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Parque Nacional dos Pontões Capixabas - ES


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  • Admin

O Parque Nacional dos Pontões Capixabas foi criado em Junho de 2004 e conta com uma área de aproximadamente 17.496 hectares , abrangendo três áreas distintas, localizadas nos municípios de Pancas e Águia Branca, estado do Espírito Santo.

 

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A região dos Pontões Capixabas, como são chamadas as formações rochosas com mais de 500 metros de altura, já foram consideradas o lugar mais bonito do mundo pelo paisagista Burle Max.

 

[t3]Pancas[/t3]

A principal cidade de apoio para a visitação do parque é Pancas, o último refúgio de habitantes e descendentes de um país europeu que não existe mais, a Pomerânia, que foi anexada a Alemanha e Polônia depois da 2ª Guerra mundial.

 

A região está se trasformando em um point de Montanhistas e praticantes do Vôo livre e com sua beleza não poderia passar batido na lista de destinos de nenhum mochileiro.

 

 

 

[t3]Atrações[/t3]

 

Pedra Agulha

A segunda maior chaminé do Brasil; 500 metros

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Pedra do Camelo

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[t3]Cachoeiras[/t3]

Cachoeira do Bassani- situada a 3 km do centro da cidade

Cachoeira de Santa Ana - 40 km da sede

Cachoeira e Prainha do São Luiz - a 2 km da sede

Cachoeira do Moraes- Vila Verde

 

[t3]Rampa de Vôo Livre "Clementino Izoton"[/t3]

Uma das melhores rampas para vôo livre do Brasil; de carro, são 18 km, mas é possível subir a pé por uma trilha de aproximadamente 2 km, porém perigosa.

 

 

[t3]Como chegar[/t3]

Pancas situa-se cerca de 180km ao norte de Vitória/Espírito Santo, siga pela BR 101 norte até João Neiva são mais ou menos 75 km ,no trevo de João Neiva siga as inidcações para Colatina mais 45km, pela BR-259, depois pegar a Rodovia do Café no sentido Nova Venécia e no km 38, no trevo Angelo Frechiani seguir na direção de Pancas como o indicado pela sinalização são mais 22 km, todos de asfalto.

A viagem a partir do Rio de Janeiro é de aproximadamente 750km

 

[t3]Saiba mais[/t3]

http://www.pancas.es.gov.br/

 

[creditos]Fotos: Prefeitura Municial de Pancas[/creditos]

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[t1]No Brasil, pomeranos buscam uma cultura que se perde[/t1]

Descendentes de europeus, de um país que já não existe, procuram resgatar a própria identidade

 

POR EDUARDO NUNOMURA

 

 

PANCAS, ESPÍRITO SANTO - Pancas é uma cidade habitada por pessoas diferentes. Em muitos sentidos. Se dependesse da vontade delas, continuariam assim, porém esquecidas. Nas serras do Espírito Santo, vivem quase 500 famílias de descendentes de europeus, de um país que já não existe, a Pomerânia. Guardam no corpo e no jeito a marca dos antepassados. Há uma maioria de loiros de pele claríssima e olhos azuis. Tímidos, ressabiados, mas generosos aos que conquistam sua confiança. Por décadas, eram só pequenos agricultores. A vida deles mudou há dois anos, quando souberam que suas terras podem virar um parque nacional. Assustados, descobriram ainda que seu maior patrimônio está ameaçado: os pomeranos são cada vez menos pomeranos.

Diferentes dos alemães de Santa Catarina ou dos italianos da Serra Gaúcha, os pomeranos preferiram se isolar. Até a quarta geração de descendentes, pouco se integraram ao Brasil, preservando as tradições. Coisas simples, como as diversas superstições, o respeito aos mais velhos, a religiosidade luterana, o patriarcalismo e, sobretudo, a dedicação à terra. Mas a modernidade, simbolizada pela televisão e seus ensinamentos nada pomeranos, mudou esse universo.

