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Chapada Diamantina em Setembro


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Chegamos em Guarulhos no dia 18/09 por volta das 11:00. Fizemos o check in, despachamos as bagagens e fomos almoçar. O vôo partiria às 13:20 e tínhamos tempo de sobra. O vôo (Avianca) foi ótimo, atrasou uns 5 minutos, aterrissando na capital baiana por volta das 15:40. Em Salvador, as locadoras de veículos estavam com suas lojas fora do aeroporto, devido a reforma para a Copa. A van nos levou até a agência da Unidas (eu já tinha reservado, aproveitando uma promoção da Gol) na avenida São Cristovão. Depois da vistoria do carro, assinatura de contrato, fui ligar o GPS e nada dele funcionar. A tomada da bateria estava com problema. Trocamos o gol 1.0 prata por um gol vermelho 1.0 com freio de mão desajustado (vc tinha que puxar ele até o teto para travar o carro). Peguei umas informações com a agência de como pegar a pista para Feira de Santana, em direção à Itaberaba, local do primeiro pernoite.

Foi fácil pegar a pista, Salvador é bem sinalizada e até então o GPS estava funcionando bem. A pista para Feira de Santana é duplicada, está em bom estado e dá para fazer 100 km/h tranquilamente. Em Feira, o GPS não funcionou e não achei a entrada para Ipirá. Acabei pegando a BR-116 em direção a Itaberaba, apesar das recomendações da Frida. E me arrependi amargamente. A pista é simples, em alguns pontos em estado ruim e tem MUITOS CAMINHÕES. MUITOS. Outra coisa que observei é que a sinalização de placas indicando as cidades e distâncias é praticamente inexistente. Estou acostumado a dirigir em São Paulo, Paraná, Minas e Rio, onde há placas indicando quantos quilômetros faltam para chegar nas cidades principais. Neste trecho da BR-116 quase não há. Fui ver placa de Itaberaba, quando estava a 10 km da cidade. Reservei o Bela Vista Web Hotel, que é um misto de posto, restaurante, lanchonete e hotel. Deve ser o melhor hotel de Itaberaba. Fizemos o check in e fomos procurar um local para jantar. A recepção do hotel nos indicou o Restaurante Campestre, boa comida, mas muito demorado. Quase morremos de fome, porque só tínhamos almoçados uma fritas do McDonalds e um lanchinho no vôo (da Avianca, bem gostoso por sinal). Alimentados, voltamos para o hotel, tomamos um banho e tentamos dormir. Os pernilongos nos impediram de ter uma noite decente de sono.

Acordamos de manhã bem cedo e às 7:00 descemos para tomar o café da manhã. Café da manhã bem caprichado, com várias frutas, sucos, aipim, tapioca, cuscuz, pães, bolos. Excelente. Pegamos a estrada BR-242 em direção à Andaraí, pois iríamos conhecer o Poço Azul em Nova Redenção. A estrada é boa, mas pegamos um pouco de trafego de caminhões. Antes de Lençóis entramos à esquerda em sentido Andaraí, numa pista que parece ter sido recapeada recentemente, pelo seu ótimo estado. Porém, sem muita sinalização. Fomos seguindo algumas placas do Poço Azul e perguntando pelo caminho até chegar numa entrada de uma estrada de terra. E dirigimos um bom percurso (uns 20 km?) em estrada de terra até chegar no famoso Poço Azul. Chegamos e não havia ninguém lá. Fui num banheiro na entrada da propriedade para trocar de roupa e em seguida fui tomar uma ducha obrigatória antes de entrar no Poço. Pagamos R$10,00 cada para entrar no poço. Descemos por uma escada, acompanhados por um guia do Poço Azul. Lá embaixo colocamos os coletes para fazer a flutuação. A água é cristalina de um azul profundo. É impossível não querer entrar e fazer a flutuação. O guia foi muito bacana, ajustou a nossa câmera para a ausência de luz e tirou várias fotos. Não vimos o raio de luz que entra, pois o tempo estava nublado. É um passeio obrigatório para quem vem para Chapada. Na saída perguntei ao guia sobre o acesso para o Poço Encantado em Itaetê. Tínhamos duas opções: retornar pela estrada de terra até a pista ou cruzar o rio Paraguaçu (o que seria bem mais rápido). O problema: a balsa não estava funcionando, devido a estação da seca e o baixo nível das águas. Eu que já passei por uma inundação do Tietê em São Paulo (consegui subir com o carro num viaduto), passei o maior medo da viagem cruzando o rio. O guia me orientou, foi tranqüilo, ganhamos tempo para seguir para o Poço Encantado.

