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Fala pessoal, demorei mais comecei o relato. Fazem 2 anos que fiz e por isso esqueci de alguns nomes, mas está bem descritivo.

 

O sonho de conhecer Machu Picchu começou quando fui com 2 amigos no cinema assitir Diários de Motocicleta, história onde Che Guevara visita o lugar durante sua viagem pela America do Sul. Não sou fã dele, mas fiquei apaixonado pelo lugar.

 

Depois de alguns anos tomando coragem, juntando dinheiro e de várias horas lendo aqui no mochileiros, reuni todas as informações que achei necessárias e comecei minha viagem pela Bolívia e Peru.

 

Antes de começar, comprei alguns equipamentos por aqui mesmo. Uma mochila 70+10 e cantil comprei na Decathlon de Campinas-SP. Botas comprei pela internet! Juntei as tralhas sem muita roupa e fui até Guarulhos embarcar num voo da LAN para La Paz com partida as 19h da sexta-feira 9 de abril 2010.

 

1 Dia – Embarcando Guarulhos-SP

Chegando no aeroporto despachei as malas e fui pra área de embarque, voo tranquilo até Santiago (sim, tinha uma escala o que me garantiu um preço melhor). Passei a madrugada toda dentro da ala internacional esperando o voo para La Paz, tinha esquecido de pegar blusa de frio e como ali em Santiago faz frio ::Cold:: , passei a noite mais fria da minha vida sem ter pra onde correr. Logo quando a primeira loja de departamentos do aeroporto abriu eu comprei uma blusa, pagueu 25.000 pesos chilenos que eu nao fazia nem idéia do equivalente em reais, ali naquela hora não fazia diferença pra mim se eram 50 ou 500! Estava morrendo de frio. Mais tarde fiquei aliviado em saber que nao foi tanto dinheiro assim. E aprendi a lição! Sempre carregue uma blusa na mochila. Entre Santiago e La Paz ainda fizeram uma parada em Iquique, mas nem precisamos descer do avião.

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2 Dia – La Paz

Cheguei em La Paz as 10h da manhã do sábado. No aeroporto você não tem aquelas plataformas de desembarque, tem que ir andando do avião até a portaria da receita federal. Nesse caminho de 2 minutos eu quase desmaiei com a altitude, mas foi só respirar fundo que ficou tudo certo.

 

Passaporte carimbado, peguei minha mochila na esteira e fui trocar dólares. Troquei 100 dólares por 710 bolivianos no quichê do aeroporto. Peguei um taxi ali no aeroporto mesmo (50 bolivianos até o centro), preço é alto, saindo do aeroporto voce acha taxis na rua por 20 ou menos, que fariam esse mesmo trajeto. Fui até o Hotel Torino, bem indicado aqui no site. No caminho fiquei impressionado com o trânsito e as casas, não achei nenhuma com acabamento, mesmo no centro da cidade, tinta é luxo. Sabia que não era uma cidade que ostentava alguma coisa, mas esperava um pouco mais. Outra coisa é o cheiro que a cidade tem, muito diferente do acostumado.

 

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Chegando no Hotel Torino a conversa é outra, o bairro também. O hotel é antigo e enorme, piso de madeira que é lixado diariamente e grandes colunas estilo colonial. Peguei quarto privado com banheiro, 80 bolivianos a diária. Subi para o quarto (4 lances curtos de escada) que me deram um cansaço do cão. Arrumei minhas coisas e como já era hora do almoço desci na recepção e perguntei onde conseguiria um bom almoço, eles me indicaram o próprio restaurante do hotel.

O restaurante do hotel é bem arrumado, tem o prato do dia e guarnição para se servir de saladas com uma sopa de entrada.

Por sorte o prato do dia era truta, pedi junto uma Paceña(cerveja tradicional) para experimentar. A truta veio acompanhada de um arroz que parecia ser integral e um purê de mandioca bem consistente. Logo na terceira garfada da salada eu me lembrei de ter lido no site para evitá-las, pois a água de lá não bate muito bem no nosso estômago desacostumado, deixei ela de lado. Aquele foi o melhor peixe que já comi na vida, muito bem preparado. As mesas do restaurante ficam num espaço aberto com um pequeno palco onde tinham 3 senhores muito bem vestidos tocando músicas bolivianas, o restaurante é bem frequentado por pessoas de fora do hotel também, na parte de cima onde ficam os quartos existem bandeiras de vários países inclusive a nossa, muito bonito o lugar.

