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Bom... eu posso dizer que quase toda a minha viagem foi planejada tirando informações daqui do fórum, perguntando e lendo muito. Acabou que nada do meu planejamento foi obedecido... ::lol4:: Mas foi por aqui eu eu descobri o que queria fazer e quais cidades visitar.

 

Acho que a maneira mais justa de agradecer é fazendo um relato de como foi a minha viagem! Eu estou escrevendo um relato detalhado de tudo, com todas as histórias e situações inesquecíveis. Só que eu ainda estou no começo da viagem e o relato já tem mais de seis páginas... ::lol4:: Então vou colocar aqui umas "dicas", que é no fundo o mais importante para quem quer planejar a viajem. Depois que eu acabar o relato gigante vou colocar também. Mas aí lê quem quer!

 

Pra começar, a minha viagem foi muito diferente dos moldes aqui do fórum. Tinha tempo de sobra, não me preocupava com data, e decidíamos o que íamos fazer e para onde iríamos na hora. Quando fiz o meu roteiro eu postei ele aqui no fórum: mais-um-bolivia-peru-chile-t39686.html

 

NADA disso foi obedecido! NADA!

haIUhaIhaHhaihaihaihauhaiuahiuaHiuaHiuaHiA

 

Mas vamos começar...

 

O primeiro de tudo: confirme realmente quem vai com você na viajem, e comprem passagem juntos!

Isso foi o que começou destruindo meu roteiro. Eu tinha milhas da TAM, então comprei passagem Vitória x Campo Grande pro dia 7 de janeiro. Meu amigo que iría comigo, Allan, não conseguiu comprar passagem de avião e teve que ir de ônibus. Resultado: ele só chegaria em Corumbá dia 11!

Ou seja, eu tinha quatro dias de Brasil pela frente... chegando em Campo Grande acabei comprando aquele que seria o passeio mais caro da minha viagem: R$250 por três dias no Pantanal. Não queria ficar em Campo Grande sem fazer nada porque ia acabar gastando bastante dinheiro também...

 

Pantanal

 

O passeio no Pantanal é coisa pra gringo! Ficamos numas cabanas e dormimos em redes. O tour é basicamente sair numa caminhonete pra dentro do Pantanal e ver bicho na beira da estrada. Quando aparecia uma capivara perto do carro os gringos faltavam ter um infarto. Até uma aranha foi motivo pra parar o carro pra descer e tirar foto. Não era a tôa que eu era o único brasileiro do acampamento.

 

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Eu não tô falando isso porque não gosto de animais não. Pelo contrário, gosto muito! Mas é que o passeio é basicamente isso por três dias!!! E pra piorar eu fiquei doente no segundo dia... febre, tontura, diarréia, cansaço extremo. Acho que foi a caçada à Anaconda num barco na chuva e sem camisa logo depois do almoço com direito a banho no rio Paraguai! Depois de muito mosquito e muita falta de ânimo pela doença logo no segundo dia de viagem cheguei em Corumbá dia 10. Pelo menos ali tinha posto de saúde!

 

Fica aí então: Eu não recomendo o passeio do Pantanal. Com R$250 na bolívia você paga todos aqueles passeios tradicionais: Downhill, Chacaltaya, Tihuanaku...

 

Corumbá

 

Passei a noite no hotel Timoneiro, 30 pila a diária. Quando o Allan chegou no dia 11 eu já estava um pouco melhor. A rodoviária de Corumbá é um ninho de pilantra... cada um te oferece uma alternativa diferente pra comprar a passagem do trem da morte. Quase mandamo todo mundo pra pqp e fomos pra Porto Quijarro logo! Em frente a rodoviária tem um ponto de ônibus, o ônibus que passa ali te leva para uma espécie de terminal onde você pega outro até a fronteira. Bem tranquilo, cheio de gente e infestado de mochileiro!

Na aduana foi tudo bem simples. Não me cobraram aquela propina tradicional de R$10, talvez porque estava muito cheia, mas pediram para eu mostrar o meu dinheiro. Achei uma bosta, porque tive que tirar da doleira e tava bem escondido. Mas beleza... enfim Bolívia!

