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Fim de semana em Conceição do Mato Dentro - MG


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Nos idos tempos de 1995 eu fui algumas vezes na Serra do Cipó. Explorei muita coisa por lá, numa época prévia à expansão do ecoturismo. Várias vezes me falaram da Cachoeira do Tabuleiro, em Conceição do Mato Dentro, que ficava “logo a seguir”. Acabei não indo naquela época.

 

Demorou bastante, mas finalmente fui conhecer. Passagens promocionais compradas, a dúvida era entre Conceição (CMD) e Caraça. Deixamos o Caraça para a próxima oportunidade (haverá de haver!).

 

Dessa vez chegamos de noite em Confins e uma amiga de BH nos buscou para partirmos direto para CMD. A viagem noturna é bem agradável -- descontando as dezenas (30??) de quebra-molas de Lagoa Santa. A subida do Cipó para CMD foi recentemente asfaltada e a estrada está boa. Tem poucos pontos de ultrapassagem nesse ponto – se você der o azar de pegar um caminhão lento, relaxe e espere chegar a hora certa de ultrapassar.

 

Optamos por ficar numa pousada um pouco antes da cidade, Pousada Vale das Pedras. Era mais em conta do que as da cidade (dentre as que nos deram retorno por e-mail) e era muito boa! Belo visual do vale, inclusive.

 

Na sexta-feira não fomos para a cidade, ficamos direto na pousada. Chegamos cerca de 1 da manhã, convinha dormir para sair cedo no sábado.

 

O sábado amanheceu nublado, mas apostamos que era névoa de manhã de inverno. Partimos direto para conhecer a famosa Cachoeira do Tabuleiro.

 

A sinalização até lá é padrão Brasil. Às vezes tem, às vezes não tem. Felizmente tínhamos indicações (entre à esquerda depois do aeroporto da cidade) e seguimos na boa. Necessário comer alguns km de terra (uns 15?), mas em estado razoável em quase toda a extensão.

 

A Cachoeira do Tabuleiro fica no Parque Estadual Serra do Intendente e é a terceira maior queda do Brasil. Chegando na sede do parque, você preenche um formulário, paga 10 pratas por cabeça, recebe algumas informações e segue. Tinha lido que recebia saquinho de lixo, mas não recebemos nada.

 

Existe a trilha para chegar no alto da cachoeira, mas é uma trilha mais pesada e com condicionantes (se não me engano, exige-se que alguém tenha um GPS). Não era o foco do nosso grupo, no entanto, nossa ideia era a parte de baixo mesmo, o poço. E lá fomos.

 

A trilha é relativamente tranquila. Você caminha até chegar na margem do rio e depois segue pelas pedras do rio até o poço e a cachoeira. Em alguns pontos, já no leito do rio, há algumas piscinas bacanas para se banhar. No entanto, antes de chegar ao leito, há muitas pedras no caminho, algumas delas soltas. Há também restos do que parece ter sido um plano de urbanização da trilha, em algum ponto próximo ao início dela. É só ter cuidado redobrado – e, claro, calçados apropriados (não precisa de bota, basta um tênis; chinelo é que eu acho meio abusado).

 

Conforme vamos andando, a cachoeira vai se descortinando à frente. Na verdade, aquela coisa pequena lá ao longe vai se revelando monumental. Como fomos no inverno, época tradicional de poucas chuvas na região, a cachoeira estava bem pouco volumosa. De longe, parecia que virava fumaça antes de chegar ao solo, ou melhor, ao poço.

 

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Cachoeira do Tabuleiro

 

A água é a chamada cor de coca-cola, também comum na região. Li que é em função de matéria orgânica e óxido de ferro.

 

Enfim, chegamos ao poço. O cara do parque falou que os mais rápidos chegam lá em 45 minutos, os mais lentos levam o dobro do tempo. Ficamos no meio termo, com muita calma. Não havia ninguém mais além de nós.

 

O tempo chegou a abrir em algum ponto da trilha, mas voltou a fechar. Com o friozinho, a água estava gélida. De doer mesmo. Ou seja, revitalizante! Nadei até o outro lado e fiquei de baixo da cachoeira – ou da fumaça que chegava até ali. Nessas horas que eu me arrependo de não ter levado a câmera aquática.

 

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Água que quase vira fumaça

 

Depois curtir o lugar, pegamos a trilha de volta. Aí sim, nos deparamos com mais gente, ainda chegando na cachoeira.

 

Voltamos tudo e aproveitamos para esticar até o mirante da cachoeira, que é uma rápida trilha. Na verdade, é parte da trilha que leva ao topo da cachoeira. A vista da cachoeira a partir dali é mesmo excelente.

