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México - Cidade do México, San Cristobal de Las Casas, Palenque e Cancun - 12 dias


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Pessoal,

 

Nunca fiz nenhuma colaboração aqui no Mochileiros, mas como esse site sempre me ajudou a planejar minhas trips, resolvi publicar o roteiro que fiz para o México com algumas dicas e pequenas dificuldades que passamos.

 

Minha viagem foi de 17/03/2013 a 29/03/2013 (12 dias). Meu plano inicial era conhecer Cidade do México, por ser uma capital, conhecer o Canion de Sumidero, ruínas de Palenque e terminar em Cancun, tendo um pouquinho de descanso, ou seja, cansar no começo e descansar no final. Fomos eu e minha esposa.

 

Vamos aos fatos, dia a dia

 

1º dia

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No primeiro dia, basicamente fizemos o vôo São Paulo - Cidade do México. Fomos de TAM com vôo direto. Viajei somente com US$200,00 na esperança de retirar dinheiro no México. Sou correntista do Itaú e na ida me informei sobre o uso de crédito e débito no México e me falaram que funcionava tudo bem.

 

Chegando no México, consegui sacar em moeda local (pesos Mexicanos) pagando uma taxa de aproximadamente 30 pesos fora o IOF (de ~0,60%, não o caro que se paga no cartão de crédito de ~6%). O débito não funcionou em lugar nenhum do méxico, portanto fui sacando e utilizando dinheiro em espécie. Na média, paguei 1 peso = R$0,16 ou com R$1 compra-se 5,9 pesos (prefiro essa conta, dividir pesos por 5,9). Não testei cartões pré-pago. Tem que ficar atento pois existem limites de saque diários que na hora de fazer compra pode dar uma dorzinha de cabeça.

 

De resto, chegamos no México, ficamos hospedados na Zona Rosa no hotel Century. O hotel é legal, estilo antigão mas com uma limpeza boa, funcionários amigáveis. Nada extraordinário, mas dentro das expectativas. O nome não é à toa, é o bairro com maior freqüência de gays, mas também é o melhor bairro para comer no México, na minha opinião.

 

O transfer do aeroporto pro Hotel foi de Taxi mesmo. O preço não foi abusivo. Vale a pena pegar o certificado na saída do aeroporto. O taxi na cidade do Mèxico funciona por Zonas e com preço fechado. Se achar que está sendo enrolado, pergunte o preço antes e peça pra checar a tabela. O meu taxi não chegou a 200 pesos se não me engano.

 

 

2º dia

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Aproveitamos o bom tempo e fomos para Teotihuacan, umas ruínas próximas do México. Queriam vender o tour no hotel pra gente por US$70. Fomos por conta, gastando 40 pessos por pessoa + a entrada no parque. Nâo me lembro o valor, mas com certeza, menor de 50 pesos.

 

Para ir de ônibus, tem que pegar o metrô até "Autobuses de Norte", onde procura-se o ônibus para pirâmides. Peguei a dica aqui no mochileiros. Tem outro post com mais detalhes.

 

Andar de metrô na cidade do México é muito fácil. Igual São Paulo, só que tem mais gente pedindo e é muito fedido. Custa ~3 pesos por viagem, comprando mais bilhetes fica mais barato.

 

Teotihuacan valeu muito a pena. Acho que aproveitaríamos mais se tivéssemos um guia, mas mesmo assim valeu o passeio.

 

Na volta, resolvemos passar pela Basílica de Guadalupe. Belas igrejas, mas nada demais, mesmo assim valeu o passeio. Dá pra chegar de metrô e é relativamente perto do Autobuses de Norte. Nâo lembro o nome exato da estação, mas também tem um blog com todos os detalhes.

 

No mesmo dia, resolvemos ainda passar no centro do Mèxico (estação Belas Artes do Metro). Pegamos um protesto de algum partido ou sindicato lá, uma loucura. As lojas fecharam e não conseguimos conhecer muita coisa.

