Ir para conteúdo

Bolívia/Peru/Chile em 26 dias


Posts Recomendados

  • Membros

Olá amigos mochileiros, venho compartilhar minhas impressões da viagem que fiz no mês de julho. Viajei com meu irmão e mais dois amigos. Meu roteiro foi baseado em sua maioria em informações super úteis que peguei aqui no fórum. Espero ajudar quem pretende fazer essa viagem que com certeza será a mais maravilhosa de suas vidas!

 

O roteiro foi o seguinte: BH -> Guarulhos -> Santa Cruz -> La Paz -> Copacabana -> Cusco -> Aguas Calientes -> Arequipa -> Arica -> Calama -> San Pedro de Atacama -> Uyuni -> Oruro -> La Paz -> Santa Cruz -> Guarulhos -> BH

 

 

Guarulhos

Quero aproveitar o relato para expressar minha ira contra o aeroporto internacional de Guarulhos. Como meu voo sairia no outro dia de manhã, tive que passar a noite por la. Incrível como não há nenhum lugar onde as pessoas possam descansar com um mínimo de conforto. Único assento são as poltronas mega desconfortáveis que não da pra deitar por causa dos braços de metal fixos. Não custava nada ter uns colchonetes ou qualquer almofadinha pras pessoas que precisam capotar la se sentirem um pouco mais amparadas. E o pior de tudo é que são muitas pessoas que passam a noite la, o aeroporto estava bem cheio e chega a ser engraçado as engenhocas que as pessoas fazem para tentar dormir. Enfim, peguei minhas malas e “dormi” no chão num cantinho no segundo andar... ::essa::

 

Santa Cruz de La Sierra

 

Chegamos no aeroporto internacional de Viru Viru, que é um pouco afastado da cidade e esperamos la um tempo pois um amigo estava vindo num voo que chegaria mais tarde. Quando enfim todos nos encontramos, pegamos um taxi para o Terminal Bimodal, onde pegaríamos o ônibus pra La Paz. O taxi foi a primeira aventura, pois estava correndo demais no meio do trânsito caótico de Sta Cruz, umas 3 vezes chegamos bem perto de um acidente (de verdade). Mas chegamos vivos ao terminal, que é uma rodoviária bem trash e lotadíssima, gente gritando vendendo coisas e passagens, realmente uma confusão. Isso era 18hs. Com sorte conseguimos um bus para La Paz que saía às 19hs, pois todas as agencias que tínhamos olhado já estavam com vagas esgotadas.

Minha recomendação é ficar o menor tempo possível em Santa Cruz. Não tem nada de interessante pra se ver la, a cidade é horrível, o trânsito caótico... Embarcamos na viagem de 18horas para La Paz, num “bus cama” como é chamado por la, que seria o ônibus leito aqui do Brasil. Pagamos pela passagem 180 bolivianos.

 

La Paz

Como sou péssimo pra dormir em ônibus, passei as 18hs da viagem acordado, e fui o único que presenciei os trechos tensos que passamos na estrada. Alguns momentos pensei realmente que o bus ia cair dos penhascos; estrada bem estreita e com os motoristas na ignorância querendo passar rápido, bem tenso.

Mas enfim chegamos à La Paz. A cidade é bem bonita e agradável. Descendo na rodoviária seguimos rumo à Plaza San Francisco, que é o “point” turístico da cidade, e sabíamos que ali encontravam-se alguns hostels sugeridos por amigos aqui do mochileiros.com. Depois de uma rápida olhadela em alguns hostels na Calle Sagarnaga, acabamos ficando no hostel Maya Inn, por 60 bolivianos a diária, habitação com banheiro privado e café da manhã (excelente) incluído. Depois nos hospedarmos e deixarmos as mochilas, saímos para dar uma volta pela cidade e comer. Mandamos uma ótima pizza no Italia, que fica na calle Illampu e tem um preço bem bacana, paguei 25 bolivianos na pizza brotinho. Outro restaurante que fui descobrir só na volta para La Paz para ir embora é o Jackie Chan, comida chinesa deliciosa e muito barata. Os pratos vem com MUITA comida. Macarrão ou arroz com legumes deliciosos saía por 16 bolivianos, uma verdadeira pechincha. ::otemo::

Recomendo a todos deixar para comprar roupas de frio, mochilas, bota... qualquer coisa que for usar na viagem em La Paz. É tudo muito mais barato, e se eu soubesse que seria tanta a diferença teria ido só com a roupa do corpo (sério). Comprei corta vento (anorak), fleece, segunda pele e luvas numa loja na Calle Illampu e paguei cerca de 200 dólares!!

O primeiro passeio que fizemos foi pra Tiwanacu. Fechamos com a agência que fica debaixo do hostel Maya Inn. O passeio é bem interessante, passando por várias ruínas. Tudo se torna bem mais interessante quando ouvimos a explicação do guia. Nesse dia chegamos do passeio à tarde bem cansados, e à noite comemos no restaurante Layka, na calle Sagarnaga mesmo. Ótimo restaurante, bem gourmet e com salad bar livre, compensa demais!

