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Olá! Caro leitor (a). Nesse relato será explanada a rota feita por Fael e Graziela na Ilha dos Frades, um território margeado pela Baía de Todos os Santos (BTS), pertencente ao município de Salvador/BA. No decorrer do texto serão detalhados o trajeto, as paisagens, os cenários conhecidos e outros desconhecidos, a síntese da cultura local, além de alguns moradores ilustres. Existem outros fatos, bastante complexos, observados por Fael e Graziela, que não serão divulgados por se tratar de um assunto delicado e “perigoso” para se tratar em público. Para conhecer essa “problemática” só indo até a ilha e dialogar com os nativos (moradores antigos) que saberão do que se trata. Todos os detalhes em como chegar, as paisagens, local para ficar e amizade conquistada de alguns moradores, serão escritos no relato abaixo.

 

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- Salvador, 02 de abril de 2015. Quinta-feira.

 

# - Salvador/BA x Madre de Deus/BA.

 

Fael e Graziela iniciaram a arrumação das mochilas as 16:00. Como era para um roteiro litorâneo e perto, onde teria uma base (já pesquisada) onde acampar, Fael optou em Graziela levar uma mochila de uso diário com: roupas e objetos de higiene pessoal, enquanto ele levava equipamentos de camping e cozinha, além das maquinas para os registros fotográficos. O objetivo era ir bem cedo, por volta das 05:00 da manhã. Entretanto, devido ao transporte público urbano do município de Salvador/BA, que deixa “muito a desejar”, Fael e Graziela fizeram uma escolha em seguir a noite e dormir no município da região metropolitana que possibilita o melhor acesso a Ilha dos Frades, de nome Madre de Deus/BA. A tábua da maré avisava que a maré irá aumentar as 10:00 da manhã. Como Fael e Graziela iriam seguir, a pé, um trecho de 9 km pela costa da praia, os dois dependiam da maré baixa para seguir. Após essa perspectiva do trajeto, eles decidiram seguir para o município de Madre de Deus/BA e dormir próximo ao porto, para no dia seguinte, ao amanhecer, começar a caminhada na Ilha dos Frades.

 

Chegando a rodoviária, as 20:10, Fael e Graziela se direcionaram ao guichê da empresa ATT (Atlântico Transporte e Turismo), única empresa que faz a linha até o município de Madre de Deus/BA. O valor da passagem foi de R$ 6,65, sendo que os dois só conseguiram a passagem no horário das 23:15, pois o horário das 20:30 não tinha mais poltronas disponíveis. Sendo assim, Fael e Graziela ficaram aguardando no terminal rodoviário até o horário de embarque.

 

No horário pontual o ônibus seguiu em direção ao município de Madre de Deus/BA, com duração de uma hora e quinze minutos, fazendo uma parada no município de Candeias/BA, até chegar ao destino final. As 00:30, Fael e Graziela chegaram Terminal Almirante Alves Câmara, localizado na sede da TRANSPETRO (Petrobrás Transporte S.A), localizado no município de Madre de Deus/BA.

 

Na rua, com pouca claridade e quase deserta, Fael e Graziela foram buscar informações de alguma hospedagem, barata, para passar a noite. Caminhando por alguns metros os dois encontram um grupo de pessoas que bebiam no local. Após abordarem uma das pessoas, uma senhora de nome Cristina, eles foram orientados a ficarem na pousada de “Seu Meireles”, que fica a frente ao terminal aquaviário. A mesma senhora levou os dois até a pousada e acertaram o valor de R$ 50,00 (aos dois). Como não tinha muita escolha para procurar e tempo disponível, devido ao horário, Fael e Graziela se instalaram na simples pousada.

 

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- Madre de Deus, 03 de abril de 2015. Sexta-feira.