 

Comer no Mexico é uma aventura. Eu como em São Paulo em barraquinha de hot dog na rua, mas no México não tive coragem. As comidas são assustadoras. A mulher sentada na porta da estação de metrô amassando um bolinho de trigo na mão, fritando e vendendo. Eu não bobeei com essa questão pq muita gente passa mal. Optei mais por comer em redes conhecidas (como Chili's, Italiani's), etc. Outra dica é o 7Eleven, tipo uma redezinha de conveniências. Pra tomar café eu pegava um balde de café, um donuts e alguns burritos que me sustentavam bem por algumas horas.

 

 

3º dia

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Como estávamos com alguma folga de tempo e não muito a fim de bater o centro da cidade de novo, fomos dar uma passeada pelos bairros de Roma e Condesa. Foi interessante ver alguns parques, pessoal passeando com cachorro na rua, com toda uma tranquilidade.

 

Fomos também dar uma passada na estação San Lazare, no terminal TAPO para comprar nossa passagem de ônibus para San Cristobal de Las Casas. Conseguimos comprar sem grande dificuldade. O importante aqui é entender que existem diferentes padrões de Ônibus no méxico e todos são meio q da mesma empresa. O melhorzão é o ADO Platinum, depois ADO GL, depois ADO/OCC (que suspeito ser o mesmo padrão), depois Cristobal Colon. Fomos de ADO GL. A passagem saiu 1300 pesos.

 

Aproveitamos o resto do dia pra fazer algumas compras e embarcamos no final do dia. Saímos da Cidade do México as 20h para chegar em San Cristobal 9h da manhã do outro dia. Achei que ia ser terrível e ia chegar moído em San Cristobal, mas acabei não chegando.

 

O ônibus um baita espaço entre as pernas, ar condicionado funcionando, água, refrigerante, café, banheiro, cinema. Um padrão bem legal, muito mais confortável que avião.

 

 

4º dia

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Chegamos em San Cristobal e fomos para o Hotel. Ficamos num hotel muito bom chamado Hotel Villas Casa Morada. Hotelzinho muito simpático e confortável. Superou minhas expectativas. Chuveiro bom, cama boa, o quarto tinha tipo uma cozinha e uma salinha de estar.

 

Como chegamos tarde o suficiente para não conseguir pegar o passeio para o Canion de Sumidero, contratamos o passeio (fomos com uma agência local chamada Otisa, o cara do Hotel que fechou). Não lembro exatamente o preço, mas acho que foi em torno de 200 pesos por pessoa. Vi dicas aqui no Mochileiros recomendando ir de Tour, invés de por conta q o preço era quase o mesmo.

 

Fomos à tarde conhecer a cidade. Apesar de todo mundo falar que é meia boca, eu gostei. É uma cidade simples, colonial. Não tem muito o que fazer. Igreja, praça, artesanato, essas coisas. A parte boa é que tem muitos cafés e é melhor pra comer. Achei os restaurantes mais limpos e honestos que na Cidade do México.

 

Aproveitamos novamente e compramos nosso próximo ônibus que seria para Palenque. Tem uma lojinha da ADO perto da praça central de San Cristobal de Las Casas. Dessa vez, por uma desatenção, acabei comprando "Cristobal Colon". Foi muito barato, tipo 180 pesos para uma viagem de 5h, mas os detalhes do busão ficam pro próximo dia.

 

 

5º dia

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O cara da agência chegou as 9h da manhã no hotel como combinado. Parecia o Leôncio do Pica Pau. Rapidamente já percebi que o motorista ia me dar trabalho. Muito mal educado, mal humorado, tipo de cara que não serve pra trabalhar com turismo, mas eu rapidamente o ignorei e ele não conseguiu estragar o passeio.

 

A viagem de San Cristobal de Las casas para Chiapas de Corzo (onde saem os passeios pro Canion) é de cerca de 1h. Chegando lá, tem que esperar preencher os barcos e já começa o passeio.

 

O Canion é maravilhoso. Valeu todo o esforço pra fazer esse passeio. Tudo dentro das expectativas. Qualquer foto do Canion é uma mera aproximação do que é de verdade. Tem locais que a altura das paredes chega a 1km. É muito bonito mesmo. A fauna local também é bem rica. Crocodilos, Garças brancas e Cinzas, Pelicanos. O crocodilo não dá medo não. O cara chega muito perto, mas o bicho fica dele. Não vi nenhum relato de turista devorado por crocodilo quando pesquisei sobre esse passeio.