 

 

 

Pro segundo dia fechamos o passeio para subir o monte Chacaltaya com a mesma agência. Estava muito ansioso pra esse passeio, pois já tinha visto umas fotos do monte e tinha noção do quanto era fantástico. O ônibus vai buscando a turma nos hostels, e isso acaba atrasando um pouco... mas por fim saímos em direção ao tão esperado passeio. Logo depois de sairmos de La Paz começam as paisagens sinistras, com direito a picos nevados e muitas llamas e alpacas. O ônibus sobe, sobe, sobe... e depois sobe mais um pouco, enquanto todos no bus iam pirando na paisagem, já com o Chacaltaya ao fundo. La em cima faz muito frio e venta demais, indispensável o anorak!! Chega num ponto em que o bus para e a seguimos a subida à pé. Os efeitos da altitude são sentidos facilmente, pois nesse momento estamos a cerca de 5500 metros de altura. O segredo é ir caminhando bem devagar e num ritmo constante. A subida é incrível, paisagem maravilhosa demais. Depois de chegar onde todos ficam, eu e um amigo resolvemos continuar a trilha para um outro lado da montanha, apesar da guia ter recomendado não fazê-lo. Chegando num cume la do outro lado encontramos vários brasileiros e trocamos várias ideias. Momento foi fantástico!! Depois do passeio voltamos ao Hostel e saímos para tomar umas cervejas e comer boa comida no Italia, mas não demoramos a capotar pois estávamos todos cansados.

Depois desses passeios já começamos a pensar na nossa saída de La Paz. O próximo destino seria a cidadezinha de Copacabana. Compramos a passagem numa agência de viagens e preparamos tudo para partir no próximo dia.

 

 

 

Copacabana

 

A viagem para Copacabana dura cerca de 4 horas e é extremamente agradável. Lindo visual, principalmente quando o lago Titicaca começa a aparecer. No meio da viagem temos que descer do bus e pegar um barco para atravessar o lago, enquanto o ônibus atravessa de balsa. Muito show!

 

 

 

Copacabana é uma cidadezinha maravilhosa, vários bares roots na orla do lago tocando um reggae, ambiente mais que agradável. Hospedamo-nos no Residencial Brisas del Titicaca por 60 bolivianos a diária, num quarto bem pequeno mas que a princípio nos impressionou por causa da varanda com vista para o lago. Depois viemos a descobrir que a água que saía do chuveiro e da pia tinham um cheiro meio estranho, além do chuveiro não funcionar direito... então não recomendo esse lugar ::bad:: . Logo deixamos nossas coisas no quarto e saímos pra comer algo. O que não falta em Copacabana são opções de onde comer, comida boa e barata por toda a cidade, muito bom. Ótimo lugar pra descansar, me senti em casa nessa cidadezinha. Enquanto estávamos comendo eu vi uma montanha gigante no lado direito da orla, e resolvemos subir. Perguntamos um pessoal que nos mostrou uma trilha de subida. A subida é meio puxada, mas compensa cada minuto, pois a vista é fantástica. La em cima é uma espécie de mirador, muito lindo. Depois pra descer descobrimos que tem um caminho mais “convencional”, que é praticamente uma escada. Mas recomendo mesmo a subida pela trilha, que é muito doida. Não deixem de fazer essa escalada! A noite em Copacabana também é bem bacana. Apesar da cidade estar vazia quando passamos por lá, tinha vários pubs maneiros. Perfeito pra tomar uma cerveja.

 

 

 

Tiramos o próximo dia para descansar e curtir Copacabana. Aproveitamos pra olhar que passeios faríamos, e acabamos fechando para a Isla del Sol pro dia seguinte. A viagem de barco para a Isla dura umas 2 horas muito agradáveis. Chegando na Isla temos a opção de atravessá-la num trekking de 27km pelo caminho inca original ou pegar o barco. Escolhemos o trekking e foi mais que justo. A Isla é linda demais! Sem explicação o visual do lago durante toda a caminhada. Enfim chegamos no lado sul da isla e ficamos esperando o barco para voltar para Copacabana. Ótimo passeio e mais que recomendado. ::otemo::

 

 

 

Resolvemos prolongar nossa estadia em Copacabana em mais um dia, visto que ficamos apaixonados pela cidade rsrs. Aproveitamos a folga e já olhamos nossa ida para Cusco no dia seguinte. Compramos um bus cama (não lembro quanto foi) que iria direto para Cusco, fazendo somente uma parada em Puno.

 

Cusco

 

Chegamos a Cusco de madrugada, mortos de cansaço da viagem e logo na rodoviária fomos surpreendidos por uma amável senhora nos oferecendo hostel. Tratava-se do Hostel Qorichaska. Combinamos o preço (30 soles eu acho ) e pegamos um taxi. Esse hostel fica muito bem localizado, próximo à Plaza de Armas, ou seja, perto de tudo; tem uma arquitetura incrível, um ambiente muito agradável, café da manhã ótimo. Única coisa que pecou era o chuveiro que não era muito bom, mas no resto foi perfeito. Pela manhã saímos pra conhecer a cidade de Cusco, que é lindíssima. As construções de pedras, a Plaza de Armas, os becos... tudo muito interessante. Tiramos várias fotos e já sondamos nas agências os passeios para Machu Picchu, que programamos para fazer depois do próximo dia.