Chegamos no Poço Encantado por uma estrada de terra. Pagamos R$20,00 cada e ganhamos uma touca, capacete e lanterna. O acesso até a gruta do Poço Encantando é por uma escadaria de cimento bem longa. E na gruta o acesso é complicado se não fosse a escadaria que fizeram. O Poço Encantado é bem maior que o Poço Azul, é tão bonito quanto o Azul, mas não sei se voltaria lá. Acho que não poder fazer a flutuação tira um pouco a graça do passeio. O tempo abriu, mas o guia falou que o período do ano que o raio de luz entra no Poço Encantado tinha acabado de encerrar. Saímos e comemos um pastel numa das lanchonetes próximas a propriedade. O local estava vazio. Esta época de setembro parece ser bem tranqüila de turistas.

Voltamos para estrada em direção a Mucugê, que abriga mais da metade do parque nacional da Chapada Diamantina. É uma estrada asfaltada simples, num sobe e desce. Fui notando que a paisagem ficava verde à medida que seguíamos em direção à Mucugê, contrastando com a estiagem na região até chegar Andaraí.

Na estrada para Mucugê, passamos pela entrada para o Projeto Sempre Viva. Retornei e entramos para conhecer. Pagamos R$10,00 cada um. Conhecemos o Museu do Garimpo, a Sempre Viva, mas o que queríamos mesmo era tomar um banho de cachoeira. Porém o tempo estava nublado, quase garoando e Tiburtino e Piabinha estava quase sem água. Ficamos sem banho e seguimos em direção a Ibicoara. Ao passarmos na entrada da cidade de Mucugê, fomos atraídos pela beleza das flores e fui atrás de um mercado para comprar aqueles aparelhos elétricos com repelente de pernilongos, para evitar o inconveniente do dia anterior. Também tiramos umas fotos da entrada do Cemitério Bizantino, mas não nos demoramos muito, pois ainda tínhamos que chegar em Ibicoara, achar a Pousada Casa da Roça e ligar para o guia. A Fumacinha nos esperava.

Chegamos em Ibicoara e eu fui procurar uma lan house para eu acessar meu e-mail e achar o telefone do Uilians. Liguei para ele confirmando o horário para 6:00, saindo da pousada. Fomos na pizzaria Casa da Roça, que são dos mesmos donos da Pousada (Barbara e Daniel) para pegar informação de como chegar na pousada. A pousada fica no caminho para o Buracão e Fumacinha, e isso em termos de logística é ótimo. Acomodamos-nos na suíte, tomamos um belo banho e o Daniel preparou uma deliciosa refeição para nós. Estávamos morrendo de fome, nosso almoço tinha sido o pastel no Poço Encantado. Dormimos e eu tive a melhor noite de sono dos 10 dias anteriores.

