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Pico dos Marins (2.421m de altitude)


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Trilha feita em 27/07/2013.

 

Álbum com todas as fotos estão em:

https://photos.app.goo.gl/CJL8aXjQWYG6gGkc8
 

Faltavam 10 para as 3 da manhã qdo lá estava eu, saltando da cama em uma madrugada geladíssima de inverno, afim de poder chegar cedo na trilha para o Pico dos Marins. Por conta da logística, distancia e tempo de trilha, era preciso cair da cama no meio da noite mesmo. Após um rápido café da manhã, conferi a cargueira já feita no dia anterior e as 3:50 me mandei para o ponto de encontro, situado ao lado de uma agencia bancária próxima a Estação Brigadeiro, onde meu xará (Renato Marangori) e Kazu me aguardavam.

O metrô ainda se encontrava fechado e a famosa Av. Paulista, que recebe milhões de pessoas diariamente e que sempre é palco para tudo qto é evento (inclusive manifestações), mais parecia uma típica avenida de uma cidade do interior qualquer. Feitas as devidas apresentações, zarpamos dali as 4:10, para então ganhar a Ayrton Senna e em seguida a Dutra, afim de chegar em SJC, onde nos encontraríamos com o Wanderley que nos aguardara na beira da rodovia.

 

A neblina típica do inverno dava o ar de sua graça, obrigando meu xará a redobrar sua atenção na noite escura e enevoada enquanto dirigia. Kazu aproveitou a noite mal dormida para tirar uma boa soneca no carro, enquanto eu e meu xará trocamos ideias.

 

Fizemos uma breve parada em um posto para encontrarmos com outro grupo vindo em outro carro e a partir dai seguirmos juntos. Após encontrarmos com o Wanderley em SJC, partimos todos os 3 carros e cerca de 10 pessoas rumo a Piquete, a cerca de 210 km de SP, onde fariamos uma parada para um café da manhã reforçado. O dia amanhecera parcialmente nublado e a neblina vinha e ia no meio dos vales.

 

Chegamos na mesma as 7:40 e após forrar o estomago com alguns salgados e esquentar o corpo gelado com um belo pingado quentinho, retomamos nossa viagem, dessa vez pela Rodovia Lorena - Itajubá (BR 459), onde iniciamos a subida da serra da mantiqueira. O tempo em Piquete estava encoberto, mas durante a subida da serra, as nuvens rapidamente deram lugar ao sol e o céu bem azul, mostrando que o dia seria bem aproveitável, qdo chegamos a entrada da estrada de terra que dá acesso a Fazenda Saiqui.

 

Deixamos a rodovia em favor da estrada de terra a direita, onde rodamos por cerca de 16km até o acampamento base-Marins. Por conta das chuvas dos últimos dias, a estrada estava em péssimas condições, com vários trechos enlameados, o que exigiu do meu xará mta habilidade no volante a fim de não atolar o veículo em alguns dos trechos ruins da estrada. Após 35 minutos sacolejando aqui, ali, acolá, chegamos ao trecho final, onde demos de cara com um trecho de subida e um lamaçal, o que deixou a galera apreensiva.

 

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Trecho final da estrada de terra, puro atoleiro... ::dãã2::ãã2::'>

 

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E bora desatolar.... ::otemo::

 

Resolvemos todos descer dos carros e só o motorista seguir, mas mesmo assim, os mesmos literalmente atolaram na lama e tivemos que fazer um multirão para empurrar e livrar cada um dos carros dos atoleiros. Pior que um trecho enlameado, é o mesmo ainda estar em uma subida. Só algumas motos de trilha e veículos 4x4 estavam passando. Nem chegamos a trilha e já estamos passando pelos primeiros perrengues. Nossa sorte é que, por ser sabado de manhã, além do nosso grupo, havia outros grupos indo para o Marins tb. Infelizmente, isso nos atrasou em pelo menos 40 minutos, mas faz parte....

 

As 9:40 chegamos ao acampamento base Marins, onde deixamos os carros e após tirar as cargueiras e fazer os alongamentos básicos, demos inicio enfim, a trilha propriamente dito pontualmente as 10:00hs. A trilha, de cerca de 10 minutos de percurso e que segue em nível, passa por uma pequena nascente e faz a ligação entre o acampamento base Marins até uma estrada de terra, onde ignoramos o caminho da esquerda em favor do caminho à direita.

