Ir para conteúdo

Pesquisar na Comunidade

Mostrando resultados para as tags ''trekking ausangate''.

  • Pesquisar por Tags

    Digite tags separadas por vírgulas
  • Pesquisar por Autor

Tipo de Conteúdo


Fóruns

  • Faça perguntas
    • Perguntas Rápidas
    • Perguntas e Respostas & Roteiros
  • Envie e leia Relatos de Viagem
    • Relatos de Viagem
  • Compartilhe dicas de Roteiros Gastronômicos
    • Roteiros gastronômicos
  • Encontre Companhia para Viajar
    • Companhia para Viajar
  • Encontre companhia, faça perguntas e relate experiências em Trilhas
    • Trilhas
  • Tire dúvidas e avalie Equipamentos
    • Equipamentos
  • Outros Fóruns
    • Demais Fóruns
    • Saúde do Viajante
    • Notícias e Eventos
  • Serviços com Desconto
    • Seguro Viagem
    • Reservar Hospedagem
    • Cupom de Desconto

Encontrar resultados em...

Encontrar resultados que contenham...


Data de Criação

  • Início

    FIM


Data de Atualização

  • Início

    FIM


Filtrar pelo número de...

Data de Registro

  • Início

    FIM


Grupo


Sobre mim


Ocupação


Próximo Destino

Encontrado 3 registros

  1. Nevados Santa Catalina e Ausangate vistos da vila de Pacchanta O trekking Ausangate (em espanhol se pronuncia aussangáte), em sua forma clássica, contorna os nevados Ausangate e Santa Catalina, picos pertencentes à Cordilheira Vilcanota, a leste de Cusco, nas imediações da cidade de Tinke. Dura normalmente cinco dias, com quatro acampamentos, sendo três nas montanhas e o último na vila de Pacchanta. O sentido mais comum é o anti-horário, com início na cidade de Tinke ou no povoado de Upis e o final na própria cidade de Tinke. Com a "descoberta" recente da superbadalada Rainbow Mountain (ou Cerro de Colores ou ainda Vinicunca) o percurso pode ser estendido no segundo dia até esse atrativo, o qual a grande massa de turistas conhece num bate-volta desde Cusco em um dia. O Nevado Ausangate (6372m) é o pico mais alto da região sudeste do Peru e também o mais alto da extensa Cordilheira Vilcanota. Encontrar grupos para fazer Ausangate não é tão fácil quanto eu imaginava, mesmo na alta temporada. Cusco tem uma quantidade enorme de agências de trekking e muitas anunciam Ausangate nos cartazes na porta, porém ao perguntar dizem que não têm grupo e não têm previsão de quando haverá saída para esse trekking. Por isso optei por contatar diretamente o guia Cirilo, morador de Upis e grande conhecedor dos caminhos e montanhas da região de Ausangate. Por esse motivo e também para valorizar o trabalho do guia nativo e sua equipe, sem a intermediação de agências que exploram essas pessoas e obtêm lucro sem fazer nada. Nas informações adicionais, ao final do relato, seguem os contatos do guia Cirilo. No serviços do Cirilo estavam incluídos o cozinheiro e dois arrieiros (condutores da tropa de animais). Havia três refeições quentes por dia, mais lanche da tarde e lanche de trilha (entregue num saquinho todas as manhãs). Também as barracas, colchonetes (não havia isolantes), a tenda cozinha/refeitório e equipamento completo de cozinha, tudo carregado por uma tropa de cinco cavalos. O deslocamento de/para Cusco também estava incluído. A grande dificuldade desse trekking está na sua altitude, com quatro passos entre 4700m e 5200m, e acampamentos a 4600m, o que talvez explique a sua baixa procura. Ao contrário do trekking Huayhuash feito também em agosto (do ano passado), nesta caminhada não tivemos tanta sorte com o tempo. E Cirilo disse que agosto realmente é um mês de tempo muito instável naquela região, melhor seria junho ou julho. Fica a dica! Nevado Callangate FAZ MUITO FRIO? QUE ROUPAS LEVAR? Nos cinco dias de trekking tivemos muitas mudanças de tempo. O sol (quando aparecia) era muito forte, portanto um protetor solar era indispensável, porém o ar era sempre frio. Durante o dia eu caminhava sempre com calça de tactel e segunda-pele de manga longa de lã de merino lightweight da Smartwool mais um fleece mais fino da Quechua. Os colegas caminhavam bem mais agasalhados, ainda com jaqueta impermeável, luvas e gorro. Eu usava chapéu. Os dias de céu encoberto eram obviamente ainda mais frios e no dia em que caminhamos com neve a roupa impermeável teve de ser usada. No fim do dia, a temperatura despencava e era hora de vestir uma jaqueta de pluma de ganso, abençoada invenção! Para as pernas levei uma calça de fleece Quechua que foi suficiente para a noite e para dormir. Gorro na cabeça e em algumas noites/manhãs usei as luvas de fleece também. Durante a madrugada, a temperatura