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Fala, pessoal!
Quero compartilhar com vocês uma pesquisa que fiz tentando descobrir quais seriam, na minha opinião, os vulcões ativos mais incríveis de cada continente — e o porquê de cada escolha. 🌋

E aí, quais vulcões vocês acham que não poderiam faltar nessa lista?

⚠️ Esse texto faz parte do Capítulo II do meu livro/ebook Destino Vulcões, que consegui deixar inteiramente grátis por um tempo no amazon.com.br (link: https://a.co/d/agKaeNM).
No livro, começo com um capítulo introdutório explicando como surgiu essa ideia, os tipos de vulcões e erupções. Depois, apresento essa pesquisa que serviu de base para viagens ao redor do mundo visitando esses vulcões – e outros atrativos de alguns países menos conhecidos. Escrevi um relato de cada viagem, com histórias, roubadas, curiosidades e reflexões que acabaram virando o Destino Vulcões.

Já compartilhei aqui no Mochileiros três capítulos completos, e deixo os links no final do texto. 
🌋 Capítulo III — Oceania

🌋 Capítulo IV — África

🌋 Capítulo VI — América do Norte e Central

Instagram: www.instagram.com/destinovulcoes

Youtube: www.youtube.com/@destinovulcoes

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Escolhendo os vulcões mais incríveis do mundo

Vulcões são atrações imperdíveis para viajantes que gostam de ecoturismo (“turismo de natureza”), oferecendo experiências que agradam tantos os mais aventureiros quanto os mais tranquilos. Alguns vulcões ativos, por exemplo, iluminam noites escuras ao jorrarem lava incandescente, criando um espetáculo único. São capazes de despertar uma estranha combinação de emoções, que vai do fascínio ao medo. Para viajantes mais aventureiros, essa combinação pode até ser afrodisíaca 🤣 .

Já os vulcões inativos, com suas formas clássicas de estratovulcões imponentes, geralmente proporcionam paisagens deslumbrantes, muitas vezes com lindos picos nevados. Além disso, explorar terrenos vulcânicos e caldeiras resultantes de antigas erupções pode ser muito interessante, com cenários que lembram paisagens lunares ou extraterrestres e permitem observar de perto os resultados de erupções devastadoras. Além disso, algumas áreas geotermais com atividade vulcânica são muito interessantes, repletas de gêiseres, fumarolas e lindas lagoas coloridas.

A escolha de qual vulcão visitar depende do perfil de cada viajante. Existem vulcões com diferentes níveis de risco de erupções, com ou sem lava, mais ou menos explosivas. Os amantes de alta-montanha vão encontrar diversos vulcões com belíssimos picos nevados e com os mais variados níveis de dificuldade para alcançar o topo. Alguns vulcões estão em locais com uma estrutura turística mais desenvolvida, como no Havaí, onde até voos panorâmicos são oferecidos, e na Itália, com excelente gastronomia e hotelaria. Já os vulcões na África e Oceania podem ficar em regiões com estrutura muito mais rústica.

Enfim, existem vulcões para todos os gostos. No meu caso, eu adoro os vulcões vermelhos, pela classificação do casal Krafft* [nota*: no capitulo II do livro explico essa classificação com detalhes]. Quando eu penso em visitar um vulcão, a pergunta mais importante é “Ele tem lava”? Neste livro, vou compartilhar como foi a minha busca pelos vulcões “vermelhos” mais incríveis do mundo!

Erupções havaianas** [nota**: no capitulo II do livro explico os tipos de erupção com detalhes] podem oferecer espetáculos sensacionais, recentemente ocorreram algumas erupções memoráveis na Islândia, no Havaí, Ilhas Canárias e Ilha Reunião. Entretanto, ninguém sabe quanto tempo uma erupção havaiana vai durar. Para vê-las, seria necessário viajar rapidamente até a erupção (geralmente lugares bem distantes do Brasil) e torcer para o vulcão ainda estar em atividade quando chegar lá. Ou seja, é necessário ter muita disponibilidade de tempo e dinheiro.