 

 

No dia seguinte pela manhã a mesma velhinha da rodoviária nos ofereceu no hostel vários pacotes para Machu Picchu. Dentre as opções ficamos muito interessados em um com duração de 4 dias, incluindo downhill de 55km no primeiro dia e trekking nos outros. Fechamos esse passeio para sair no dia seguinte; fechamos por 160 dólares, incluindo alimentação e hospedagem durante 4 dias e a passagem de trem de volta a Cusco. Saímos para dar uma volta e compramos um ticket que dá acesso a várias atrações turísticas de Cusco, desde museus à ruínas do vale sagrado. O ticket custa 130 soles, e com carterinha de estudante (tem que ser com data) 70 soles. Contratamos uma empresa com guia para o transporte (10 soles) e visitamos os seguintes lugares: Saqsaywaman, Qorickancha site museum, Tambomachay e Puka Pukara. O tour é bem bacana, mas como vocês podem perceber gastamos muita grana pra um dia só. O que eu recomendo é NÃO comprar esse ticket que dá acesso a várias atrações, pois em um dia não da pra visitar todas. É muito mais viável pegar um taxi (taxi no Peru é MUITO barato) e ir nos lugares que achar mais interessante, como Saqsaywaman e Puka Pukara e pagar a entrada la, que custa entre 10-20 soles. Infelizmente chegamos à essa conclusão quando todos já tínhamos comprado os tickets e contratado o guia. Mas nunca é tarde demais para dar a dica para outros viajantes! Chegamos no hostel à noite bem cansados, e super ansiosos, pois no próximo dia começaria a grande trip para Machu Picchu!

 

 

 

Acordamos bem cedo, organizamos tudo que levaríamos numa pequena mochila, pois deixaríamos as mochilas grandes guardadas no hostel (free) até depois da trilha. A van nos pegou no hostel e seguimos até encontrar com o ônibus que estava com as bikes em cima. Depois que estavam todos a bordo, começamos a subir, subir, subir... uma estrada perfeitamente lisa, asfalto perfeito. Já deu pra ter uma noção do tanto que o downhill ia ser massa. Ah, e subimos mais um pouco kkkk. Enfim chegamos num acostamento onde o ônibus para e começa a preparar a descida. Distribuem os equipamentos e as bikes. Nessa hora recomendo dar uma conferida na bike que pegar, pois vi que tinha umas com a roda bamba. Importante também conferir os freios, pois sua vida vai depender disso por algumas horas hahah.

 

 

 

A descida é maravilhosa, só paisagem sinistra, com trechos de media e alta velocidade. É sentar na bike e curtir a as 3 horas descendo pelas montanhas, realmente incrível. Toda hora lembro disso e da muita saudade desse momento. Depois da descida chegamos numa cidadezinha chamada Santa Tereza, se não me engano, onde almoçamos e ficaríamos para dormir. Pra mim foi tenso pois sou vegetariano, e o almoço era frango com uma espécie de angu la do Peru. Preferi comer frutas frescas que encontrei vendendo numa banca da cidadezinha. Depois do almoço seguimos para uma hospedagem bem simples, onde passaríamos a noite, para no dia seguinte continuarmos a trilha. Os quartos eram para 5 pessoas, e como estávamos em 4 convidei um cara que estava sozinho para ficar com a gente. Esse cara é o Alexxis, um francês muito gente boa que ficou amigasso nosso.

 

No dia seguinte tomamos o desayuno e logo começamos a trilha. Se não me engano seriam 32km de caminhada, muita subida e trilhas apertadinhas. Tudo compensa do início ao fim por causa do visual incrível o tempo inteiro. No começo da trilha passamos por várias plantações, cultivo orgânico de laranja, banana e outras frutas, é só estender o braço e pegar rsrs. Paramos em uma plantação de coca também, onde o guia da algumas explicações e tal. Abuse das folhas de coca, vão ajudar a ter fôlego nessa caminhada nas alturas.

 

 

 

Meu conselho é esquecer que está caminhando e curtir a paisagem, conversar com os gringos, quando se der conta já vai ter chegado. Eram 15hs quando chegamos numa casinha no meio da floresta, onde almoçaríamos. Nesse dia não tive problemas para comer, pedi algo sem carne e preparam um prato de macarrão sem carne pra mim, que por sinal estava ótimo. Lugarzinho muito massa esse que almoçamos, no meio da mata fechada mesmo... pena que logo depois do almoço fizemos só uma horinha e tivemos que seguir caminhada, para chegarmos na hospedagem antes do anoitecer. ::cool:::'>

 

 

 

Chegando la tomei um banho frio mesmo e saímos para a janta. Nessa oportunidade os guias ofereceram a descida de tirolesa pro dia seguinte. Pensamos bem e resolvemos aceitar. Pagamos um adicional de 30 dólares pela tirolesa. Dormimos bastante pois estávamos mortos.

 

No dia seguinte mais uma vez acordamos bem cedo, e uma van passou pegando o pessoal da tirolesa. No nosso grupo eramos só nos 4 de homens e o resto só mulheres, mais particularmente só chilenas!! Muito bonitas por sinal ::otemo:: . Enfim, são 4 tirolezas cruzando as montanhas, compensa muito pois é bem bacana. Isso encurtou bastante a nossa caminhada no terceiro dia, mas ainda tivemos que andar um tanto bom pelos trilhos do trem, rumo à cidade de Águas Calientes, onde dormiríamos para subir Machu Picchu no próximo dia. Mais uma vez a caminhada é mais que justa, pois o visual não deixa a desejar. Fantástico caminhar no meio das montanhas gigantescas!

 

625588_3627115675687_1944130989_n.jpg

Uma das tirolezas

 

Chegando em Águas Calientes eu só sonhava com um banho quente (óbvio). Mas tive uma surpresa muito desagradável: NÃO TINHA ÁGUA QUENTE NO HOTEL! ::putz:: Pois muitas pessoas tomaram banho de uma vez e acabou a água quente (WTF??!!). Fiquei muito puto com isso, mas depois tomei um banho gelado mesmo e preferi não esquentar cabeça com isso mais. Saímos pra conhecer a cidadezinha de Águas Calientes, que é maravilhosa! Jantamos e ficamos conversando com os gringos que estava em nosso grupo. Fizemos amizade com várias chilenas e um alemão doidasso, o Christian. Estavam todos ansiosos pra Machu Picchu no próximo dia.