 

Em resumo, Canion valeu cada centavo. Cerca de 2h de passeio na água com barco rápido. Na volta o passeio ainda deu uma paradinha em Chiapas de Corzo, mas só tempo para ir ao banheiro e engoliar alguma coisa. Nada interessante em Chiapas de Corzo.

 

Um outro ponto importante é que a temperatura em Chiapas estava muito acima da temperatura de San Cristobal. O sofrimento com o calor começou aqui.

 

Voltamos pro hotel, banho, arrumar mala e viagem pra Palenque. Saímos por volta das 18h de San Cristobal para chegar em Palenque umas 0h.

 

Só esqueci do detalhe do padrão do ônibus. Este não tem espaço entre as pernas e viajei com as pernas dobradas/cruzadas por 5h. Cheguei quadrado em Palenque. Diferentemente do ADO GL, o cinema deste ônibus é com o som aberto, ou seja, horrível pra dormir (o ADO GL tem fones de ouvido individuais). A freqüência também é bem pior. Uma concentração enorme de crianças bagunceiras e barulhentas. Por pouco não embarcaram um bode no buzão.

 

Chegamos em Palenque, eu não preguei o olho por um minuto. Estava uns 10º acima de San Cristobal. Um forno. Não venta, é úmido pra caramba. Assustador. Pegamos um taxi até o hotel. Ficamos num hotel chamado Xibalba. Meia boca, mas como ficaríamos só uma noite, deu. Ponto positivo do hotel é o ar condicionado. Se não fosse por ele, não ia dar.

 

 

6º dia

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O objetivo do dia era visitar as ruínas de Palenque. Tentamos pegar um "colectivo" até as ruínas mas acabamos não conseguindo pegar. Os colectivos são umas vans caindo aos pedaços, custam e, torno de 10 pesos por pessoa (não lembro o valor exato). Acabamos pegando um taxi, que ficou super barato. Em geral taxi não é caro no México.

 

Chegamos no pé da ruína e contratamos um guia por 400 pesos, somente para fazer a parte histórica das ruínas. Estava muito, muito, muito quente. A umidade torna a sensação de calor maior.

 

O guia valeu cada centavo. Ele explicou mostrou fotos, contou curiosidades que se eu for relatar aqui ficaria um dia pra descrever. É muita informação. Pra quem gosta dessa parte mais histórica e cultural como eu, é imprescindível um guia.

 

As ruínas estão muito conservadas, muitas delas ainda estão encobertas pela vegetação, mas as principais estão abertas para visitação e para subir nas pirâmides. Dá para tirar fotos e ver a vista impressionante. O parque nacional também é muito bonito. Valeria muito a pena passear o resto do dia por lá, mas acabamos desistindo graças ao calor.

 

Voltamos para o centro de Palenque (dessa vez conseguimos pegar o coletivo) pra tentar comer algo. Viagem perdida. Não tem nada no centro de Palenque e é tão difícil comer quanto na cidade do México. Comemos alguma porcaria e voltamos para o hotel.

 

Ficamos enclausurados no hotel o resto da tarde por causa do ar condicionado. No final do dia, 21:30h pegamos o busão para Cancun. Dessa vez ADO GL, mais 13h. Pra ajudar, o ônibus atrasou 30m.

 

 

7º dia

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Após 13h de viagem, chegamos a Cancun. Taxi até nosso hotel. Ficamos no Fiesta Inn Las Americas. O hotel é novo super confortável, cama boa, chuveiro bom. Tem piscina grande (não aquecida) e uma "jacuzzi", uma piscininha pequena aquecida e com hidromassagem. Muito boa pra descansar no final do dia depois de fazer os passeios.

 

O único inconveniente do Fiesta Inn Las Americas é que fica no centro e não na zona hoteleira. Aqui começa a parte do relato que me motivou a escrever aqui pro mochileiros.

 

Eu aprendi a viajar meio sem planos em 2006 e sempre fiz dessa forma. Chegar na cidade, entender como a cidade funciona, planejar os dias que vai ficar, contratar passeios e sempre deu certo. Com Cancun fiquei um pouco frustrado nesse aspecto.