Por outro lado, para meros mortais, empregados CLT, que precisam de um tempo razoável para planejar férias com antecedência, visitar os vulcões com lago de lava ou os estrombolianos (com erupções constantes) são escolhas imbatíveis! As erupções estrombolianas** [nota**: no capitulo II do livro explico os tipos de erupção com detalhes] e havaianas possuem as características que os entusiastas de vulcões mais adoram: são espetáculos visuais deslumbrantes e têm menor risco de fatalidades. Além disso, alguns vulcões estrombolianos específicos oferecem uma previsibilidade ideal para quem precisa planejar férias com antecedência. Com erupções constantes por hora, eles oferecem a garantia de ver lava o ano todo, algo comparável apenas aos vulcões havaianos que possuem lago de lava. Essa combinação de espetáculo visual, pouca possibilidade de matar alguém, e previsibilidade é uma característica rara, que só os vulcões estrombolianos e os com lago de lava podem oferecer! Ainda assim, convém lembrar que os vulcões são imprevisíveis, podem estar sem atividade, cobertos por nuvens, sem visibilidade etc., nunca é 100% garantido.

Com isso em mente, vou compartilhar com vocês como foi a minha busca pelos vulcões mais incríveis do mundo em cada continente. Hoje em dia, tenho muito mais informações sobre a atividade dos principais vulcões ativos da Terra, o que torna essa escolha bem mais fácil. Mas, quando viajei para a maioria desses vulcões, eu não tinha nem metade das informações que estou compartilhando aqui...

Oceania

Em 2013, fui parar em Vanuatu e, acidentalmente, conheci aquele que considero o vulcão mais incrível da Oceania: o Monte Yasur! Vanuatu é um país cheio de vulcões, e, além do Monte Yasur, se destacava o Vulcão Ambrym, com o seu lago de lava. Mas, infelizmente, uma erupção em 2018 fez com que o lago de lava do Ambrym secasse. Ainda na Oceania, a Nova Zelândia também oferece muita atividade vulcânica interessante. Foi lá que ocorreu a erupção mais violenta dos tempos históricos, em Taupo 186 d.C. O Lago Taupo é, na verdade, a caldeira do Vulcão Taupo. Embora não tenha havido mais nenhuma erupção nesses últimos 1800 anos, a região geotermal próxima às cidades de Taupo e Rotorua possui uma paisagem vulcânica interessantíssima, repleta de lagoas termais incríveis, ferventes, coloridas, vulcões de lama, terraços de sílica, apesar de a cidade inteira feder a enxofre 🤣 .

Na região do Parque Nacional Tongariro, também há estratovulcões ativos, que, embora não emitam lava (liberam gases e fumarolas apenas), formam cenários montanhosos espetaculares. Destaque para os vulcões Ngauruhoe e Ruapehu, cenário do filme Senhor dos Anéis.

Em termos de vulcões ativos na Nova Zelândia, o maior destaque é White Island (Ilha Branca). É um vulcão muito ativo em uma ilha que fica a 50 km da costa, que, apesar de não ter lava, emite muitos gases e possui um lago de lama ácida no centro da cratera. Infelizmente, houve uma erupção em 2019 com fatalidades, e não sei se um dia será possível visitá-la novamente.

Além de Vanuatu e Nova Zelândia, tem muitos vulcões em algumas ilhas da Oceania, como Samoa, Ilhas Salomão, Tonga e Nova Guiné. Há também uma porção de vulcões submarinos, como de Hunga Tonga, em Tonga, que teve uma grande erupção pliniana em 2022. No entanto, é bem difícil chegar a esses vulcões e conseguir informações precisas sobre a sua atividade vulcânica. Aparentemente, a maioria deles seria vulcões seria “cinza”, ou sem muita lava.