 

Após passarmos uma porteira com um aviso dizendo "Proibido o acesso de veículos", inicia-se a subida até próximo do morro do careca. Nesse ponto, a estrada é larga e com vários trechos eroditos, sinais de que outrora, era utilizado pelo pessoal que optava por deixar seus carros e motos no morro do careca, afim de otimizar o percurso de subida.

 

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Acampamento Base Marins na época do Milton

 

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Na Estradinha de terra que sobe até o Morro do Careca

 

Esse trecho inicial de subida até o morro do careca não apresenta grandes desníveis e serviu para aquecer os músculos, enquanto o sol fritava nossos cérebros. A mesma segue ziguezagueando a encosta da serra e termina em um descampado, onde uma unica trilha sugere que continuemos por ali.

 

As 10:33, emergimos da mata no morro do careca, um enorme descampado onde tivemos nossa primeira vista dos imponentes maciços do Pico dos Marins bem a nossa frente, o que logo de cara proporciona uma visão incrível dos seus 2.421 metros de altitude, quase que rasgando os céus. Do morro do careca tb avistamos (no morro a direita) a trilha subindo a mesma, dando uma ideia do que teríamos pela frente em matéria de "escalaminhada".

 

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No morro do careca

 

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Pico dos Marins visto do Morro do Careca

 

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Trecho da trilha subindo visto do morro do careca

 

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Nuvens cobrindo o vale do Paraíba e a cidade de Piquete....

 

As nuvens que outrora deixamos para trás durante a subida da serra, estavam embaixo, cobrindo totalmente o vale do paraíba e a cidade de Piquete. Fizemos nosso primeiro pit-stop aqui afim de beliscar algo, tirar a famosa foto "clássica" com a galera na frente e os maciços do Pico dos Marins atrás, apreciar a vista. Após todos estarem descançados e revigorados, retomamos a pernada em direção ao inicio da trilha. Sim, ali ainda não era a trilha, era apenas o acesso para o inicio "oficial" da trilha para o Pico dos Marins, essa que começa mesmo é depois que se passa pelo mirante do morro do careca.

 

A trilha voltou a virar uma estradinha de terra erodita, desce um curto trecho de vale e logo mergulha na mata, onde se encontra com uma outra estrada de terra que sobe vindo de algum outro canto. Após chegarmos na bifurcação entre as 2 estradas e um descampado, uma bifurcação a direita sugere que o caminho é por ali.

 

Depois de seguirmos por mais alguns minutos, es que as 11:05 chegamos a dita placa que indica o inicio oficial da trilha para o Pico dos Marins, após 40 minutos de caminhada desde o acampamento base. Água se encontra em uma bifurcação a esquerda da placa. Seguindo por alguns metros por essa bifurcação, se chega a nascente, a unica até o topo. Portanto, se for pegar água, traga o que for precisar dessa nascente.

 

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Inicio oficial da trilha

 

Na placa que indica o inicio da trilha, há indicação dos mirantes, altitudes e os maciços. Atente-se a esses detalhes, pois o desnível a ser vencido a partir desse ponto será bem alto.

 

Após passarmos pela placa, continuamos em meio a mata no vale, em leve ascensão, mas logo que sai da mesma, a leve subida dá lugar a uma pirambeira forte, onde a trilha passa a ficar erodita e a subida bem íngreme, na qual o auxílio das mãos passa a ser constantemente necessários para impulso nos troncos, raízes e pedras afim de ganhar os patamares seguintes.

 

A subida até o 1ºmirante segue forte, porém sem grandes dificuldades, embora em subida relativamente forte. Para alcançar o 1ºmaciço, ainda teríamos que passar por outros 2 mirantes.

Durante a subida, avistamos o morro do careca que ia ficando para trás e um outro grupo que estava descançando lá, enquanto rapidamente íamos ganhando altitude.

 

Desse ponto já se tinha belas vistas do vale e dos contornos serranos da mantiqueira, com o enorme paredão rochoso do Pico dos Marins sempre a tua frente, imponente. Nesse trecho, o grupo se distanciou um pouco um dos outros, naturalmente, por conta de cada um ter um ritmo diferente, sendo que os que seguiam na frente, paravam para aguardar os demais.

 

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Morro do careca lá embaixo, ficando para trás

 

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Outros grupos que chegaram e estavam descançando lá, enquanto nós estavamos subindo

 

As nuvens que encobriam a cidade de Piquete iam ficando cada vez mais embaixo, proporcionando um belo espetaculo e um atrativo a mais. A subida não dá tregua, mas tão logo as 11:28, chegamos ao 1ºMirante, um rochedo enorme na cota dos 1.900 metros de altitude, onde fizemos um rapido pit stop afim de molhar a goela e recuperar o folego. Do 1º mirante, se avista um vale e barulho de um pequeno rio em um vale a direita, cuja nascente é lá na base do Marins.