 

Porto Quijarro

 

Pegamos logo um taxi até a estação de trem para comprar a passagem pra Santa Cruz. Isso era uma segunda-feira. Daí a porrada: só tinha passagem para quinta-feira!!! Tenso! Uma galera que estava com a gente decidiu comprar a passagem de ônibus pra terça, mas falaram pra a gente que era perigoso pra caramba e que o ônibus dava muito defeito. Eu e Allan decidimos esperar e compramos pro trem da quinta mesmo. Ficamos no Tamengo. Esse albergue foi amor a primeira vista, mas depois a gente viu que não era bem assim...

 

O "albergue" se parece com um resort, com piscina de 25m e vista panorâmica para o Pantanal boliviano. Mas o preço é uma facada para os padrões bolivianos... 60Bs, sem banheiro privativo, ou 80Bs com ar condicionado, também sem banheiro privativo. Como estávamos desacostumados com a moeda nova achamos o preço até razoável. E lá também é oferecido almoço e janta. Pagamos 50Bs (!!!) num "churrasco" (uma carne assada num grill). Tudo muito caro! E não pode entrar com comida. É claro que a gente entrou... pãozinho com mortadela e queijo deu 5 bolivianos para cada um e durou umas três refeições! ::lol4::

 

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Talvez pra quem vai ficar só uma noite vale a pena, porque o lugar é realmente bonito. Mas mais que isso fica muito caro...

 

Na manhã de terça-feira apareceram lá uns brasileiros que tinham comprado naquela mesma manhã passagem para terça mesmo! Ficamos putos e fomos lá ver... realmente eles tinham aberto uns vagões extras, mas já tinha acabado. Mas tinha pra quarta (!). Confusão!!! Aquela bilheteria é uma bagunça, vem gente furando fila, gente comprando 10 passagens de uma vez... tá doido! Trocamos então a passagem pra quarta. Classe Pullmann.

 

Em Porto Quijarro tem uma zona franca. Preços deslumbrantes. Só que eu estava no começo da viagem e tinha medo de gastar com besteira. Mas tem de tudo, e muito barato! Tênis de marca, perfume, bebida, artigo militar, eletrônicos... acabei comprando uma garrafa de Jack Daniel's por 20 dólares.

 

Trem da Morte

 

O trem da morte é o que todo mundo fala... da morte só tem o nome, pelo menos na classe Pullman não passei perrengue nenhum, e olha que é a segunda mais barata. O trem não balança tanto quanto eu pensei que balançava, os vendedores que entram nas paradas são até uma vantagem, porque além de não precisar de sair do trem pra comer alguma coisa eles são comédias demais!!!O trem estava infestado de brasileiros, no meu vagão só haviam 4 bolivianos! Eu passei a maior parte da viagem transitando de um vagão pro outro e conversando com a galera. Tranquilasso! Quanto a poltrona, a mesma coisa que um ônibus executivo brasileiro. Dá pra ir tranquilo!

 

 

Vou ficar por aqui por enquanto porque o sono bateu... mas depois eu continuo com La Paz. Até agora a minha viagem não tinha começado de verdade!

haIUhaIUhaiHiuaHuiaHihaihaihaihaiuaHIA

 

Abraço ae!!!

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Foi mal pela demora aí galera!!! Estou gastando muito tempo no meu super relato, que eu tenho certeza que ninguém vai ter paciência de ler! Mas eu tô revivendo a viagem toda escrevendo ele!

huAIHiAUHiuAHiuAHiuAHiuAHiuahiAUhAIUhAIUhAuihuihiuAHi

 

Vou continuar com o "mini-relato"...

 

Santa Cruz de la Sierra

 

Santa Cruz é muito mais bonita do que eu pensei que fosse. Lendo uns relatos aqui parece que lá é um caos gigante e tudo sujo, achei tudo ao contrário. Comparada com La Paz aquilo ali é luxo!

Não ficamos muito tempo em Santa Cruz... chegamos umas 9 da manhã e saímos para La Paz às cinco da tarde. Realmente acho que não tem nada pra fazer lá. Andamos o tempo inteiro, até nos perder no meio da cidade, e depois voltamos pra rodoviária. Almoçamos num restaurante de comida brasileira! Show de bola! O único lugar que vende feijão na Bolívia! AHIuhaUihaIUhiaUHiuahaIUhaIuhaIUhaiuhai

 