 

# - Loreto e Paramana.

 

As 06:30 da manhã, Fael e Graziela estavam finalizando o café para iniciar a caminhada na Ilha dos Frades, a pousada estava alguns metros próximo ao porto, deixando os mesmos tranqüilos em relação a localização e compra das passagens de acesso a ilha. Por volta das 07:00 da manhã, eles seguiram em direção ao guinche para a compra das passagens, cada uma no valor de R$ 3,00. Após 10 minutos de espera o barco seguiu em direção a Ilha dos Frades.

 

O trajeto é realizado em barcos adaptados com dois andares, onde deve ter a capacidade de transportar entre 25 a 30 pessoas. A duração é de 20 minutos, entre o terminal da cidade de Madre de Deus/BA e o atracadouro de Paramana. A Viagem foi tranqüila, navegando sobre as águas calmas da Baía de Todos os Santos (BTS), onde a paisagem é caracterizada por muitos navios petroleiros e maquinas. Pois, a cidade de Madre de Deus/BA é cercada por tubos de ferros, aço, entre outros, da TRANSPETRO. Além disso, a sede fica junto ao Terminal Aquaviário, onde concentra muitos navios.

 

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Próximo ao terminal aquaviário de Paramana está uma das construções mais belas e antiga da Ilha dos Frades e do próprio Estado da Bahia, a Igreja de Nossa Senhora de Loreto. “A capela situa-se na Ilha dos Frades, em uma pequena ponta que avança para o boqueirão, por onde passam os saveiros e petroleiros que se destinam ao Recôncavo ou ao terminal de Madre de Deus. Notável implantação paisagística. A igreja está protegida das águas por um cais que serve para a atracação de pequenas embarcações. Não existem construções em sua vizinhança. Edifício de notável mérito arquitetônico. Uma das mais graciosas e pitorescas igrejas baianas. Em sua fachada estão fixadas duas placas alusivas à construção e reforma da igreja. Na cobertura pode-se contar cinco coruchéus de grande porte. O altar atual é um arranjo de elementos neo-clássicos, provavelmente trazidos de outro local.Esta capela adota o chamado partido em "T" formando pela nave, capela-mor, sacristia e consistório” PREFEITURA DO MUNICIPIO DE SALVADOR).

 

O barco passa próximo ao monumento, contudo, da para seguir, a pé, a partir de Paramana, em direção a Loreto. A Igreja passa uma boa parte do ano fechada e para muitos é um mistérios as características internas da belíssima construção histórica.

 

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Ao chegar em Paramana, Fael e Graziela observaram a degradação e o descaso do poder público com a ilha. O atracadouro está em péssimas condições, onde a barra de proteção já foi destruída pelo salitro e as placas de concreto estão se deteriorando, gerando um risco as pessoas que passam no local. As escadarias estão deformadas e sujas, sem um corrimão de apoio para pessoas com dificuldades de locomoção. O acesso as pessoas com deficiência física não existe, obrigado a serem carregados por outros indivíduos, além de muito lixo espalhado na areia da praia, deixando Fael e Graziela muito triste.

 

Os mesmos já esperavam por esse ocorrido, pois pesquisaram sobre o local e leram relatos sobre Paramana. O local é mais habitado de toda a ilha, entretanto possui algumas deficiências como: Saneamento básico e pavimentação. Além do descaso do poder público sobre a ilha, os indivíduos que moram no lugar não tem a concepção da importância em preservar o ambiente, mas a culpa não está intencionada a eles, mas o descaso da prefeitura do município em executar trabalhos emergenciais e planejar e agir com projetos educacionais com os moradores (principalmente os lideres comunitários) para que possam ser mediadores e orientar os outros indivíduos (seja morador, visitante, etc.) a cuidar e respeitar o lugar. Como a maré estava baixa, Fael e Graziela iniciaram a caminhada, ao sul, em direção a Ponta de Nossa Senhora, trajeto de 9 km pela costa leste da Ilha de Maré.

 

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# - Pedra Vermelha e da Costa.