Por isso, na minha opinião, os vulcões mais incríveis da Oceania estão em Vanuatu e na Nova Zelândia, e, no capítulo III vou detalhar como foi a minha experiência nesses lugares. Infelizmente, em 2013, eu não tinha informações suficientes para conhecer o lago de lava do Vulcão Ambrym antes que ele secasse. Aliás, os vulcões com lago de lava são muito inconstantes. Passam algum tempo com lago de lava, e, depois de alguma erupção, a cratera pode colapsar, a lava pode secar e, eventualmente, retornar.

Os mais famosos vulcões com lago de lava são o Kilauea (no Havaí, que vez ou outra forma um lago de lava na cratera Halemaʻumaʻu), o Masaya (Nicarágua), o Nyiragongo (R.D do Congo) e o Erta Ale (Etiópia). Em 2022, o Nyiragongo teve uma erupção que aparentemente afetou o lago de lava. Ainda não vi imagens recentes para confirmar se o lago ainda permanece, mas algumas imagens distantes de satélite e sobrevoos sugerem que a lava pode ter voltado à cratera. O vulcão Nyamuragira, um vulcão escudo vizinho ao Nyiragongo e de acesso ainda mais difícil, também ocasionalmente forma lago de lava. Dentre todos esses vulcões, o Masaya é o único cujo lago de lava não sofreu nenhuma alteração significativa desde que eu comecei a acompanhar os vulcões em 2013. Moral da história: se surgir a oportunidade de ver um vulcão com um lago de lava incrível, corre para vê-lo antes que seja tarde, e alguma erupção seque o lago de lava... E foi mais ou menos por isso que, em 2019, escolhi visitar os melhores vulcões da África: Nyiragongo e Erta Ale!

África

Na época, as informações eram escassas, e foi um desafio escolher os melhores vulcões da África. A África tem uma grande concentração de vulcões, ativos e inativos, no Rift Valley. Muitas montanhas mais lindas da África são vulcões, como o Kilimanjaro (inativo), o Monte Quênia (inativo), e o Ol Doinyo Lengai, único vulcão ativo do mundo com um tipo de lava (carbonítica), que forma uns fluxos de lava diferentões, quem sabe um dia eu conheço lá....

No Rift Valley, é possível ver lava no Nyiragongo, Erta Ale e Nyamuragira. Próximo ao Erta Ale, merece destaque o Dallol, uma pequena área geotermal vulcânica bem única e bonita, conhecida por suas cores vivas e formações minerais diferenciadas, criados pelos fluidos ácidos que emergem de suas fontes hidrotermais.

Além desses vulcões do Rift Valley, a África abriga outros vulcões com lava em algumas ilhas do Atlântico e do Índico. Na Ilha Reunião, um território francês no Oceano Índico, tem um vulcão bastante ativo, o Piton de La Fournaise, frequentemente produzindo erupções havaianas com lindas fontes de lava. As ilhas do Atlântico próximas ao continente africano, Cabo Verde, Canárias, Madeira e Açores, também costumam ter erupções com lava. Em 2021, o Vulcão Cumbre Vieja entrou em erupção nas Ilhas Canárias por 85 dias, lotando as redes sociais com lindas imagens de lava e algumas erupções mais fortes também, combinando erupções estrombolianas e havaianas. Mas, quando esses vulcões não estão em atividade, eles perdem um pouco de seu fascínio... Já os vulcões com lago de lava oferecem uma possibilidade maior de ver lava em ação, razão pela qual eu escolhi Nyiragongo e o Erta Ale como os vulcões mais incríveis da África! No capítulo IV, vou detalhar minha experiência por lá.

