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Feriado em Nobres e Chapada dos Guimarães


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Feriado de semana santa, ano complicado de promoções de passagens. Não que não role, nós quase sempre conseguimos alguma oportunidade mesmo em feriados, mas tem sido cada vez mais difícil. Neste ano conseguimos promoção para Cuiabá. Quando compramos as passagens, os voos de ida e volta eram diretos, com a Tam. E logisticamente ótimos: ia e voltava de noite. No entanto, ambos foram cancelados pela Tam meses antes. Pelo menos foi possível manter a viagem, reorganizamos os trechos com conexões em Brasília.

 

Desde nossa primeira vez no Mato Grosso, não houve ano em que não retornássemos. Estivemos na Chapada, em Nobres e uma penca de vezes no Pantanal. Aliás, sempre que podemos (sempre que há promoções), voltamos ao Pantanal Norte. Seria uma opção para o feriado, mas avaliamos que, em abril, ainda não estaria no ponto ideal para curtir, poderia haver lamaçal na Transpantaneira. Eu ainda quero curtir a Transpantaneira num período de chuva, para ver como é, mas ficou para uma outra vez. Ativei um plano antigo, então: fazer duas trilhas que faltaram na nossa visita à Chapada dos Guimarães: Cidade de Pedra (estava fechada quando fomos) e Morro São Jerônimo (na época achei que Katia não encararia). Tendo um dia de sobra no roteiro, decidi encaixar Nobres para conhecer o Rio Triste e refazer alguma atração daquele lugar extraordinário.

 

Desenhei um roteiro que nos fez pingar de pousada em pousada. Dormiríamos em frente ao aeroporto na chegada e antes da partida (a volta era de madrugada), em Nobres num dia e na Chapada noutro.

 

Com o cancelamento do voo direto, o jeito foi chegar às 2 da matina em Cuiabá. Foi só para dormir por algumas horas mesmo, pq logo cedo pela manhã já estávamos na estrada para Nobres, nosso primeiro destino. Tinha agendado nosso passeio para o Aquário no primeiro horário, 8 da manhã. Chegamos a tempo.

 

Importante para quem vai para Nobres: o lugar para onde vc ir é Bom Jardim, e não Nobres exatamente. Bom Jardim é um distrito, bairro, ou coisa parecida de Nobres. É lá onde ficam as atrações.

 

Já conhecíamos o Aquário, optamos por voltar lá por ter sido o mais bacana da outra vez que estivemos em Nobres. Segue sendo um espetáculo mesmo. Mas achei que havia menos peixes dessa vez. Talvez tenha sido a hora do dia. Curtimos muito, de qualquer forma.

 

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Aquário

 

 

Lá no Aquário nos recomendaram conhecer o Duto do Quebó, um passeio de boia que passa por dentro de uma caverna. O passeio de boia em si não me atrairia, mas o lance de passar por dentro de uma caverna chamou a atenção e decidimos ir. Meu maior objetivo dessa nova ida a Nobres era ir no Rio Triste, que ficou faltando na nossa outra visita. Soube que agora não precisava agendar para ir lá, era só chegar e, se fosse o caso, ficar na fila. Ótimo. Então fomos para o Duto do Quebó.

 

Chegando lá tinha a maior galera, teríamos de esperar. Feriado é assim, então relaxamos (esperamos) e aproveitamos. No meio tempo, caiu uma chuvarada. Tinha visto que andava chovendo com constância por lá, e havia previsão de chuva para todos os dias do feriado. Confirmado.

 

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Enquanto esperávamos pela nossa vez no passeio, fomos conhecer a ponte de pedra

 

 

Chegou nossa vez, ali meio que pela hora do almoço, e fomos lá curtir o passeio. É exatamente aquilo: vc desce o rio de boia e, no meio do caminho, tem uma caverna por onde vc passa. O passeio é necessariamente guiado e em grupos, como as outras atrações da região. Em algumas partes o grupo deve estar junto, em outras pode dar uma dispersada. Dentro da caverna, logo na entrada, tem um desnível, ou seja, sua boia vai dar uma descidinha. E aí Katia virou dentro da água. Sempre ela! Tal qual Inle Lake, semanas antes. Mas sem maiores problemas, sem machucados, felizmente. Rapidamente se recompôs e subiu de volta na boia. Dentro da caverna curtimos a bicharada que mora lá dentro. Lanternas são fornecidas para curtirmos. Foi bem bacana.