 

Alguns metros a frente, Fael e Graziela observaram a praia da Pedra Vermelha. Na Ilha, cada Praia é identificada com uma escultura em forma de sereia. Esse monumento fica apoiado sobre uma pilastra, sendo que a vista tem que está direcionado ao mar. Todas as Sereias possuem as mesmas características e padrões (pelo menos a primeira e a segunda).

 

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Podem-se observar pequenas casas (poucas) dos moradores locais, onde a maioria vive com a atividade de pesca. Alguns barcos são vistos atracados na margem, conforme a postagem da imagem acima (imagem 05).

Caminhando por alguns metros chega-se a praia da Costa, o segundo lugar mais populoso da Ilha dos Frades. Com algumas casas bem organizadas, e uma alvenaria construída para protegê-las, a Praia da costa é ocupada por moradores locais, a maioria nativos soteropolitanos nascidos na Ilha. A atividade é a pesca e a venda de alimentos e bebidas em pouquíssimas barracas de praia.

 

Existe uma pequena Igreja, de frente ao mar, que estava fechada no momento em que Fael e Graziela passaram. Na faixa de areia possui um “campo improvisado” onde crianças e adultos se divertem jogando futebol. Além disso, existe uma marcação feita pela prefeitura do município de Salvador para mapear as coordenadas locais. Infelizmente Fael e Graziela não conseguiram mais informações sobre a esfera que está encravada no solo, devido a população não possui conhecimento sobre o objeto instalado.

 

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# - Pontal, Tobar e Tobarzinho.

 

Mais a frente estão localizadas duas praias tão próximas que o indivíduo não pesquisar ou procurar informação pode se confundir com uma única praia. A primeira se chama Pontal, provavelmente devido estar em uma pequena camada de rocha superficial que adentra ao mar e separa da praia da Costa; a segunda se chama Tobar, uma minúscula enseada onde proporciona ao indivíduo a um belo banho de mar.

 

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Caminhada em paisagens litorâneas normalmente é mais fácil e tranqüilo do que em ambientes de florestas ou chapadões. Contudo, na Ilha dos Frades existem alguns trechos que exigem bastante atenção do indivíduo, até mesmo quando a maré estiver baixa. Um desses trechos é após a praia do Tobar, onde a superfície é coberta por uma cama de rochas marinhas. Existem algumas que são coberta por camada parecida com “musgos marinhos”, deixando o trecho bastante escorregadio. Fael e Graziela iniciaram esse trecho com bastante cautela e tranqüilidade, pois os dois estavam de sandálias e qualquer deslize poderia ocorrer em um acidente. Felizmente a caminhada ocorreu conforme planejada até a próxima praia, um pouco mais distante, chamada de Tobarzinho.

 

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Uma pequena enseada, com areias cheias de algas e trechos coberto por camada de Rochas é a praia de Tobarzinho, é uma belíssima paisagem litorânea para os que gostam de pesquisar ou freqüentar ambiente com pouco fluxo de pessoas. No local existe, apenas, uma casa rústica que parece está abandonada há algum tempo. Apesar de grande parte ser coberta por algas, existe um trecho, localizado no centro da praia, onde possibilita o banho. As águas de Tobarzinho são calmas e quentes, atraindo a curiosidade de Fael e Graziela a se banharem. Existem umas árvores frutíferas, especificamente de amendoeiras que possibilita aos trilheiros a encontrar um local de repouso e proteção contra os raios solares.

 

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Como nas outras praias, Tobarzinho possui uma placa com um mapa ilustrativo da Ilha, informando o local onde o indivíduo está e apontando todas as praias que a Ilha dos Frades possui. Apesar de ter algumas deficiências na sua confecção, o mapa auxilia na identificação das praias e as que possuem enseadas, além de possibilitar a quem está observando a ter a noção do local onde o mesmo se encontra até o destino final.

 

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# - Rappel e Viração.