 

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Durante a subida,de um lado tinhamos essa bela visão ao nosso lado :o

 

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e de outro ponto mais a frente, o Marins, imponente

 

A altitude desse ponto já impressiona. A subida dá uma leve trégua aqui, mas dura pouco tempo. A trilha vira a esquerda e logo a frente, uma nova pirambeira surge sobre o rochedo do 2º mirante bem a tua frente, pronta para ser vencida. Após mais um pit stop para molharmos a goela com isotônicos, aguas e cia, retomamos a pernada rumo ao segundo mirante. Nesse segundo trecho, a subida é menos íngreme e a trilha alterna entre passar pelo lado das rochas e por cima.

 

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E a pirambeira a nossa frente ::sos::

 

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De um dos mirantes, o belo tapetão de nuvens cobrindo o vale do Paraíba.

 

A medida que iamos subindo, a paisagem da floresta, com mata atlântica, araucarias e outros, iam pouco a pouco dando lugar aos campos de altitude, como o capim elefante, bambuzais e pinheirinhos, passando por cima das primeiros rochedos. Galera ia subindo em ritmo de tartaruga, já demonstrando um certo cansaço, mas seguindo firme e fortes, pois continuar era necessário. As 11:45 chegamos ao 2º mirante, já na cota dos 2.000 metros.

 

Nesse ponto, as nuvens já estavam bem lá embaixo e era possível ver o tapetão branco encobrindo o vale do Paraíba. O 2º e o 3º mirantes já são sobre blocos rochosos típicos de campos de altitude, sendo ali a transição da floresta para os campos de Altitude. Mas é a partir desse ponto que vem um dos trechos difíceis da subida, conhecida como "Labirinto". Nesse ponto, após passar o ultimo mirante, a trilha dá uma nivelada e passa a seguir por entre enomes pedras e rochedos.

 

As 12:17, chegamos a base do primeiro maciço e nisso, a picada vira a esquerda, descendo levemente um pequeno valezinho entre os rochedos. Porém, nesse trecho, a trilha se bifurca em algumas ramificações em meio a enormes trechos de capim elefante, o que dificulta a navegação para quem não conhece o caminho. Há totens e setas indicando o caminho nas rochas.

 

Adentramos pela mesmo e seguimos pela esquerda, pela base do enorme rochedo, nos orientando pelos totens, setas e traços amarelos que indicavam o caminho, ao lado do paredão que fica a direita. Fomos seguindo pelo labirinto de trilhas, buscando os trechos onde a trilha está mais batida e mais próxima do rochedo que compõe o 1ºmaciço do Marins. As 12:46, após passarmos pelo trecho do "Labirinto", a mesma vira a direita numa rocha e passa a contorna-la, enquanto sobe até cair na base de uma gigantesca pedra, onde uma seta indica o caminho para cima.

 

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O trecho onde se faz um zigue-zague para subir entre as rochas

 

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Vista dos mirantes por onde passamos

 

A partir daqui, a orientação passa a ser ora por trilha, ora por totens e setas amarelas. E a subida passa a ser feito a base de escalaminhada e trepa-pedra nervoso, onde você literalmente irá comprovar se tua bota ou tênis de trilha é boa ou não....

 

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Trecho de escalaminhada e trepa-pedra

 

Durante a escalada, olhando para trás, se tem uma vista de todo o trecho de subida já percorrido, desde a estrada de terra lá embaixo, passando pelo morro do careca e os 3 mirantes rochosos. E se o seu grupo estiver na frente de outros, você ainda terá o prazer extra de ver os demais lá embaixo, pequenininhos e distantes, vendo você e seu grupo lá em cima.....

 

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cada vez mais alto e abaixo, todo o trecho percorrido pelo alto dos mirantes....

 

Mas não é para se comemorar, pois ainda tem muito chão pela frente até o cume. Após a escalada da enorme rocha, se atinge o 1ºmaciço, na cota dos 2.100 metros de altitude. A continuação da trilha reaparece e agora passa a seguir pela encosta desse maciço a direita, subindo levemente a mesma. A vista desse ponto já impressiona, pois se tem uma visão incrivel de toda a cadeia de montanhas e morros do alto da mantiqueira do lado do estado mineiro, que lá do alto, parecem pequenas morrinhos, dando uma idéia da vista do topo do Marins.