 

Acordamos às 4hs da manhã para subir. Alguns preferiram pegar o ônibus que te leva à Machu Picchu, e custa 9 dólares. Mas depois dessa aventura de 3 dias para chegar até ali, nada mais justo que uma subida de 1h para chegarmos ao paraíso. A subida é bem difícil, praticamente uma escada gigante com degrais irregulares de pedra. Enfim chegamos, ensopados de suor, pois o clima como estamos no meio da floresta é tudo bem úmido.

 

 

Quando chegamos à Machu Picchu não dava pra ver nada, estava tudo encoberto por uma densa neblina. Fomos andando com o guia por um caminho e sentamos na grama, onde ele começou a contar um pouco da história de Machu Picchu, dos Incas e tal... tudo muito interessante! Passados alguns minutos aconteceu uma das coisas mais incríveis da minha vida. Uma menina começou a apontar pro horizonte, e quando cheguei na beirada do lugar onde estávamos Machu Picchu estava surgindo do meio da névoa, gigantesco e imponente. Foi maravilhoso, não é possível eu tentar descrever o que é... só vendo mesmo.

 

 

 

Curtimos muito Machu Picchu, ficamos dando vários rolés la, sacando boas fotos e conhecendo cada canto. Da vontade de nunca mais ir embora, literalmente. Achei ruim o tanto que estava lotado, e quando perguntei o guia sobre isso ele disse que são 3.000 pessoas que sobem Machu Picchu POR DIA, ou seja, muita gente. Depois de passearmos bastante la descemos, pegamos o ônibus pois estávamos todos bem cansados de toda aquela aventura. Almoçamos em Águas Calientes, e fomos para o hotel descansar. Em Águas Calientes é tudo muito caro, então é melhor tomar cuidado com a gastação de grana la. Tudo estava previsto para irmos embora nesse mesmo dia à tarde. Porém os guias foram ao nosso quarto dar a notícia de que não tinham mais vagas no trem daquele dia, e só poderíamos ir embora no trem no outro dia pela manhã. Isso não foi bom pois nos atrasou um pouco, mas como não podíamos fazer nada curtimos Águas Calientes mais um dia.

 

No outro dia pela manhã pegamos o trem. Muito gostosa a viagem passando por entre as montanhas novamente. Descemos em Ollantaytambo, onde supostamente teria uma van nos esperando para nos levar de volta para Cusco. Só que mais um imprevisto: não tinha ninguém nos esperando. Um alemão que fez a trilha conosco também estava na mesma situação. Demos várias voltas em Ollantaytambo para procurar nosso transporte mas foi tudo em vão, ele não estava la. Pra nossa sorte, um brasileiro sangue bom que estava com a gente desde Machu Picchu conhecia tudo por ali, e ele falou que havia transporte local que nos levaria até Cusco.

 

 

 

Pegamos uma van local, com musica peruana ambiente, e seguimos por uma paisagem maravilhosa. No fim das contas foi até bom nosso transporte não estar la, pois conhecemos melhor esse lindo vilarejo que é Ollantaytambo. Não vou falar que “recomendo perder seu transporte”, mas realmente vale a pena uma rolé nesse lugar hahah.

 

Chegando em Cusco pegamos nossas mochilas no Hostel e não perdemos tempo, seguimos para a rodoviária, nosso próximo destino seria Arequipa. Aqui vai uma dica muita importante. Quando olhamos o preço da passagem para Arequipa em agências de viagem próxima à Plaza de Armas, os preços variavam de 80 a 100 soles, um absurdo. Indo direto à rodoviária pagamos 25 soles!!! Embarcamos no ônibus e seguimos à Arequipa. :D

 

Arequipa

 

Depois de mais uma viagem de várias horas de bus, chegamos à Arequipa de madrugada. Pegamos um taxi perto do terminal rodoviário e seguimos rumo ao hostal Home Sweet Home, que tinha sido recomendado em vários relatos que vi aqui no mochileiros. Combinamos um preço justo no Hostal, 25 soles pra cada por um quarto com 4 camas e banho compartilhado. Esse hostal é muito massa, da mesmo a sensação de que estamos em casa. Além de um café da manhã maravilhoso, possui serviço de lavanderia baratinho e pc com internet free. Falando em lavanderia, não posso deixar de compartilhar com vocês uma conclusão que cheguei durante a viagem: leve pouquíssima roupa. Não deixe sua mala pesada com várias mudas de roupas, porque lavar roupa na Bolívia e no Peru é MUITO barato (cerca de 8 bolivianos/ 5 soles o kg), daí vale muito mais a pena economizar na carga e reutilizar as roupas que voltam limpinhas e já passadas da lavanderia ::otemo:: . Voltando ao hostal, mais que recomendado! ::cool:::'>

 

 

 