 

Alguns metros depois, Fael e Graziela chegaram a Praia do Rappel, considerada por eles a melhor do trajeto, tanto para banho, como paisagem e privacidade. A costa é composta por areias brancas que acomoda as algas que o mar traz. Ao seu redor está cercada por grandes falésias, cobertas por floras da mata atlântica. A maré alta toma conta de toda a costa, impedindo do indivíduo em seguir a caminhada. Fael e Graziela aproveitaram para fazer uma pausa a fim em descansar e observar os detalhes da paisagem.

 

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Apesar da privacidade citada acima no texto, Fael e Graziela observaram um rapaz, com roupa parecida com a do exercito, fazendo a segurança de uma área na mata (que está cercada), restringindo o acesso, tanto a praia quanto a mata. O mesmo olhou e nada falou. Os dois já sabiam do que se trata e qual o motivo do rapaz está ali de guarda, contudo esse assunto é complicado para relatar por aqui, pela gravidade do fato. Fael e Graziela continuaram a curtir a paisagem até as 11:30 da manhã, onde resolveram seguir a caminhada.

 

Mais a frente está localizada a praia da Viração, uma pequena faixa de areia que atrai alguns grupos de passeio ao banho. De águas calmas e a costa limpa, sem a presença de algas, o local atrai o indivíduo para se banhar. A viração ganhou destaque após a Presidenta da República, Dilma Rousseff frequentar o local e passar algumas horas se banhando nas águas quentes e tranquilas da Baía de Todos os Santos. Entretanto há um fator problemático quando (o) (a) Presidente (a) resolve se banhar na praia. A Marinha do Brasil, com uma das suas sedes na Base Naval de Aratu, faz um cerco para que (o) (a) Presidente (a) possa ter acesso a praia. Porém, nesse processo, os moradores ficam restritos e tem o direito de ir e vir impedidos pelos marinheiros, para que (o) (a) Presidente (a) possa ter paz e tranquilidade em seu momento de lazer. Alguns nativos da Ilha fazem duras críticas a esse fato.

 

Existe ainda a frequência de grupos de passeios que se deslocam nos barcos, partindo do terminal marítimo do Comercio e os levam até a praia da Viração (atracando na Ponta de Nossa Senhora), sendo uma das rotas obrigatórias do passeio. Quem não gosta de caminhar e quer conhecer o local de outra forma, pode fechar o passeio com um dos barcos que sai de um dos terminais marítimos do município de Salvador/BA.

 

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# - Ponta de Nossa Senhora.

 

Contornando a Falésia que delimita a praia da Viração, Fael e Graziela observaram, mais a frente, a Praia de Nossa Senhora de Guadalupe, a mais conhecida e visitada na Ilha dos Frades. Contudo os dois teriam que caminhar, por quase 1 km ou até um pouco mais, até chegar ao povoado da Ponta de Nossa Senhora. Esse trecho merece atenção, devido a superfície ser composta por rochas cobertas de musgos e algas, deixando o solo bastante escorregadio.

 

No decorrer do trajeto, Fael deslizou sobre uma rocha e sofreu um pequeno corte no pé, porém foi um pouco profundo, deixando o preocupado. Com o contato da água salgada, devido a maré está enchendo, o mesmo estava sentindo dores e ardências na lesão, incomodando o bastante.

 

Mas seguindo na caminhada, Fael e Graziela receberam a visita de umas Garças que o ficavam observando. Por volta das 12:20, debaixo de um forte sol, os dois chegaram até uma alvenaria, onde da acesso a construção feita por uma empresa que tem objetivo em “padronizar a ilha”. Essa alvenaria em maré rasa é tranquila, mas como a maré estava enchendo, Fael e Graziela tiveram cautela e um pouco de dificuldade em passar.

 

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Em seguida, a caminhada continua sobre um passeio construído na base da falésia que delimita as praias da Viração e da Ponta de Nossa Senhora, com base de um projeto que deseja ”padronizar” a Ilha dos Frades.

Aliás, essa “padronização” está englobada nas problemáticas sócio-político-ambiental que está afetando direto e indiretamente os moradores locais. Além deles, o visitante irá sentir as conseqüências dessa mudança, através da restrição e limitação de acesso. A biodiversidade local sofrerá grandes consequências.