Fomos então para La Paz. Fomos com a Transcopacabana, 170Bs (se eu tivesse continuado nesse ritmo não ia viajar nem por 20 dias!). O ônibus realmente é MUITO bom. Nunca andei num ônibus desse aqui no Brasil, a poltrona parecia um trono, mais macia que a minha cama. Com apoio pros pés ainda... bom demais! Dormi igual bebê. A viagem tranqüila, embora o motorista fosse, no mínimo, insano. Ele devia ser inglês, por que a todo tempo ficava na contra mão. Não importa quantos caminhões havia em sua frente, a ultrapassagem era sempre possível! Teve uma hora da noite que o ônibus parou e ficou uns 10 minutos. Aí a galera começou a descer pra ver o que era. Uma ponte estava danificada, e só passava um carro por vez. Uma fila bem grande se formou, e nós acabamos saindo do ônibus para “ir ao banheiro”. Para a nossa alegria a fila começou a andar bem rápido, o problema é que estávamos fora do ônibus! O motorista inglês não nos esperou e foi seguindo com a porta aberta, todo mundo saiu correndo atrás do ônibus e um por vez teve a sua noite de James Bond!

haUIhaIUhaIuhaIuhaIuhaiuhaiuhaiuaHiaUhaIUhaI

 

La Paz

 

Finalmente chegamos em uma cidade que ficaríamos mais tempo. O trem foi legal e talz... mas tava faltando uma coisa! BALADA!!!

hAIUhaIUhAIUhaIhaIUhaIuhaiuhaiuaHiuahaIU

 

Ficamos em um hotel no coração do "mercado das brujas". Hotel Sagarnaga, 50Bs para cada um com banheiro privado. Mais luxo! Como a gente era zé no começo da viagem!!!

 

Fechamos então o passeio da estrada da morte para o dia seguinte. Que doidera! Esse passeio é muito bom! O mais radical da viagem com certeza...

 

A estrada tem em quase toda a sua extensão uns 4 metros de largura, o suficiente para passar um caminhão e nada mais. De um lado um paredão quase sempre vertical e coberto de uma vegetação bem densa e verde, do outro um precipício que não dá pra ver o fundo. Vertical, eu diria “verticalíssimo”! O chão só de pedra, e molhada. Até chegar ao final se passa por baixo de umas três cachoeiras, duas pequenas e uma grande o suficiente pra encharcar até a mais impermeável das botas.

 

Aconselho muito a todos que vão a La Paz a fazerem! Antes de viajar eu li algumas coisas que me assustaram um pouco, como uma empresa que se recusava a fazer o passeio em janeiro devido às chuvas. Bom, acho que isso é só na internet, porque lá todas as agências fazem o passeio, sem nenhum ressalvo, e todos compram. Por quase todo o percurso choveu ou chuviscou. Caí uma hora numa curva, não sei se pela chuva ou pela minha falta de destreza, sei que eu caí pro lado certo, pro lado do mato! Levantei na mesma hora sem nenhum arranhão e continuei mais esperto! Não levei a câmera no passeio porque na agência me disseram que os guias tiravam fotos que depois seriam distribuídas para todos. Grave erro! As fotos dos guias são horríveis! Todas mal tiradas e sem graça. E no final das contas o CD foi tão mal gravado que boa parte dos vídeos nem roda. A paisagem ao longo do trajeto é de tirar o fôlego, e quem vai rápido o tempo todo perde uma parte incrível do passeio. São três horas de descida, é tempo o bastante pra você ir rápido uma parte, pra sentir uma adrenalina sensacional e depois ir devagar e parando para desfrutar de uma paisagem inacreditável. Depois do almoço em Coroico voltamos de carro pela estrada nova. Conheci pessoas que voltaram pela mesma estrada da descida de bike, e todos falaram que é bastante desconfortável, e que é adrenalina até demais, na estrada só cabe um carro, e quando vem outro na contramão o bicho pega.

 

No domingo ficamos a tôa, conhecendo a cidade, que é muito massa! Muita coisa pra vender, e muito lugar diferente. Ta aí uma coisa que eu esqueci de falar no começo: o principal conselho que eu dou pra quem quer fazer essa viagem: comprem TUDO lá! Eu disse TUDO! Se eu fosse pra lá de novo e não tivesse mochilão, roupa de frio, blablabla, ia levar só uma sacola com 3 mudas de roupa e dinheiro. O preço das coisas é um absurdo de barato. Com o dinheiro que eu comprei uma Quechua 70L aqui (R$300) lá eu compro uma Deuter sinistra de 90L. É covardia mesmo. Roupa de frio nem se fala... é casacão foda da north face por R$150. Bota também... essas da Timberland que aqui são R$450 lá saem por R$250.