sempre caía abaixo de zero, com a mínima registrada pelo meu termômetro de -4,3ºC fora da barraca. Eu levei um saco de dormir Marmot Alpha, de pluma de ganso, de especificação: conforto 2,6ºC, limite -2,8ºC e extremo -19ºC. Em algumas noites ele não foi suficiente e tive de usar além dele um Deuter Orbit +5 de especificação: conforto 9ºC, limite 5ºC e extremo -9ºC. Um dentro do outro. A roupa impermeável é item obrigatório e precisa ficar na mochila de ataque SEMPRE, pois nunca se sabe quando o tempo vai mudar, e ficar molhado num lugar frio como esse é um passo para a hipotermia. COMO SE ACLIMATAR À ALTITUDE EM CUSCO? Cusco está a 3400m de altitude, o que já ajuda um pouco na aclimatação para um trekking de altitude. Porém Ausangate é um trekking que tem pelo menos dois passos acima de 5000m, ou seja, é preciso mais do que a altitude de Cusco para uma boa aclimatação. A minha saída foi fazer uma caminhada de um dia nos arredores de Cusco, a partir de Tambomachay, que está a 3838m de altitude (relato em caminhada-pelas-ruinas-de-cusco-de-tambomachay-a-plaza-de-armas-peru-ago-16-t133624.html) e visitar as ruínas de Chinchero, que está a 3766m. O Cirilo sugere um trekking na região de Lares para boa aclimatação, mas eu não queria fazer um trekking longo antes de Ausangate e essas caminhadas em Cusco foram melhor do que nada. E o mate de coca comecei a tomar tão logo cheguei ao Peru, bem como mascar as folhas. Se isso é eficiente não sei, mas sei que tive uma ótima aclimatação novamente. Por recomendação médica, não utilizei os medicamentos Diamox e Decadron, que supostamente ajudam na aclimatação. Durante a caminhada continuei tomando o mate de coca duas vezes por dia, feito da infusão da própria folha, que eu mastigava depois. DÁ PARA BEBER A ÁGUA DOS RIACHOS? A água encontrada nos riachos ao longo do trajeto não deve ser bebida sem tratamento já que há ovelhas, alpacas, cavalos e outros animais pastando, além das pessoas que vivem em pontos isolados. Tratar ou ferver a água é imprescindível. Eu não levei produtos para filtrar/purificar a água então aproveitava a água fervida todos os dias para o chá e enchia as minhas garrafinhas de 500ml. Nenhum dos colegas levou filtro ou pastilha para purificar a água. Laguna no primeiro dia 1º DIA - 09/08/16 - DE UPIS ÀS LAGUNAS PUCACOCHA As fotos estão em https://goo.gl/photos/TYCKCeVbfJZ5eriu6. Cirilo marcou de me apanhar no hostal às 4h30 e só apareceu às 5h30, o que já estava me deixando bem apreensivo. Na van fretada por ele já estavam todos os meus companheiros dos próximos cinco dias de pernada: Anna e Javier, espanhóis, Carolina, uruguaia (e amiga de longa data do casal espanhol), e Remi, francês de 29 anos que estava se esforçando ao máximo para aprender a falar espanhol. Todos nocauteados pelo horário, só começamos a conversar um pouco mais tarde, quando o dia clareou, já na estrada. E que estrada! Durante o percurso, após a cidade de Urcos e a ponte sobre o Rio Vilcanota, sobe-se uma serra muito alta e cheia de curvas, o que deixou o Javier mareado. O ponto mais alto chega aos 4185m de altitude, num mirante chamado Abra Cuyuni, mas logo começa a descer, com muitas curvas também. Desse mirante já se avista a Cordilheira Vilcanota no horizonte, a sudeste, com destaque para o Nevado Ausangate à direita e o Maciço Callangate à esquerda do conjunto de montanhas. E é para lá que vamos! Passamos direto pela cidade de Ocongate e paramos em Tinke às 8h15 para a equipe do Cirilo providenciar todos os mantimentos para o trekking no comércio local, onde aproveitamos para comprar frutas e guloseimas para os lanches de trilha. Ali tivemos o primeiro contato com um grupo de franceses (dois rapazes e uma garota) que iriam fazer o trekking de maneira independente, sem guia ou arrieiro. Até aí tudo bem, estavam já bem aclimatados, o problema é que não conheciam o caminho e não tinham gps, mapa ou bússola. Não sabiam para que lado tinham que caminhar. Resultado é que acabaram nos seguindo a maior parte do tempo... Deixamos Tinke em direção a Upis em estrada de terra e na primeira ponte tivemos que pagar 10 soles cada um de pedágio. Cirilo achou melhor fazermos o trecho Tinke-Upis com a van pois seria uma caminhada de 7km em estrada de terra tediosa, poeirenta e ainda em subida. Os franceses fizeram tudo a pé, bem como um casal que depois não vi mais. Às 9h20 a van nos deixou na estrada (que piorava a cada quilômetro) e caminhamos apenas 100m até a casa do Cirilo, onde ele e sua equipe arrumaram toda a tralha nos cinco cavalos e