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A memória de um lugar


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http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=363625

 

[align=justify]SEC inclui a Fazenda Taquari no livro Registro de Lugares, um tombamento baseado no valor imaterial evocado pelo lugar

 

A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) aprovou a proposta de registro da Fazenda Taquari, localizada a 28 quilômetros do município de Alto Taquari, no livro de Registro de Lugares. Isso significa que a partir de agora a Fazenda está protegida pelo poder público e deve receber uma atenção especial e talvez verbas específicas para a preservação e manutenção do patrimônio.

 

O registro de bens históricos, artísticos e culturais de natureza imaterial de Mato Grosso é registrado por enquanto em quatro livros, já que a lei permite a criação de outros livros, são eles: Livro de Registro dos Saberes, onde são inscritos conhecimentos e modos de fazer enraizados no cotidiano das comunidades; das Celebrações, onde são inscritos rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social da população; das Formas de Expressão, onde são inscritas manifestações literárias, musicais, artísticas, plásticas, cênicas, lúdicas e eruditas ou populares e dos Lugares, onde são inscritos espaços públicos, mercados, feiras, santuários, praças, cavernas, cemitérios indígena, cachoeiras, trilhas e demais espaços onde se concentram e se reproduzem práticas culturais coletivas capazes de referenciar o homem no espaço social.

 

A Fazenda Taquari, a partir de agora tutelada pela proteção especial do poder público, é constituído por cachoeira, trilhas, rio, pontes, casarão, currais, armazéns, galpões, engenhos, candeia, monjolos e roda de tear.

 

Quem orienta e normatiza o procedimento é a Lei nº 9.107 de 31 de março de 2009 a mesma que discorre sobre o tombamento de patrimônio material.

 

A região que compreende a Fazenda Taquari, localizada na margem esquerda do rio próxima a cachoeira do rio Taquari, possui várias construções rurais típicas do início do século XX. Dentre elas está uma casa de estilo colonial, construída em 1911, conforme registro na soleira da porta principal. A casa tem assoalho original em madeira, divisórias internas em madeira serrada, porão, estrutura e cobertura extremamente resistente (madeiramento de aroeira), embora a telha desta casa não seja original. A fazenda possui ainda bica d’água em aroeira, monjolo, engenho movido a tração animal, currais, chiqueiros, paiol, casas de peões, estrutura para produção e distribuição de gás natural (biogás).

 

Esses elementos juntamente com o dossiê apresentado para a SEC, elaborado por munícipes, professores, secretários e moradores “fundadores” da região, testemunham a vivência cotidiana dos primeiros povos de Alto Taquari. Em reconhecimento da importância desse espaço social, a comunidade efetua excursões com estudantes e demais visitantes da cidade remetendo-os a práticas coletivas e a vivência histórica.

 

A preservação desta fazenda é relevante para a memória histórica do Brasil, pois o local serviu de passagem para a Coluna Prestes, movimento ocorrido entre 1925 e 1927, encabeçado por líderes tenentistas que procuravam fazer o povo se rebelar contra o regime oligárquico vigente durante a presidência de Artur Bernardes, no período da República Velha. A conservação deste local possibilita a prospecção arqueológica, o que permite coletar maiores dados desse momento histórico do país.

 

A SEC considera que o Patrimônio Cultural de um povo estende-se além de documentos e monumentos, está ligada à identidade, à memória e ao sentimento de pertencimento. Preservar elementos arquitetônicos, assim como os lugares, funciona como uma salvaguarda da memória de períodos transitórios da constituição de cidades e do próprio país. (Com assessoria)[/align]

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