 

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Depois do almoço fui correr atrás do que fazer, fui até a agência do próprio Hotel Torino(fica do lado de fora do hotel, colado a ele, uma portinha pequena). Logo pedi pelo passeio do Salar de Uyuni, e fui alertado que nenhuma agência estava fazendo o passeio pois devido a uma manifestação dos professores estavam bloqueando as estradas, a coisa tava num nível feio por lá. Na hora que ela falou isso fiquei sem chão, esse era com certeza o passeio mais esperado a ser feito. Ela ainda me disse que eu poderia ir para Uyuni por conta própria e de lá fechar com agências locais o passeio. Resolvi não arriscar pois iria perder muitos dias caso não desse certo (pior decisão da viagem, deveria ter ido, mais tarde encontrei um brasileiro no Peru durante o city tour fazendo o caminho inverso e ele foi numa boa ao Salar).

Ali mesmo com ela eu fechei o passeio ao Chalkantaya e o passeio de mountain bike pela trilha da morte para o dia seguinte.

Dei algumas voltas ao redor do hotel, que fica a uma quadra da Plaza Murillo, muito tradicional, me impressionou a quantidade de pombos que ficam nessa praça. Em frente fica algum predio do governo onde estavam fazendo a troca de guardas, um ritual em tanto.

 

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Depois de muito caminhar voltei para o hotel e encontrei com um brasileiro que estava hospedado no Wild Rover (hostel que fica perto do Torino), ele me falou muito bem do hostel, é mais frequentado por jovens e tem festas todas as noites. O dono é um escocês (ou irlandes não lembro), e fazem excelentes hamburgers. Ficamos conversando ali no lobby do Torino até tarde da noite e fomos dormir.

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3 Dia – La Paz – Descida da Morte

 

Acordei cedo na manhã do domingo esperando o taxi vir me buscar para levar até a agência que faria o passeio de mountain bike. O taxista chegou em ponto, as 8h da manhã e me levou a algumas quadras dali na agência que iria fazer o passeio, o dono da agência me levou até a cozinha onde tinha uma mesa posta de café da manhã. Ali na mesa estavam um japonês e um americano tomando café da manhã, logo chegaram 3 irmãos australianos e juntaram-se a nós no desjejum. Logo depois o dono da agência nos explicou como funcionariam as coisas, basicamente tinhamos que assinar um termo onde éramos responsáveis por qualquer coisa que acontecesse, se morressemos, problema nosso. Também cada cada parte do equipamento que fosse quebrado ou perdido seriam cobrados 20 dólares. Luvas, capacete, joelheira, cotoveleira, qualquer coisa, 20 a peça. Subimos na van, colocaram as bicicletas em cima e partimos montanha acima. As 9h30 já estávamos no alto da montanha e prontos pra descer, primeiro algumas instruções básicas de como proceder na descida e, tome ladeira abaixo. Ali o cuidado não pode ser pouco, basicamente é uma serra, pista estreita, vento lateral fortíssimo e um abismo do seu lado. Qualquer freiada mais forte na bicicleta é um adeus. Adrenalina total!

 

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Aos poucos o lider ia parando e nos explicando os trechos que iriamos enfrentar, também faziamos paradas para comer alguma coisa que a agência havia levado, lanche e coca-cola e barras de cereais com chocolate. Perto das 12h tinhamos acabado a descida e paramos numa chácara que acredito ser de alguém da agência. Ali a esposa do líder havia preparado um almoço pra gente, pudemos tomar uma ducha com toalhas fornecidas por ela e cair na piscina. Ficamos conversando o resto todo da tarde e descobri que os três irmãos australianos estavam fazendo uma viagem juntos porque a anos não se viam, cada um tinha ido para um canto do mundo estudar e tinham acabado os estudos na mesma época. Bem legal conhecer a história da vida de tantas pessoas durantes essas viagens.