 

Até os anos 70, o rádio nem era ligado. Servia apenas como objeto de decoração numa casa pomerana. Só na década seguinte chegaram as primeiras TVs. No último censo, em 2000, oito de cada dez pomeranos tinham um aparelho. "A estrada era a televisão da gente", lembra Astomiro Romais, o caçula de uma família de dez filhos. Da varanda da casa, ao pé da Pedra da Agulha, via as pessoas caminhando ou de bicicleta. De lá imaginava ou conhecia as histórias dos poucos que chegavam de fora. Era assim a vida em Pancas.

 

Por terem vivido isolados, os mais velhos apenas falavam pomerano com os filhos dentro de casa. Tanto que até os anos 80 havia aqueles que só se comunicavam no seu idioma. Em 1981, um juiz prendeu um casal de pomeranos por não falarem português e confiscou o título de eleitor de outro, alegando: "Analfabeto não vota."

 

O trauma surtiu efeito. Jovens, netos e bisnetos dos primeiros imigrantes passaram a ter vergonha de falar a língua nativa. E esse é o risco maior. "O pomerano vai estar logo ameaçado", explica o lingüista e antropólogo Ismael Tressmann. "Se não incentivarem pais e escolas a voltarem a ensinar o idioma, ele pode ser declarado extinto. O latim é um exemplo."

 

O Brasil, e especificamente o Espírito Santo, guarda a maior comunidade de falantes pomeranos do mundo. Começaram a chegar por volta de 1870, quando Thereza Christina Maria, mulher de d. Pedro II, promoveu a vinda dos primeiros para o País. Vinham com a promessa de viverem em produtivas e estruturadas colônias para imigrantes europeus. Para cada colono, 25 a 30 hectares. Foram enganados. As propriedades eram poucas e pequenas, o que logo fez muitos migrarem para outras regiões. Restaram-lhe terras nos pés das montanhas capixabas.

 

 

[t3]AMEAÇAS[/t3]

A origem dos pomeranos é marcada pela busca de espaço para sobrevivência. Viviam em terras do sul do Mar Báltico, cobiçadas por alemães, poloneses, dinamarqueses e suecos. No século 12, enfrentaram mais de 20 guerras. De 1128 a 1400, viraram dependentes comercial e culturalmente dos alemães - fugindo dos temidos poloneses. Mais tarde, já no século 19, suas terras serviram de passagem para as tropas de Napoleão. No Congresso de Viena, surgia a Província Prussiana da Pomerânia.

 

Nos anos 1800 a 1900, mais de 330 mil pomeranos migraram para os Estados Unidos, mas lá não se isolaram. Para o Brasil, vieram 30 mil, que se mantiveram em comunidades fechadas. Fugiam de novas ameaças, como depois da 1.ª Guerra, quando os que ficaram permaneceram sob o domínio da Polônia, ou da 2.ª Guerra, quando foram expulsos de suas terras por soviéticos e poloneses. No final, 1,8 milhão de pomeranos orientais foram obrigados a refugiarem-se na parte ocidental. E esta acabou nas mãos da Alemanha comunista. A Pomerânia desaparecia do mapa.

 

Aos pomeranos que vieram para o Brasil, o período entre guerras foi o pior. Em 1930, no governo Getúlio Vargas, foram proibidos de falar pomerano e eram caçados pelos camisas-verdes. "Invadiam as casas, reviravam tudo em busca de livros em alemão, queimavam Bíblias", lembra Geraldino Romais, irmão de Astomiro. As famílias, desesperadas, corriam para o mato. Pastores luteranos, que rezavam em alemão, foram obrigados a pregar só em português.

 

[t3]TRADIÇÕES[/t3]

Por essa história de perseguições, é que os pomeranos se enchem de orgulho quando relembram o passado. Foi o que fizeram os Romais há duas semanas em Pancas. Dez irmãos reuniram-se na casa que já fora dos avós, falaram pomerano, viram vídeos e fotos, lembraram-se das superstições. "Meus pais diziam que para aprender a nadar tinha de engolir um lambari vivo. Engoli e quase morri afogado", lembra Daniel, de 53 anos, hoje gerente bancário no Rio Grande do Sul. Lindolfo, de 63 anos, recorda que toda criança selava seu destino no primeiro aniversário ao escolher entre um pão (não faltaria comida), uma moeda (seria rico) e a Bíblia (viraria religioso).

