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USHUAIA MARÇO 2016


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Amigos, sou de POA e já fiz, mais ou menos, este trajeto, agora em fevereiro de 2015, num total de 11.250km.

Planejei bastante e mesmo assim, tive que aprender muita coisa pelo caminho,principalmente, em trechos de rípio da Carretera Austral e Ruta 40.

Terei o maior prazer em ajudar com as experiências que adquiri.

abraço

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Vou tentar organizar por assuntos da forma mais clara possível, com perguntas que eu mesmo fiz antes da viagem. Por favor, me desculpem qualquer atropelo.

 

1. Viajar para fora do Brasil pelo cone sul tem algum mistério?

Não. Fora os trechos de rípio, as estradas, de modo geral, são melhores. É até mais seguro. Ainda que haja criminalidade lá fora, é bem menor do que a que temos por aqui e há muito mais respeito por motociclistas, notadamente no Chile;

 

2. É necessária uma moto poderosa, novinha em folha, cheia de equipamentos?

Não. Quase qualquer moto pode ir, desde que confiável e revisada. Encontrei, pelo menos, 2 viajantes de motoneta fazendo os mesmo trechos que nós de Transalp e Tenere 660.

 

3. Há longos trechos de rípio?

Não. São vários, mas, são curtos. O maior acho que tinhas pouco mais de 100km. juntando tudo deu uns 700km. Argentina e Chile estão se esforçando para asfaltar tudo (Carretera Austral, Ruta 40 e Ruta 3), já que o turismo pelo sul pode se converter numa grande fonte de renda para estes países.

 

4. Há mais de um tipo de rípio?

Sim. Há vários:

- rípio antigo e socado. O melhor de todos. Dá prá andar a 80-90km/h sem correr riscos;

- rípio recem colocado e nivelado com máquina. É o pior de todos. Um terror. Há camadas de até 10cm de pedrisco bem fofinho, que atola a roda dianteira e derruba os incautos;

- rípio encharcado da chuva. Bem ruím. Só encontrei pequenos trechos no Chile, na Carretera Austral.

 

5. Há muito problemas com policiais corruptos?

Em uma viagem anterior tive de pagar propina na ruta 14 para um tal de sargento Gutierrez. Desta vez, nada me aconteceu. Eu não tenho, mas, dizem que pilotos com câmeras GOPro são o terror dos policiais corruptos que têm medo de ser filmados. Não sei se é verdade. No Chile e Uruguai, as chances de ser extorquido são bem baixas. Por via das dúvidas, é bom ter uns trocados amarrotados num bolso qualquer e dizer que só tem aquilo.

 

6. Há problemas de abastecimento de combustível?

Nos 3 países há trechos longos com postos bem espaçados. Se sua moto tem autonomia menor do que 300-340km, é bom se preocupar e levar um "bidon" com gasolina. Na Carretera Australe e Ruta 40 não há postos de meio de caminho, como aqui no Brasil. É de cidade em cidade. No Ururguai fiquei sem combustível entre Tacuarembó e Payssandú. Comprei de uma senhora num restaurante, que me cravou a faca no rim. Planejar bem.

Não considere o consumo normal de sua moto como referência. Se ela faz 22km/l sem vento, com uma ventaca de frente ou de través, vai fazer 70% disso.

 

7. A gasolina argentina e chilena, por ser melhor, pode prejudicar os motores?

Besteira. Quem é engenheiro mecânico sabe que uma maior octanagem apenas impede que a mistura exploda antes. Usei a básica e intermediária na Argentina (YPF Super e Infinia). A Infinia tem mais detergentes que vão mantendo o motor limpo. Equivale a aditivda da Ipiranga aqui.

Detalhe há gasolina adulterada na Argentina, notadamente em postos Petrobrás. recomendo abastecer sempre nos postos YPF.

 

8. Os ventos no pampa e na estepe patagônica são muito fortes?

No verão há trechos comventos estupidamente fortes. Sempre de oeste ou sudoeste. Na região de Perito Moreno, Governador Gregores, Bajo Caracoles e Terra do Fogo, prepare-se para andar inclinado a uns 10 graus. O vento é absurdo no verão. Mas, a gente se acostuma.

 

8. Há técnicas para superar o rípio?

Se vc for um piloto de enduro ou motocross vai achar até graça do rípio.

Este não é o meu caso. Eu sou um pilotinho bem mais ou menos, mas, aprendi umas coisas que ajudam muito:

- baixar a pressão dos pneus. Se vc usa, por exemplo, 30 libras, abaixe para 20 libras. Vc deverá ter uma bomba para enche-los novamente, quando retornar ao asfalto, ou vai detonar a borracha dos pneus. Um calibrador confiável é indispensável.

- punhetear o acelerador no rípio fofo. Desculpem o termo. Eu explico.

Aprendi com meu companheiro de viagem. O rípio fofo tende a engolir a roda dianteira e mandar o cara pro chão. A técnica consiste e observar o piso adiante e a cada vez que for superar um morrinho de ripio, uma um destes trilhos que se formam, dar uma bombada no acelerador. Isto faz com que a roda traseira assuma e tire peso da dianteira, que, então, dá uma flutuada e pula a parte fofa do rípio. Fiquei surpreso. Funciona bem demais.

 

 

Assim que puder, continuo, com roteiro e algumas outras observações que fiz.

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