Conheça o ‘Cozinha na Mochila’ num bate-papo com sua autora

Você sabia que a comida de camping pode ir além do simples ‘dar sustância’? Sim! Para Carol Emboava, técnica em nutrição e dietética, personal trainer e autora do “Cozinha na Mochila” essa alimentação pode agradar aos olhos e paladar, instigar o olfato e é um momento para reunir os amigos pra jogar conversa fora. Ela mostra como, no site, onde além das dicas sobre culinária de camping há um pouco de esportes, saúde, trilhas e claro, viagens!
Confira o bate-papo com a Carol e depois corra para o site, conferir as receitas e dicas para sua próxima mochilada:
MB- Qual foi sua primeira viagem independente (para que local e quando)?

Difícil saber exatamente quando tudo isso começou, mas pode ter sido Itatiaia (RJ), há uns 10 anos, com mais dois amigos. Acampamos no abrigo Alsene e conhecemos a parte alta do parque, mas não subimos nenhuma montanha, ficamos apenas caminhando por lá. Ali deve ter despertado o “bicho montanheiro” em mim.

MB – Você fez essa viagem sozinha ou acompanhada? Se sozinha, qual foi sua maior dificuldade e  qual foi o ponto mais positivo em fazê-la? Se foi acompanhado, o que vê de positivo nisto?

Fui com um casal de amigos e me lembro que passamos muuuito frio à noite, não tínhamos saco de dormir, mas sim uma pilha de edredons e cobertores, que levamos de carro, assim como uma barraca enorme, onde dormimos todos juntos em colchões infláveis, daqueles pesados e enormes.
Não tínhamos prática nenhuma, nem em acampar, nem em lidar com aquele frio todo e nem em cozinhar nessas condições, o jantar foi um monte de bisnaguinhas com patê e Toddynho. O bom é que, quando se está com amigos tudo fica divertido e nem ligamos para esses “detalhes”.

MB – Qual foi sua viagem mais marcante e por que?
Difícil escolher só uma, cada destino tem um momento especial, um momento diferente. Mas se fosse escolher, acredito que o Monte Roraima esteja na lista do top 5. É um lugar incrível, com uma geografia muito peculiar; quando caminhamos no topo parece que estamos em outro planeta! Passei 8 dias nesse paraíso e foram dias inesquecíveis.
MB- Você é profissional de Nutrição e Personal Trainer, daí o falar de comida? O que veio primeiro, a paixão pela nutrição ou por viajar?
Vieram mais ou menos na mesma época. Sou técnica em Nutrição e Dietética, e comecei a praticar esportes junto com o curso (1998). Só mais tarde veio a faculdade de Educação Física (2002). Mas já praticava trekking, bike e montanhismo nessa época.
MB- O que levou você a contar suas experiências de viagem na internet e dividir seus experimentos culinários no Cozinha na Mochila? Quando isso começou?
Sempre gostei de praticar esportes e de cozinhar, eram duas paixões que caminhavam juntas. Quando comecei a fazer trilhas de alguns dias e travessias foi inevitável unir as duas coisas. Pesquisando daqui e dali notei que não existia no Brasil nenhum site especializado em culinária outdoor, somente sites gringos, onde os equipamentos são diferentes e principalmente os ingredientes são outros, difíceis de encontrar por aqui. Nessa época já tinha algumas receitas na manga e resolvi criar o site para compartilhar e trocar essas receitas.
Reprodução
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MB – Você lembra qual foi sua primeira ‘receita outdoor’? Onde foi e que prato foi? Quem estava junto aprovou? Lembra de alguma situação inusitada?

Provavelmente tenha sido macarrão instantâneo – risos. Comecei como a maioria começa, sem experiência, levando alimentos pesados e em embalagens inadequadas. A experiência vem mesmo com o tempo e prática. Aos poucos fui vendo o que servia e o que não dava pra levar de jeito nenhum, fui substituindo algumas coisas, até chegar no ideal de mochila hoje.