 

Como nos bons tempos da concertina, um instrumento da família do acordeão fabricado só na Alemanha, cantaram e bailaram. Florêncio, de 72 anos, o mais velho, era o músico. É o único da numerosa família que toca a concertina, tradição que vem se perdendo. "Somos muitos porque de dia o pai e a mãe viviam na cultura, e à noite na criatura." Coube a Bertílio, o sexto filho, ser o primeiro a estudar fora. Tinha 15 anos, quando foi para um seminário em São Paulo. Nos anos 60, pomeranos raramente saíam de perto dos pais.

 

[t3]HERANÇA[/t3]

Em Pancas, o isolamento fez com que muitos parentes casassem com parentes. O mesmo ocorreu em outras cidades de influência pomerana, como Santa Maria de Jetibá, Laranja da Terra, São Domingos e Vila Pavão. Edna Borcarte Verfloite, de 48 anos, tem parentesco com Adriano Borchardt, de 57, apesar da diferença de sobrenomes. Escrivães nunca fizeram questão de registrá-los corretamente. Edna casou-se com um belga; Adriano com outra pomerana. Ambos vêem nos filhos a dificuldade de preservar a cultura que herdaram dos pais.

 

"A língua quando morre, a cultura morre junto", diz Edna, uma farmacêutica de produtos naturais que atende a muitos da região. Com os pacientes, percebe que muitos gostariam que as escolas voltassem a ensinar pomerano." Ela e suas filhas falam pouco o idioma. "Sem partilha, os filhos vão para outras áreas", explica Borchardt. Dono de três pedaços de terra, num total de 33 hectares, e pai de três jovens, ele vive hoje da venda de produtos como bolos, limão e porco na feira pomerana. Ganha pouco, o que dá poucas perspectivas para os herdeiros. Seu filho mais jovem neste ano fará faculdade e sairá de Pancas.

 

[t3]HÁBITOS NOVOS[/t3]

"Hoje, se der uma concertina de presente para um rapaz, você não vai estar dando nada para ele", diz Fontim Klemz, de 81 anos. Ex-lavrador, mascate, caminhoneiro e comerciante, lembra que palavra empenhada e vida comunitária sempre foram virtudes entre os pomeranos. "Na época dos mil réis, se emprestava dinheiro, mas não se falava em juros. O importante era a prosperidade de todos." Mutirões erguiam casas. Eram comuns plantio e colheita na terra dos vizinhos em pior situação.

 

"Faz parte da cultura dos pomeranos ir à igreja", diz o pastor Sidney Retz. A diferença é que a igreja deixou de ser o principal elo entre eles. No passado, chegavam aos cultos de 2 a 3 horas antes e levavam outro tanto antes de voltar para casa. Hoje, chegam em cima da hora e permanecem pouco. "O pomerano acompanha a pós-modernidade, com o núcleo familiar se desintegrando."

 

Aos 88 anos, Luiza Ohnesorge lembra com vagareza das coisas do passado. Mas mostra convicção de que antes a vida era mais generosa. "Aprendíamos uns com os outros. Hoje é muito mais difícil. Está tudo misturado." E é por isso que notícias de que um parque (veja ao lado) pode expulsá-la de sua pequena casa a tiram do sério. "Vamos para onde? No mundo já estamos. Sair para quê?" Para pomeranos como Luiza, a Pomerânia feliz e livre de conflitos e guerras existiu no Brasil.