 

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Depois de algumas horas conversando, sentado a mesa do lado de fora da casa, eu senti um desconforto nas pernas, olhei para baixo e vi vários mosquitos pequenos como se fossem pernilongos, minha panturrilha estava toda picada (isso me matou na trilha Salkantay mais tarde porque doia pra caramba e, ainda por cima fui motivo de piada durante a trilha porque ninguém acreditava que haviam mosquitos em La Paz por causa da altitude, o que acontece é que ali era um matagal que só vendo.) mas na hora eu não senti nada.

 

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Final da tarde a van nos leva de volta até a agência e de lá a gente se vira pra voltar pro hotel. Durante a volta passamos por um grupo de bolivianos que estavam voltando do trabalho e pediram carona, muito solícito o dono da agência disse que poderiam ir, mas que tinham que se virar pra subir em cima da van! Loucura, e todos foram, até alguns pendurados na parte de trás. Quando chegamos de volta a agência, nos deram uma camiseta e nos ofereceram a venda de um CD com as fotos que o motorista ia tirando por onde passávamos, resolvi não comprar, mas fiquei com a camiseta. Caminhei um pouco por ali até encontrar um taxi disponivel que me levasse de volta pro hotel, estava bem cansado. Ali nas ruas tinham vendedores de tudo, principalmente comida, e eram 19h da noite. Achei um taxi que me levou para o Torino, bagatela de 10 bolivianos. Tomei um banho quente e desci no café do Torino para usar a internet e ligar para casa. Aproveitei ali perto do Torino e fui até o Hotel Glória, um hotel bem chique mas bem mais caro, onde o quarto custa 350 bolivianos, ali na recepção eles fazem troca de dólares, troquei mais 50 dólares por 350 bolivianos e voltei pro hotel. Comprei uma garrafa de água e subi pro quarto.

 

Antes de começar minha viagem peguei uma dica de agência de turismo em Cusco com um amigo que a poucos meses tinha feito essa viagem, ele me indicou a PeruinfoCusco, uma agência de um brasileiro que mora por lá chamado Ricardo. Enquanto estava na internet do Torino, falei com o Ricardo por MSN que dali 2 dias estaria chegando em Cusco, ele me indicou a agência de ônibus que eu deveria pegar na rodoviaria de Puno para Cusco e disse que como eu iria chegar lá apenas as 4h da manhã, iria mandar alguem pra me receber.

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4 Dia – La Paz - Chalkantaya

 

No outro dia cedo fomos fazer o Chalkantaya. Percebi ali o quanto estava despreparado para subir qualquer montanha. Semanas antes da viagem eu estava me preparando e até participando de corridas de 10 km, nada adiantou naquela hora. A altitude quando te pega, pega de jeito. O passeio foi bem legal, mas dispensável, com certeza a descida da morte foi mais empolgante. Na volta eu decidi optar por outro hostel e fui ao Wild Rover onde o brasileiro tinha me indicado, astral de lá é muito diferente e já fui recebido com festa pra variar. Uma pena que só iria passar uma noite, se tivesse outra oportunidade iria ficar ali todos os dias.

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5 Dia – La Paz a Puno

 

Na manhã seguinte nao esperei pelo café e já fui pegar um taxi para a rodoviária proxima ao cemitério. Fui decido a ir direto a Puno. Aqui muitas pessoas vão para Copacabana conhecer a Isla del Sol, achei melhor ganhar um dia e passar reto por Copacabana. Fui até um dos quichês e comprei uma passagem para Puno, logo depois fui trocar os bolivianos que me sobraram por pesos num casa de cambio amarela ali na rodoviária. Mais tarde quando estava embarcando o motorista do ônibus disse que eu deveria ir ao quichê central dali para pagar a taxa de uso da rodoviaria e receber o carimbo no bilhete para poder embarcar, fui até lá e adivinhem, só aceitam bolivianos! Por sorte era um valor simbólico de 2 bolivianos e eu tinha algumas moedas no bolso que estava guardado de recordação, ficaram só na memoria, acabei economizando em outro cambio.