 

Cancun não é uma cidade turística tradicional. Ela é uma cidade "feita" pra turismo. Não tem lá muitas atrações naturais próprias e sim um monte de parques e coisas montadas pro turismo. Nâo tem um centro, uma praça onde as coisas acontecem. As praças são dentro da zona hoteleira feitas especificamente para turismo. Isso faz com que o preço das coisas subam (apesar de não ser absurdamente caros) e a cidade esteja repleta de armadilhas para turistas.

 

Logo que cheguei, queria contratar passeios. Tinha objetivos muito simples: visitar um cenote, ir a Chichen Itza (apesar de ser o passeio mais conhecido, queria fazer) e curtir um pouco de praia. Só isso. Não fazia questão de Tulum, Playa del Carmen, nada (pretendo voltar depois pra fazer com calma).

 

Eu simplesmente tive dificuldades pra contratar passeios em Cancun! Não existem agências de turismo locais e pequenas. Existem somente mega-empreendimentos!

 

Tinha pesquisado os passeios na internet no site viator.com, com passeios para Chichen por US$65 (já bem mais caros que os outros q fiz no resto do Mèxico) e vi também um que me interessou chamado Rio Secreto por uns US$90 (mais pq tinha cara de cenote). No hotel que fiquei estavam cobrando US$100 o Chichen e no lugar do rio secreto estavam tentando me empurrar um parque chamado Xplor (Que parecia legal, mas não era o que eu queria).

 

Em resumo, descansei um pouco e pensei com meus botões: Vou pra uma região central de turismo pra tentar tirar uma base de preços. Fui para a região lá próxima do Coco Bongo, aproveitar pra comer no Hard Rock Café.

 

De cara, peguei um taxista muito simpático e acabei cometendo uma falha. Esqueci de perguntar o preço "antes". Em resumo, o cara queria cobrar a corrida em dolares. A corrida do centro pra zona hoteleira ficou em 200 pesos. Ele me mordeu uns 50 pesos fácil. Dica #1: Taxistas em Cancun dão golpe. Perguntem o preço ANTES. Se estiverem desconfortáveis, virem as costas, mandem um "gracias" e procurem outro carro.

 

Cheguei na praça e rapidamente vi um guichê de turismo com passeios. Estava dentro do mesmo shopping onde fica o Hard Rock Café. Fiquei felizão. Chichen por US$35, metade do preço. Conversei com o cara e ele disse que ia me fazer um pacote especial pq eu sou brasileiro e existia uma promoção especial para brasileiros. Ia fazer os dois passeios q eu queria, Chichen e Rio Secreto por US$100. Telefonou pra tudo que é canto, conversa vai e conversa vem, me disse que para que eu conseguisse participar dessa promoção eu precisava somente conhecer um hotel da empresa deles que estava dando os descontos no passeio em troca de publicidade.

 

Já fiquei desconfiado, luz amarela no painel, mas eu tava com o saco cheio. Queria contratar os passeios. Fiquei 13h dentro de um ônibus.

 

Conversei com o cara e a promessa era sair de manhã e voltar por volta das 11h, conhecer o hotel e pegar as boletas com os descontos, já agendando os próximos passeios para o dia seguinte e depois de amanhã.

 

Fechei com o cara. A empresa chama "Vida Vacations", tem 3 grandes hotéis no grupo. No boleto está escrito "SEM QUALQUER COMPROMISSO" o que me deu alguma tranquilidade. Logo que fechei o cara falou que precisava pagar US$10 por pessoa somente para ele não correr o risco de chegar no hotel no dia seguinte e eu não estar lá e ele perder o meu transporte até o hotel da tal publicidade. Tava com o saco na lua, morto de fome, acabei deixando 200 pesos e fui comer no Hard Rock.

 

O Hard Rock muito parecido com os outros q fui, um pouco mais caído, mas como sempre comida boa e o plus é que tinha uma banda boa tocando ao vivo. Tomei lá umas cervejas curtindo a banda e foi bom pra desestressar.