 

 

 

[t1]Quando preservar a mata atlântica se tornou caro[/t1]

 

Criação por decreto presidencial do Parque Nacional dos Pontões Capixabas fez com que milhares de pequenos agricultores se vissem ameaçados de virar sem-terra

 

POR EDUARDO NUNOMURA

 

PANCAS - Quem chega às cidades de Pancas e Águia Branca, no norte do Espírito Santo, deve se perguntar: por que essas maravilhosas e gigantescas montanhas de granito não fazem parte de um parque? Na verdade, elas fazem, ao menos no papel. O Parque Nacional dos Pontões Capixabas é fruto de um decreto para preservar a mata atlântica e as formações rochosas, mas cuja única conseqüência até agora foi causar um grave problema social. Se já estivesse em vigor, milhares de famílias de imigrantes teriam de sair de suas terras. Pequenos agricultores virariam sem-terra. Indignados e sem saber o que pode lhes acontecer, eles prometem resistir.

"Não concordamos que as famílias saíam das propriedades", avisa Erivaldo Bergamaschi, coordenador do Movimento de Pequenos Agricultores de Águia Branca. Foi essa organização que, no ano passado, conseguiu interromper o cadastro de terras e lavradores, etapa necessária para o Ministério do Meio Ambiente decidir o futuro dessa área de proteção. "Por que o governo cria vários parques para preservar e ao mesmo tempo financia o plantio em larga escala de eucalipto no Estado?"

 

No fim do seu governo, Fernando Henrique Cardoso assinou um decreto para criar o parque de 17,4 mil hectares. A intenção inicial proposta pelo Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica era proteger todos os pontões rochosos (um dos maiores complexos de inselbergs do mundo), numa área de 110 mil hectares, e o que restou da mata atlântica.

 

Resultado: dezenas de mineradoras continuam destruindo os pontões. Carretas com pedras de 30 toneladas saem dali direto para o Porto de Vitória. O granito brasileiro vai requintar casas e prédios da Itália e da China. Como foi criado, o parque poupa os destruidores desse patrimônio. "Infelizmente, pedras símbolos da região ficaram de fora, como os Três Pontões", critica o prefeito Jaílson José Quiuqui (PMDB), de Águia Branca, cujas terras comporão 30% da área do parque. Os outros 70% ficam em Pancas.

 

Proteger é uma necessidade num Estado que devastou o mais ameaçado bioma do País, com suas diversas orquídeas, bromélias, meriânias e árvores frondosas como jequitibás, perobas-rosa, ipês e jacarandás, além da variedade de animais. O paisagista Burle Max considerou os pontões capixabas como o lugar mais bonito do mundo, com a série de pedras de mais de 500 metros de altura torneadas pelas matas. "Os pontões e a mata não estão sendo preservados", atesta Clayton Ferreira Lino, presidente do conselho.

 

Outra ameaça vem dos próprios lavradores, que aos poucos foram avançando sobre a mata. Plantar em pequenas propriedades no Brasil é caro e rende pouco. Isso, aliado à crescente divisão de terras entre as gerações que iam surgindo, fez com que áreas de mata atlântica fossem destruídas para ceder espaço a culturas de café, milho e subsistência e ao pasto. "Quem está desmatando é porque não tem mais condições de subsistência própria", diz o prefeito de Pancas, André Cardoso (PMN).

 

Só que a área delimitada pelo parque nacional guarda os poucos restos de vegetação preservados. Estima-se que até 16% do verde está intacto - menos que os 20% exigidos por lei, porém mais que os 7% da cobertura original em todo o País. Fora dele, a devastação foi quase total, com enormes cafezais e pastos avançando sobre a mata e os morros. Os minifúndios da agricultura familiar que deu certo estão sendo sacrificados pelos destruidores.

 

[t3]PRESERVAÇÃO[/t3]

A história de Cristiano Gerhske, de 50 anos, um camponês pomerano é um exemplo dessa contradição. Herdeiro de terras desbravadas pelo avô, recebeu do pai um patrimônio inestimável, uma árvore peroba-rosa. "Ele dizia que se precisasse seria um trunfo para minha vida. É um pau que tem muito valor, dá para fazer uma casa inteira. Mas agora não vale nada." Com o decreto do parque, ele e todos os proprietários atingidos estão proibidos de cortar madeira - ao contrário dos que ficaram fora dos limites.