 

A construção foi feita com rochas e terra extraída da própria falésia, onde produziram a massa de sustentação. Uma contenção foi feita na margem da falésia no intuito em sustentar o solo. Madeiras foram extraídas para o acabamento do muro frontal, da escada, dos corrimões e dos bancos. Além de algumas esculturas, em forma de peixe, confeccionadas por concreto, onde foram distribuídas de ponta a ponta do muro. Contudo, quando a maré enche as ondas quebram na alvenaria com muita violência, molhando a todos que estiverem apoiados sobre ele. Até se o indivíduo se afastar, resolvendo acomodar nos bancos ou na base do muro que sustenta o solo das falésias, não escapa. A força da água é tão grande que chega até o muro de sustentação da falésia. Apesar de não entender os termos técnicos e científicos da construção civil, Fael e Graziela perceberam alguns dos equívocos no projeto de “padronização” e “desenvolvimento” na Ilha dos Frades.

 

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Após o “caminho padronizado”, Fael e Graziela visualizaram a Praia da Ponta de Nossa Senhora, localizada no povoado do mesmo nome.

 

A praia de Ponta de Nossa Senhora é a das mias conhecidas e atrativas na Ilha dos Frades. Uma pequena enseada de águas calmas, quentes e cristalinas, da Baía de Todos os Santos (BTS). O local serve para pesca e prática de mergulho, além de um ponto estratégico para atracação dos barcos e lanchas.

 

Na costa existem algumas barracas que vendem bebidas e comidas típicas da região e pratos exóticos. Existe, ainda, um setor que oferece o serviço ao visitante em praticar de remar em um Stand Up.

 

A praia da Ponta de Nossa Senhora só fica movimentada quando os barcos, que sai do terminal aquaviário do Comércio, em Salvador/BA, atracam no povoado, onde os visitantes aproveitam para conhecer o local e consumirem. Fora isso a praia fica vazia, com exceção dos raros indivíduos que fazem o caminho, a pé, o mesmo que Fael e Graziela optaram até chegar ao povoado.

 

No momento em que Fael e Graziela chegaram à praia o lugar estava vazio, com uma barraca de bebidas aberta. As mesas sem nenhum consumidor, e a costa completamente limpa, só com a concentração do resto das algas que as ondas “transportam” até a praia.

 

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# - Acampamento base: Nego Neo.

 

No povoado, Fael e Graziela se direcionaram a um rapaz que estavam limpando umas pranchas de Stand Up. Se apresentando com o nome “Coelho”, o rapaz parou o seu serviço para da à atenção aos dois. Perguntando se o rapaz conhecia um Pescador chamado “Seu Manuel”, Coelho sorriu e disse que era o seu Pai.

 

Após dialogarem, Coelho levou Fael e Graziela até a casa de seu Pai, onde os apresentou. Bem carismático e divertido, Seu Manuel, mais conhecido como “Nego Neo”, foi contando um pouco da sua história e ao mesmo tempo mostrando as construções em seu terreno. Destaque para um belo restaurante, com equipamentos e moveis em “alto padrão”, além de pequenas casas de madeiras, adotadas por Nego Neo pelo nome de “Bangalô”. Por fim foi mostrado o terreno de camping, onde Fael e Graziela acharam ótimo. Seu Manuel cobra um valor de R$ 20,00, por barraca.

 

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# - Povoado de Nossa Senhora de Guadalupe.

 

Com o acampamento montado, Fael e Graziela resolveram observar o povoado de Nossa Senhora de Guadalupe. A caminhada iniciou em direção leste, caminhando sobre as ruas pavimentadas com paralelepípedos. A frente está localizada uma fonte, onde serve de reservatório quando a falta d água. Contudo alguns visitantes, quando chega a ilha, se banham no poço, irritando alguns moradores locais. As ruas do povoado foram todas padronizadas com a implementação de grama, construção de passeios feitos por tijolinho e pequenas colunas erguidas com o mesmo material. As Casas dos moradores locais estão sendo reformadas pela mesma pessoa que está padronizando a ilha.