Depois de descansarmos um pouco, saímos pra explorar a cidade de Arequipa, que é muito bonita. Várias construções históricas, linda Plaza de Armas, e um ambiente muito agradável no geral. Nesse primeiro rolé pela cidade já fomos abordados por umas pessoas oferecendo o city tour, que é feito naqueles ônibus panorâmicos estilo ingleses e visita várias atrações pela cidade. O preço era 45 soles, mas quando o cara viu que a gente não mostrou muito interesse ele foi abaixando até chegar a 15 soles por pessoa. 30 soles de diferença. Não se cansem de pechinchar e reclamar, vão conseguir ótimos descontos com isso haha! Não fechamos o passeio, pois não sabíamos se seria uma boa fazer aquele programa de “turistão” ::Cold:: . Durante todo o tempo em Arequipa o visual no horizonte é incrível, o vulcão El Misti e outras cadeias de montanhas nevadas fazem um visual lindo, aproveitem para sacar ótimas fotos. Almoçamos numa pizzaria próxima a Plaza de Armas, onde tinha uma promoção bacana (pizza personal+torradas com alho+refrigerante por 9 soles). Não lembro em qual rua ficava para falar aqui. Depois do almoço, decidimos que faríamos um tour pela cidade por conta própria, visto que o preço de taxi no Peru é irrisório e que, com o mapa da cidade que havíamos pegado no hostal, bastava escolher que lugares queríamos visitar e pronto. Pegamos um taxi rumo ao primeiro destino: o mirador de Carmen Alto, que é muito bonito. Vale a pena. Depois de curtir o visual ali um pouco, seguimos à pé rumo ao mirador de Yanahuara. La tem uma praça bonitinha, toda decorada com as cores do Peru, algumas lojinhas de artesanato e no mirador em si, uma linda vista do El Misti. Desfrutamos o pôr do sol no mirador, que foi incrível, e depois seguimos à pé rumo ao hostal, pois estávamos muito cansados e com fome.

 

 

 

Fiquei com muita vontade de fazer a escalada do vulcão El Misti, toda hora ficava contemplando aquele gigante e imaginando o quanto devia ser fantástica a escalada. Infelizmente nossa agenda estava apertada, e ficaríamos em Arequipa somente mais um dia. A escalada dura 2/3 dias, dependendo do pacote que escolher. Recomendo que os que estiverem com tempo façam essa aventura, pois deve ser incrível.

 

No dia seguinte fomos conhecer melhor a cidade. Aproveitei pra comprar umas artesanias e alguns livros da história Inca, pois realmente me senti absorvido por tão incrível cultura e quero conhecer tudo o possível sobre essa civilização. À tarde tomamos umas cervejas num restaurante muito massa, com vista panorâmica para a cidade e o vulcão. Pescamos também informações sobre nosso próximo destino: Arica. Nessa viagem Arequipa -> Arica cruzamos a fronteira e entramos no Chile. Aproveitamos nossa última noite em Arequipa e no outro dia pela manhã fizemos o check-out no hostal e seguimos rumo à Plaza de Armas, onde tomaríamos um taxi para o terminal rodoviário. Estava acontecendo nessa ocasião uma espécie de parada militar. Várias divisões das forças armadas do Peru estavam marchando e cantando, tudo com um forte sentimento nacionalista. Inclusive quando começou o hino do Peru um policial se dirigiu à nós e nos pediu (mandou) para levantar. Chegando ao terminal, compramos a passagem para Arica e embarcamos (infelizmente não lembro o preço da passagem; durante a viagem eu tinha certeza que iria me lembrar de todos os preços na hora do relato, e não anotei quase nada lol. Portanto, recomendo que anotem!! Haha).

 

 

Arica/Calama

 

Chegamos ao terminal rodoviário de Arica à noite. Inicialmente, planejávamos ficar ali pelo menos um dia para nadarmos no Pacífico, visto que é uma cidade litorânea. Porém, chegando em Arica tivemos uma surpresa bem desagradável. Nosso amigo Vega se deu conta de que havia perdido a doleira. Vocês conseguem imaginar o quanto isso é catastrófico, pois na doleira está tudo que precisamos mais, dinheiro, cartões e documentos ::prestessao:: . No momento bateu aquele desespero em todo mundo (principalmente nele). Não sabíamos o que fazer, como continuaríamos a viagem, etc. Nunca deixe o desespero falar mais alto que a racionalidade, pois numa viagem dessas estamos sujeitos a coisas desse tipo. Depois de muito pensar e discutir, ele chegou à conclusão que quase com certeza havia deixado a doleira em cima da cama do Hostel. Por fim pensei em uma coisa que acabou salvando a trip: tinha pegado uns cartões do Hostal Home Sweet Home antes de sair, e neles tinham o telefone de la. De pronto fomos a uma cabina telefônica, e depois de muito custo conseguimos ligar la e tivemos uma ótima surpresa: a doleira estava la, a moça guardaria e era só ir la e buscar ::otemo:: (mais uma vez recomendo MUITO o hostal Home Sweet Home, pois não é todo mundo que encontra uma doleira com cerca de 600 dólares e vai devolver). Diante disso, a situação estava parcialmente “resolvida”. Combinamos que o Vega voltaria à Arequipa e nós seguiríamos viagem para San Pedro de Atacama, e la nos encontraríamos de novo. Resolvemos não ficar em Arica pois o roteiro estava apertado, e não podíamos nos dar o luxo de perder um dia numa cidade que não tem nada. Procuramos em várias companhias mas não conseguimos passagens direto para San Pedro. Única que conseguimos era para Calama, uma cidadezinha que fica a cerca de 1h de San Pedro. Pagamos caro na passagem, pois estava em cima da hora e o vendedor parece que tirou um pouco pra ele. Pois no ticket constava o preço de 16.000 pesos, e na verdade pagamos 18.000 :evil: . Um preço bem salgado para quem estava acostumado às passagens baratíssimas no Peru e na Bolívia.