nós tomamos o café da manhã. Altitude de 4317m. Numa apresentação rápida de cada integrante do grupo, conhecemos então o cozinheiro (Mercaedes, o mágico) e os dois arrieiros (Marsilino e Flabio), todos amigos do Cirilo. Señal Nevado Extremo Ausangate Finalmente às 11h demos início à nossa jornada de cinco dias pelas montanhas, porém elas não nos deram as melhores boas vindas... em vista do tempo feio e fechado Cirilo disse para nos prepararmos para chuva e até neve. Saindo da sua casa voltamos a caminhar pela estrada de terra mas logo a abandonamos para tomar trilhas que nos levaram a contornar pela esquerda o extenso e plano vale do Rio Upis. Ao fundo o Nevado Ausangate estava parcialmente encoberto pelas nuvens. E logo começaram a aparecer os rebanhos de alpacas, curiosas pela nossa passagem. Às 12h38 paramos numa piscina de água termal para fazer um lanche e partimos às 13h03. Uns 500m depois já estávamos passando pelo acampamento Upis, onde havia apenas umas três barracas àquela hora. Cruzamos ali o Rio Upis e passamos a caminhar pela encosta da sua margem esquerda (nossa direita). Até aqui a caminhada foi moleza, quase totalmente plana. Porém logo surge a subida para o primeiro passo do trekking, o Passo Arapa. Inevitavelmente os mais bem aclimatados (e bem condicionados) não sentiram muito o esforço da subida, ao passo que os "nem-tanto" sofreram um bocado. Javier chegou a vomitar o que havia comido. Eu mantive o meu passo devagar-e-sempre: devagar para não sentir falta de ar e chegar a uma respiração estável, e sempre - sem fazer paradas - para não ter de iniciar o trabalho de respiração de novo. E continuei a minha "ruminação" de folhas de coca para não sofrer tanto. Abaixo íamos deixando o vale do Rio Upis, mas durante a subida o grandioso Nevado Ausangate (à nossa esquerda) insistia em permanecer atrás das nuvens. Eu, Remi e Cirilo chegamos ao Passo Arapa às 15h. Altitude de 4754m. Esperamos o restante do grupo e seguimos às 15h11. A descida foi suave até a aproximação de uma pequena lagoa. Dali em diante descemos mais fortemente e paramos um instante para fotos da Laguna Yanacocha, parte de um conjunto de cinco grandes lagunas aos pés do Señal Nevado Extremo Ausangate. Nessa hora o sol resolveu dar as caras, ainda tímido. Na continuação da descida um grande e bonito vale abriu-se à nossa direita. Cruzamos saltando as pedras o riacho que brota da Laguna Uchuy Pucacocha (outra do conjunto) e iniciamos a subida ao acampamento da primeira noite, num platô logo acima dessa laguna. Às nossas costas tínhamos o Nevado Sorimani (ou Tacusiri) e à nossa frente toda a imponência e toneladas de neve do Señal Nevado Extremo Ausangate, contraforte do grande maciço do Nevado Ausangate, com as lagunas Uchuy Pucacocha e Jatun Pucacocha logo abaixo. Chegamos a esse acampamento, chamado Pucacocha, às 17h07, com muito atraso segundo o Cirilo. Altitude de 4569m. As barracas (fornecidas pela equipe e das marcas Doite e Vango) já estavam montadas. A tenda cozinha/refeitório também, o que seria sempre um ótimo abrigo para o frio e vento. E o cozinheiro já providenciava o lanche da tarde. Não vou descrever o cardápio de cada refeição aqui, porém posso afirmar que passamos muito bem, o cozinheiro mereceu nota máxima. Alguns pratos locais como rocoto relleno estavam melhores do que em muito restaurante de Cusco. Ele fazia milagres naquela tenda! Esse acampamento não tinha banheiro e era até meio complicado encontrar um lugar discreto na hora do aperto. Nesse dia caminhamos 14,2km. Laguna Jatun Pucacocha 2º DIA - 10/08/16 - DAS LAGUNAS PUCACOCHA À LAGUNA AUSANGATECOCHA COM CERRO DE COLORES As fotos estão em https://goo.gl/photos/yYivY4WWgBFVjsET8. A temperatura mínima nesta noite foi de -1,3ºC fora da barraca, a menos fria do trekking. Tendo em vista o desgaste físico sofrido pela Anna, Javier e Carolina no dia anterior, eles concordaram que nesse segundo dia nos dividíssemos em dois grupos. Como a esticada até o Cerro de Colores seria muito cansativa (com quatro passos acima dos 4900m), iríamos apenas eu e Remi com Cirilo. Nossos três amigos iriam com o restante da equipe (cozinheiro e arrieiros) diretamente para o acampamento Ausangatecocha, numa caminhada bem tranquila. Assim, às 7h32 eu, Remi e Cirilo deixamos o acampamento e imediatamente iniciamos a subida do Passo Ausangate, de 4919m, que vencemos às 8h41. Da descida que se seguiu já foi possível avistar o Lodge Anantapata e o passo seguinte, o Surini, mas ainda não dava para ter idéia de como seria cansativo