 

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Já prestes a sair da caverna, Duto do Quebó

 

 

De lá partimos direto para o Rio Triste, que fica meio que “do outro lado” (de onde estávamos) de Bom Jardim. Havia pouca gente, de modo que seríamos o grupo seguinte a descer o rio. Acho que nos demos bem dessa vez, pq logo a seguir chegou uma galera, e mais outra, e mais outra. A fila seria longa para eles. Enquanto esperávamos, o tempo dava mostras de querer desabar de novo, e não deu outra: mais chuva. E bem na nossa hora de descer para o rio. Descemos sob chuva. Vamos nos molhar mesmo, qual o problema?

 

O Rio Triste é mais “veloz” que os outros. Vc desce mais rápido, o fluxo do rio é mais vigoroso. E havia mais peixes que no Aquário dessa vez. A visibilidade é ótima, mesmo prejudicada pela menor intensidade da luz (céu nublado). Curtimos bastante. Bateria da máquina acabou no meio da descida.

 

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Uma arraia no Rio Triste

 

 

Ainda deu tempo de retornarmos ao centro e embicarmos para o pôr do sol (sem sol!) na Lagoa das Araras. A luz daquele fim de tarde estava especialmente bela. As araras, tal qual da outra vez, nós só vemos ao longe. Dessa vez curtimos muito o som noturno dos bichos. Fomos os últimos a voltar para o carro, já escuro.

 

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Anoitecer na Lagoa das Araras

 

 

Bom Jardim não mudou muito desde quando fomos. O asfalto ainda acaba por ali, algumas novas pousadas abriram, mas não houve mudança significativa. De modo que não é fácil encontrar lugar para jantar, se vc quer jantar mais cedo. Somente depois das 19hs, ou coisa parecida. Ao menos fomos no Chapolim, que ficava ao lado da nossa pousada. Comida farta e saborosa, apresentada pelo simpático dono fantasiado de Chapolim. E fomos dormir, pq dia seguinte era dia de viagem logo cedo e trilha.

 

Preços dos passeios em Nobres: não me lembro com exatidão os preços de cada um, mas todos na faixa de 75 BRL por pessoa. Araras ainda a 15 BRL.

 

No sábado partimos cedo, logo às 7 da manhã. Ainda deu para curtir um pouco do café da manhã da pousada, pq gentilmente nos permitiram entrar antes da hora. Mas foi meio the flash, partimos logo pq havíamos marcado às 9 na Chapada.

 

Da outra vez em que estivemos na Chapada dos Guimarães, tínhamos feito as trilhas com a Marcia. Era dica do mochileiros.com, e gostamos muito. Dessa vez entrei em contato com ela, mas ela não me retornou, então pesquisei outras opções. Fechamos com a Nidelci. Para o passeio para a Cidade de Pedra, pedi a ela para incluir o transporte, pq precisaria de um carro tracionado (depois vi que até seria possível encarar de carro comum, mas exigiria uma perícia que eu talvez não tivesse, de modo que achei uma boa ter incluído o 4x4).

 

Os preços mudaram muito desde nossa outra ida à Chapada: 100 BRL por pessoa para o Morro e 150 BRL para a Cidade de Pedra + Rio Claro (os 50 a mais são por conta do carro). Do que eu pesquisei, é o preço que todos cobram.

 

Enfim, partimos para a Chapada. Conforme ia me aproximando, fui ficando tenso. Não via postos de gasolina e o tanque estava esvaziando. Achava que, chegando na estrada de Cuiabá para a Chapada haveria postos. Não havia. Quando chegamos lá, o tanque já estava na reserva. Piscando. E tome banguela onde fosse possível. E nada de posto. Já estava imaginando eu ligando para a Nidelci nos socorrer no meio da estrada, atrasando o dia de todo mundo. E nada de posto. E eu contando os km que faltavam para a cidade, estimando quanto ainda haveria no tanque. As contas indicavam alto risco de acabar antes. Já estava há tempos na reserva, e a estrada era mais de subida. E num ritmo relativamente lento. E nada de posto! Já nos arredores da cidade, vejo um! Mas era miragem, o posto estava desativado. Quando entrei na cidade e vi um posto aberto, foi um alívio como há tempos eu não sentia. Amem!

 

Fomos para a praça central, onde havíamos combinado com a Nidelci. Ela sugeriu de fazermos check-in na pousada que ela nos buscaria lá mesmo, e assim foi. Partimos para a Cidade de Pedras. Um outro carro com duas meninas iria também no mesmo grupo. No caminho, vimos que a Salgadeira ainda estava fechada (na verdade eu tinha visto na chegada, mas a tensão com o tanque não me permitiu dar maior atenção). É uma atração belíssima (que eu nunca conheci!) da Chapada, logo no começo, que está interditada há anos, com tapumes medonhos. Um exemplo de Brasil.

