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Alter do Chão e Reg - Rios Tapajós e Arapiuns, Monte Alegre e Cidade dos Deuses/Alenquer [com fotos]


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Dando continuidade aos relatos de viagens que eu fiz antes do meu cadastro neste site, registro agora a viagem à Região de Alter do Chão [Rio Tapajós e Arapiuns – 6 dias], Parque Estadual de Monte Alegre e Alenquer, especificamente a Cidade dos Deuses [4 dias], no Estado do Pará.

 

Mapa da Região

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Para mim, de tudo que eu já conheci no Brasil, a região de Alter do Chão [Rio Tapajós e Arapiuns] faz parte do meu TOP 3. É uma das mais belas e desconhecidas paisagens do nosso país.

 

Os 10 dias nesta região foram marcados por cenários de extrema beleza e por momentos de muita paz espiritual.

 

O fenômeno da formação das praias, causado pela vazante dos rios, é um presente que a natureza nos dá a cada ano. Nesta região de Alter do Chão, as praias se formam invadindo o rio, como se fosse um dedo fino e comprido que cresce a cada dia durante este período. Presenciei alguns destes “dedos” de praia que, em alguns casos, já passavam dos 500 metros. E isto ainda era em setembro. Até o fim da vazante, estas pontas aumentam mais ainda.

 

Alter do Chão faz parte do município de Santarém. Funciona como espécie de balneário, principalmente na época da vazante do Rio Tapajós, que vai, em média, de julho a janeiro. Tudo vai depender do fim das chuvas. Estive em setembro e encontrei o ponto ideal, pois o volume de água era suficiente para navegar sem risco e também perfeito para contemplar todas as praias que passaram a surgir em toda a sua plenitude com a vazante do rio.

 

A Praia de Alter do Chão é citada em várias revistas especializadas como uma das mais espetaculares do Brasil, por ser considerada o Caribe da Amazônia. Qualidade para ostentar o título não lhe falta: águas quentes, esverdeadas e transparentes, poucas ondas, areia branca... Show!! O único probleminha que vejo nesta praia, que para alguns não é problema, é a proximidade com um grande Centro Urbano [+- 40km do Centro de Santarém], já que, nos fins de semana, falta espaço na areia para curtir a praia. Desta forma, procurei estar lá num dia de semana, com pouco movimento para curtir todo o seu encanto.

 

Como eu queria algo diferenciado para conhecer a Região mais afastada, onde não há navegação comercial, fiz o meu próprio roteiro. Tive muita dificuldade para obter informações de como contratar os serviços. Enviei vários e-mail para Agências do Pará, mas as respostas eram vagas e os preços na estratosfera. Não tive escolha e fechei com uma Agência de São Paulo, cujo preço cobrado foi uma verdadeira facada, já que consegui apenas um amigo para dividir as despesas. Contratei, inicialmente, 3 dias líquidos de barco para conhecer vários pontos da Região. O que vi foi tão espetacular que eu resolvi aumentar em mais 3 dias para conhecer outros lugares absurdamente especiais, contratando, desta vez, os serviços do dono do barco, por um preço justo e mantendo a mesma qualidade.

 

 

CHEGADA A SANTARÉM

Chegamos ao Aeroporto de Santarém [voo da GOL] por volta das 2h da matina e seguimos com destino ao Hotel contratado pela Agência. Não gostei da localização, pois ficava um pouco afastado da Vila de Alter do Chão. Porém, como só foram duas noites [1ª no dia da chegada e a 2ª no fim], não me preocupei, até porque o que me interessava mesmo era desbravar os lugares mais desertos daquela imensidão de água e floresta.

 

1º DIA

Fizemos um passeio de canoa pelo Lago Verde a partir do Hotel com destino à Praia de Alter do Chão, na Ilha do Amor, onde ficamos para o almoço. À tarde, um reconhecimento da Vila, que, por sinal, curti bastante. Há várias lojinhas de artesanato, vários pontos de vendas de chocolates com cupuaçu etc. No fim do dia, subimos a Serra Piroca [isso mesmo – rsrsr], que é vista desde a Praia de Alter do Chão e da Vila. O visu do topo da Serra é realmente espetacular, pois de lá é possível ver o belo formato da Praia de Alter do Chão formada com a vazante do Rio Tapajós, a imensidão da FLONA [Floresta Nacional do Tapajós] *, os braços de rios etc. Sensacional! A subida é tranqüila. Acredito que em 30min atinge-se o cume.

* [fonte: http://www.rumonorte.tur.br/ww3/br/tapajos1_.asp] A Floresta Nacional de Tapajós está situada no coração da Amazônia paraense, a Leste do rio de Tapajós. Sua floresta grandiosa e quase intocada, apresenta toda a exuberância da Selva Amazônica. A Floresta Nacional do Tapajós tem mais de 40 espécies diferentes de árvores por hectare e animais selvagens surpreendentes, como cachorros do mato, lontras gigantes e tamanduás bandeira habitam e muitos pássaros. Esta floresta é também habitada por 24 comunidades ao longo do rio Tapajós que vivem da agricultura de subsistência e do extrativismo. O rio Tapajós possui uma grande beleza cênica com suas praias, corredeiras, cachoeiras e vida subaquática. Os peixes grandes, como o pirarucu, que é um dos maiores peixes de água doce do mundo, podem se reproduzir livremente nesta área protegida.