 

Fomos depois nas ruínas de Tihuanaku. O passeio é barato e rápido, mas pra quem não gosta muito de sítios arqueológicos e história o passeio é bem dispensável. As ruínas ainda estão em escavação, e os museus em construção. É bonito, sim. Mas pra quem vai visitar as ruínas inacreditáveis de Cusco e já viu algumas fotos delas fica um pouco decepcionado. A diferença é que Tihuanaku data de três mil anos atrás, foi uma cultura pré-inca. O que consequentemente confere as ruínas um aspecto não tão grandioso como as estruturas recentes das ruínas de Cusco e seus quatrocentos anos. Ou seja, pela história, Tihuanaku é um tesouro, mas quem está atrás de ruínas enormes com suas construções quase intactas e só se interessa pelo lado visual pode pular esse passeio sem muito prejuízo.

 

20100315191147.JPG

 

Não sei exatamente em quais noites fomos ao Hard Rock Café em La Paz, sei que fomos umas três vezes... Rock só toca no começo da noite, quando a pista enche logo começa a tocar música que está fazendo sucesso mesmo. A balada lá é legal, mas sai caro! Teve uma noite que eu e o Allan gastamos mais de 200Bs. Uma Heineken long neck custa 18Bs... Dinheiro a parte, nos divertimos bastante por lá, principalmente quando começava a tocar música brasileira, que por falar nisso, ficou congelada nos anos 90 por lá! “Dança da manivela” e “Olha a onda” são os maiores hits. Em uma das noites fui abordado pela única boliviana loira que eu conheci! Estava aberta a temporada de caça às nativas! (E também às brasileiras, argentinas, européias e aí vai) Nesse quesito eu fico feliz em ser brasileiro... Nem acreditei no estrago que foi quando eu levei minha bandeira do Brasil para a balada em Cusco! Depois dessa viagem eu tenho certeza que nós somos o povo mais bem visto e querido internacionalmente, pelo menos no quesito “paixão”!

haIuhaIhAIUhAIHiaUhaIHaiUhaIUhaIUhaIUhaIUhaIUA

 

Subimos também o Chacaltaya. Lá que eu conheci de verdade o "roro", o Rodrigo. Pensa na coincidência que foi isso. Eu postei meu roteiro aqui no fórum, aí o Rodrigo viu e comentou que era de vitória também e que ia fazer o mesmo trajeto que eu, só que ia sair uma semana depois. Tá aí ó: mais-um-bolivia-peru-chile-t39686.html

Só que eu me atrasei muito por causa do pantanal, por causa do trem da morte, e aí vai. No ônibus pro Chacaltaya tinha um monte de brasileiro, atrás de mim dois caras sei lá de onde. Começamos a conversar sobre a nossa viagem, o que cada um já tinha feito e talz. Aí eu falei que fui pro Pantanal e que tinha ficado doente lá. E isso eu também escrevi aqui no fórum quando eu tava em Corumbá: mais-um-bolivia-peru-chile-t39686-45.html

Aí o Rodrigo que tava do meu lado chegou e perguntou:

-Aí cara, você é de onde?

-Eu sou de Vila Velha, na grande Vitória!

-Pô! Eu sou o Rodrigo! O "roro" do fórum!

-CARALHO!

haIUhaIUhaIUHiAHiuahiaUhaIUhaIuhaiuaHiuaHiuAhaiUhaIUhaIU

 

O mundo é pequeno, e a Bolívia é mais ainda!

hAIUhaIUhiuahiaUhiuahiaUhiaUhaIUhaIUhiA

 

Esse passeio também foi bem legal. Pegamos bastante neve e passamos bastante frio, coisa de brasileiro que mora na praia gosta de fazer! Recomendo bastante! A paisagem é linda também!

 

20100315193026.JPG

 

20100315193140.JPGEu e o Rodrigo aeee!!!!