América do Sul

Falei da África e da Oceania, mas, como bom brasileiro, obviamente que eu também procurei os vulcões mais incríveis aqui no nosso quintal, nas Américas. Infelizmente, a América do Sul talvez seja o continente menos “pujante” em vulcões vermelhos. Embora haja uma grande quantidade de vulcões na costa do Pacífico, não é comum encontrar erupções havaianas ou estrombolianas por aqui. Talvez o vulcão mais conhecido por suas ocasionais erupções estrombolianas seja o Villarrica, em Pucón, Chile. No entanto, essas erupções são raras, geralmente sua atividade se resume à emissão de gases. Mesmo que a atividade do Villarica não seja tão interessante, o vulcão em si é bem bonito, um estratovulcão com pico nevado à beira de um belo lago. A escalada dele é uma atividade bem procurada, e a descida escorregando de “esquibunda” é bem divertida. Por isso, incluí o Villarrica nos meus vulcões favoritos da América do Sul, no capítulo V conto como foi minha experiência lá.

Outro destaque sul-americano em termos de vulcões é o Equador. Lembro-me de ter visto em um “Globo Repórter” que o Equador é o país com maior número de vulcões “por área”. Ou seja, embora existam países com mais vulcões em número absoluto, nenhum tem mais vulcões por km2 do que o Equador. Infelizmente, a atividade dos vulcões do Equador continental também se resume à emissão de gases. Em Galápagos, no entanto, ocorrem algumas erupções havaianas. O único tour em vulcão ativo oferecido em Galápagos é para o Vulcão Sierra Negra, na Ilha Isabela, que não costuma ter lava. E, mesmo quando surge lava em alguma erupção havaiana nos vulcões da região, é praticamente impossível/inviável conseguir um tour para ver, devido ao rígido controle do parque nacional, poucos lugares são abertos para viajantes independentes.

Apesar disso, o Equador continental é repleto de belos estratovulcões com picos nevados. Mesmo que a atividade vulcânica com erupções de lava constante seja rara, ocasionalmente ocorrem atividades estrombolianas. Na época, eu não tinha muita informação atualizada sobre a atividade dos vulcões do Equador. Eu só tinha visto alguns viajantes que tiveram sorte de pegar erupções bonitas, como o @Mike Weiss (Ref. 32), no Tungurahua (próximo a Baños). Para minha viagem, escolhi o Cotopaxi (próximo a Quito) e o Tungurahua, principalmente pela beleza. Ambos eram bem ativos, com erupções recentes, e eu tinha esperança de presenciar alguma atividade. Mais tarde, descobri que no Equador tem dois vulcões com mais atividade, mas bem mais remotos: o Sangay e o Reventador. Além dos vulcões ativos, o Equador também tem belos vulcões inativos, e alguns formaram belas lagoas, como a Lagoa de Quilotoa. Vou contar as minhas experiências no Equador na segunda parte do capítulo V.

O outro vulcão sul americano muito ativo é o Sabancaya, no Peru, mas também se aproxima mais de um vulcão “cinza” do que “vermelho”. Em suma, na América do Sul, não é fácil planejar uma viagem para ver um vulcão com lava. Por outro lado, os Andes possuem belos estratovulcões (ativos e inativos), e interessantes áreas geotermais. Algumas dessas áreas, bastante ativas, têm lindos gêiseres e piscinas termais, como o Geyser del Tatio, no Atacama, e o Geyser sol de la Mañana, próximo ao Salar de Uyuni.

América do Norte

A América do Norte continental também é rica em vulcões, mas a atividade deles é muito similar à da América do Sul: bonitos estratovulcões, mas sem lava. Os belos vulcões no oeste americano e nas Ilhas Aleutas, no Alasca, são bem “cinzas”. Em termos de atividade vulcânica, o Parque Yellowstone nos EUA, repleto de gêiseres e lagoas vulcânicas coloridas, talvez seja mais interessante do que os vulcões ativos da América do Norte. Entre os vulcões “vermelhos”, o principal destaque é o Havaí, que eu pretendo visitar quando tiver certeza de que terá uma erupção com bastante lava por lá. As erupções lá sempre rendem lindas imagens, como uma incrível fonte de lava que assisti no programa do Canal Off do Fernando Fernandes (Ref. 8). No entanto, a visita durante um período sem atividade pode não ser tão interessante. Para quem precisa planejar férias com bastante antecedência, é sempre um risco ir até lá e não ver nenhuma atividade.