 

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Caminhando agora na lateral em direção ao "chapadão"

 

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Uma das várias vistas durante a subida

 

Seguimos bordejando a encosta esquerda do paredão, até que as 13:30, chegamos a um trecho tenso da subida, que são 2 enormes rochas de cerca de 5 metros de altura, que lembra muito uma mistura de "Mergulho" e o "Cavalinho" do trecho da subida para o Pedra do Sino, na travessia Petropolis x Teresópolis. Nesse trecho, já estavamos percorrendo o 2ºMaciço, se não me engano....

 

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Trecho tenso

 

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Nesse ponto, o uso de corda para auxílio se torna necessário. Porém, com cuidado e atenção, é possível subir sem corda e com a cargueira nas costas, se agarrando em pequenas fendas, saliências e degrauzinhos na fenda entre as 2 enormes rochas. Considerei esse um dos trechos mais perigosos e tensos da subida, pois qualquer escorregão ali, significa cair e fraturar braços e pernas....É, Trecho de emoção e desafio imposto pela natureza. Vencido esse trecho, o trecho de escalaminhada e trepa-pedra dá uma tregua e a caminhada passa a ser mais light, por meio de enormes rochedos do 2ºmaciço, onde o terreno nivela.

 

Enfim, após muita escalaminhada, trepa-pedra, trechos tensos e de "emoção" (como diria o Wanderley), es que as 14:05, finalmente chegamos ao trecho de "chapadão" onde a trilha dá lugar a enormes costões rochosos e a navegação passa a ser exclusivamente através de setas e totens indicando o caminho. Nesse enorme chapadão entre os Picos do Marins e Marinzinho, há várias clareiras onde cabem entre 2 a 4 barracas cada uma pelo caminho. Aqui, inicia-se a travessia para o Itaguaré com o Pico do Marinzinho a esquerda e pode-se acampar em algumas dessas clareiras afim de otimizar o tempo de percurso da travessia sem precisar subir até o cume do Marins.

 

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Enfim, no chapadão. A esquerda, inicia-se o trecho de travessia para o Itaguaré. A direita, seguindo os totens e setas, para o cume do Marins.

 

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Trecho inicial da Travessia Marins x Itaguaré

 

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Pico do Marinzinho a esquerda, Pedra redonda no centro e Itaguaré ao fundo.

 

Porém, como nosso destino era o topo do Marins, após passar algumas pequenas clareiras e um enorme rocha lisa com 3 totens, (um atrás do outro) uma seta e outro totem indica o caminho a direita, em direção a um valezinho, onde fica a nascente de um corrego. Aqui, fizemos uma pausa para um lanche e contemplação do lugar, enquanto a galera recuperava o folego e relaxava os músculos após a árdua subida....Para variar, aproveitei para mandar ver nos meus lanches e um sucão gelado afim de molhar a goela novamente seca e forrar o estomago antes de partir para o ataque final ao cume.

 

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Pico do Marinzinho visto do trecho de subida final ao cume do Marins.

 

Nesse ponto, o cume do Marins parece bem próximo, logo "ali", mas ainda estava a pelo menos 1 a 2 horas de caminhada ainda (dependendo do ritmo do seu grupo). Seguimos em frente, nos guiando pelos totens em direção a enorme "cabeção" rochoso que é o cume do Marins. Nesse ponto, se desce até um vale e passa por alguns trechos ruins de "charco" e capins elefante, onde se olhar bem, consegue-se ver caminhos abertos entre os mesmos.

 

As 14:30, cruzamos o pequeno corrego que tem inclusive uma placa alertando que a água está imprópria para o consumo, ou seja, tão poluída que nem clorin salva. Sim, ficou assim por conta de pessoas irresponsáveis e porcas, esse é o preço a se pagar.

 

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Rumo ao cume

 

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Campos de Altitude.

 

15 minutos depois de passarmos pelo corrego passa quatro, iniciamos a ardua subida final, numa escalaminhada + trepa-pedra nervoso até finalmente alcançarmos o cume as 15:15h. Como fomos um dos primeiros grupos a chegar, havia bastante espaço bons e livre dos ventos para montar a barraca. Sem perder tempo, encontrei um sob medida para a minha, com rochas e enormes capins elefante em volta, bem protegida dos ventos. Galera foi chegando e assim que todos montaram suas barracas, pudemos finalmente nos fartar de fotos e relaxar os musculos,bebendo e comendo algo.

