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Peru em 4 dias – Parte 03


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Quatro dias no Peru – Parte 03

 

Lá no Peru eles fazem uma espécie de pamonha. Tem doce e salgada, mas não me lembro o nome. Valério passou em um lugar no caminho e nos trouxe umas dessas para comer. Eu não estava comendo nada, então não posso dizer se estavam boas. Existem mais de 400 tipos de milho no Peru de várias cores, tamanhos e sabores. Eles fazem uma bebida de milho fermentado, chamada de “chichia”, cujo teor alcoólico vai aumentando conforme o tempo passa (de um dia para o outro). Passamos em uma espécie de bar que servia chichia, para experimentar. Consegui dar um golinho, é saborosa a bebida, bem refrescante. Lá também havia muitos porquinhos-da-índia. Depois descobri que lá eles comem os pobrezinhos. Dizem que é uma carne muito rica e boa para o colesterol. Vai saber. Eu não comi!

Passamos também em um pequeno zoológico no caminho, onde havia animais apreendidos em circos ou sendo comercializados ilegalmente. Tiramos uma foto ao lado de um condor. Ele é maior do que nós, sua envergadura é de 3 metros e ele pode viver mais de 70 anos! Este era um animal sagrado para os Incas. Lá compramos lembrancinhas para ajudar a colaborar com o estabelecimento, que vive de doações.

Chegamos finalmente às ruínas de Pisaq. O ingresso para entrar no parque custa 70 soles e dá direito a entrar em 4 ruínas: Pisaq; Ollataytambo; Chinchero e um outro lugar que não me recordo o nome agora. É porque não deu tempo de visitar os 4 lugares, apenas os três que citei. Pisaq é enorme. Imagine um bairro de sua cidade cujas ruas são ladeiras. Sobe e desce, sobe e desce o tempo todo. Cansa andar por lá. Valério nos levou até uma parte e depois retornou ao táxi para nos esperar na saída do parque. O problema é que a saída era para a esquerda e andamos para a direita. É porque há ruínas em toda parte, você fica querendo ir ver tudo! Esse erro quase me rendeu uma desidratação. Era meio-dia. A 3 mil metros de altura, sob o sol. Não levamos água. Sem ar, e nessas condições, cada passo se torna um sacrifício insuportável. Tínhamos que subir de volta uns 100 metros (só de degraus), depois andar mais uns 200 metros até o portão de saída. Se não tivéssemos errado, os primeiros 100 metros de subida não existiriam. Quase morri. No final, falei para o Vi ir na frente e esperar com água já comprada nas mãos, pois na chegada há dezenas de ambulantes e barraquinhas com líquidos para beber. Cheguei rastejando e ele já me deu um copo de suco de laranja. Bebi em um só gole o copo todo e nem senti. Bebi mais meio litro de água já no próximo fôlego e mais um gatorade tamanho gigante que eles vendem lá. Só depois desta overdose de líquidos meus pensamentos começaram a voltar ao normal. O engraçado é que na entrada, um ambulante veio me oferecer bonés antes de entrar nas ruínas, e a “gostosona” aqui virou para o ambulante e soltou: “No és necessário, somos brasileiros, estamos acostumbrados!”. Acostumados??? Eu deveria ter comprado um sombrero mexicano, isso sim! Então já sabem, boné e água para andar nas ruínas.

Saindo de lá, Valério nos esperava preocupado, dizendo que demoramos. No caminho, paramos em um restaurante por kilo, para almoçar. Estava até que apresentável, mas pedimos a la carte. Eu pedi uma sopinha rala de tomate, nada mais me desceria pela garganta sem querer fazer o caminho inverso. O caldinho de tomate estava ótimo diga-se de passagem! Tem alguns detalhes que podem passar despercebidos, como um fio de cabelo no fundo do copo com gelo que nos trouxeram...

Chegamos em Ollataytambo. Era domingo, então havia feira no local. As ruínas deste lugar são incríveis. Tem ruínas do período pré-inca também. Eu poderia escrever umas dez folhas sobre este lugar, acho que é até mais misterioso e mais magnífico do que a cidade de Machu Picchu. Há uma calha entalhada na montanha, que faz parte do sistema de irrigação, tão perfeita que só acredito porque eu a vi. Ela dá a volta em uma montanha imensa e não se sabe como foi que eles fizeram. Antes da invasão espanhola, os Incas destruíram e enterraram parte deste sistema, tornando impossível fazê-lo funcionar. Ninguém até hoje sabe como faziam circular tanta água por lá. Não é incrível?

Há também silos, templos e imagens entalhadas nas montanhas ao redor, é tudo muito grandioso.

Já era final da tarde quando chegamos à terceira ruína. Chinchero. Este lugar só foi descoberto há dez anos, pelo fato dos Incas terem enterrado tudo antes de fugir. Há uma igreja horrorosa construída sobre ruínas Incas, e lá dentro há imagens de santos e do cristianismo que estava sendo imposto, muito assustadoras. Pena que não podia tirar fotos.

A minha cabeça latejava de dor. Eu tinha certeza de que ela ia explodir, bem ali, dentro do táxi retornando a Cuzco. O taxista, só para ajudar, ainda lascou um Roberto Carlos no rádio do carro, cantando em Espanhol. Foi no mínimo estranho.

Mais uma noite sem jantar. Era impossível me locomover da cama até a praça das armas para jantar. O Vi estava com fome, e eu enjoada. Então pedimos uma pizza no disk pizza local. Preciso falar que era horrível? Pois era. Comemos um pedacinho cada um e tomamos uma coca-cola 600 ml cada um. Foi o jantar.

No dia seguinte de manhã, Valério nos levaria até a estação de trem que saía às 9 horas com direção à Machu Picchu. A subida até Machu Picchu é o que diferencia a viagem entre viável, cara ou muito cara. :mrgreen:

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::otemo::::otemo::::otemo::

 

Heyyyyy Karin !

 

Tô adorando seu relato, contando algo sobre a civilização Inca. É bem o meu perfil.

O legal de uma viagem é se inteirar sobre o país, sua cultura, costumes ...seu povo.

Antes de ir ao Perú estudei a história do país por 1 ano. É o país mais rico em arqueologia da America Latina.

Ollanta tb é a menina dos meus olhos. Eu quse chorei pq fui descarregar as fotos na unica lan em Ollanta e perdi algumas pq deu pau no PC :cry: , e as q sobraram estavam mto ruins...Mas...Eu voltarei lá :wink:

Fico tão feliz qdo encontro alguem que teve, a mesma percepção do povo e da cultura, assim como eu :P

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