Pensando em termos de atividade recorrente, o destaque é o Popocatepetl, no México. Desde que despertou de um longo período de inatividade em 1994, aparentemente é o vulcão mais ativo da América do Norte. É um vulcão considerado estromboliano e, apesar do Popocatepetl não ter a desejável frequência de algumas erupções por hora, é o que teria mais chance de ver lava e por isso foi o meu escolhido como vulcão mais incrível da América do Norte! No capítulo VI, contarei como foi a minha experiência.

América Central

Se falta lava aos vulcões da América do Sul e do Norte, na América Central o cenário é bem diferente, os vulcões tem lava de sobra. A Guatemala se destaca na região, seguida de perto da Nicarágua. Os principais vulcões ativos da Guatemala são o Fuego, Pacaya e Santiaguito. Depois de ano de repouso, em 1999, o Vulcão Fuego voltou a ter atividade estromboliana daquelas clássicas, com pequenas erupções diversas vezes por hora. De vez em quando surge fluxo de lava descendo a encosta do vulcão, alguns fluxos piroclásticos, mas raramente tem alguma erupção maior. Ele fica “colado” ao seu “irmão” Acatenango, inativo e mais alto (quase 4000 metros), que garante um excelente ponto de observação!

O Vulcão Pacaya é outro vulcão ativo que frequentemente tem lava visível. Isso quando ele não está bastante ativo, com erupções estrombolianas ou quando surgem fissuras escoando muita lava. No entanto, quando o visitei, não havia nem um pouquinho de lava aparente, uma pena... Em junho de 2021, teve uma mega erupção estilo havaiana, eram rios de lava descendo a encosta do vulcão! Imagens incríveis rodaram a internet, pena que eu cheguei tarde demais na Guatemala...

O Vulcão Santiaguito também é estromboliano, com erupções um pouco menos frequentes que o Fuego. E é bem menos turístico. Desde 1922, o Santiaguito vem crescendo na base da cratera da erupção do Vulcão Santa Maria de 1902 por pequenas erupções e extrusão de lava desde 1922, o que o torna mais perigoso.

Na Nicarágua, o vulcão Masaya se destaca por seu lago de lava. Além de vários vulcões ativos inativo e ativos, como o Temuco e os vulcões das ilhas Ometepe, a Nicarágua oferece uma experiência única no Vulcão Cerro Negro: o volcanoboarding. Esse esporte consiste em descer a encosta do vulcão sentado em uma pranchinha a velocidades que podem atingir 80 km/h! Deve ser impagável, um mega-carrinho de rolimã turbinado, um dia eu faço isso!

El Salvador, Costa Rica e o Panamá também tem alguns vulcões ativos interessantes. El Salvador tem um lindo vulcão ativo Santa Ana (Ilamatepec, na língua Nahuatl / asteca), com destaque para a lagoa turquesa na sua cratera. A Costa Rica tem alguns vulcões ativos interessantes, que também têm belas lagoas nas suas crateras e de relativamente fácil acesso: o Poás e o Irazu. Mas o principal destaque era o Vulcão Arenal, que tinha atividade estromboliana excelente com várias erupções por hora até uma erupção em 2010. Mas hoje em dia ele não tem mais atividade estromboliana significativa, infelizmente, ainda que seja uma bela montanha.

No Caribe também tem alguns vulcões importantes, mas vulcões “cinza”. O Monte Pelee, em Martinica, batizou as erupções peleanas com uma trágica erupção que causou 30 mil mortes. O Vulcão Soufriere, em Saint Vincent, entrou em erupção recentemente, em 2021, e cobriu a ilha de cinzas, felizmente sem fatalidades. A Ilha de Dominica tem zona termal vulcânica que parece bacana, misturada com floresta tropical.