subi-lo. Descemos bastante e passamos pelo lodge às 9h45. Logo à frente paramos um pouco para descanso, lanche e para admirar o grande Nevado Sorimani (ou Tacusiri) à nossa direita. Nesse trajeto desde o acampamento contornamos pela esquerda esse nevado. A etapa seguinte foi enfrentar o Passo Surini, que foi bem difícil, com uma subida mais íngreme que as anteriores. Alcançamos seus 4997m de altitude às 10h51 e tivemos a primeira visão do Cerro de Colores... porém muito distante ainda! E com um enorme vale no caminho. Até aqui os três franceses independentes nos seguiram, depois só os vimos no acampamento à noite. Descemos do passo por um caminho difícil, de pedras soltas, e no fundo contornamos a Laguna Surini pela esquerda. Dali iniciava uma nova e longa subida... pelo ritmo forte eu pensei até em parar e esperar pela volta deles dois, mas continuei. Subimos, passamos à esquerda da Laguna Quiullacocha, subimos mais, mais e o Cerro começava a se aproximar. Enfim às 12h26 alcançamos o mirante do Cerro de Colores e tiramos a foto clássica da montanha adornada por faixas de terra de várias cores e tons. Porém o lugar já entrou para o turismo de massa e há até "inscrição burrestre" numa das encostas. Vimos dezenas de turistas subindo e descendo por um caminho mais fácil, a partir de um acesso para carros mais abaixo. Cerro de Colores (ou Vinicunca) visto de um mirante a 5032m Dá para dizer que esse mirante foi o terceiro passo do dia pois estávamos a 5032m! Fiquei menos de 10 minutos e comecei a descida de retorno pois ventava muito frio e já me sentia bem cansado. Descemos de volta à Laguna Surini e finalmente paramos para comer alguma coisa, às 13h20. Nessa hora caíram alguns floquinhos de neve mas logo parou. Recuperadas as energias iniciamos a subida de volta do Passo Surini, a ladeira das pedras soltas. Cirilo e Remi dispararam na frente e eu só cheguei ao topo às 14h24 (4997m de altitude). Esse foi o quarto passo acima dos 4900m desse dia! A descida foi rápida pela inclinação do terreno, passamos pelo lodge às 14h56 e 900m depois desviamos do caminho da ida indo mais para leste. Isso nos levou a um largo e extenso vale, no qual caminhamos pela encosta alta da esquerda, descendo suavemente. Bem abaixo casas de camponeses, grandes currais de pedra e rebanhos de alpacas. Num desvio para a esquerda entramos num grande vale (Quebrada Surapampa) e começamos a subir lentamente em direção à Laguna Ausangatecocha. A distância já podíamos avistar o acampamento, o que foi uma visão maravilhosa depois de um dia tão cansativo. A laguna não era visível porém ao fundo o Nevado Ausangate fechava de forma espetacular o fundo do vale. Chegamos enfim ao acampamento Ausangatecocha às 16h48 e reencontramos nossos companheiros. Altitude de 4657m. Esse acampamento conta com uma construção dividida entre cozinha/refeitório e banheiro com três vasos sanitários com descarga, tudo funcionando. Pagam-se 10 soles por pessoa pela manutenção desse local. Além de nós havia mais um grupo com guia e os três franceses. Enquanto comíamos e colocávamos as conversas em dia, a neve voltou a cair. E dessa vez veio com toda força e cobriu toda a paisagem de branco. De vez em quando era prudente bater as barracas para não acumular muita neve e forçar as varetas. Nessa noite nosso chef fez um bolo como sobremesa, algo impensável num acampamento. Pelo cansaço do dia nessa noite dormi bem, ao contrário das noites seguintes. Nesse dia caminhamos 20,6km. Vista do Passo Palomani 3º DIA - 11/08/16 - DA LAGUNA AUSANGATECOCHA AO ACAMPAMENTO JAMPA As fotos estão em https://goo.gl/photos/FyphJCsSAEydU1sZA. A temperatura mínima nesta noite foi de -3,5ºC fora da barraca. Ao sair da barraca de manhã estava -2,5ºC. Por sorte amanheceu um dia ensolarado (pela primeira vez!) e logo começou a derreter a grossa camada de neve que se formou durante a noite. Finalmente tivemos um dia de sol e céu azul para tornar mais bonita a paisagem. E o dia de hoje foi um passeio comparado com a maratona de passos de quase 5000m de ontem. Começamos a caminhar às 8h27 na direção da Laguna Ausangatecocha, a qual contornamos pela direita. Já iniciamos o dia com a subida do Passo Palomani, o mais alto do circuito, de 5112m de altitude (455m acima do acampamento). Subimos lentamente pelo caminho pisado na neve pelos três franceses. Eu alcancei o passo às 10h11 e esperei o restante do grupo. Tiramos muitas fotos pois o dia estava realmente bonito, com o Nevado Ausangate bem ao nosso lado. Iniciamos a descida todos juntos às 11h12 e o Nevado