O Daniel preparou um mega café da manhã: leite, café, panquecas de banana, banana cozida, suco de atemóia, aipim cozido, cuscuz, pães caseiros, nem me lembro mais de tudo. A trilha era longa e como estávamos um pouco atrasados não deu para curtir muito o café da manhã. O Uilians chegou de bike e seguimos de carro para o Sítio do Baixão por uma estrada de terra durante pouco mais de uma hora. Passamos no caminho pelo Capão Redondo, mas não paramos devido a pressa. Chegando lá, pagamos R$2,00 cada pela entrada na propriedade e guardamos o carro sob a sombra de umas árvores. Já estava bem claro, apesar do tempo nublado. Devia ser quase 8 horas. Iniciamos por uma trilha bem demarcada dentro da propriedade. O Uilians me explicou que a Fumacinha é formada por um rio apenas e o Buracão é formado pelas águas do rio que forma a Fumacinha mais outro rio. Por isso, o Buracão tem sempre mais água que a Fumacinha. A trilha basicamente margeia o rio, que estava bem seco. Há um trecho que cruzamos o rio com menos de um palmo de água, onde o UIlians falou que na época de chuva, já chegou a cruzar com a água na cintura. Ele me disse que em tempo chuvoso não faz a Fumacinha, pois as pedras ficam muito escorregadias e o risco de quedas é muito grande. Assim, as condições climáticas não poderiam estar mais propícias para fazermos a Fumacinha: não havia chovido nos dias anteriores e, portanto as pedras estavam secas, o nível do rio estava baixíssimo e o tempo estava nublado, sem sol na cabeça pra fazer a trilha. Ainda assim, minha esposa escorregou bastante e digo que para esta trilha é indispensável o uso de botas. Caminhamos por uma trilha por uns 40 minutos. A partir daí acompanhamos o rio, pulando de pedra em pedra até chegarmos na pedra lascada. A pedra lascada é um lasca enorme de pedra que serve de passagem para subir em direção à Fumacinha. É preciso se esgueirar e segurar na pedra para poder atravessar. O risco é cair na água ou sobre as pedras, mas não é muito alto. Depois de quase cinco horas de caminhada por entre os paredões do cânion, avistamos a catedral, que é a entrada da Fumacinha. Em volta dela, várias palmeiras. As pedras são pintadas de verde pelo musgo que se forma, já que a fenda é tão estreita que somente ao meio dia a luz penetra na Fumacinha. Naquele dia nublado, a água estava gelada e o tivermos que colocar um abrigo enquanto estivemos lá. Para chegar no poço formado pela Fumacinha é preciso uma escalaminhada um pouco arriscada, que se eu soubesse, talvez não levaria minha esposa até lá. Porém o Uilians me disse que já guiou um casal (acostumado a fazer trekkings) de 70 anos até lá! A Fumacinha é muito bonita, as fotos não reproduzem a beleza, é preciso estar lá para ter noção da grandeza do local. Acho que Catedral reflete bem a aura sagrada do local. Paramos para lanchar e uma hora depois estávamos voltando, pois mais 5 horas de caminhada nos esperavam. Na volta o Uilians nos mostrou uma nascente de água cristalina e potável (a água da Fumacinha, como a maior parte da Chapada Diamantina é cor de coca-cola. Enchemos o cantil que estava quase vazio (pus um comprimido de Clorin junto) e continuamos o pula pedras. Chegamos no “estacionamento” já no escuro, exaustos, o Uilians tinha dito que fazer esta trilha num dia só era muito desgastante, mas minha esposa não queria pernoitar no mato. Retornamos para pousada Casa da Roça, o Daniel já estava preocupado. O Uilians pegou a bike e ainda pedalou até o centro de Ibicoara. Para quem está acostumado como ele, a trilha não é tão desgastante, mas se vc não caminha 15 km por dia, vai sentir.... Aconselho fazer a trilha em dois dias até para curtir mais o passeio. A Fumacinha por cima tem uma paisagem de Gerais bonita, mas não sei se tem acesso na parte de baixo, que sem dúvida é a mais bonita.Naquele dia tomamos banho enquanto o Daniel nos preparou uma refeição vegetariana fantástica, com carne de soja ao cardamomo e abobrinha refogada. Dormimos bem cedo, pois no outro dia faríamos a trilha do Buracão.