 

Gerhske não foi o único que preservou a mata. Muitos outros fizeram o mesmo, como Juliberto Stur, um pomerano de 52 anos. Ele e a mulher, Nair, levam uma vida pacata em Pancas. No seu terreno de 28 alqueires, mais da metade é preservado. "Gosto muito de plantar e colher, mas admiro mesmo é ver essa floresta de pé", diz com uma sinceridade comprovada no quintal.

 

Sagüis-de-cara-branca, bugios, macacos-prego, jaguatiricas, pacas e quatis são vistos com freqüência nas terras dos Sturs. Estão ali porque há perobas, jequitibás, sapucaias, ipês preto e amarelo, angelins e sucupiras em abundância. Stur caminha descalço, bebe água deitado numa das rochas onde brotam nascentes, veste roupas simples e fala com os animais e plantas. Cuida da roça, do gado e do criatório de peixes, mas gosta mesmo é de ver como crescem as 1.500 árvores de replantio. O decreto prefere vê-lo fora dali.

 

[t3]DEMARCAÇÃO[/t3]

"Quando a gente viu um helicóptero vermelho sobrevoando a região, achamos que era o avião do Lula", diz Stur. "Disseram que era para caçar bandidos, mas depois soubemos que era para demarcar o parque." O sobrevôo ocorreu em novembro de 2002. Em Brasília, onde as coisas são decididas por meio de despachos e circulares, passou a consulta pública para a criação do Parque Nacional dos Pontões Capixabas.

 

Pessoas de todo o Brasil palpitaram. Alguns do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Bahia e Paraíba. Ambientalistas defenderam a nova área de conservação. Justificativas bizarras foram anexadas ao processo, como a que defendia a criação do parque por ser "de extrema relevância, uma vez que estamos no ano 'simbólico' das montanhas". Só os moradores de Pancas e Águia Branca não foram consultados. Nenhuma audiência pública foi realizada. "O erro foi da incompetência de técnicos que não respeitaram os trabalhos de criação do parque que estávamos fazendo", diz Ferreira Lino.

 

Em fevereiro de 2003, os habitantes da região souberam que teriam de sair. Desde então, e por pressão do deputado Fernando Gabeira (PV), que encampou essa briga ao visitar a comunidade pomerana no Estado, o Ministério do Meio Ambiente e Ibama tentam resolver o impasse. O levantamento fundiário e social está sendo feito. Mas nem isso assegura a permanência dos pequenos lavradores nas terras que foram de seus antepassados, desde que chegaram por volta dos anos 20.

 

"O que fizemos foi segurar o homem no campo", protesta Aguilar Godio, de 42 anos, filho de imigrantes italianos. Distribuindo terras entre os descendentes, eles sustentavam famílias em pequenas propriedades. E não faltaram dificuldades, como a falta de luz elétrica, que só chegou em 1975. Godio não entende como agora, quando acaba de construir uma nova casa com financiamento federal, se vê obrigado a abandonar suas terras. "As cidades hoje estão entupidas de gente. Aqui somos produtivos."

 

[t3]SAÍDA[/t3]

"A nossa luta é pelo fim da desapropriação", diz Patrícia Stur, de 26 anos, filha de Juliberto e Nair e presidente da associação de amigos de proprietários dos dois municípios atingidos pelo parque. "A melhor solução seria a criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) ou uma nova delimitação em formato de mosaico." A APA permite que particulares permaneçam dentro delas, explorem as terras, mas preservem as matas nativas. A delimitação em mosaico prevê um parque nos pontões e na vegetação ao seu redor.

 

"O maior dano que causaram foi sentimental, pela falta de respeito ao nosso povo", acrescenta Patrícia. O seu empenho nessa causa é tão grande que em abril do ano passado ela decidiu se casar no estilo pomerano. Foi uma forma de mostrar que a cultura de seu povo deve ser respeitada. Na Pomerânia, as mulheres usavam vestidos pretos na cerimônia como um protesto pela violação sexual que sofriam dos senhores feudais antes do casamento.