Santa Catalina (ou Mariposa) foi se destacando na paisagem, tanto que descemos um pouco à esquerda para observá-lo juntamente com a trilha de sua aproximação pela imensa moraina. Também desse ponto contemplamos uma laguna que estava com coloração rosa e o lodge Machuracay, que serve como apoio para escalada do Santa Catalina. Descemos só mais um pouco e às 11h57 encontramos a nossa tenda refeitório armada e a equipe preparando o nosso almoço. Achei até um pouco de exagero armar toda aquela estrutura e preparar um almoço completo enquanto podíamos apenas fazer um lanche reforçado, mas o tempo estava sobrando nesse dia e o Cirilo sabia administrar bem isso. O almoço demorou um bocado, enquanto isso curtíamos a paisagem finalmente iluminada pelo sol e jogávamos conversa fora. Reiniciamos a pernada às 14h13 ainda descendo bastante e passamos por um pequeno conjunto de casas cobertas de palha com seus infalíveis currais de pedra. O que me chamou a atenção ali foi o uso de vidro nas janelas, apesar da simplicidade das casas. O lugar se chama Uchuy Finaya. Ao final da descida chegamos a um enorme vale que se abria para a direita (Pampacancha), porém fomos em direção às nascentes, à esquerda. É o Rio Jampamayo, que ainda acompanharíamos até a subida do Passo Jampa no dia seguinte. Cruzamos um riacho e em seguida o acompanhamos por uma trilha ao longo de um muro de pedra. Passamos por uma área alagadiça e na subida que se seguiu algumas cachoeiras se destacavam. Às 16h20 tivemos a primeira visão do Nevado Três Picos, ao fundo do largo vale onde seria nosso terceiro acampamento. O sol já se escondia atrás das montanhas desse vale e o frio chegava com tudo. Aceleramos um pouco e chegamos ao acampamento Jampa às 16h38. Altitude de 4598m. Esse acampamento tem uma construção idêntica à do acampamento Ausangatecocha porém está abandonada. A cozinha e os três banheiros estão sem condições de uso. Dessa forma nossa tenda cozinha/refeitório foi montada para o jantar e o banheiro tinha que ser atrás das pedras maiores do entorno, onde grandes grupos de viscachas corriam de um lado a outro. O que assusta um pouco nesse local é a enorme moraina bem ao lado, que deve vir abaixo, pelo menos em parte, em épocas de chuva. Havia apenas mais um grupo nesse acampamento, que é bem grande. Os franceses haviam adiantado o passo e não dormiram ali. À noite tive dificuldade para dormir, como costuma acontecer nessa altitude. Acabo passando grande parte da noite acordado. Mesmo com o nariz desobstruído tinha alguma dificuldade para respirar quando na posição horizontal. Nesse dia caminhamos 11,1km. Nevado Três Picos visto do Passo Jampa 4º DIA - 12/08/16 - DO ACAMPAMENTO JAMPA ÀS ÁGUAS TERMAIS DE PACCHANTA As fotos estão em https://goo.gl/photos/MkqVTLAsNXTyKEfM6. A temperatura mínima nesta noite foi de -4,3ºC fora da barraca. Ao sair da barraca de manhã estava -1,5ºC. De manhã a visão do Nevado Três Picos no fundo do vale era ainda mais impressionante, banhado de sol. Mas esse sol não nos acompanharia o dia todo, muito pelo contrário... Deixamos o acampamento às 8h novamente com uma longa e difícil subida, a do Passo Jampa (ou Campa), de 5069m (471m acima do acampamento). Com 45 minutos de caminhada surge à esquerda dos Três Picos o Nevado Callangate e numa curva suave na encosta da montanha é para ele que vamos nos dirigir. A subida difícil exigiu uma parada para retomar o fôlego e reagrupar os integrantes. Anna e Javier sentiam bastante a subida. Ele e Carolina chegaram a usar o cavalo por um trecho. Depois a subida se torna mais branda e atravessa partes de desmoronamento, com pedras soltas. Às 10h40 começam a aparecer as apachetas (totens de pedra) e com mais 5 minutos chegamos ao mirante do Passo Jampa (ainda não é o ponto mais alto), de onde se tem uma visão espetacular do Nevado Callangate, com destaque para os picos Caracol e Puca Punta, bem de frente e do outro lado do vale. Surpreendentemente uma senhora solitária vende ali no meio do nada o seu artesanato. Desse mirante também temos visão a oeste do enorme vale que nos levará à vila de Pacchanta, um pouco distante ainda. E a leste o Nevado Três Picos vai ficando para trás. Deixamos o mirante às 11h18 e ainda subimos mais 300m de trilha para atingir os 5069m de altitude do Passo Jampa, logo iniciando a descida, na qual voltamos a visualizar o Nevado Ausangate, agora por sua face norte. Na chegada ao acampamento Pachaspata (para aumentar a confusão de nomes, há uma placa ali em que se lê "área de camping Jhampa"), às 12h03, mais