 

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Uma pergunta fica no ar: “quem é essa pessoa que padroniza a ilha, é dono do local”? A resposta para essa pergunta poderia ser citada aqui, contudo é um assunto delicado, é melhor o trilheiro dialogar com os moradores sobre esse fato. Eles são as melhores pessoas para responder essa pergunta. Afinal, os nativos de Nossa Senhora de Guadalupe estão, dia-a-dia, vivenciando a realidade da Ilha e as mudanças aceleradas que o lugar está passando. O olhar é perceptível, quando o indivíduo chega ao povoado de Nossa Senhora de Guadalupe, percebe a padronização e a “modernidade” (segundo que está construindo) modificando as formas paisagísticas da Ilha.

 

Alguns metros, a direita, Fael e Graziela observaram um rua que leva em direção a uma construção que está acima de uma Falésia, a ladeira pavimentada está margeada com mata nativa, “sombreando” o local e deixando o ambiente agradável. Já acima, os dois chegaram ao mirante, onde está erguida a Igreja de Nossa Senhora de Guadalupe.

 

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Atrás da igreja encontra-se um antigo cemitério. Fael e Graziela não conseguiram mais informações a respeito do funcionamento. O local é cercado por grades, com os túmulos alinhados e preservados.

 

A frente da Igreja está o mirante, onde oferece uma bela vista de toda a praia da Ponta de Nossa Senhora, além das falésias que limita as praias da Viração e de Nossa Senhora. Do mesmo local da para visualizar a costa norte da Ilha de Itaparica, precisamente no bairro de Ponta de Areia, que pertence ao município de Itaparica/BA. Em direção sudeste está localizada a costa sul e sudoeste da cidade do Salvador / BA.

 

Alguns indivíduos que visitam a ilha pensam que os Frades pertence a Madre de Deus/BA e esse pensamento é um grande equivoco. A Ilha dos Frades pertence ao município de Salvador/BA, onde é administrada pela prefeitura do mesmo município. Contudo, a população da Ilha dos Frades trabalha ou vão a busca dos serviços no município de Madre de Deus/BA, devido a sua localização e a curta distância.

 

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Fael e Graziela ficaram observando a bela paisagem no mirante até o final do dia, onde aproveitaram para assistir o pôr do sol na Baía de Todos os Santos (BTS). A noite os dois voltaram até a casa de Nego Neo onde preparam um almoço. Em seguida se reuniram com o próprio Nego Neo, em seu restaurante, onde resenharam até o inicio da madrugada.

 

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- Salvador, 04 de abril de 2015. Sábado.

 

 

# - Praia do Farol e São José.

 

Na madrugada, por volta das 04 da manhã, uma forte chuva cai sobre a Ilha dos Frades. A conseqüência do fenômeno foi que a barraca de Fael e Graziela não suportou tanta água e começou a inundar a parte interna do abrigo. Assustados, os dois acordaram e rapidamente conseguiram retirar algumas coisas e colocarem na parte externa, precisamente ao lado do Restaurante de Nego Neo, até o amanhecer.

 

As 09:30 as nuvens dispersa e o sol ilumina a ilha, acordando Fael e Graziela. Os dois preparam um bom café, no fogão a lenha de Nego Neo. Após, arrumaram as mochilas e seguiram a caminhada, em direção Oeste da ilha.

Partindo da Ponta de Nossa Senhora, precisamente ao sul da ilha, Fael e Graziela fizeram uma curta caminhada até a praia vizinha, chamada pelos moradores de “Praia do Farol. O que chama a atenção do trilheiro é a construção do atracadouro de Nossa Senhora que está sendo erguida, de forma padronizada, com as mesmas cores e matérias usados na padronização das ruas da Ilha dos Frades e utilizando a mão de obra local. Apesar do atracadouro levar o nome da praia mais atraente da Ilha, a construção está localizada na praia vizinha, chamada Farol.