 

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Praia do Amor [Alter do Chão] - Serra Piroca ao fundo

 

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Na praia do Amor [Alter do Chão]

 

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Vista da Praia de Alter do Chão desde a Serra Piroca

 

No fim do dia seguimos de canoa motorizada rumo à Ponta do Cururu para contemplarmos o belo pôr do sol. E foi mesmo.

 

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Pôr do Sol na Ponta do Cururu

 

2º DIA

Zarpamos cedo no Barco do Deco [site: http://www.cuicuera.com - tel.: (93) 3527-1151 / 9132-6160 / 9124-5357] rumo ao Canal do Jari. Antes, porém, paramos em várias praias desertas ótimas para banho. Finalmente, no Canal do Rio Jari, avistamos jacarés, revoada de pássaros, bicho-preguiça, e, sem dúvida, pude contemplar um dos mais belos pores do sol da minha vida. Confira:

 

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O pássaro não teve chance. A cobra posou para a foto como uma modelo. Não largou por nada a sua presa

 

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O belo pôr do sol no Canal do Jari

 

À noite, fomos levados à Comunidade de Rio de Pedra para uma Piracaia [*].

 

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Eu e Luis devorando o peixe

 

[*] [fonte: http://www.santaremtur.com.br/br/noticiaseventos/piracaia-peixe-praia-luar-e-muita-cantoria/41/] A piracaia é um costume local criado por Pescadores. É sempre realizada à noite sob o calor de uma fogueira. Sob o luar, nas areias da praia é organizado um banquete à base de peixe fresco, com sal, limão e farinha. Regado a caipirinha ou suco de frutas.O peixe é assado em uma fogueira temperado apenas com sal e limão. As pessoas acomodam-se ao redor da fogueira em rodas de conversa e música animada. As piracaias são acompanhadas de violão e muita música regional.

Foi bem interessante participar daquela “festa”. Sem falar que o peixe estava nota mil.

 

3º DIA

A partir deste dia, curtimos várias praias desertas. Uma mais incrível do que a outra.

Conhecemos também a Comunidade Urucureá, na qual são vendidos vários artesanatos bonitos e bem baratos.

No fim da tarde e início da noite, seguimos rumo a uma praia segura para abrigar o barco, e, de preferência, muito especial por sua beleza, até porque o nosso primeiro visual do dia seguinte era o da praia onde tínhamos dormido. E o Deco [Capitão] não vacilou... Acordar na Praia de Maguari foi o topo dos alvoreceres.

 

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Alvorecer na Praia de Maguari

 

4º DIA

Iniciamos com uma caminhada longa dentro da Flona [Floresta Nacional do Tapajós]. Vimos de tudo um pouco: cobra, aranha gigante, Samaúmas, Pequiás, Maracujás silvestres etc] e, no final da caminhada, conhecemos o artesanato de latex na comunidade de Maguari. Almoçamos em seguida, que, por sinal, era sempre fantástico. A cozinheira, Dona Carmita, era uma mestra na cozinha. Além de muito simpática, sabia tudo de culinária amazônica.

 

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Maracujá Silvestre

 

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A imponente Samaúma

 

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Praia de Maguari [Espetacular!]

 

5º DIA

A praia destino deste dia fica na Comunidade Parauá [Rio Tapajós – bem distante de Alter do Chão]. Antes de curtirmos a praia, fizemos uma longa caminhada dentro da Floresta rumo a um lago verde encravado num buracão. Dá para fazer um passeio de canoa. A trilha é cansativa, mas vale a pena. O lugar é muito misterioso. De volta pudemos curtir a praia. E que praia!! Linda! A natureza se encarregou de deixá-la formando a letra “T”. Achei esta a praia mais curiosa da região. De lá seguirmos para a Praia da Ponta Jaguarari onde dormimos.

 

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Lago Verde na Comunidade Parauá

 

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Praia de Parauá [formou um grande "T"]

 

6º DIA

Mais um alvorecer espetacular e seguimos para o nosso destino final – Alter do Chão. Antes, porém, passamos por várias outras praias para iniciarmos a nossa despedida desta belíssima região do nosso país. Desta vez, pernoitamos na própria vila, na Pousada Agualinda [R$110,00 o quarto duplo].