três mulheres tinham seu artesanato à venda em panos sobre a grama. Para o almoço dessa vez não foi montada a tenda, a equipe aproveitou o abrigo de algumas pedras para cozinhar. Porém ao final da refeição o tempo virou, o sol sumiu, vieram nuvens pesadas e começou a nevar. Vestimos as roupas de chuva e voltamos a caminhar às 13h. Foi uma longa e interminável descida em direção a Pacchanta com a neve batendo no rosto e no peito, algo nada agradável. Várias lagunas passaram à nossa direita mas não fotografei nenhuma para não prejudicar a câmera. Às 14h20 a neve deu uma trégua e a paisagem estava completamente mudada de novo. Tudo branco em volta, céu cinzento e as montanhas encobertas por neblina. Chegamos à vila de Pacchanta às 15h17 e fomos diretamente ao Hostal e Camping Ausangate. Altitude de 4336m. A garota que cuida nos mostrou os quartos e eu acabei optando por dormir na barraca mesmo. Mas ali comecei a não me sentir bem. Todo o grupo foi para as piscinas termais e eu só queria ter a barraca montada para deitar e me aquecer. Sentia inclusive calafrios, sinal de que alguma coisa estava errada. Dormi até a hora do jantar, não participei do lanche da tarde pois estava indisposto e não tinha fome. À noite tive dificuldade para dormir de novo, sentia falta de ar ao deitar. Nesse dia caminhamos 16,3km. Águas termais em Pacchanta 5º DIA - 13/08/16 - DAS ÁGUAS TERMAIS DE PACCHANTA DE VOLTA A TINKE As fotos estão em https://goo.gl/photos/BfoD9gV3jP5XbAAfA. A temperatura mínima nesta noite foi de -3,2ºC fora da barraca. Ao sair da barraca de manhã estava -1ºC. Deixamos a vila de Pacchanta às 8h felizmente com sol novamente nesse último dia de caminhada, que seria quase todo por estradas de terra e a maior parte em descida. Para trás, a linda visão das montanhas que percorremos deixou uma vontade de termos tido dias mais bonitos para curti-las melhor. Ao passarmos por pequenos povoados muitas crianças vinham na nossa direção pedindo "caramelos", e assim nos livramos de balas e doces dos pacotinhos do lanche de trilha. Em determinado ponto, às 10h30, deixamos a estrada de terra e pegamos uma trilha à direita que serviu de atalho para nos levar até a cidade de Tinke, aonde chegamos às 11h. Cirilo e sua equipe deixaram uma parte do equipamento numa casa ali e nossa bagagem foi carregada na van contratada para nos levar de volta a Cusco. Ali demos a Cirilo as propinas (gorjetas), que ele dividiu com a equipe. Partimos às 11h23, paramos em Ocongate para uso dos banheiros (e assistir a um casamento na praça principal) e refizemos o mesmo trajeto de volta a Cusco, aonde chegamos às 16h25. Só para constar, aqueles calafrios e indisposição sentidos na última noite eram o princípio de uma infecção urinária que tive de tratar depois em Cusco com antibióticos, após uma consulta médica. Só quem já ficou doente numa viagem de férias em outro país sabe como isso é horrível. Nesse dia caminhamos 11,1km. Total do Trekking Ausangate com Cerro de Colores: 73,3km. Informações adicionais: contato do guia Cirilo: cigohotrek@hotmail.com cel: 984-495578 http://gonzalotrekausangate.blogspot.com Rafael Santiago agosto/2016 http://trekkingnamontanha.blogspot.com.br Vista desde o sul. Cada cor representa um dia do trekking. Vista desde o leste Vista desde o norte Vista desde o oeste
  2. Minha história com o trekking de Ausangate teve início em 2013, quando pesquisando sobre alguns circuitos de trekking em altitudes elevadas encontrei umas imagens que me deixaram impressionados pela beleza do lugar. Naquele ano falei com meu grande amigo Peter sobre o circuito e meu interesse em percorrê-lo, mas Peter sugeriu que fôssemos a Huayhuash e assim Ausangate ficou pra outra oportunidade. A ideia de percorrer aquelas paragens nunca saiu da cabeça e em novembro de 2014 durante uma trilha na Chapada dos Veadeiros, voltei a falar com Peter sobre esse projeto e ele topou. Devido à gravidez da esposa, eu só poderia em maio ou início de junho. Com a data definida tratei de convidar mais amigos para o trekking, chamei Adriano, Fábio e Andrea, todos moradores de Brasília e Peter convidou o Edver, de Veranópolis, formando nosso grupo para essa pernada. Depois da má experiência com a alimentação em Huayhuash, sugeri que não fôssemos com uma agência, que contratássemos guia e arrieros e que levássemos nossos equipamentos e nós mesmos preparássemos a comida. A ideia foi aceita por todos do grupo e assim começamos os preparativos. O Peter conseguiu o contato do guia Cirilo e entrou em contato com ele, explanou