 

Continuando o percurso, caminhando por alguns metros, pelas areias brancas e rochas marinhas concentradas na costa, Fael e Graziela chegaram a Praia de São José.

Deserta e com uma imensa faixa de mata atlântica e coqueiros, cercado por um muro de alvenaria, padronizado pelo mesmo idealizador, a Praia de São José é um ótimo atrativo para o banho e meditação. Além disso, o lugar possibilita a vista para a Ilha de Itaparica (municípios de Vera Cruz/BA e Itaparica/BA), além de outros municípios que estão a margem da Baía de Todos os Santos – BTS (esses mais longes). Algumas dessas cidades são: Salinas das Margaridas/BA e Sapeaçu/BA.

 

Outro fato interessante são as rochas concentradas nas areias da Praia de São José. Além de sua forma “arredondada”, as suas cores chamam a atenção. As rochas próximas ao mar possuem uma coloração cinza escura, e sofre com uma forte ação do intemperismo, acelerando o seu desgaste natural. As rochas mais afastadas do mar, localizadas próximas as alvenarias, possui uma cor “laranja”, são mais arredondadas e nem parece sofrer ação de intemperismo, devido a sua “perfeição na forma.

 

Após essa breve análise, Fael e Graziela fizeram uns registros fotográficos e seguiram a caminhada, na costa Oeste da praia, em direção norte.

 

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# - Praia da Tapera e Ponta do Barco.

 

Após 50m de caminhada, aproximadamente, Fael e Graziela chegaram a praia da Tapera. O local é famoso pelos nativos mais antigos, devido a história de ter objetos valiosos enterrados nas areias no período colonial. Segundo eles há vários desses objetos espalhados na praia. O local é parecido com a praia anterior: São José, contudo é mais extensa. Na margem da praia, acima da alvenaria, existe uma extensa escada que leva até uma pequena casa, onde possui vários santos e oferendas. Provavelmente possa ser um ritual do Candomblé ou Umbanda. Na parte rasa da praia estavam atracadas duas lanchas, com dois rapazes observando a paisagem. Algumas Garças foram visualizadas por Fael e Graziela, inclusive uma com penas pretas, que para eles eram novidade. Os dois ficaram um pouco surpresos devido a presença de algumas pessoas na praia, já que as maiorias dos percursos que os dois realizaram, até o momento, encontraram as praias desertas. A surpresa aumentou quando surge um senhor praticando corrida nas areias da praia de Tapera. De onde ele saiu ninguém sabe.

 

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Na próxima praia existe uma construção, rente ao mar, que serve como um “mirante”. Fael e Graziela tentaram compreender o porquê daquela construção, sem sucesso. Sendo assim os dois se acomodaram na praia da Ponta do Barco, que é a quarta praia do lado Oeste da ilha.

 

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A caminhada deveria seguir para a praia seguinte: Ponta do Murungu. Contudo, a maré estava enchendo. Um dos trechos da caminhada estava alagado, cobrindo as rochas. A caminhada nas rochas em maré baixa requer atenção, imagine na maré cheia? Sendo assim Fael optou em não prosseguir a caminhada, Graziela compreendeu e aceitou a decisão. Os dois aproveitaram que estava no final da manhã para observar a paisagem na base da estrutura que “invadiu o mar”.

 

# - Mirante “proibido”.

 

Devido ao avanço do mar, Fael e Graziela fizeram o caminho oposto, em direção a Ponta de Nossa Senhora. Os dois chegaram por volta das 13:30 e encontraram com um rapaz. No dialogo o homem ensinou um caminho a um mirante, onde se tem uma bela vista da Praia de Nossa Senhora e da Viração. Porém, o acesso é restrito, podendo até ocorrer uma truculência caso um dos seguranças visualize o trilheiro no caminho de acesso. Mesmo sabendo desses fatores, Fael e Graziela resolveram ir até o mirante.