 

Durante a viagem a Puno tivemos que descer na fronteira da Bolivia-Peru para carimbar os passaportes e, para o ônibus passar por uma inspeção de bagagem. Demorou mais de 1 hora e ficamos conversando ao sol próximos da fronteira. Tudo certo e prosseguimos viagem. Trajeto sensacional, margeando o Lago Titicaca pude tirar algumas fotos de dentro do ônibus. Chegamos na rodoviária de Puno por volta das 14h, a rodoviária estava vazia mas tinham várias lojinhas abertas. Fui até o guichê da empresa de ônibus que o Ricardo da PeruinfoCusco tinha me indicado, do qual não me lembro agora o nome e comprei meu ticket. De passagem comprada fui até a praça de alimentação na parte superior da rodoviária, mas desisti de comer alguma coisa ali, basicamente o que todos os restaurantes serviam era pollo (frango) frito com acompanhamento, e eu com certeza não estava procurando fritura naquele momento.

Fui até uma lan house para ver meus emails e liguei novamente para casa, comprei um pacote de Doritos, uma banana e uma maça que foram meu almoço. Fiquei conversando com um homem que trabalhava ali na rodoviária que me indicou um passeio para as Islas Flutuantes que dura apenas 3h30. Como eu ainda tinha tempo de sobra até a saída do onibus (apenas as 19h30), resolvi fazer o passeio. Dica: Existem diversas empresas de ônibus que fazem o trajeto La Paz-Cusco direto. A agência que faz o passeio fica ali na rodoviaria mesmo, deixei minha mochila numa sala deles que fica trancada e uma van nos levou até um barco onde partimos para as Islas Flutuantes do lago Titicaca.

 

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Já conhecia a historia das ilhas mas achei muito interessante eles nos explicando como eram feitas, entrelaçando as palhas muito resistentes que nascem no próprio lago. Um argentino mais louco pagou para dormir ali nas ilhas, garanto que não senti a menor vontade, até porque fazia um frio danado. Voltamos para a rodoviária com as vans e fiquei aguardando o ônibus, valeu a pena conhecer as ilhas.

 

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Embarcamos, sentei na minha poltrona, mochila de ataque no colo, blusa fechada, coloquei a cabeça no encosto, fechei os olhos e tive a benção de um peruano falador sentar ao meu lado e ficar puxando papo. Para o meu azar, numa das perguntas dele eu mencionei que era analista de sistemas, e olha como o destino é...ele era programador! Achei que ele iria arrumar papo para a viagem toda e por isso disse que estava muito cansado da viagem e precisava dormir. Sem problemas, ele entendeu.

 

Chegamos na rodoviária de Cusco perto das 4h da manhã e estava vazia, só então caiu minha ficha e pensei comigo...”que agência de turismo manda um funcionário as 4h da manhã pegar um possível cliente na rodoviária?” Eu tinha conversado apenas 1 vez com o Ricardo e não tinha dado nem 1 centavo pra ele. Comecei a ficar preocupado, vi que algumas pessoas estavam negociando com taxistas que estavam cobrando 50 soles por uma corrida! Um absurdo. Fui até a saída da rodoviária e um rapaz de no máximo 16 anos me abordou perguntando se eu era o Leonardo! Para minha surpresa era o rapaz que o Ricardo tinha mandado me buscar. Abri um sorriso do tamanho do mundo, comprimentei-o e ele me levou até fora da rodoviária caminhando. Achei aquilo meio estranho, pensei que ele tivesse de carro mas não. Logo que saimos da rodoviária eu vi dezenas de taxis passando pela rua, Cusco é uma cidade que não faltam taxis! Mesmo as 4h da matina. Ele parou um carro que nos levou ao hotel que a agencia tem parceiria, no caminho passamos pela plaza de armas que é fantastica a noite e logo paramos em frente ao hotel, desci e vi que ele pagou 2,5 soles pela corrida. Isso mesmo, na rodoviaria cobravam 50 soles, ali ele pagou 2,5 (dois e cinquenta). O hotel fica numa das ruas da praça de armas, a apenas 20 metros, é um hotel 4 estrelas com a diária do quarto privado a 40 doláres (com o desconto da agencia), nome do hotel é Hatun Wasi, muito bom! Ele me deixou ali, me ajudou com o checkin e me mostrou onde ficava a agencia da PeruInfoCusco para eu ir lá no outro dia fechar os passeios. Fui para o meu quarto, tomei um belo banho quente e deitei numa cama de dar inveja a viagem toda, lençois e fronhas de algodão que não me lembravam nada dos hoteis de La Paz, apesar que as camas do Wild Rover eram muito boas.