 

Patrícia pesquisou em livros e museus, descobriu que a última vez que uma outra noiva se casou de preto no Espírito Santo foi em 1920, organizou a festa de três dias de duração, encontrou músicos para tocar a concertina, chegou de charrete, participou do baile de quebra-louças, e viu conterrâneos mais velhos declamarem versos em pomerano. Vestiu-se de preto, em protesto à criação do parque.

 

 

Fonte: O Estado de S. Paulo, 13 de fevereiro de 2005

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Gostei do destino, pra chegar de onibus indo do Rio de Janeiro como faz ? Pega um até Vitoria e de Vitoria pra lá? sabe se é facil assim ou tem difuiculdades de transporte? sabe qual é a carta topografica da região? tem algum roteiro de trilha que vc indica? caramba to fazendo um monte de perguntas mas é pq eu gostei do lugar e quando eu gosto e posso eu vou... fica muito distante do Caparaó? é facil pegar informações na cidade de Panca?

 

Abraços,

 

Julio

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  • 2 semanas depois...
  • Membros

Caro Júlio

 

Sobre Pancas, a cidade é linda d+. Nasci e vivo na "cidade poesia", como é conhecida. Vamos as respostas:

 

1°.: Para chegar do Rio de Janeiro aqui é muito fácil. São aproximadamente 700km. Você pode pegar um ônibus direto para COLATINA. Se não me engano sai um daí por volta das 18h. De Colatina à Pancas são 50km. Rapidim e tem ônibus o dia todo pra cá. É tranqüilo. Puro asfalto. São 11h de viagem, incluindo as paradas. Geralmente faz escalas em Campos e Viana.

 

2°.: Topografia da região é montanha d+. É uma cidade rodeada de montanhas belíssimos, e a principal delas é a Pedra Camelo, onde nascem o sol e a lua uma vez por ano. É lindo d+. E a lua está quase nascendo cheia próxima a ela. É lindo, lindo, lindo...

 

3°.: Trilhas tem muitas, tanto para trekking, bicicross ou de moto mesmo. Aqui tem uma galera de motoqueiros que se reúne todo domingo as 8h pra fazer trilha. Tem muitos locais bons para trilhar aki...

 

4°.: Caparaó... hiiiiiiiiiiiiii. Daqui lá são uns 500km. A serra do Caparaó fica bem ao sudoeste do estado. Aqui é noroeste. Longe pra dedéu...

 

No mais, valeu pelos elogios à cidade. Espero que venha mesmo conhecer Pancas. Qualquer coisa que queira saber mais detalhes da cidade meu MSN é zetelho@yahoo.com.br. Obrigado. Fique com Deus.

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  • Membros de Honra

Bem vindo! Ótimas dicas Márcio!!! Chegou ao fórum somando, isso é ótimo!

 

Vc sabe me informar alguma coisa sobre vias de escaladas na região? Tem algum clube de montanhismo ou algo assim para entrar em contato?

 

Outra coisa: compensa ir sem carro, as atrações são facilmente alcançáveis à pé, ou por transporte público ou algo assim? Ou a melhor opção seria ir motorizado?

 

E, por último: tem camping, albergue ou alguma outra opção de hospedagem mais em conta por aí?

 

Tô planejando umas férias para o começo do ano que vem, e estava afim de ir pra algum destino diferente, de preferência com rocha pra escalar!!! :-)

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  • 4 semanas depois...
  • 4 meses depois...
  • Membros de Honra

Um bom roteiro pro pessoal de MG e SP seria pegar o trem de BH a Vitória, e de lá seguir pra Pancas...

 

É um programão pra escaladores, só falta um nativo ou alguém que conheça as vias ou que forneça os croquis, pra evitar roubadas. :-)

 

Eu pessoalmente não sou fã de chaminés, mas o que não deve faltar por lá são clássicas!

 

[]´s!!!

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