Escolher os vulcões mais incríveis da América Central não foi uma missão fácil, mas, para mim, eles estão na Guatemala, e, no capítulo VI, eu conto como foi a minha experiência. Infelizmente, por falta de tempo, eu não consegui visitar os vulcões da Nicarágua e de outros países da região, quem sabe eu vou lá quando eu for escrever o segundo volume deste livro...

Europa

Last but not least, vamos falar dos vulcões mais incríveis da Europa. Há cenários vulcânicos incríveis na Islândia, na Grécia, na Itália, ou mesmo nas ilhas Canárias, Açores e Madeira que, apesar de estarem mais próximas à África, pertencem à Espanha e Portugal...

Assim como o Havaí, a Islândia é famosa por ter erupções havaianas com muita lava, oferecendo verdadeiros espetáculos naturais em relativa segurança. Em uma das temporadas do programa Não Conta lá em Casa (Ref. 17), o Vulcão Bardarbunga entrou em erupção e eles tiveram a oportunidade de ir até lá, incríveis as imagens. Em 2021, a erupção do Vulcão Fagradalsfjall, na Islândia, durou quase 6 meses. Já outra erupção, no mesmo vulcão em 2022, não durou 20 dias. O que demonstra o quanto é difícil prever a duração das erupções havaianas... Se tiver disponibilidade de tempo e dinheiro, tente ir o mais rápido possível. Convém lembrar que, mesmo fora dos períodos de erupção, a Islândia oferece muita atividade vulcânica interessante, repleta de gêiseres, e uma natureza exuberante.

Na Grécia, a ilha de Santorini, famosa pelo pôr do sol, é na verdade um vulcão ativo. O arquipélago de Santorini foi formado por uma erupção cataclísmica por volta de 1600 a.C. Os vulcanólogos adoram visitar Santorini, pois, observando suas falésias e formações rochosas, é possível verificar as diferentes camadas de depósitos vulcânicos característicos de cada erupção. Estudando estas camadas, é possível reconstruir a longa história eruptiva do vulcão.

Na Itália, além dos vulcões ativos na Sicília, o Vulcão Vesúvio se destaca. Sua erupção em 78 d.C., aquela documentada pelo Plínio, cobriu completamente de cinzas a cidade de Pompéia. Pompéia se manteve “enterrada” por quase 1600 anos, e só foi “descoberta” em 1748. Cinzas e lama protegeram as construções e objetos dos efeitos do tempo, moldando também os corpos das vítimas, oferecendo um sítio arqueológico extraordinário, que permite uma visão detalhada da vida de uma cidade dos tempos da Roma Antiga.

Meu primeiro contato com vulcões foi na Islândia e em Santorini, em 2010, antes mesmo de conhecer Vanuatu, em 2013. Foi legal conhecer alguns terrenos vulcânicos, mas na minha opinião, a emoção de presenciar uma erupção com lava é incomparável. E, para aqueles que desejam garantir uma experiência com lava, o melhor vulcão na Europa é o Stromboli (Itália). Há pelo menos 2500 anos, ele mantém sua atividade estromboliana! A Itália é considerada também o berço da vulcanologia, onde começaram os estudos e iterações do homem com os vulcões. Para fechar este livro com chave de ouro, nada melhor do que uma viagem pelo sul da Itália para conhecer os três vulcões mais ativos da Europa: Etna, Vulcano e Stromboli. No capítulo VII, conto como foi a minha experiência conhecendo os vulcões na Itália, Islândia e Santorini.

Considerações finais

Este foi um “apanhado geral” dos vulcões mais incríveis de cada continente, Oceania, África, América do Sul, América Central, América do Norte, Europa.... Mas..., o leitor mais atento deve estar se perguntando: “E a Ásia? Está faltando um continente aí!”