 

Enfim, Cidade de Pedras. Absolutamente espetacular. Seguramente o mais representativo do que eu tenho na mente como imagem da Chapada dos Guimarães. Da outra vez que estivemos lá, fomos nas Caverna Aroe Jari e na Rota das cachoeiras. Ambos passeios excelentes, mas o visual que eu tinha em mente de Chapada dos Guimarães, aqueles chapadões de rocha, eu só tinha a partir da estrada mesmo. Agora não. A Cidade de Pedras me permitia observar plenamente a Chapada. Sublime. Vc vai percorrendo um desfiladeiro por trilhas bem demarcadas e acompanhado de guia. Amplo visual. Sol a pino. Diversos mirantes para parar e admirar o espetáculo. Muita beleza e amplitude. Ficamos lá até o final da manhã, talvez eu tivesse ficado mais, se pudesse. Mas tinha a próxima parada, o Vale do Rio Claro, que ficava lá embaixo.

 

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Cidade de Pedra

 

 

No caminho paramos rapidamente para observar novamente a imponente Cachoeira do Véu de Noiva. Partimos para o vale. Entre partes cheias de areia e buracos e desníveis propícios para off-road, chegamos num ponto em que deixamos o carro e seguimos andando. Paramos primeiro para nadar no Rio Claro, onde rola uma flutuação com obstáculos. É bom levar snorkel, mas são tantos obstáculos (troncos na maioria), que toda hora vai ter de retirar o rosto da água.

 

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Rio Claro – é claro mesmo

 

De lá fomos subir a Crista do Galo. Outro lugar extraordinário de bonito, com visual estonteante. Sob sol a pino ainda. De lá nós observamos onde estávamos horas antes, lá no alto. Uma outra perspectiva. Vale demais.

 

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Crista do Galo

 

Descemos e fomos curtir outro banho de rio, agora no Poço das Antas. Relax muito agradável com o grupo. Nadamos, curtimos, resfriamos, conversamos. E retornamos.

 

Chegamos na cidade depois do pôr do sol. Fomos arrumar um lugar para comer – o passeio do dia não tinha pausa para almoço, exatamente como gostamos de fazer! Mas a galera leva suas barrinhas, sanduíches e etc. para matar a fome. Rodamos um pouco pela cidade e fomos na dica que pegamos com a Nidelci: Restaurante Popular. Preços maravilhosos e boa fartura. Vc escolhe a carne e o buffet de acompanhamento é livre. Excelente custo-benefício. Encerramos o dia curtindo showzinho na praça (estava cheia!).

 

Domingo. Nosso último dia era dia da trilha do Morro São Jerônimo. Katia foi ler sobre a trilha e ficou meio tensa com a parte difícil que todos relatam. Falei pra ela que ela tinha subido um lance difícil no Cariri paraibano (as Sacas de Lã), mas nem assim ela acalmou. Foi preparada para empacar naquele ponto e nos esperar voltar.

 

Fazia sol na ida. Cruzamos algumas partes da trilha para a Rota das Cachoeiras, especificamente a Casa de Pedra. O plano era voltar por ali e curtir uma cachoeira pra relaxar. Fazia sol na ida.

 

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Pedra Furada, no caminho do Morro São Jerônimo

 

 

Foram +- 3,5hs de caminhada na ida. Visuais estupendos ao redor, tudo quase sempre aberto. No lance da escalaminhada, Katia levou algum tempo, teve muita ajuda (valeu, Nidelci!), mas superou. No alto do morro, o tempo mudou e nublou. Observávamos ao longe a chuva caindo em diversos lugares. Muito bacana. Visual de 360 graus lá de cima.

 

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Do alto do Morro São Jerônimo

 

 

Na volta ainda paramos na Cachoeira do Pulo, uma das que compõem a Rota das Cachoeiras, e onde nos banhamos da vez em que fizemos a Rota. Apesar de nublado, não choveu na trilha! Mas choveu na cidade e no Véu de Noiva. Chuva também é coisa relativa por lá. Valeu, São Pedro!

 

Já no fim da tarde, encerramos e retornamos direto para Cuiabá. Pernoitaríamos pertinho do aeroporto e voltaríamos ao Rio na madrugada. Dia seguinte já era dia de batente de novo.

 

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[Algumas das fotos são do Instagram da Katia]

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