 

O Caminho é sentido a praia da Viração, seguindo pelo calçamento construído na padronização. Quando o percurso se direciona, a esquerda, próximo a um quiosque, está um caminho de terra, de subida ígreme, margeada por mata. Ali inicia o acesso ao mirante.

 

Sabendo que a referência é o restaurante (ou quiosque), e que o caminho está antes da construção, Fael e Graziela encontraram a trilha íngreme. Com uma forte subida os dois percorreram um trecho curto, contudo só de subida e bastante escorregadio, chegando ao mirante após 6 minutos de caminhada.

 

O pequeno mirante possui uma vista deslumbrante. Do lado esquerdo visualiza as falésias que delimitam a praia da Viração; ao lado direito a Praia de Ponta de Nossa Senhora, junto com o povoado. A frente a Baía de Todos os Santos e a paisagem sombria dos grandes edifícios do município de Salvador/BA.

 

Fael e Graziela ficaram um bom tempo observando a paisagem e ao mesmo tempo atentos a algum dos seguranças, “camuflados”, atrás do grande muro que separa a costa da mata na Ilha dos Frades. No local a luz do sol é intensa e não possui um local com sombra para se acomodar. O aconselhável é seguir ao mirante no final da tarde, para ter o privilégio em observar o pôr do sol. Fael e Graziela ficaram até as 15:30. De lá os mesmo voltaram até a Praia do Farol onde se acomodaram até o final da tarde e observaram o pôr do sol na Baía de Todos os Santos – BTS.

 

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# - Acampamento Base: Nego Neo II.

 

A noite Fael e Graziela ficaram no restaurante de Nego neo, resenhando com o mesmo e mais um casal, que chegou ao final da tarde e acampou no terreno de Seu Manoel. As 22:00 a lua cheia deu o “ar da graça”, “iluminando” as águas da Baía de todos os Santos – BTS e atraindo Fael, Graziela, Seu Manoel, o Coelho, o casal que estavam com eles a observá-la. Todos se recolheram no inicio da madrugada, por volta da 01 da manhã.

 

- Salvador, 05 de abril de 2015. Domingo.

 

# - Ilha dos Frades (SSA-BA) x Madre de Deus/BA.

 

De manhã cedo, Fael e Graziela estavam desarmando a barraca e preparando as mochilas para percorrer os 9 km até atracadouro de Paramana. Como a maré ficou baixa a partir das 07:02 da manhã, dava para caminhar traquilamente. Agradecendo a seu Manoel (Nego neo) e toda a sua família, pela hospedagem e atenção que os dois receberam por parte deles, Fael e Graziela se despediram, rumo ao município de Madre de Deus/BA. A caminhada da volta iniciou as 08:00.

 

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O percurso da volta é o caminho inverso feito quando eles chegaram, passando pelas praias de: Viração; Rappel; Tobarzinho; Tobar; Pontal; Costa; Pedra vermelha e Paramana, local onde se encontra o atracadouro. A caminhada durou em torno de 02 horas. Por volta das 10:05, Fael e Graziela estavam no guinche da empresa de transporte hidroviário que faz a linha: Paramana x Madre de Deus/BA.

 

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A espera foi de quase uma hora, pois os barcos só saem quando há um número de passageiros, suficientes, para embarcar. Na concepção deles o barco deve sair lotado. Enquanto isso, Fael e Graziela ficaram, “debaixo de um forte sol”, a espera para embarcar.

 

O embarque só foi realizado as 11:10, com duração de 20 minutos, entre o atracadouro de Paramana e terminal aquaviário do município de Madre de Deus/BA. No desembarque, Fael e Graziela ficaram a espera do ônibus da empresa ATT, que faz a linha Madre de Deus/BA x Salvador/BA. O ônibus só passou as 11:50 da manhã.

 

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Caro leitor (a), espero que o relato possa ter ajudado em seu planejamento e execução da trilha na Ilha dos Frades e que os detalhes sejam úteis para montar o seu roteiro.

 

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