No outro dia, levantamos mais tarde, pois a trilha do Buracão é bem mais light. Dirigimos por estrada de terra por 20 minutos e paramos próximo ao Mirante do Capão Redondo para umas fotos. De lá seguimos até o Parque Natural Municipal do Espalhado. Pagamos acho que R$4,00/pessoa para entrar lá. O relevo é bem plano e a paisagem bem bonita. Pelo caminho há poços e cachoeiras para banhos. No final da trilha é que tem um pouco de pedra e fica um pouco mais difícil. Mas para ter uma idéia, neste dia tinha um grupo de 20 ou 30 crianças de 10 – 12 anos que fizeram a trilha. O dia estava ensolarado, o que dificultava um pouco a trilha, mas aumentava a beleza do local. Fizemos a trilha em menos de duas horas. O ponto alto é nadar por entre o cânion para chegar no Buracão. Na época de muita chuva, é impossível fazer isto, pois o volume de água faz com que a correnteza impossibilite o acesso. O Buracão é a cachoeira mais bonita que já vi em toda minha vida. Dada a facilidade da trilha, é imperdoável que alguém vá até a Chapada e não conheça o Buracão. Quero voltar lá para descer de rapel. Na trilha para o Buracão, quase no final, minha esposa torceu o tornozelo. Foi até o Buracão, porém a 1 km de chegar no carro não conseguia mais andar e eu e o guia tivemos de nos revezar no cavalinho para carregá-la. Ela estava de papete, no dia anterior a bota tinha encharcado e nós dois estávamos de papete. Uma ironia do destino, pois a trilha do Buracão era extremamente menos exigente que a Fumacinha. Levei-a para o Hospital de Ibicoara, porém eles não tinham aparelho de raios-X. Em função deste imprevisto, decidimos pernoitar em Mucugê ( o plano inicial era ir para Lençóis). Chegando em Mucugê, fomos no Sabor e Arte, um restaurante excelente, que nós recomendamos. Aliás, recomendamos Mucugê, que é uma cidade muito charmosa e hospitaleira. Depois de alimentados, fomos para o Hospital de Mucugê. Depois de uma demora básica (normal em qualquer pronto socorro), fomos atendidos e o médico receitou uma injeção para tirar dor e uma guia de raios-X para fazer no dia seguinte. Eu já tinha uma relação de pousadas de Mucugê e ficamos na Pousada Monte Azul, que dá vista para o Cemitério Bizantino. O dono, muito simpático é um senhor alemão. Recomendamos a pousada, excelente custo benefício, o que achei de melhor nela é o café da manhã, só perdeu para o café do Hotel Canto das Águas.

No dia seguinte, minha esposa tirou a radiografia e não foi constatado nada de grave. Repouso e gelo. Ressalto que não pagamos nada no hospital. Fizemos o check out na pousada e fomos para Lençóis. No caminho, como não poderíamos caminhar por um bom tempo, passamos em Igatu. Demos uma volta de carro na cidade. Interessante. Passamos também em Andaraí na sorveteria Apolo. Decepção! Não recomendamos. O sorvete é ruim e o local é sujo. Chegamos em Lençóis, é uma cidade pequena e relativamente fácil de se orientar. Os guias se oferecem por todas as ruas. Fomos atrás da Pousada selecionada por minha esposa: Pousada Vila Serrano. A pousada é muito charmosa, minha esposa amou. É uma pousada onde havia muitos gringos e casais. Neste dia, almoçamos no restaurante Cozinha Aberta de slow food. Eu pedi um gnocchi de batata doce ao molho pesto e ela um prato com arroz, quiabo e purê de banana. Não achei o gnocchi ruim, mas achei muito caro e demorado. Então é um restaurante de slow expensive food. Não recomendo, mas faço uma ressalva que deve ter gente que goste. Jantamos num restaurante/lanchonete próximo a rodoviária e ao Banco do Brasil, que é self service. Comida razoável, suco muito gostoso, de lima, com bastante gelo.