 

Não posso falar muita coisa de Arica, pois não ficamos la nem 30 minutos, além do inconveniente da doleira... Mas quando conversei com as chilenas na trilha pra Machu Picchu e mencionei que no Chile primeiro iria a Arica, me perguntaram: “vai fazer o que la? É uma cidade horrível, não tem nada la”. Não só elas, outras pessoas também me falaram coisas parecidas a respeito de Arica. Portando, não recomendo perder nenhum dia por la.

 

Depois de uma viagem de 12hs, finalmente chegamos à Calama. Durante a viagem paramos em uma aduana Chilena, onde as malas passam por raio-x. Essas “aduanas” são muito comuns no Chile, estejam avisados rsrs...

 

 

 

Chegamos à Calama pela manhã. Cidadezinha pequena e bonitinha, parece muito alguma cidade norte americana. Procuramos ônibus para San Pedro, e depois de várias informações confusas e equivocadas, conseguimos comprar passagem (2000 pesos). Como o ônibus sairia em cerca de 1 hora, saí para dar uma explorada e comer algo.

 

 

 

 

San Pedro de Atacama

 

Logo que chegamos à San Pedro já deu pra ter uma noção do quanto essa cidadezinha é massa. As ruas de terra, várias casinhas lindas... muito bacana ::otemo:: . Assim que descemos do ônibus uma moça nos abordou oferecendo hospedagem em seu hostal. Tratava-se do Hostal Millantú, que apesar de ser um pouco longe é muito aconchegante, limpinho, banho quente e cozinha livre para usar (isso é muito importante em San Pedro, pois é tudo bem caro). Fechamos por 7000 pesos por pessoa por noite. Um preço bem justo comparado com outros hostals que vimos depois pela cidade, que variavam de 10000 a 15000 pesos. Descansamos um pouco e depois saímos pra conhecer a cidade. Muito agradável o passeio por San Pedro. A cidade está literalmente no meio do deserto, clima bem árido. Procuramos uns restaurantes para comer, mas descobrimos cedo que em San Pedro é tudo caríssimo. A mordomia de pagar baratinho em tudo como na Bolívia havia acabado. A realidade agora era outra: Chile ::putz:: . Por fim achamos um restaurantezinho onde comi um macarrão com legumes por 3500 pesos o prato, que por sinal estava delicioso. Curtimos a tarde na praça da cidade, tudo bem tranqüilo e extremamente agradável. Aproveitamos também para já dar uma pesquisada em quais passeios faríamos ali. Decidimos pelo Vale da Lua, pro dia seguinte, quando iríamos encontrar com nosso amigo Vega, já com a doleira rsrs ::toma:: . Estejam preparados para o frio, pois em San Pedro o frio é de cortar o couro!!

 

 

 

O passeio no dia seguinte seria às 15hs, de forma que veríamos o sol se pôr no Vale de La Luna, voltando à San Pedro por volta das 18hs. Conseguimos fechar esse passeio com a própria dona do hostal, que também era dona de uma agência de turismo e fez um preço bacana pra gente (6000 pesos por pessoa). Aproveitei a manhã para comprar várias frutas numa feirinha que tinha perto do hostal. Frutas como pêssego, kiwi e ameixas a baixo preço, paraíso! Na hora do almoço encontramos o Vega e a Juliana, que acabou ficando no Millantú também e fez conosco o passeio. Pegamos o ônibus em frente a agência e seguimos rumo ao Vale de La Luna. O guia era muito divertido, o que fez com que a viagem se tornasse ainda mais bacana. Visitamos vários lugares no Vale: as Três Marias, Great Dunes e Amphitheatre. Tudo muito lindo. Depois de visitar tudo por ali e tirar ótimas fotos, seguimos em direção ao Vale da Morte, onde veríamos um lindo pôr do sol. Maravilhoso!!

 

 

Voltamos à San Pedro e fomos à uma espécie de mercearia, onde compramos material pra fazermos um rango no Hostal. Comemos e bebemos vinho, ficamos conversando e curtindo a noite estrelada de San Pedro.

Tinhamos já fechado para o dia seguinte o passeio pelo de deserto de sal. Saíriamos de San Pedro, numa viagem de 3 dias e 2 noites, passando pelas Lagunas e vários picos maneiros pelo deserto, e desceríamos em Uyuni. Fechamos o passeio com a Colque Tour, agência recomendada aqui no fórum em outros relatos. Pagamos 160 dólares pelo passeio completo, incluindo hospedagem e alimentação nos 3 dias.

 

Acordamos bem cedinho, pois tínhamos que passar pela imigração e etc. Logo que saímos do Chile, encontramos com o Jaime, que seria o nosso guia pelos próximos dias, e também o motorista do transfer. Pagamos uma taxa de 150 bolivianos para ter acesso às lagunas, e cambiamos dinheiro com uma senhora que fica la por perto mesmo.

Começamos o passeio no transfer, passando por várias lagunas: Laguna Verde, Laguna Blanca, Laguna Colorada, Laguna Onda e Laguna Hedionda. Todas muito fantásticas. O visual é constantemente incrível. Passamos também por gêisers, muito bacana e fedorento hahah. No final do primeiro dia paramos em uma hospedagem bem simples às margens da incrível Laguna Colorada, onde almoçamos e descansamos bastante. Não há banho quente e nem descarga. O banheiro é bem trash. Mas o quarto achei bem tranquio, cama confortável e aparentemente limpa. Vale a pena ressaltar que essa é a parte em que faz mais frio na viagem. Luvas e toca se mostraram bem úteis!