 

Na saída, fui pegar um taxi de volta pro meu hotel e já tentaram me morder de novo. Pediram 250 pesos no taxi até o centro. Andei uns 50 metros, parei outro na rua e por 100 pesos cheguei no hotel.

 

Logo que cheguei no hotel, fui pesquisar sobre a empresa. Como estava prevendo, era um belo golpe. Em vários sites, principalmente o pissedconsumer.com (uma espécie de reclame aqui gringo), tinha gente reclamando, só que o lance era pior. Os caras vendem no hotel tipo uma "cota" do hotel, coisa de algumas dezenas de milhares de dólares. Ficam 4h buzinando na sua orelha pra você comprar. Quando no final das contas vc insiste no não, eles dizem que os passeios que você quer não tem vaga e você volta de mão abanando.

 

Cheguei à conclusão que um dia de passeio pra mim ia custar mais caro do que os 200 pesos que deixei com o cara. Perto do que li no pissedconsumer, meu prejuízo fui muito pequeno. O problema é que eu não tinha nada programado pro dia seguinte, não tinha entendido nada como a cidade funciona e ainda por cima, puto da vida com o ocorrido. Dica #2: Não tem almoço grátis. Pule fora desse tipo de furada. Tem diversas empresas aplicando esse golpe em Cancun.

 

Fui pro hotel e resolvi desencanar dos passeios e alugar um carro. Ia um dia pra Chichen, outro pra Playa Del Carmen, outro para Tulum + Cenote. 3 dias de liberdade!

 

Comecei a fuçar na internet e descobri que tem váaaaaaaaaaaarios golpes relacionados a aluguel de carro no Mèxico, mesmo com empresas renomadas (Hertz, Avis, Thrift) e outras. Vale a pena pesquisar com calma. Os principais golpes que percebi:

 

- Você faz a reserva, chega lá e não tem o carro. Eles te empurram outro mais caro. Reserva eletrônica e nada é a mesma coisa.

- Os caras te dão um estepe ferrado e depois fazem você pagar por ele.

- Você não contrata o seguro e batem no teu carro. Usam o depósito que você deixou no cartão de crédito como caução.

- Não devolvem via em branco assinada do cartão de crédito usada como caução. Depois aparece um débito na tua conta.

 

A lista acima não é exaustiva. Além dessas tem outras relacionadas a aluguel de carro:

- Policiais dando "morditas" (igualzinho no Brasil). Inventam uma infração e pedem um faz-me-rir pra livrar tua cara.

- Golpes em posto de gasolina: Nâo zerar a bomba antes de você abastecer ou adicionar um zero a mais à direita na tua conta.

 

Com todas essas ressalvas, ainda decidi alugar o carro. Fiz uma reserva na "Easy Way" que era a que tinha mais elogios. A reserva me deu só um código de confirmação, sem cartão de crédito nem nada.

 

 

 

8o dia

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Acordei com a missão de alugar um carro. Liguei na Easy Way e só tinha gente pra atender as 9h da manhã. Liguei as 9h e não tinham nenhum carro. Liguei para umas 3 rent-a-car e nenhuma tinha carro disponível.

 

Em resumo, meus planos de novo foram por agua abaixo. Estava obviamente desgastado com a situação. Voltei para o plano dos passeios de novo.

 

Tentei contratar os passeios que queria pelo viator.com e não aceitou meu cartão de crédito. Minha última alternativa foi fechar no hotel mesmo. Acabei fechando só o Chichen por US$100, meio azedo com a situação.

 

Aproveitei o dia cinzento e dei uma passada no Shopping La Isla. Shopping totalmente para turistas. Tem lojas legais, algumas coisas em conta, mas achei o Las Americas melhor pra comprar.

 

O que me chamou a atenção no La Isla é que o mesmo golpe dos passeios estava sendo aplicado lá. Maior shopping turistico e a picaretagem correndo solta. Os gringos caindo aos montes. Fui até conversar com um cara pra me certificar se era a mesma coisa e dito e feito. Era a mesma história de levar pra conhecer um hotel e ganhar descontos. Esse vendedor era mais arrojado. Ele ia me "dar" os Chichen Itzá.

 

Queria avisar os gringos pra não caírem também, mas fiquei com medo de virar um barraco e o clima esquentar.