nossa ideia e definimos os dias e as condições da pernada, ficando a responsabilidade do Cirilo em contratar arrieros e mulas, fornecer uma tenda pra cozinharmos e ser responsável por sua alimentação e pela alimentação dos arrieros. Assim, ficou combinado de nos encontrarmos em Cusco no dia 30 de maio para partirmos para Tinqui, onde iniciaríamos a caminhada. Faltando 15 dias para nosso trekking, Luciano, amigo do Peter foi convidado a participar da trilha e se juntou ao nosso grupo. Decidimos contratar um transporte privado para nos levar até Tinqui e nos trazer de volta a Cusco ao final do trekking e Cirilo ficou responsável em alugar uma van para nos transportar. A galera chegou em Cusco em dias distintos, Peter, Luciano, Fábio e Andrea foram antes e fizeram o Trekking em Lares como aclimatação, Edver foi com a esposa no dia 25 de maio e Adriano e eu chegamos no dia 27 e, aproveitamos para conhecer Machu Picchu. Dia 29 de maio nosso guia entrou em contato com Peter para perguntar se poderia acrescentar um caminhante ao grupo, e como não houve objeção, o intruso se juntaria aos sete amigos para o Circuito Ausangate, na Cordilheira Vilcanota. No dia 30 de maio todos nos encontramos e partimos rumo a Tinqui, cerca de 150km de Cusco, antes de cair na estrada fomos a uma rua de comércio popular comprar brinquedinhos que distribuiríamos para as crianças que encontrássemos nas trilhas. Na van conhecemos o intruso, que viria a se tornar um amigo querido, Yatir, um israelense gente boa que rapidamente se entrosou ao resto do grupo e acabou se tornando um amigo de todos. A estrada até Tinqui é sinuosa, o que me deixou um pouco mareado. Em Tinqui almoçamos e passamos o resto da tarde conversando sobre o trekking e tirando as últimas dúvidas com o guia, além dessa parada servir como aclimatação, pois Tinqui está 800m de altitude acima de Cusco. Depois de uma péssima noite, no dia 31 de maio pela manhã depois de conhecer o restante da equipe, os arrieros Alejandro (irmão de Cirilo), Pascoal (tio de Cirilo) e o garoto Elbis (sobrinho de Cirilo), partimos para o início do trekking. Dia 01: Tinqui (4100m) à Upis (4300m) – A mamãe noel e o futebol nas alturas. Depois de nos registramos num posto de controle, saímos de Tinqui em direção à Upis, caminhada fácil, 10km por estrada de terra que levamos pouco mais de 3 horas para percorrer, não sei se pela péssima noite que passei ou por não ter tomado café da manhã, meu ritmo era horrível, estava sempre atrás e seguia num passo de lesma, devagar e sempre. Nesse primeiro dia Yatir e Adriano já se destacavam pelo bom condicionamento físico e aclimatação, caminhando sempre mais rápido que os demais. No caminho encontramos várias crianças e a Andrea, muito paciente, era a relações públicas do grupo, tentava conversar com as crianças e fazia o papel de mamãe noel, distribuindo brinquedinhos a elas. Durante o trajeto, apesar de muito nublado já tínhamos uma vista do imponente nevado Ausangate e seus 6.384 metros de altitude. Nesse dia acampamos no quintal da casa do Cirilo e logo após armar as tendas caiu uma chuva fina. Depois da chuva fomos conhecer os familiares de Cirilo e aproveitamos para jogar futebol com as crianças, atividade cansativa nos 4300 metros de altitude de Upis. O grupo mostrava muita sintonia e até Yatir já fazia parte das brincadeiras. Ainda nos divertimos experimentando os trajes típicos, curtimos um lindo entardecer e depois de jantar, caímos no sono. Tive uma ótima noite, acordei brevemente apenas uma vez e pela manhã as barracas estavam cobertas de gelo, confirmando o frio que faz nessa época do ano. Dia 02: Upis (4300m) à Janpaucacocha (4600m) – Caminhando nas trilhas de “O Senhor dos Aneis”. Começamos a caminhar às 09:15 da manhã e com 1:30 chegamos às termas de Upis, camping oficial do circuito. Um local agradável e com uma visão espetacular do Ausangate. A partir desse ponto praticamente não há casas e começamos a caminhar numa região muito parecida com os locais onde foram gravadas as cenas de O Senhor dos Aneis. Diferentemente do dia anterior, meu ritmo melhorou absurdamente e já caminhava com certa facilidade nas elevadas altitudes. Com cerca de cinco horas de pernada, alcançamos o primeiro passo do trekking, o Arapa Abra, de 4850m de altitude. Logo depois do passo vimos as primeiras vicunhas, que pastavam no alto de um cerro à esquerda. O cenário era espetacular e trazia visuais de tirar o fôlego: picos nevados, cachoeiras, lagunas e montanhas fantásticas surgiam a todo momento. Em sete horas