 

Quando voltamos para La Paz nos despedimos do Rodrigo. No outro dia decidimos ir para Copacabana, e nos juntamos com umas brasileiras que conhecemos lá no Chacaltaya. E olha a viagem. No ônibus para Copacabana lá estavam Rodrigo e Nelson, que estavam viajando juntos. Vê se pode! É muita insistência do acaso!

haIUhaIuhaIuhaIUhaIuhAiuHAiuaHiuAHiAUhaIUhaIUhaiuhaiuaHiuahaIuhaIu

 

Copacabana

 

O trajeto para Copacaba é curto, e a paisagem é linda. Quando o lago Titicaca aparece é difícil acreditar que aquilo não é um mar. Decidimos ir para a ilha do Sol no mesmo dia, ficamos em Copacabana por poucas horas, só para esperar o barco. A cidade é pequena, não parece ter muita coisa para fazer. Foi ali então no barco que a viagem recebeu seu marco. Foi uma divisória concreta, a linha pro antes e o depois. Conhecemos ali Fred e Lucas, dois amigos de Uberlândia que tinham conhecido as meninas numa balada em La Paz. Digo que isso foi um marco porque a partir daí toda a viagem se transformou. Eu e Allan estávamos fazendo as coisas com planejamento, e estávamos mais conhecendo lugares do que vivendo em si a própria viagem. Turismo puro não tem graça, tirar foto do lago Titicaca todo mundo tira, mas fazer amigos pra tudo que é lugar e conhecer de verdade as pessoas ao seu redor além do “de que país você é?”, “pra onde você vai?”, “quanto tempo viajando?”, foi o que de, uma certa maneira, transformou o meu mochilão numa experiência maior que o simples fato de conhecer lugares diferentes.

 

 

 

 

Vou parar por aqui mais uma vez porque tenho que sair... mas aos poucos eu vou colocando! Abração ae!!!

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Opa! Foi mal pela demora... ontem eu fiquei uns 40 minutos escrevendo... aí o PC deu pau! Perdi tudo! Fiquei com uma puta preguiça de escrever tudo de novo...

hAIUhaIUhiauhiauhiauhaIUhAIUhaIUhAIUhAIhAIA

Continuando de onde parei...

 

Ilha do Sol

A ilha do Sol é um lugar inacreditável, passagem obrigatória pra quem vai fazer o trajeto Bolívia - Perú. Chegamos pelo lado sul da ilha e subimos toda a interminável escadaria. Ficamos no albergue mais alto da ilha, o “Templo Del Sol”. Chegar lá é cansativo, mas vale MUITO a pena! A vista que se tem de lá é alucinante, e sai por 20 Bs.

 

20100319015557.JPG Vista do "quintal" do albergue...

 

Chegamos um pouco antes do pôr-do-sol. Lá não tem muita coisa pra fazer além de ficar olhando a paisagem, mas compramos logo umas garrafas de rum, e aí já erai... juntamos um monte de gente que sei lá de onde saiu! Só sei que teve festa até de noite! A garrafa de Jack Daniel’s que eu tinha comprado na zona franca de Porto Quijarro se foi em instantes! Ligamos um sonzinho que tinha lá com música andina... tem vídeo meu até dançando Michael Jackson ao som de Zampoñas!!!

haUIhiaUHiaHihahaiUhaIUhaiUhaIUhaIUhaIuhaiuahiuaHiuahA

 

No outro dia acordamos tarde por causa da festa do dia anterior... fomos então fazer a trilha para o lado norte da ilha, que por sinal começa pertinho desse albergue que a gente tava, foram 4 horas com o mochilão. Cansativo, mas as paisagens são de tirar o fôlego! A cada colina que você ultrapassa uma vista paradisíaca te surpreende. Aquele lugar é doido demais. Não é a toa que os Incas consideravam a ilha sagrada. No final da trilha há uma bifurcação, pode-se descer até o vilarejo do lado norte ou continuar reto até o Templo do Sol. Vale a pena ir no Templo! Ficamos lá uns bons 40 minutos nos seus labirintos.

 

20100319015729.JPGTemplo do Sol

 

Depois descemos até o vilarejo. O final da trilha é na areia, uma praiazinha cheia de barracas. Chegando ali tirei minha bota fuleira comprada por 100 Bs em La Paz e nunca mais botei! Desse dia até o dia em que eu fui embora eu só usei chinelo!