 

Depois do shopping, resolvi me animar e pegar o buzão pra chegar até Playa Delfines. O circular mesmo. Consegui numa boa. Custa 8,50 pesos a passagem e não é difícil andar. Só tem 4 linhas!

 

Chegamos em playa Delfines e é uma praia muito bonita, mas minhas suspeitas se confirmaram. Nâo tem nada pra vender, uma cerveja, uma cadeirinha, nada, nada. Só pra ver. Pra curtir praia em Cancun tem que ficar num resort na zona hoteleira. Se sua idéia é ir para uma praia caribenha, tomar muitos drinks e ver mais azul, compre um resort com all-inclusive.

 

Voltei, comi e descansei um pouco.

 

 

 

9o dia

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Pra salvar o dia, resolvi seguir a dica do taxista de 100 pesos do dia anterior e algo que minha esposa tinha visto na internet. Peguei um taxi até Puerto Juarez e um Ferry (Ultramar) até Isla Mujeres. Chegando lá, vire a esquerda e ande até o final. No final, tem o paraíso. A travessia custa 180 por cabeça, ida e volta.

 

Exageros a parte, não era o paraíso, mas a praia mais gostosa que já fui. Chama Playa del Norte em Isla Mujeres. O que ela tem de especial é justamente o fato de não ter nada de especial. Tem cadeiras e guarda-sol que você aluga o conjunto (2 espreguiçadeiras e um guarda sol) por 150 a 200 pesos, cervejas geladas por 30 a 35 pesos. Além disso o azul do mar do caribe, um mar calmo pra tomar banho. Era tudo que eu precisava. Fiquei lagartixando lá o dia todo. Valeu cada minuto e cada centavo.

 

Além da Playa el norte, existem outras coisas pra fazer em Isla Mujeres. Tem carrinho de golf pra alugar (180 pesos por hora, 500 por dia). Tem um lugar pra fazer nado com golfinhos, um outro parque com algumas coisas de tirolesa e aventuras e alguns passeios de snorkeling, nado com tubarões. Mas a praia era o que eu estava procurando.

 

 

10o dia

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Acordei preparado para um dia "CVC". Odeio passeios desse tipo. Entra véio no busão, sai véio do busão e lá se foram 30 minutos. Parada para xixi. Parada pra te vender um monte de porcaria e por aí afora. Mas fui preparado psicologicamente pra isso.

 

O tour que eu peguei é da mesma empresa do tal do XCaret, Xel-ha e afins. Tanto que o tour chama Xichen (com "X").

 

Quando contratei, o cara falou que o tour era "all inclusive". Café, almoço e tudo. Eu acreditei nele meio desconfiado. Achei que na hora do vamos ver ia aparecer um monte de custos adicionais.

 

O tour começa com os caras te levando para um "centro de distribuição de turistas". É um baita esquema pra agilizar o pickup nos hotéis. Os caras pegam todo mundo (independente de que passeio vai), chega lá eles separam quem vai pra qual passeio. Vc se sente tipo um produto passando por uma linha de montagem, mas acaba sendo legal pq não atravanca muito o dia e o ônibus não fica pingando de hotel em hotel.

 

Tem opções de guias em inglês e espanhol. Fui no tour de inglês. Só eu de brasileiro e o resto tudo americano.

 

São 2h30m até Chichen saindo de Cancún. É uma bela viagem. O ônibus é confortável (não tanto quanto o ADO GL) e realmente a promessa foi cumprida. Lanchinho honesto, sucos, refris, águas e cafés à vontade. Ficam passando shows e documentários no caminho e o guia contando um monte de histórias.

 

Sim eles tentam vender umas coisas, mas não são tão chatos. Quer quer, não quer, não quer. Chegamos em Chichen e o tour de novo superou minhas expectativas. Apesar do grupo relativamente grande, o cara explica de forma muito detalhada e passa por uma série de sutilezas que não teria conhecido se tivesse ido sem guia. O guia realmente faz diferença. Nâo vou contar os detalhes aqui, senão é mais um livro. Só digo que valeu muito a pena.