No outro dia, como as trilhas estavam descartadas pelo entorse, alugamos um daqueles quadriciclos para fazer a trilha do rio Capivara. O passeio é meio caro, mas é bem divertido. Neste dia almoçamos no restaurante O Bode. Muito bom, excelente, recomendo muito. É uma comida caseira típica, muito bem feita, diria que foi a melhor refeição que fiz na Chapada. É do tipo self service por quilo, sou vegetariano e gostei muito de lá. Os que comem carne vão adorar. E pensar que quase não fomos lá, pois a placa do restaurante fica sobre um local fechado e imaginamos que ele estivesse fechado. Devidamente abastecidos, seguimos direto para o Ribeirão do Meio, pois minha esposa queria conhecer o tobogã natural. Tinha lido que era uma trilha de fácil acesso, próximo a cidade. A trilha é bem tranqüila, o difícil foi achar a trilha, pois não há placas sinalizando. A trilha inicia ao lado da pousada do Bosque. Descemos uma escadaria ao lado da pousada e caminhamos por mais de duas horas por uma trilha bem aberta e plana. No caminho vc passa por umas barracas que vendem artesanato, água de coco, cerveja, salgadinhos. Tinha deixado a carteira no carro e por isso comemos só o que levamos na mochila. O tempo estava quente e ensolarado e tinha bastante gente lá. Não estava lotado, mas pra deu para perceber que a trilha é bem freqüentada. No lugar formam-se poços rasos onde se pode fazer uma hidromassagem natural. Gostamos de lá, é um lugar para ir e relaxar. Na volta cruzamos com uma cobra na trilha. De lá, tentamos subir para o Pai Inácio, mas chegamos depois das 17 e não pudemos ir. Seguimos até Palmeiras por asfalto e depois para Caete-Açu e Vale do Capão por estrada de terra (21 km). Chegando no Vale por volta de 19:00, fomos na Pizzaria Integral do Capão. Estava frio o suficiente para quase todos estarem de blusa. Pedimos uma pizza salgada. A pizza tem massa fina, com mussarela, tomate, cenoura e um molho de pesto e azeitona. Se quiser, pode colocar mel apimentado. Fica bom! Resumindo numa palavra: DELÍCIA. Devoramos a pizza, tomando um suco de maracujá adoçado com mel. Por mim comia esta pizza todo dia lá no Capão. Minha esposa não gostou muito da pizza, porque só tinha duas opções de sabores: doce ou salgada. Mas comeu bem também porque a fome era braba. Voltamos para Lençóis, pois nossas coisas ainda estavam na pousada de lá.

Acordamos cedo, tomamos café e fomos subir o Pai Inácio. Chegando lá, o cara de uma ONG de Palmeiras explicou que não estava sendo mais cobrado a entrada e quem quiser doa o que quiser. Dei R$4,00 e subimos. É uma subida tranqüila, mas em função do entorse, subimos bem devagar e eu ajudava. Acho que leva uns 30 – 40 minutos a subida num ritmo bom.Chegamos ao topo, não havia ninguém. Ventava muito. Tiramos umas fotos, fizemos um lanche rápido e iniciamos a descida. Na descida já tinha um grupo de turistas subindo. Rumamos para o Capão, já conhecia o caminho e foi sossegado. Se o nosso carro não fosse vermelho, teria ficado, de tanta poeira que pegamos. No caminho, passamos na Casa das Fadas e entramos para conhecer. A pousada/restaurante italiano só abre depois das 14:00 e por isso quando chegamos estava fechado. Esperamos um pouco e quando nos viram, já abriram o restaurante. É um lugar fantástico, quem for a Chapada tem que conhecer. Minha esposa adorou a decoração, é realmente uma casa das fadas. Lá bate uma brisa do Vale, que me deu vontade de ficar ali pelo resto do dia, arrumar um quarto para dormir....Mas nosso tempo era escasso. Pedi uma massa ao molho pesto e minha noiva pediu uma lasanha de berinjela. Comemos, conversamos com a Nora, que acreditamos ser a dona da casa. O local nos lembrou muito da Pousada do Lado de Lá em Aiuruoca/MG. Explicando a Nora o acidente com o tornozelo de minha esposa, ela nos aconselhou a fazer a trilha de Águas Claras: não tem cachoeiras enormes, mas tem pequenas quedas de água clara, ótima para tomar banho, com trilha de acesso plana etc. Sabendo que não encontraríamos cachoeira comparável a Fumacinha e Buracão (exceto a Fumaça, que estava quase seca e que foi descartada pele declividade do acesso), parecia a melhor opção.