hAIhAIUhaIUhiauHiuaHiuaHiuahiuahaIUhaIUhaiuaH

O lado norte é mais “social”. Na praia tinha um monte de grupinho, muita gente acampando. Quem curte acampar ali é uma boa... mas cuidado com o frio! Eu passei mais frio nessa noite do que no pico do Chacaltaya nevando! Arranjamos um albergue porque não tínhamos barraca. E no final da tarde começamos um “luau”... foi bem doido! Arranjamos um violão lá e fizemos uma fogueira. Acho que no auge da noite devia ter mais de 30 pessoas lá! Uma torre de babel em volta da fogueira. Israel, França, Chile, Brasil, Alemanha, Argentina, Perú. Era inglês pra lá, espanhol pra cá, português pra tirar com alguém, e o Lucas inaugurou o grandioso borrachês (brincadeira com a palavra “borracho”, “bêbado” em espanhol) com seu grito de guerra que persistiu até o último dia da viagem: IIIIIIIIIUUUUUUUUUUUUUU! Fui tentar falar alemão com uma garota da Alemanha lá... mas o resultado foi desastroso: “-Usted is aus Deustchland??” Ela ficou olhando pra mim com uma cara estranha, aí que eu me dei conta da atrocidade lingüística que tinha cometido... a única coisa que eu consegui lembrar depois foi “Tschüss!” (tchau!).

haIUhaIUhiaUhaiUhaIUhaIUhaIUhaiuahiuaHiuahaIUhai

 

20100319015830.jpgCom certeza eu tava tocando Pink Floyd aí... ::lol4::

 

É bom lembrar de levar lanterna pra lá. Fui embora no breu total. Lá não tem iluminação nas ruas... sorte que eu tava bêbado, e bêbado sempre consegue voltar pra casa!

 

No outro dia pegamos o barco de volta para Copacabana e de lá fomos direto para Cusco.

 

Cusco

 

Aí o bicho pegou!!! Cusco é uma cidade perfeita para mochileiros sem grana que querem se divertir com pouco dinheiro. Além de ser linda, com muitos policias nas ruas e uma vida noturna insana, há também as inúmeras ruínas ao seu redor. Os primeiros dois dias foram só festa. Acordamos depois de meio dia...

“Inka Team! Inka Team!”, “No! Vamos a Mithology! Free Drinks!”. Isso aí que é uma beleza! Os “free drinks”. O drink em questão era o “Cuba Libre”, rum com coca-cola. Fica um monte de caras na frente das boates oferecendo... se você fala que é brasilero então eles faltam sair na porrada pra ver quem dá mais papelzinho! De cara cada um ganhou no mínimo dois de cada boate. Quando fomos sair para gastar os free drinks da outra boate o porteiro deu mais uma pra cada um, e voltamos! E ficou assim por todo o começo de noite... Eles ficam brigando para segurar os clientes dentro da festa. Depois de um certo horário acaba, mas aí já está todo mundo bêbado! Posteriormente, nós aprendemos a sair sem dinheiro no bolso, porque para comprar é tudo muito caro, e bêbado não tem noção.

 

Ao todo ficamos 12 dias em Cusco. Sim! 12 dias!!! E não fomos para Machu Pichu.

hAIUhAIUhaIUhaIUhaIuhaiuhaiuaHiuaHiahaIhaIA

 

Passamos por 3 albergues. O que eu mais recomendo é o “Hospedaje Procuradores”, que fica na Calle Procuradores, uma ruela que só passa pedestre, grudada na Plaza de armas e nas boates. Ficamos nós 5 em um quarto com banheiro por s./15 cada um. A dona do albergue é muito simpática e adora brasileiros. Se forem lá falem de nós: “Fabrício, Allan, Rodrigo, Lucas y Fred, los borrachos brasileños!”

iuAHiUAHiuAHiuaHiaUhaiUhaIUhaIuaHIuAHiuh

 

Não me lembro muito bem da ordem cronológica das coisas. Mas vou descrever de uma vez só as ruínas que visitamos:

Fizemos dois passeios com guia, comprado em agência. Nos arrependemos nos dois. Talvez pra que tem pressa é o único jeito, mas a gente que tava sem data foi uma pressa desnecessária. O primeiro foi o “city tour”, que ao contrário do que indica o nome não é um passeio num ônibus de dois andares que roda a cidade para os gringos tirarem fotos das igrejas não, é uma visita às ruínas mais próximas da cidade. São elas Saqsayhuaman, Tambomachay, Puca Pucara e Qenqo. A mais longe de Cusco é Tambomachay, a 7 quilômetros. Como depois ficamos sabendo pode-se pegar um ônibus até lá e depois vir andando até Cusco, passando por todas as outras. Acho que é um passeio muito mais legal. Mesmo que essas ruínas sejam bem pequenas, o guia enche muito o saco, pedindo para ir rápido, muita pressa. E as coisas que ele fala, pelo menos para mim, não foram tão relevantes.