 

Na volta para o busão, Coronas à vontade. Na seqüência nos levaram para Valladolid, uma vilazinha no caminho. Paramos para almoçar no buffet do tour, numa casa colonial bem conservada. O almoço foi muito bom, comida de qualidade e de novo, all-inclusive. O all-inclusive inclui também as bebidas. O almoço não é extraordinário em qualidade, mas também não dá pra dizer que é ruim.

 

Depois do almoço, passamos ainda num cenote em Valladolid, o Gran Cenote. Muito bonito. Pra mim que estava com os tours micados, foi um adicional que valeu a pena. Ônibus no caminho de volta, tudo em ordem.

 

Resumindo o que me surpreendeu de novo é que apesar de todas as minhas expectativas negativas, o passeio foi ÓTIMO! Valeu os US$100 que eu deixei. Por incrível que pareça, eu recomendo!

 

 

10o dia

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Mamãe natureza não foi muito generosa conosco nesse dia. Estava nublado, chuviscando. Tempinho feio mesmo. Resolvemos dar um pulo na Isla Mujeres com aquela esperança que o dia ia melhorar.

 

O dia não melhorou e a salvação foi um carrinho de Golf. Demos uma volta na ilha e valeu a pena. Dá pra conhecer o lado sul que tem alguns mirantes, ver onde ficava os golfinhos, tartarugas, etc.

 

Depois dessa volta, fomos para o centro conhecer um pouco a lojinhas. Bugigangas, charutos, restaurantes, muito mais fáceis e acessíveis que em Cancun.

 

Tentamos pegar alguma praia mas o frio nos venceu.

 

 

11o dia

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Dessa vez mamãe natureza capricou. Tempo aberto, lindo. Saímos correndo pra Isla Mujeres curtir o ultimo dia de praia, mas acabamos indo para os golfinhos pois minha esposa queria conhecer.

 

O lance dos golfinhos é que existem vários pacotes. O mais caro, US$160 com 2 golfinhos, 1h. Existe um intermediário, de 45 minutos e um "easy-mode" para crianças, de 30 minutos. Eu não tava lá mto a fim de fazer o passeio, mas para entrar no lugar tinha que pagar ~US$40. Fiquei meio puto e decido botar mais R$40 e fazer o passeio simples e minha esposa o completo.

 

Chegamos umas 9h da manhã lá e o passeio só ia rolar as 13h30m. Nâo foi tão ruim não pq o lugar é all inclusive. Se vc pagar a taxa de entrada ou um passeio (quem faz o passeio não paga a taxa de entrada), vc pode ficar usufruindo do lugar. Tem 2 piscinas, pássaros, pelicanos, dá pra ver os golfinhos, focas e tomar coronas e margaritas a vontade. Também tem o buffet do almoço incluso que não é espetacular, mas funciona.

 

Fizemos o passeio e achei muito divertido. Eu gosto de animais em geral em mesmo tendo feito o passeio simples, foi bacana ficar perto do golfinho, ver a relação dele com a treinadora e é muito, muito legal mesmo ver a obediência, interagir com o animal. Uma experiência diferente.

 

A avaliação geral do passeio é que valeu a pena de novo. Apesar de ser estilo "pacotão turístico", vale a pena. Se vai fazer o passeio, vá com tempo pois vale a pena dar uma lagartixada por lá tbém.

 

No final do dia, voltamos para a Playa Norte e vimos o por do sol, muito bonito, colorido.

 

Foi isso!

 

 

Recomendações finais

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Taxis: Como já relatei acima, tem taxistas enroladores em Cancun, mas nem todos. Pegar taxis nas paradas é sempre mais caro que na rua. Ex.: Minha primeira ida do hotel (centro) para Puerto Juarez custou 50 pesos e a volta 70. Na ida peguei no ponto na frente do hotel e na volta no ponto em Puerto Juarez. Depois q aprendi, eu peguei na rua paralela do hotel, parando o taxi na rua e na rua em frente ao puerto Juarez (não dá 1 quadra!). Paguei 35 pesos cada viagem.

 

Compras: Achei tenis e roupa em geral barato, eletrônicos mesmo preço do Brasil. Ponto positivo para a loja "mixup" pra quem compra vinil que nem eu.