 

Apesar do sol, o frio lá em cima já estava intenso. Meu termometro digital marcava em torno de 10 graus e já imaginava que a noite iria ser incrivelmente GELADA. Bem, faz parte, estando a 2.421 metros de altitude....

 

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Cume do Marins (com o Pico do Itaguaré ao fundo)

 

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Da borda leste do Marins, se avista esse vale e o som de uma cachoeira e um rio lá embaixo (dando inclusive para ver o rio descendo o vale ::ahhhh::

 

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A visão lá do cume do Marins é simplesmente espetacular e de se encher os olhos. Se tem uma visão de 360 graus de todo o vale do Paraíba, todo o trecho da travessia até o Pico do Itaguaré, com os picos do Marinzinho e Pedra redonda no caminho, ao fundo, o trecho de travessia da Serra fina e o Pico da Pedra da Mina bem ao fundo, entre outros. O topo do Marins é bem amplo e cabe pelo menos umas 15 barracas com folga, pois há várias clareiras.

 

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Vale do Paraíba parcialmente encoberto

 

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Trecho da travessia Marins x Itaguaré, visto do topo do Marins

 

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Pico da Pedra Redonda (zoom não saiu nada bem :mrgreen: )

 

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Pico do Itaguaré a esquerda e lá ao fundo, a imponente serra fina e o Pedra da Mina com seus quase 2.800 metros de altitude ::essa::

 

Após curtir o local e ver o astro-rei se pondo no horizonte, cada um foi preparar sua janta e logo em seguida, nos recolhemos as barracas. Eu aproveitei para apreciar as cidades lá do alto, todas iluminadas e a belissima noite estrelada. A noite foi relativamente tranquila,embora ventoso, as barracas que estavam nas areas expostas balançaram bastante, mas aguentaram firme. A noite foi gelada, mas meu saco de dormir e as blusas me mantiveram bem quentinho, felizmente.

 

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Pôr do sol visto do Topo

 

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Cruzeiro-SP

 

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A sombra do pico sobre o vale do Paraíba

 

Após uma boa noite de sono, acordei as 6:10 com o som da movimentação do pessoal saindo das barracas, para ver o nascer do sol. O céu acima de nós estava totalmente limpo, enquanto um tapetão branco encobria totalmente as cidades do vale do Paraíba, formando um espetáculo único e de impressionar qualquer um. A temperatura estava abaixo de zero e as poças d´agua no cume formadas pelo orvalho e acumuladas pelas chuvas dos últimos dias, congelaram.

 

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-02ºC (abaixo de zero) ::Cold::

 

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Clareiras protegidas do vento em meio aos Tufos de capim elefante

 

Após ver o astro-rei surgir entre as montanhas da serra fina, fui tomar meu café da manhã e bater mais fotos do entorno, como da sombra do Marins cobrindo os vales a oeste. Na borda leste do Marins em um vale ao fundo, se ouvia um som de uma cachoeira lá embaixo e se avistava o traçado de um rio descendo entre os vales....A natureza é um espetáculo a parte mesmo!

 

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Aguardando o nascer do sol

 

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Primeiros raios

 

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Vale do Paraíba totalmente encoberto

 

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Espetáculo da natureza, vale qualquer esforço

 

Galera que ia fazer a travessia para o Itaguaré já estavam prontos e iniciando a descida para o vale, enquanto a turma que apenas subiu para acampar no Marins (como a minha), preparavam seus cafés da manhã. Pães, bolacha e toda sorte de doces estavam no cardápio....

Barraca desmontada e mochila nas costas, fiquei só de boa aguardando o pessoal....

 

As 9:30h, após todos prontos, descançado e curtição do local, batemos a tradicional foto clássica do grupo e iniciamos a descida de volta ao acampamento base Marins, agora tendo como desafio a emoção de ver tudo de frente que na subida viamos de costas. Como para descer todo santo ajuda, em 15 minutos já estavamos chegando ao corrego passa quatro, onde passamos batido. A descida/subida do cume é tensa, e em um trecho, chega a ser necessário auxilio de uma corda.

 

Descer o trecho do funil foi tenso, pois ali ou se desce de corda, ou se desce bem devagar, e de costas. A bota/tênis precisa ter uma boa aderência, pois as saliências são estreitas e curtas. O uso da corda ali é recomendavel.