 

O outro passeio foi o “Vale Sagrado”. Esse então nem se fala. Por causa da chuva duas das maiores ruínas estavam fechadas: Ollantaytambo e Pisaq. O passeio original, que inclui essas duas mais outras 2 ou 3 dura mais ou menos 5 ou 6 horas. A gente foi em Pisaq por conta própria alguns dias depois quando a chuva deu uma trégua, só lá ficamos mais de 5 horas! Ela é enorme! Linda demais. Chegar ali e ficar 20 minutos é um desperdício...

 

20100319020141.JPGPisac

 

Vai aí as dicas de ruínas menos conhecidas: Tipón e Pikillacta. Da pra ir pra lá pegando um ônibus que custa s./2, e a entrada está incluída no Boleto Turístico. Tipón é demais!

 

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Ele é um complexo de terraços para plantio com um sistema de irrigação inacreditável! Se forem lá procurem pelo “Canal Inka”. É um canal todo feito de pedra que sobe pelo menos um 1 km montanha acima. Muito doido mesmo...

 

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Moray também é imperdível, é difícil acreditar no que você vê...

 

20100319020442.JPG

 

Não conseguimos ir para Machu Pichu por causa da chuva. Que derrubou as linhas de trem e as estradas até Águas Caliente, onde muita gente ficou ilhada, como foi amplamente divulgado pela mídia. Eu só fiquei sabendo disso por telefone. Fiquei uns 3 dias sem ligar pra casa. Meu pai ligou até para a embaixada. Quando eu liguei pra ele levei um esporro sinistro sem nem saber por quê! Eu sabia que as estradas estavam fechadas, mas não sabia que tinha gente presa lá! Eu tava de boa lá em Cusco, com um monte de helicópteros cruzando o céu o dia inteiro.

 

Durante o dia sempre ficávamos andando pela cidade. Nos divertíamos muito o dia inteiro. E de noite nem se fala. Não tínhamos compromissos com horários nem com datas. Estávamos curtindo nossa estadia em Cusco da maneira mais espontânea possível. Saíamos do albergue sem destino certo, só para dar uma volta.

As igrejas de Cusco são lindas, pelo menos por fora, porque pra entrar tem que pagar! Consegui entrar de graça em uma que tava tendo um casamento. Nunca tinha visto tanto ouro! Perto dela fica o “Mercado San Pedro”, passagem obrigatória! Muito artesanato barato, muita diversidade, e também o que o batiza, o “San Pedro”, cacto que contém mescalina, além do chá ayahuasca, famoso no Brasil com o nome de Santo Daime. Eles são vendidos normalmente pelas mulheres que vendem comida, lá não é ilegal. E acho que aqui no Brasil também não deveria ser... mas aí é outra história...

 

Não fico triste por não ter ido a Machu Pichu, estávamos tão bem em Cusco, nos divertimos e conhecemos tanta gente por lá que as ruínas que visitamos foram o bastante para saciar minha fome de ruínas, que embora sejam todas inacreditáveis e realmente lindas, não foram nem de longe o ponto alto de Cusco, e muito menos da viajem ao todo. O que eu tenho tentado enfatizar aqui é esse lado menos turista do mochilão. Realmente conhecer os lugares é muito legal! Muito mesmo! Mas o laço que eu criei com as pessoas que estavam viajando comigo foi tão forte que a convivência, as brincadeiras, as bebedeiras, as conversas, isso sim ficou na minha cabeça. Nós éramos amigos de infância havia duas semanas!

É isso ae... vou ficar por aqui mais uma vez! Foi mal pelo ritmo quebrado... mas é o que eu tenho conseguido fazer.

haIUhaiuhiauHiuhaiuhaIuhaIUhaIUhaiuhaI

 

Espero que esteja sendo útil! Um abraço pra todo mundo ae!

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Cara,

 

Que relato bacana!! Você tem o dom da escrita. Comecei a ler por curiosidade (já estive no Peru e Bolívia) e li quase tudo que vc escreveu.

Quando eu li que você ficou 12 dias em Cusco e não foi pra Machu Picchu eu quase cai da cadeira de tanto rir. Aí depois eu entendi que foi por causa das chuvas e tal...

Parabéns pela viagem!!

 

Suerte!

 

abraços,

Sérgio

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