Dirigimos até o centro do Vale para achar a Pousada. Ficaríamos na Pousada Lendas do Capão, na rua dos Gatos. No centro, passamos num mercado, onde minha esposa foi atrás de Cheetos e comprou Micão (é um genérico local do Cheetos). Eu comprei sabonetes de argila e propólis e também mel orgânico produzido no Vale. Perguntamos da rua dos Gatos e fomos atrás da Pousada. Chegamos lá sem muita dificuldade, descarregamos o carro, tomamos um banho e voltamos no centro para jantar. Aonde fomos? Na Pizzaria Integral do Capão! Eu queria experimentar a doce de banana e castanhas. Não gostei. Passamos numa lojinha de roupa para ver presentes e eu passei na agencia Pé no Mato e combinei com a Luana, um guia para o dia seguinte às 9:00 para fazer Águas Claras. Ficou em R$90,00, total, duas pessoas, com veículo nosso. No dia seguinte às 9:00 buscamos o nosso guia, Seu Zé Maria na Pousada Pé no Mato. Seguimos de carro por 20 minutos e então estacionamos o carro debaixo de uma árvore. De lá seguimos por uma longa, mas agradável trilha, contornando o Morrão, até chegar a Águas Claras. No caminho, a vegetação de Gerais, com campos de Sempre Viva balançando ao sabor da brisa do Vale, é um espetáculo da natureza. A Nora disse que a trilha é um condensado da trilha pelo Vale do Pati e acredito que seja mesmo. Ao contornar o Morrão, chegamos em Águas Claras, para um banho de água cristalina, coisa rara na Chapada Diamantina. Comemos um lanche lá, vimos as piabinhas que vivem lá comerem Club Social e rejeitarem o Micão. O lugar é bem legal e o tempo ensolarado ajudou. Eu e minha esposa nos divertimos muito nesta trilha e os causos do vascaíno Seu Zé Maria são impagáveis. Gostaria de um dia acampar em Águas Claras. Retornamos porque tínhamos que voltar, pegar mais estrada, pois iríamos pernoitar em Lençóis, para evitar duas horas de viagem que seriam somadas às cinco horas de viagem entre Lençóis e Salvador. Chegando no centro do Vale do Capão, a caminhada nos deu fome e fomos atrás de comida. Devia ser umas 15:00, quase 16:00. O Seu Zé Maria nos indicou o Restaurante da Belli no centro. O local é limpo, banheiro super limpo, comida caseira, pagamos acho que R$8,00 por um PF com ovo frito. Melhor custo benefício de toda viagem em restaurante. Recomendo! Comida muito bem temperada, me deu até água na boca.....Com aperto no coração, sem conseguir visitar o Lothlorien, nos despedimos do Vale.

Naquela noite, minha esposa queria pernoitar na Pousada Lagoa das Cores, que fica na estrada entre Palmeiras e o Vale. Convenci a desistir e em troca poderia escolher qualquer lugar em Lençóis. Ela escolheu o Hotel Canto das Águas e então lá fui eu negociar nosso pernoite lá. Chegamos lá sujos de poeira da estrada até dentro do ouvido. Peguei o apartamento mais simples, por um preço que considerei muito bom. O hotel é excelente, comparado com as pousadas de Lençóis. Obviamente não é uma opção para mochileiros. Mas queria que ela tivesse ao menos uma noite da nossa lua de mel num lugar bacana. No dia seguinte, o melhor café da manhã de toda viagem, com direito a bolinho de chuva frito na hora, vários tipos de sucos, bolos, pães, comidas típicas e vista para o rio que corta Lençóis. Desfrutamos do café, fizemos o check out e caímos na estrada em direção a Salvador. O tempo estava fechado e pegamos alguma garoa na estrada. Voltamos por Ipirá e foi a melhor coisa. A viagem rendeu e quase não pegamos trafego pesado. Quanto a Salvador, o que posso falar é que o povo dirige que nem maluco lá.

Gostaria de agradecer aos colaboradores do site Mochileiros pelas inúmeras informações compartilhadas, nominalmente a Frida que está direto postando dicas para a galera interessada na Chapada. O planejamento desta viagem foi baseado em todas as experiências divididas pelo site. No que eu puder ser útil, fico a disposição. Abraço a todos!

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  • Membros de Honra

Ahhhhh Humberto!!!!

 

Que maravilha esta trip hein?!!!!

Poxa, que pena este poequeno acidente com o tornozelo de sua esposa, pra fazer trilhas realmente fica complicado.

 

A Chapada Diamantina é linda demais!!! aquela estrada de Feira de Santana até o Paraguassu (BR 116) é o fim!! muito caminhão na pista, chega dar medo! perdemos um colega fa faculdade semana passada neste trecho.

 

Espero que vc possa voltar e passar mais uns dias no Vale do Capão, se for feriado, com certeza estarei por lá e posso condizí-los para as várias trilhas, sem cobrar nada!!!

 

abraços!!!

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