 

Depois de 3 horas e meia de descida, estavamos de volta ao acampamento base onde chegamos as 13:10. alguns aproveitaram para trocar suas vestes sujas e molhadas por outras limpas e secas e após todos estarem prontos, descemos até piquete via estradinha pelo bairro dos Marins, tendo como cenário o Pico dos Marins imponente lá no alto. De volta a Piquete, estacionamos em um restaurante e mandamos ver um PF para forrar o estomago e comemorar a trip.

 

Depois nos despedimos e cada um seguiu em seus carros de volta ao aconchego de seus lares.

 

 

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Como chegar ao Pico dos Marins:

 

Para quem vem de SP ou Rio, via Dutra:

 

Pela Rodovia Presidente Dutra (BR 116) saída 51, seguir pela BR 459, passar por Piquete e logo em seguida (800 metros) virar à direita para a Estrada Viscinal José Rodrigues Ferreira que dá acesso à Vila dos Marins. Quando chegar ao fim do asfalto, que é na saída da Vila dos Marins, suba à esquerda até o final da serra, passe o portal do município de Marmelópolis na divisa SP-MG, entre à direita e logo em seguida você chegará ao Acampamento Base Marins.

 

Outros detalhes e maiores informações aqui:

 

http://www.marinzeiro.com/como_chegar.html#sprj

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A quem ainda não foi no pico dos Marins, atente-se a esses detalhes:

 

-> De fds e principalmente feriados, é preciso chegar o mais cedo possivel. Quem chega cedo pega os melhores locais para acampar e quem chega tarde os piores (e que são descampados e totalmente expostos aos ventos), ou então, descer e acampar na base. No final da tarde, com a chegada dos demais grupos, a area de camping estava lotada e quem chegou no final do dia ou inicio da noite, não encontrou espaço,tendo que descer e acampar na base.

 

-> Por isso, se pretende subir o Marins, inicie a subida do pico o mais cedo possivel (até no máximo, 9:00h). Nosso grupo iria subir nesse horário, mas por conta do tempo que perdemos com os carros atolados, atrasamos em 1 hora, mas outros grupos tb atrasaram. Porém, como a galera foi num ritmo bom, chegamos relativamente cedo.

 

-> Água só há no acampamento base e no morro do careca, antes da placa que indica o começo da trilha. Na base tb há, mas como dito no relato, está poluída e nem os clorin da vida salvam mais. Portanto, esquecam e tragam do morro do careca. Lembre-se, é melhor pecar pelo excesso do que pela falta.

 

-> Evitem a estrada da fazenda Saiqui caso tenha chovido a pelo menos 2 dias antes de sua viagem, pois a mesma costuma virar um lamaçal. E se teu carro atolar em um desses lamaçal e não tiver uma turma para ajudar a empurrar o veículo, só sairá de lá guinchado.

 

-> De mochila leve e um bom ritmo, leva-se entre 2 a 3 horas para subir até o cume.

-> Já de mochila pesada (cargueira), a subida pode levar mais de 6 horas, se não estiver acostumado com trilhas de longo percurso. Portanto, precisa ter um bom preparo físico, experiência e ritmo para essa trilha que é longa, tortuosa, cansativa e exigente.

-> Essa trilha é recomendada somente para pessoas de nível intermediário para cima e com noções básicas de caminhada em rochedos de campos de altitude.

-> Não recomendo levar iniciantes nessa trilha. Eles ainda não possuem o ritmo, pique e resistência física adequados para a subida, podendo sofrer alguma lesão e parando no meio do caminho, fora outros problemas que podem sofrer pela pouca ou nenhuma experiência com trilhas desse nível de dificuldade.

 

-> E por fim: Seja um trilheiro e montanhista consciente, não um farofeiro porco. Leve seu lixo de volta com você. Se você suja e emporcalha o ambiente, vem os eco-chatos com mimimi e o governo acabará fechando a trilha utilizando essas desculpas, transformando áreas que antes eram de acesso livre em pseudos parques como o de Paranapiacaba, obrigando a contratação de guia para ter acesso as trilhas, independente de ser experiente ou não.

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Grande Relato, Estou faz um tempo tentando fazer essa escalada, mas sempre acontece algum imprevisto, se alguém estiver afim de subir entre em contato comigo, tem um brother no face que já foi 2x e me chamou no último feriado de julho mas não pude ir pois tive de trabalhar, bem segue abaixo o link do meu face, grande abraço ! e parabéns pelo relato, com certeza irá me ajudar muito !!

 

https://www.facebook.com/ricardo.m.araujo.5

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