar a velocidade também.... hehehehehe

 

chegamos depois à vila debaxo de garoa forte. por sorte eu havia levado, além do fleece, a parka também. se subi com ambos na pochete, desci trajando a parka, dada a umidade generalizada.

 

mais uns vinte minutos na estrada do taquarussu e estávamos na vila inglesa, mais exatamente no bar da zilda onde algumas cervejas e lanches rechearam nossos estômagos. muita conversa jogada fora após, pegamos o caminho da volta, ou seja, o bumba até rio grande da serra e depois o trem. os três desceram em santo andré, e eu continuei até a luz, para pegar o metrô.

 

infelizmente ninguém lembrou de levar máquna fotográfica, mas só apareceriam a neblina ou a mata. ou a minha imensa cara feia...

 

agora vamos ao que de fato interessa:

 

para chegar: o trem sai da luz. a transferência do metrô par ao trem é gratuita. quem pegar diretamente o trem, pode pegar um bilhete de integração (que inclui o ônibus) por cerca de 3,35 reais. a passagem apenas do ônibus é 2,45.

 

 

chega-se por um lado da vila, e é necessário atravessar pela "ponte" que passa por cima da fia férrea.

 

há pousadas simples em paranapiacaba. há anualmente um festival de inverno por lá, em julho.

 

pra fazer trilhas na região, são altamente recomendáveis bota impermeável com solado bem aderente, um anorak e um bastão de caminhada forte pra apoio. e disposição pra ficar molhado. um fleece tb é fortemente recomendável, assim como uma eventual muda de roupa (eu troquei de camiseta, ao final, pois a que usei na trilha estava ensopada).

 

salvo para queles que gostam de carregar muita tralha, dá pra fazer tudo com uma mochilinha de ataque ou uma pochete grande, e cantis. eu fui com uma pochete de 12,5 litros, e uma garrafinha de 750 ml de água. na pochete, lanches, lanterna, dois sacos grandes de plástico para alguma emergência, um canivete suíço, uma camsieta de reserva, dois isqueiros, e um vidrinho de purificador de água (hipoclorido de sódio, "puriverd", achado em supermercados como "desinfetante para hortifrutícolas"), além, claro de carteria e da roupa: calça tipo espeleo da by, botas de trekking, fleece e parka, e o bastão de caminhada, muito usado hoje.

 

é isso. :mrgreen:

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