 

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Praia de Jaguarari

 

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Praia de Santa Cruz

 

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Por do Sol na Praia de Santa Cruz

 

7º DIA

Cedo, seguimos para Santarém. Conhecemos alguns pontos turísticos [Ex. Vista do Encontro das Águas – Rio Tapajós com o Rio Amazonas], almoçamos, e, em seguida, fomos para o terminal de barcos para adquirirmos o nosso bilhete para Monte Alegre. O transporte foi uma lancha gigante [bem moderna], que desenvolvia uma velocidade alta. Parecia voar sobre o Rio Amazonas. O cenário que se vê neste trajeto é muito bonito. Dá para ter uma ideia do que é o Rio Amazonas. O cara é poderoso mesmo...

 

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Encontro das águas [Rio Tapajós, mais claro, com o Rio Amazonas, mais barrento]

 

 

Em Monte Alegre, fomos levados ao Hotel Panorama II [confirme se é o que fica na parte alta da cidade. Tem uma linda vista] – tel.: (93) 3533-1716] pelo Tiba [tinha carro 4 x 4 - Tel.: (93) 3533-1766 / 9125-7941] essencial para conhecer o que queríamos]. Jantamos na pousada e fomos descansar.

 

8º DIA

O destino era o Parque Estadual de Monte Alegre [distante da cidade]. Para acessar os lugares, só mesmo com carro 4 x 4. Lá, conhecemos a famosa Pedra do Pilão, que tem um visão espetacular do Rio Amazonas, e as pinturas rupestres incrustadas nas rochas.

 

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Pedra do Pilão, no Parque Estadual de Monte Alegre

 

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Vista do Rio Amazonas do alto da Pedra do Pilão, no Parque Estadual de Monte Alegre

 

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Pinturas Rupestres, no Parque Estadual de Monte Alegre [Rio Amazonas ao fundo]

 

9º DIA

O destino era bem distante – Cidade dos Deuses em Alenquer. Valeu o cansaço para se chegar ao local. Tratam-se de esculturas naturais em pedra. Algumas com formatos bem curiosos. Nunca imaginei que no meio da floresta pudesse existir um local como aquele. Em Alenquer também existem outros lugares bem bonitos para serem conhecidos, principalmente as cachoeiras. Como a época que eu fui não chovia, as cachoeiras estavam secas.

De lá seguimos para Alenquer onde dormimos. No dia seguinte pegamos o barco dom destino a Santarém para, finalmente, seguirmos para o Aeroporto.

 

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Monumentos Naturais na Cidade dos Deuses, em Alenquer

 

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Eu e Luis [filho do Tiba]

 

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10º DIA

Despedida. Retorno para Salvador.

 

 

REGISTROS FINAIS

 

1. viagem inesquecível para um dos lugares menos conhecidos e mais belos do Brasil;

 

2. a melhor época para conhecer Alter do Chão e as outras praias da Região do Rio Tapajós e Arapiuns é entre os meses de setembro e novembro, período intermediário das vazantes, que vai de julho [início da vazante] a janeiro [já bem baixa e muito quente a água]. Fora desta época, o local não se diferencia de outros da Amazônia e as praias não são vistas. Ficam submersas;

 

3. conheça a Praia de Alter do Chão fora de fim de semana para poder curtir o local com mais calma;

 

4. indico para fazer todos estes passeios o DECO, dono do barco CUICUERA [Empresa CUICUEIRA ECO TOUR [site: http://www.cuicuera.com - tel.: (93) 3527-1151 / 9132-6160 / 9124-5357]. O valor que ele cobra é bem inferior ao das agências de São Paulo e do Pará. O barco está em ótimas condições;

 

5. sugestão de pousada em Alter do Chão: Agualinda;

 

6. conheça as praias de Maguari e da Comunidade Parauá [formou uma letra “T” enorme], ambas no Rio Tapajós, e de Ponta Grande, no Rio Arapiuns [para mim, as mais incríveis];

 

7. durma pelo menos uma noite numa praia deserta, de preferência na Praia de Maguari para contemplar um alvorecer espetacular;

 

8. o passeio pelo Canal do Jari deve ser feito à tarde para que se possa curtir um por do sol amazônico inesquecível e a revoada de pássaros;

 

9. em Monte Alegre fique no Hotel Panorâmico que fica em frente à Praça da Cidade no alto do morro. Tem uma vista fantástica para o Rio Amazonas;

 

10. fizemos o passeio para o Parque Estadual de Monte Alegre e para Alenquer com o Tiba [morador de Monte Alegre]. Ele foi muito hospitaleiro, assim como sua família, e tem um carro 4 x 4, que é fundamental para trafegar pelas estradas de terra da região – Tel.: (93) 3533-1766 / 9125-7941.

 

Abração

 

Marcos

Editado por Visitante
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Blz Ricardo?

 

Que nada. Só pesquisei bastante antes de fazer a viagem.. Realmente é uma região de extrema beleza, que deve ser visitada na época certa. Tenho vontade de voltar para descer ainda mais os Rios Tapajós e Arapiuns. Com certeza, conhecerei lugares surpreendentes.

 

Abração

 

 

Marcos

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  • 4 meses depois...
  • 1 ano depois...

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Visitante
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