MB – Em termos de alimentação, o que não pode faltar na mochila do viajante quando em trânsito? (por favor, se possível, exemplificar numa travessia de dias; numa trilha de horas e numa road trip por exemplo – naquelas onde você ficará muitas horas sem cruzar com uma
loja de conveniência).

Mais importante do que eu falar sobre alimentos específicos é que esses alimentos devem agradar individualmente as pessoas. De nada adianta levar um alimento super nutritivo se o sabor não agradar.
É bom testar tudo em casa antes, tanto os alimentos prontos, quanto os pratos que forem preparar nas viagens.

Uma boa dica é sempre levar na mochila lanchinhos que estejam fáceis e prontos para comer, como frutas secas e desidratadas, que matam a fome durante o dia, enquanto não chega a hora do almoço ou jantar caprichado. E pelo menos uma refeição por dia deve ser de “comida de verdade”, principalmente se a viagem durar mais de um dia.

A autora do Cozinha na Mochila foi palestrante da última Adventure Sports Fair | Foto: Rex Andarilho
A autora do Cozinha na Mochila foi palestrante da última Adventure Sports Fair | Foto: Rex Andarilho
MB – Dentro de um destino o que mais lhe atrai? (Esportes de aventura, balada, história/cultura, trilhas etc).

Não curto destinos badalados, pra mim quanto menos gente, melhor! Adoro todos os tipos de esporte de aventura e meus destinos mais frequentes são as montanhas!

Carol pratica trekking, bike e montanhismo | Foto: Arquivo pessoal
Carol pratica trekking, bike e montanhismo | Foto: Arquivo pessoal
MB – O que não pode faltar na mochila da Carol Emboava?

Roupas quentinhas, uma boa barraca, isolante térmico inflável (um graaande conforto) e comidinhas gostosas.

MB – Qual é o seu maior sonho relacionado ao tema viagem?

Estou prestes a realizar meu maior sonho: uma cicloviagem solo, de um ano, pela América do Sul. Estou partindo em agosto.
[ O projeto se chama Gira América e o site é o www.giramerica.com . Serão 13.000 km pela América do Sul, numa viagem solo que levará cerca de um ano, saindo do Brasil, passando pelo Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e terminando no Peru, tudo feito em bicicleta – mais perto da data de partida da Carol a gente vai tentar falar sobre por aqui ].

MB – Qual lugar você já visitou mais que uma vez e sempre que pode está por lá? Por que?

A Pedra do Baú, em São Bento do Sapucaí (SP) pra mim é um lugar especial. Brinco dizendo que é o quintal de casa, por ser perto de onde moro. Já estive lá diversas vezes e adoro levar os amigos pra conhecer esse “cantinho”.  Tem um pôr-do-sol incrível e acompanhado de um jantar de fogareiro fica perfeito.

Pizza (outdoor) é uma das opções apresentadas no blog | Foto: Reprodução/Cozinha na Mochila
Pizza (outdoor) é uma das opções apresentadas no blog | Foto: Reprodução/Cozinha na Mochila
– Além do blog, a Carol Emboava tem outros canais de comunicação com seus leitores: as fanpages no Facebook, do Cozinha na Mochila e dela mesma, além do site do  Giramerica, um canal no Youtube e o Twitter do Cozinha na Mochila.
Só na área de receitas o blog tem “menu” completo: café da manhã, refeição principal, lanche e sobremesa, além da área vegetariana e de bebidas. Vale conferir seja você expert no fogareiro ou não; seja você montanhista, trilheiro, biker, campista ou um simples apaixonado pela natureza. Ah, você também pode enviar suas receitas.
Na imagem que abre o bate-papo, Carol Emboava na Patagônia, um dos cenários de seu próximo projeto, o “Giramerica” | Foto: Arquivo pessoal
Foto do autor

Claudia Severo de Almeida

Jornalista, há 20 anos escreve sobre Turismo Backpacker/Mochileiro e viagens independentes. Participou do corpo de júri especializado do Prêmio 'O Melhor de Viagem e Turismo' (categoria Hospedagem - Hostel). Cocriadora do site Mochileiros.com.

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