 

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Panorama geral da Cachoeira do Tabuleiro

 

Voltamos à entrada e partimos de volta, agora para o distrito de Tabuleiro, onde paramos para almoçar. Tínhamos a dica do Rupestre, e foi mesmo uma ótima opção. Saboroso, bonito e honesto PF!

 

Retornamos à cidade já no meio da tarde e, somente aí, o sol apareceu e “limpou” o céu. Conhecemos rapidamente algumas igrejas (todas fechadas) da cidade e depois fomos catar o Salão de Pedras. Não foi nada fácil, em função da sinalização praticamente inexistente. Depois de errar algumas vezes, conseguimos chegar. E assistimos a um belo entardecer do alto das pedras.

 

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Entardecer no Salão de Pedras

 

Depois disso, fomos tomar um banho gelado de piscina na pousada antes de sair. Nesse dia o Brasil perdeu do Paraguai, nos pênaltis, pela Copa América. Logo depois do jogo fomos na cidade para curtir algum lugar. Conforme dicas que pegamos na pousada, escolhemos o Café com Rosas. Geralmente tem show na casa, mas não naquele dia. De qualquer forma, uma das Rosas nos atendeu muito bem, com direito a cachacinhas locais, Backers e saborosos petiscos.

 

No domingo o plano era conhecer a Cachoeira Rabo de Cavalo. Constava que a trilha era ainda mais fácil, mas o acesso de carro era ainda mais distante (uns 20km de terra). Exatamente assim. Comemos ainda mais poeira que na ida a Tabuleiro. Lembrando que a diferença de km deve ser pensada sob a perspectiva de baixa velocidade, porque não é conveniente acelerar muito no meio daquela terra toda, sempre há um buraco aqui e ali. Sobretudo a parte final é bem complicada, inclusive com possibilidade de o carro atolar entre os pedregulhos. De qualquer forma, chegamos na área onde geralmente se estaciona os carros e partimos.

 

Cruzamos um rio e pouco depois chegamos ao ponto de apoio do IEF, onde também preenchemos um formulário. Mas não há cobrança. A trilha é bem rápida e bem fácil, no máximo há um rio para atravessar. Como estava em época seca, foi tranquilo.

 

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Na trilha, e as quedas que perfazem o rabo de cavalo

 

A Cachoeira Rabo de Cavalo é composta por três quedas, mas lá de baixo só se vê (ao menos só víamos) uma delas. Ao longe percebíamos as outras. Também é uma mais que respeitável queda. Nesse dia tivemos a companhia de um casal de Campinas na trilha e na cachoeira. A água estava gélida, como do dia anterior. A diferença é que havia sol – o que melhorava muito as coisas. Dá pra nadar até o outro lado e curtir uma praia por lá, há pedras para se recostar e curtir. Depois de um tempo requentando o corpo na pedra, sob os raios solares, era hora de voltar. Na água gelada!

 

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Cachoeira Rabo de Cavalo

 

Depois de curtirmos o lugar, voltamos na trilha. O carro ainda atolou num trecho de pedras, mas bastou empurrá-lo para outra área e seguimos viagem de volta. Descemos tranquilamente até Lagoa Santa, onde já chegamos no fim de tarde. Da outra vez em que estivemos no Cipó, encaramos um trânsito que colocou em sério risco nosso voo de volta (embarcamos poucos minutos antes de fechar). Dessa vez não quisemos arriscar e deixamos para almoçar (na prática, almojantar) já em Lagoa Santa, pertinho do aeroporto. Ainda curtimos a Estátua do Juquinha no caminho (na ida nem percebemos!) e um pouquinho da Lagoa Central, em Lagoa Santa.

 

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Juquinha

 

E assim foi mais um fim de semana explorando algum canto no Brasil.

 

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Conceição do Mato Dentro é uma cidade na rota da Estrada Real. De um modo geral as pessoas dizem que cidade piorou muito desde que as atividades de mineração se iniciaram na região. Dizem sobretudo que a cidade ficou vermelha (por conta da poeira da mineração), além de todas as mazelas tradicionais que um grande empreendimento leva a uma pequena cidade. De fato, achei que havia muito pouca gente (refiro-me a turistas) num fim de semana na cidade – e as pessoas atribuem isso à mineração. De qualquer forma, a cidade oferece várias cachoeiras e trilhas para quem curte.

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  • Membros de Honra

Oi, Linhares. Valeu pelo apoio.

CMD tem muitas opções, de um modo geral mal exploradas (padrão Brasil). Acho que vc fica uma semana por lá e ainda tem coisa pra fazer. Peixe Tolo, Congonhas e Travessia para a Lapinha são 3 das coisas que eu gostaria de retornar para conhecer.

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