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Pirenópolis - Uma Surpresa Positiva


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Oi Pessoal,

 

Desculpem-me pela longa ausência.

Vim trazer a vocês mais uma experiência insólita, ocorrida neste último fim de semana (30/04).

Uma das coisas boas de se morar em Brasília é a centralidade da capital. Nem sempre isso se reflete em proximidade, mas trás boas surpresas.

Neste último fim de semana, estava naquela inquietação típica dos mochileiros. Muito tempo parado, sem fazer nada diferente. Virei-me para minha namorada e a convidei para passarmos o fim de semana em Pirenópolis (cerca de 140Km de Brasília). Mulher maravilhosa que me acompanha em todas as aventuras.

Já conheciamos a cidade, não seria nenhuma novidade, mas pelo menos também não ficariamos em casa assistindo televisão. Rs.

Nos preparamos para acampar com barraca, lanterna, etc, e nos dirigimos à cidade no sábado pela manhã (30/04).

Como queriamos fazer um trekking e conhecer uma nova cachoeira, nos dirigimos diretamente ao CAT (Centro de Atendimento ao Turista), antes mesmo de procurar um camping.

Lá se pode contratar guias, passeios, rafting, rapel e outras aventuras mais.

Nós já conheciamos um excelente guia chamado Tilapa (61-92271004), mas como ele não estava disponível consultamos um outro chamdo Cirino, também excelente guia mas não tenho o telefone.

Optamos pelas cachoeiras Bonsucesso, uma fazenda com 6 cachoeiras, num percurso de +- 10 Km, 5 Km para ir e 5 Km para voltar.

Iniciamos nosso trekking de forma descontraida e aproveitando os ensinamentos de um guia preparado e profissional. Infomações de história, geografia, biologia, fauna, flora, climatologia,..., caramba! Tanta informação que já nem lembro de metade dela.

Acabamos descobrindo que Pirenópolis no período do Brasil Império possuia 2 igrejas Nossa Senhora do Rosário. Uma destinada ao brancos (aquela que foi incendiada e passa atualmente por reformas) e a dos pretos, tão magnifica quanto a dos brancos, mas largada ao descaso e hoje totalmente destruida, localizada hoje onde se encontra um Coreto e onde acontece uma feira de artesanato.

Ainda mais interessante é saber que esta praça do Coreto é um sítio arqueológico a céu aberto e sem nenhuma proteção, até então.

Parece que existe um projeto da prefeitura e de outras instituições para estudo da área, onde existem ossadas e pertences dos nossos escravos do século 19.

Enquanto isso...

Novamente na trilha, descobrimos curiosidades tais como o uso da "Baba de Timão" (se esse não for o nome correto, me perdoem) para "cicatrizar" a perda da virgindade de moças no século passado.

Cômico se não fosse trágico!

Chegamos a fazenda Bonsucesso e aproveitamos as delícias das 6 cachoeiras do local. Ao custo de R$ 6,00 por pessoa, claro!

Na sede da fazenda encontra-se banheiros e vende-se água, água de coco, frutas desidratadas.

No fim do dia (+- 15hs) voltarmos a base (CAT) e aproveitamos para colher informações locais.

Nota 10 para o CAT de Pirenópolis. Muito bem equipado e assessorado. Monitores, atendentes, fotos, mapas. Tudo o que um turista precisa.

O atendente do CAT nos informa que tivemos a sorte de chegar num dia de Folia.

Para quem não sabe (eu não sabia), as Folias são "peregrinações" dos "foliões" que passam de fazenda em fazenda recolhendo "donativos" para a Festa do Divino.

Além disso, existe todo um ritual para as Folias. Em primeiro lugar os foliões só vão nas fazendas que são convidados. Em segundo lugar eles não podem simplesmente chegar, pegar o donativo e sair, não.

Eles chegam a fazenda, já toda enfeitada para a folia. Na entrada da fazenda é erguido um arco por onde os foliões devem atravessar. Mesmo assim, só depois de encontrarem a Pinga. O dono da fazenda esconde a Pinga do lado de fora do arco e os foliões só entram após a encontrarem.