de pernada chegamos às margens da Janpaucacocha, uma linda laguna cercada por montanhas onde passaríamos a segunda noite. Mais um final de tarde com chuva e outra noite fria. Dia 03: Janpaucacocha (4600m) à Pampacancha (4600m) – O dia das geleiras e lagunas. Felizmente o dia amanheceu meio limpo e o sol deu as caras, tornando o visual ainda mais espetacular. Alguns gansos nadavam tranquilamente na laguna abaixo do acampamento. Teríamos pela frente o dia mais puxado do circuito, com dois passes em 12 quilômetros de caminhada, sendo um deles de 5200m de altitude. Sem dúvida nenhuma, esse é um trechos mais fantásticos do trekking, caminhamos ao lado de geleiras paradisíacas, passamos por cachoeiras, lagunas de diversas tonalidades e lindas montanhas, algumas com picos nevados, outras de uma arquitetura deslumbrantes e algumas de tons avermelhados. Nesse trecho avistamos mais vicunhas e também viscachas. Deslumbrados com a beleza do lugar, alcançamos o Apaneta Abra de 4850m de altitude sem dificuldades. Dali, descemos até Ausancatecocha, onde fica outro acampamento oficial do circuito, a 4650m de altitude, local no qual paramos para o almoço. Aqui começa a íngreme subida para o Palomani Abra, com seus 5200m de altitude, ponto culminante do circuito, que levamos pouco mais de uma hora e meia para alcançar a partir de Ausangatecocha. No Palomani havia neve e brincamos feito crianças. O vento frio cortava a pele e depois da curtição e de inúmeras fotos, o Cirilo nos deu algumas folhas de coca para que fizéssemos agradecimento aos Apus (divindades) por termos conseguido chegar até ali. Na descida para Pampacancha passamos pela Laguna Colorada, uma impressionante laguna avermelhada com uma linda geleira debruçada sobre ela. E assim, caminhando por paisagens paradisíacas chegamos à Pampacancha, onde acampamos no quintal de uma casa de pastores. Nessa noite comemos trutas fritas pescadas pelos arrieros. A noite fria não impediu que ficássemos fora da barraca para apreciar a lua cheia iluminando as montanhas em volta. Outra noite tranquila e gelada.
  3. Tudo começou quando lí um relato de uma jovem sobre sua aventura pelo Nevado Ausangate. Depois que vi suas fotos e li o texto muito bem descrito me apaixonei instantaneamente pela montanha. Mas como não tenho perfil de trilheira, tenho 56 anos e no máximo faço caminhada ao redor do parque vizinho á minha casa, logo concluí: esta montanha não é para mim... Sim, já fiz algumas trilhas como o Lago de Los Tres em El Chaltén e fiz também a Base das Torres em Torres del Paine e algumas outras trilhas. Mas eram só. Quando era mais jovem fiz várias trilhas mas nunca em altitude. Meu curriculum estava meio pobre neste quesito. Assim, Ausangate permaneceu distante por 2 anos, até que... Com muito esforço, com falta de ar e frio implacável eu em companhia de meu filho concluímos a espetacular trilha de 60 km em 5 dias! Entre altitudes de 4.000m a máxima de 5.150m a trilha circunda totalmente o Nevado Ausangate (6.372m), uma das cinco maiores montanhas do Peru. (A mais alta é o Nevado Huascarán com 6.768m na Cordilhera Blanca). Antes de me embrenhar numa aventura desse porte, pesquisei muito, lí vários relatos na internet e estudei bastante sobre o trajeto da trilha e suas dificuldades para não ter surpresas. Me armei de muita coragem e fui com o espírito de aventura, mas sem nóia: veja bem, se no meio da trilha eu não aguentasse o tranco ou ocorresse algum problema eu seria humilde o suficiente para desistir da empreitada e voltar para trás. Segurança em primeiro lugar! Fui com essa intenção mas com pensamento muito positivo achando sempre que tudo iria dar certo! Comprei nossas passagens pela promoção da Avianca/Taca e aterrizamos em Cusco no dia 23 de setembro/14. Após quatro dias de aclimatação (fazendo passeios pelas ruínas de Cusco e visitando Machu Pichu, que meu filho ainda não conhecia) seguimos de ônibus regular Cusco/Tinki junto com o guia Guilhermo e o cozinheiro Felipe que mora em Tinki mas havia ido a Cusco para a compra dos suprimentos para a trilha. Primeiro dia Chegamos a Tinki (3.900m) com chuva e granizo após 3:30h de viagem passando por povoados bem típicos e já avistando os nevados de longe. Neste dia dormimos na casa de Felipe já a 4.000m. Eu preferi fazer a trilha em 6 dias para melhor aclimatação á altitude. Mesmo assim senti muita falta de ar e palpitações durante a trilha, achei que ainda não estava muito bem aclimatada. Chegando em Upis Descanso após o almoço com cenário incrível.
×
×
  • Criar Novo...