 

 

No segundo dia acordamos bem cedo para o desayuno, e logo estávamos de volta no transfer e nas paisagens magníficas. Paramos na Laguna Hedionda, que estava quase completamente congelada, para patinarmos no gelo. Isso mesmo, patinar no gelo! Hahah foi muito bom, sem explicação; peçam seus guias para fazer essa parada. Também visitamos a Arbol de Piedra, Valle de Las Rocas e vimos muitas llhamas e alpacas em seu habitat natural. Seria em vão qualquer tentativa de explicar a beleza de todos esses lugares, sem dúvida os mais belos da viagem. Também paramos numa piscina natural com água quentíssima. Não preciso nem falar do tanto que é justo! Vale a pena enfrentar o frio, tirar a roupa e cair naquela água quentíssima. Não deixem de dar esse mergulho caliente!! ::hãã::

 

 

Nesse primeiro dia nós dormiríamos no Hotel de Sal. Porém, devido as baixíssimas temperaturas, não pudemos fazê-lo pois estava tudo praticamente congelado, os banheiros e etc. Por causa desse imprevisto, dormimos no segundo em dia em Uyuni, num hotel (pago pela agência). Depois desse dia maravilhoso, passando por tantos lugares sinistros, chegando a Uyuni paramos no cemitério de trens. Muitoooo massa esse lugar, várias locomotivas antigas abandonadas, cheias de pichações. Muito doido mesmo. Tiramos boas fotos e brincamos demais nesse lugar, é o paraíso do parkour!! ::cool:::'>

 

 

Chegamos ao hotel e já combinamos com o Jaime como seria no próximo dia. Escolhemos ir para o Salar o mais cedo possível, para vermos o sol nascer. Saímos em Uyuni e aproveitamos as barganhas: estávamo de volta à Bolívia!! Tudo bem barato :lol:

 

No dia seguinte partimos bem cedo. Difícil foi sair da cama naquele frio ::Cold:: !! Depois de cerca de 1 hora no transfer, chegamos ao Salar de Uyuni. Sem palavras pra descrever esse lugar. Tirem uma base nas fotos. A imensidão branca, a união do céu com o horizonte... tudo muito incrível. Sensação ótima estar nesse lugar repleto de Sal por todos lados. O nascer do sol foi surpreendente, de tirar o fôlego o visual. Fomos à Isla Del Pescado, onde se encontram os cactos gigantescos, com até 1200 anos e 12 metros. Muito foda! Assim que chegamos o Jaime nos disse que se quiséssemos ir no mirador da Isla Del Pescado, teríamos que pagar uma taxa de 35 bolivianos. Pensamos um pouco e percebemos o quanto era inútil pagar aquela taxa para subir em uma pedra que estava logo em nossa frente. Já estávamos no meio daquele lugar maravilhoso, não era necessário gastar grana a toa para ir logo ali... ademais, caso alguém queira realmente subir basta dar a volta pela Isla e ir, são vários os caminhos por entre as pedras rsrs ::hãã2:: . Tiramos várias fotos e ficamos horas pirando naquele lugar. Depois, o próximo destino seria o Hotel de Sal. Muito interessante a estrutura inteira toda de sal; dentro, vários móveis, sofás, mesas... tudo de sal, sem contar as estátuas de llhamas e outras coisas. Muito criativo e fascinante. Sal, sal e mais sal! Para entrarmos no Hotel de Sal não há taxa, basta comprar algo na lojinha que tem na entrada. Aproveitem para comprar artesanias lindas, como bolsas e pulseiras únicas. Depois do hotel, seguimos rumo à Uyuni, passando no caminho por onde ocorre o processo de “fabricação” do sal de cozinha. Uma senhora nos explica todo o processo, desde a remoção do sal bruto, até a secagem e embalamento do sal. Bem interessante.

 

 

Chegamos à Uyuni e nos despedimos do Jaime, que se mostrou um ótimo guia, muito gente boa e que conhece aquele percurso como a palma de sua mão. Assim que chegamos fomos dar uma volta pela cidade e já procurar nossa passagem para o próximo destino, Oruro. Pagamos 35 bolivianos pela passagem. Na hora da viagem, pegamos nossas mochilas no hotel e seguimos para o terminal. Esse ônibus foi o mais trash da viagem toda ::mmm: . Lotado, bem velho e desconfortável. A estrada de terra muito irregular também não ajudou muito. Mas depois de 9hs de viagem tensa, chegamos à Oruro.

 

Oruro

 

Nossa passagem por Oruro foi extremamente conturbada. Chegamos de madrugada e pegamos um taxi para a Plaza de Armas, onde acreditamos que iríamos encontrar hostels. O taxista não soube nos informar de nenhum hostal. Demos várias voltas pelos arredores da Plaza e não encontramos nenhum lugar pra ficar. Os hotéis ou estavam lotados ou não atendiam à campanhia. Tava batendo um desespero, pois estávamos totalmente cansados e perdidos numa cidade que ninguém conhecia. Pegamos outro táxi e seguimos pro terminal rodoviário, pois tínhamos visto umas hospedagens la por perto quando chegamos. Para nossa surpresa, todas estavam lotadas também. Simplesmente não havia lugar para ficarmos em Oruro. Passando perto do terminal escutamos uma mulher gritando que havia passagens para La Paz, num ônibus que sairia às 4hs da manhã. Perguntamos e descobrimos que a viagem até La Paz durava somente 4 horas. Devido a falta de alternativas, compramos as passagens e partirmos pra La Paz. O roteiro foi alterado aqui, mas seria melhor terminar a viagem em La Paz, onde já conhecíamos lugar bom pra ficar e sabíamos que tinha bastante coisa pra fazer, do que dormir no terminal pra tentar achar lugar em Oruro. Pagamos 40 bolivianos pela passagem até La Paz.