É uma festa. Folião em cima de árvore, desenterrando pedra, desmatando campim.

Após acharem a Pinga, entram na fazenda e começa a parte ritual. Cantos, rezas, danças. A catira é uma das danças.

Junto a isso, os curiosos (turistas ou não) se amontoam para a parte "profana" da festa. Muita bebida, comida e música a noite toda.

Tudo isso de graça e por conta do dono da fazenda para os foliões.

Mas os turistas e curiosos podem comprar nos ambulantes que se dirigem para o lugar.

Os foliões dormem naquela fazenda e no dia seguinte se dirigem para a fazenda seguinte. E tudo recomeça...

Como estavamos cansados por causa do trekking, descidimos almoçar (ou seria melhor chamar de jantar) e dormir um pouco.

Como estava ameaçando chover, optamos por pegar uma pousada. Com a dica do Guia, optamos pela "Pouso do Alferes" (62-3311066), na rua de trás da Rua da Alegria.

Para quem não conhece, a Rua da Alegria é onde fica a vida noturna da cidade. Algo bem bucólico.

Dormimos até 21hs, acordamos e ficamos nos perguntando se deveriamos ir na Folia.

Festa desconhecida, Fazenda desconhecida. Não sei, não.

Mas não era exatamente por isso que estavamos ali?! Decidimos ir.

Encontramos a fazenda facilmente graças ao mapa feito pelo atendente do CAT. Mas tava lotada. LOTADA! L O T A D A!!!!

Aquilo era uma verdadeira festa.

Muita gente, muita música e muita dança.

Coincidência era que tinha uma equipe da Globo filmando a festa.

A reporter, ao contrário de nós, parecia "puta" com toda aquela alegria. Só melhorava a cara quando tinha que fazer a "filmagem".

Tiramos muitas fotos, inclusive no altar separado para a padroeira da festa.

Resolvemos sair +- 3h da manhã. Retornando a cidade, nada mais divertido que tirar foto de madrugada, com as ruas vazias, só nós dois.

Foi prá lá de divertido!!!

Voltamos a Rua da Alegria e encontramos os bares já fechando.

Escolhemos o primeiro da esquina (Santo Graal) e pedimos algumas cervejas até sermos informados que o local estava fechando também.

Já iamos embora quando escutamos um violão animado num bar vizinho.

Nos aproximamos e apenas uma meia dúzia de pessoas dividia o espaço do diminuto bar ao som de um bom "banquinho e violão". Não sei se era contratado da casa, mas o cara era fera nas cordas.

Pedimos uma cerveja, outra e outra... o violeiro tocando Doors, U2, Guns, Legião, tudo de bom.

Pediamos uma música o cara tocava, pediamos outra o cara tocava também. Tudo o que queriamos para não ir para "casa" tão cedo.

Em pouco tempo todo mundo do bar estava na mesma toada e todo mundo era amigo de todo mundo.

O dono do bar até queria fechar também, mas pela insistência dos "clientes" não pensou duas vezes em manter aberto, pelo menos até às 5hs quando o sol já apontava no horizonte e indicava a hora de parar.

Fomos para a pousada e dormimos até 11hs, perdendo o café da manhã colonial que tinhamos direito.

Na manhã seguinte, mesmo com aquela ressaca resolvemos ainda ir ao Salto do Corumbá, a cerca de 30Km de Pirenópolis, já no caminho para Brasília.

A queda é muito bonita. Pena que fizeram uma espécie de farofa total do local.

Mas o saldo foi positivo e ficamos muito felizes de termos nos inconformado com a mesmice e termos desfrutado de prazeres tão simples e tão bons como conhecer nossas cultura brasileira, tão diversificada e tão generosa com todos nós, turistas ou mesmo locais.

Me senti um verdadeiro Folião.

Um grande abrço a todos e B

 

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2142,04 KBoa Viagem.

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