 

E pra finalizar, apesar das enrolações em Cancun, gostaria de deixar claro que são casos isolados. Em geral o povo mexicano é muito simpático e tive muito mais pessoas se esforçando para nos atender bem (inclusive com a lingua) do que tentando nos enrolar. Nâo dá pra julgar todo um pessoal e toda uma cultura por causa de meia dúzia de sem vergonha.

 

Era isso!

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  • 2 semanas depois...
  • Colaboradores

Ola Ericlemes,

 

Gostei muito do seu relato, não é certeza, mais provavelmente irei em Junho deste ano em um roteiro muito parecido com o seu, porém como terei mais de 18 dias, pretendo inserir oaxaca e playa de carmen no roteiro, talvez Mérida se tudo correr bem...

 

Seu relato, além muito atualizado pra mim, me fez também pensar sobre Cancun, pois tinha a mesma ideia sua de qdo chegou lá... Assim, pra não ter gastos exorbitantes por lá e tentar ficar melhor localizado, tem algum hotel para sugerir? Alguma outra dica sobre hospedagem por la, tipo area, translados?

 

Mais uma vez obrigado pelo relato,já até ti positivei na reputação... abraço

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  • Membros
Ola Ericlemes,

 

Gostei muito do seu relato, não é certeza, mais provavelmente irei em Junho deste ano em um roteiro muito parecido com o seu, porém como terei mais de 18 dias, pretendo inserir oaxaca e playa de carmen no roteiro, talvez Mérida se tudo correr bem...

 

Seu relato, além muito atualizado pra mim, me fez também pensar sobre Cancun, pois tinha a mesma ideia sua de qdo chegou lá... Assim, pra não ter gastos exorbitantes por lá e tentar ficar melhor localizado, tem algum hotel para sugerir? Alguma outra dica sobre hospedagem por la, tipo area, translados?

 

Mais uma vez obrigado pelo relato,já até ti positivei na reputação... abraço

 

Fiquei sem entrar no forum e nem li os comentários por um tempo, desculpem.

 

Olha... eu sinceramente se fosse pra península de Yucatan novamente, não ficaria diretamente em Cancun. Ficaria uns 2 dias em Isla Mujeres, e passaria pelas outras cidades (Tulum, Playa del Carmen ou Merida) que é tudo mais ou menos perto. Ficando de um a 2 dias por lugar, dependendo do que tanto vc quer ver. Acho que Cancun vale mais a pena ficar quem está numa pegada de balada ou coisa do tipo. Se tiver muito a fim de Cancun, um dois dias por lá, depois fecha um roteiro mais completo. O ideal é marcar quantos dias vai ficar baseado nos lugares que quer conhecer.

 

Por exemplo, os passeios que saem de Cancun:

- Chichen Itza: Dá pra fazer por Mérida, e ainda tem outra ruína perto de Mérida (acho que é Uxmal) que não dá pra fazer por Cancun.

- Parques como Xel-Ha, Xplor e XCaret acho que dá pra fazer por Tulum ou Playa Del Carmen.

- Tem outras ruínas tbém de Cobá, Ek Balam, que acredito que por Tulum seja mais fácil.

 

Mas pesquisa direitinho. As vezes o teu gosto pode ser diferente do meu e vc achar outras coisas que valem mais a pena.

 

Se ficar em Cancun mesmo acho que ficar fora da Zona Hoteleira já barateia bastante. Como translados fica a dica do taxi. Pega direto da rua e não dos pontos.

 

 

Abraço,

 

Eric

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  • 1 ano depois...
  • Membros

Oi Ericlemes.. Gostei muito do seu relato, está me ajudando no meu roteiro..

Queria saber como foi essa parte do saque que vc fez, sempre faço isso nas minhas viagens e estava na dúvida se tem como fazer o mesmo no México, pelo visto sim, vc fez nos caixas 24 horas, tipo ATM?? E quanto ao débito, não conseguiu fazer de jeito nenhum? Estranho né, quando estava no Canadá também não consegui, mês passado fiz nos confins do Peru e sempre deu certo, vai entender..

Abraços, grato desde já,, Indo para o México em outubro..

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