 

La Paz

 

Depois de toda essa confusão que rolou em Oruro, chegamos em La Paz pela manhã. Estávamos mortos, pois foi um verdadeiro combo de viagens que fizemos. Seguimos para o hostal Maya Inn, pois sabíamos que ali estaríamos bem rsrs. Pegamos dessa vez um quarto para 4 com banheiro compartilhado, por 50 bolivianos. Recomendo pegar sempre quartos com banheiro compartilhado. Além de ser mais barato, sempre são vários banheiros, é só você usar o que estiver vazio.

 

Por incrível que pareça nossa viagem estava chegando ao fim ::ahhhh:: . Fiquei abismado como 1 mês tinha passado tão rápido. Então mais uma vez recomendo: aproveitem cada momento, cada segundo da trip!!

 

A estadia em La Paz seria de 3 dias. Não fizemos mais nenhum passeio, aventura e tal. Aproveitamos esses últimos dias para descansarmos e conhecer melhor a cidade. Recomendo aqui um museu muito bacana que visitamos, entrada gratuita, fica próximo à praça do Governo. Conta um pouco da história das sangrentas revoluções na Bolívia. Ditadura, relatos de presos torturados e obras de artes fantásticas compõe o acervo.

 

É importante sempre procurar por atrações gratuitas. Com um pouco de procura se acha bastante coisa interessante. Tínhamos visto outros museus, mas que cobravam 30-40 bolivianos de entrada, e ninguém queria gastar muita grana, porque já estávamos no fim da trip e o orçamento estava apertado. Nessa lógica, num domingo à tarde saí para dar uma volta na avenida principal de La Paz, e descobri que estava tendo um evento muito bacana, comemorando o aniverasário da cidade. Várias exposições de livros e obras de artes, shows de música típica boliviana e peruana, salas de debate sobre corrupção, veganismo, satisfação da população com o governo e muitas outras. Muito interessante mesmo!! Talvez seria um bom exemplo para o Brasil, um debate claro e simples sobre os problemas do país levados à rua, sendo que qualquer um pode dar sua opinião. Me diverti muito nesse evento. Procurem sempre saber o que está acontecendo na cidade, e o que há de eventos públicos.

 

 

Aproveitei também esses últimos dias para comprar alguns presentes e lembranças. Foi muito bom estar de volta à La Paz, é uma cidade que eu gostei demais!

Passados os 3 dias, caímos novamente na estrada. Dessa vez rumo à Santa Cruz de La Sierra, pois lá pegaríamos o vôo de volta, no aeroporto Viru Viru. (12horas de viagem – 120 bolivianos).

 

Santa Cruz de La Sierra

 

 

Chegamos em Santa Cruz com um dia de antecedência, para caso de eventuais atrasos. Tínhamos pesquisado e decidimos pelo hostal Jodanga. Muito agradável ambiente, tem piscina, sinuca, totó e PC com internet free... muito bom mesmo! Quartos bem limpos e café da manhã magnífico.Foi o hostal mais caro na Bolívia, pagamos 13 dólares a diária, mas compensa muito! Piscina no calor infernal de Santa Cruz é mais que justo!! ::otemo::

 

No dia seguinte nosso vôo era 14hs. Aproveitamos a manhã no hostal e pegamos um taxi para o aeroporto. A última “quest” seria a da volta. Cansativa viagem, com escala no Paraguay, e mais uma noite dormindo no chão do aeroporto de Guarulhos.

 

Quando chegamos à Guarulhos tive uma surpresa desagradável. Quando peguei minha mala, assim como a do meu irmão, ambas haviam sido arrombadas. Os cadeados foram quebrados e retirados, e as malas completamente reviradas. Na minha inclusive entornaram shampoo, uma confusão gigante. Pensamos em reclamar na ANAC, mas como chegamos de madrugada estava fechado, e resolvemos deixar pra la, pois o cara da TAM já tinha falado que ela não reembolsa cadeado. Infelizmente só percebi que haviam roubado meu relógio quando cheguei ao Brasil =S. Portanto, fiquem espertos e levem tudo que for de valor na mala de mão com vocês, dentro do avião. Pegamos o último vôo e à tarde estávamos no aeroporto de Confins, depois de um mês mais sensacional da minha vida!

 

Gastos totais da viagem

 

 

Aqui vou colocar quanto gastei no total com a viagem:

- 1200 dólares em espécie (sobrou 75 dólares no final das contas, que gastei no free shop);

-150 dólares de roupas de frio comprada em La Paz (MUITO BARATO), que paguei no cartão – Anorak, fleece, segunda pele corpo inteiro, luvas;

-780 reais de passagem aérea ida e volta (BH-SP-Sta Cruz).

 

Espero ter ajudado quem vai fazer essa viagem sensacional! Bom viagem a todos os amigos do fórum Mochileiros!! ::cool:::'>

Editado por Visitante
Link para o comentário
Compartilhar em outros sites

Participe da conversa

Você pode postar agora e se cadastrar mais tarde. Se você tem uma conta, faça o login para postar com sua conta.

Visitante
Responder

×   Você colou conteúdo com formatação.   Remover formatação

  Apenas 75 emojis são permitidos.

×   Seu link foi automaticamente incorporado.   Mostrar como link

×   Seu conteúdo anterior foi restaurado.   Limpar o editor

×   Não é possível colar imagens diretamente. Carregar ou inserir imagens do URL.

×
×
  • Criar Novo...