Pois é... De fato, a Ásia tem vulcões incríveis, com destaque para Indonésia, que tem cerca de 130 vulcões ativos, mais do que qualquer país no mundo. E alguns com lava. Além da Indonésia, existem muitos vulcões ativos nas Filipinas, no Japão, e na península no extremo leste da Rússia, chamada Kamchatka, na pontinha da Rússia, ainda mais a leste que Vladivostok (!), quem lembra do jogo War??? 🤣🤣🤣 .

No entanto, a distância desses países para o Brasil, e a localização remota dos vulcões que me parecem mais interessantes, torna a visita um grande desafio. Precisaria de muito tempo e dinheiro para conhece-los. Queria muito ter explorado os vulcões “vermelhos” mais incríveis da Asia, possivelmente na Indonésia, talvez também na península Kamchatka. Mas, por ora, não deu... Como dizem, “melhor feito, do que perfeito”. Logo, resolvi escrever este livro antes de visitar os vulcões mais incríveis da Ásia, que também vão ficar para um eventual segundo volume.

Neste livro, começarei compartilhando minhas experiências pelos vulcões mais incríveis da Oceania (Vanuatu e Nova Zelândia), seguido pelos da África (R.D. do Congo e Etiópia), da América do Sul (Chile e Equador), da América Central (Guatemala), da América do Norte (México) e, finalmente, da Europa (Itália, Islândia e Santorini). E, entre esses vulcões, quais são os mais incríveis? No final do livro, apresentarei meu ranking pessoal dos vulcões mais incríveis do mundo.

Além dos vulcões, estes países oferecem uma infinidade de atrativos que podem enriquecer seu roteiro e tornar sua viagem inesquecível. Também vou relatar minhas experiências visitando esses outros atrativos naturais e culturais desses destinos. Gosto de começar com um panorama geral dos destinos visitados, seguido pelo relato da minha experiência pessoal, incluindo aventuras, acertos, e, também, as presepadas e fiascos... No final, deixo algumas dicas valiosas para quem quiser embarcar para esses destinos. Descobri não apenas vulcões impressionantes, mas também culturas locais vibrantes e muitas outras belezas naturais nesses países extraordinários. A partir de agora, convido você a acompanhar as diversas histórias e paisagens dessas minhas viagens pelos seis continentes da Terra.

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Pessoal , segue o link dos relatos completos que já compartilhei aqui no Mochileiros e a Sinopse do Livro:

🌋 Capítulo III — Oceania

https://www.mochileiros.com/topic/112326-vanuatu-nova-zelândia-e-austrália-viagem-em-2013/

🌋 Capítulo IV — África

https://www.mochileiros.com/topic/116861-ruanda-uganda-rep-d-do-congo-etiópia-e-os-vulcões-mais-incríveis-da-áfrica/

🌋 Capítulo VI — América do Norte e Central

https://www.mochileiros.com/forum/724-guatemala-relatos-de-viagem/

Sinopse do livro: 

Nesta obra, compartilho minhas aventuras em busca dos vulcões mais espetaculares do planeta. É um relato pessoal de mais de 90 dias de viagens, ao longo de 10 anos, explorando 15 países em 6 continentes, ilustrado com fotos e vídeos do próprio autor.

Expressões absolutas da força da natureza, os vulcões fascinam na mesma medida em que amedrontam. Quem já assistiu a uma erupção com lava pode confirmar que os vulcões oferecem uma das cenas mais impressionantes da natureza.

E não é preciso ser um aventureiro radical para explorar esses destinos — basta estar disposto a viver experiências inesquecíveis. Além de paisagens vulcânicas impressionantes, descobri culturas vibrantes e outras belezas naturais que tornaram essa jornada ainda mais enriquecedora.

Convido você a me acompanhar nessa aventura, repleta de histórias fascinantes e paisagens deslumbrantes ao redor do mundo. 

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