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6 Dia - Cusco

 

Como parte do acordo no checkin eu não teria direito ao café da manha no dia seguinte, pois a diária que eu pagaria entrando as 5h da manha nao tinha sido cobrado. Isso não foi problema nenhum, sai do hotel e fui até a praça de armas, logo na primeira esquina tinha um resturante servindo café da manhã, pedi o café da manhã americano que vinha com pães, manteiga, geléias, ovos mexidos, café com leite e suco de laranja, que por sinal estava delicioso. Depois do café fui até a agencia da PeruInfoCusco que fica muito perto da praça de armas, ali conheci pessoalmente o Ricardo e o Niko, que é peruano e sócio do Ricardo. Ele me contou a historia da agencia e me deu dicas de ouro. Me mostrou os pacotes que a agencia oferencia, fechei com ele a trilha Salkantay $170, o City Tour $20 e um rafting no rio Urubamba $40. Ele me deu um folheto da agencia com um mapa de ruas e pontos importantes feito pela propria agencia. Ali no mapa ele marcou onde eu deveria trocar doláres (na LAC lugar seguro e garantido que fica no começo da Av. Sol, perto da praça de armas) e, me mostrou onde tinha um restaurante com comida muito parecido com a brasileira, o Antojitos.

Disse a ele que para a trilha eu iria precisar de saco de dormir e bastão de caminhada, que a agencia mesmo aluga. Eu perguntei onde poderia comprar roupas para trilha, ele pediu para o rapaz que foi me buscar na rodoviária me acompanhar até os lugares fora dos turistas para eu comprar.

Caminhamos algumas quadras e subi numa loja no segundo andar junto com ele. Confesso que eu não li qual o nome do lugar, experimentei uma calça que vira bermuda da Columbia e um anorak da North Face. Os dois sairam por 130 soles!

Almoçamos no Antojitos e experimentei da Inka Cola. Muito bom, tem um sabor tuti fruti e cor amarelada forte que lembra outra coisa mas é interessante e gelada fica muito boa.

Ricardo havia me dito que era melhor eu esperar mais um dia para fazer a trilha, porque um casal de brasileiros que estava também hospedado no Hatum Wasi tinha fechado com eles para fazer a trilha nessa dia. Aceitei e aproveitei o proximo dia para fazer o rafting. Durante a noite estava passeando pela praça de armas e fui abordado por um homem alto de sobretudo que começou a falar portugues comigo com sotaque, perguntou o que eu estava procurando, disse que procurava uma farmácia e ele me indicou onde tinham algumas, logo em seguida ele chegou mais perto de mim, e sem qualquer discrição e em tom alto perguntou se eu não queria comprar maconha ou qualquer outra coisa. Logo de prontidão eu disse que não usava e não queria e comecei a andar em direção do hotel, dei dois passos e olhei pra trás pra ver se o homem me seguia ou se continuava ali, e vi que a poucos metros dele tinham 2 policiais o encarando. Achei muito estranho mas queimei o chão dali.

 

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Foto: Plaza de Armas a noite

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7 Dia – Cusco – Rafting no Urubamba

 

No dia seguinte eu acordei cedo e fui tomar o café do hotel. Muitas frutas e sucos. O café deles é concentrado, voce tem que misturar na água quente. Nada parecido com o brasileiro, e eles também não tem pão frances, apenas um pão sírio. Desci para a recepcao e fiquei esperando a van me buscar para fazer o rafting. Um homem apareceu chamando meu nome e me levou a pé até metade da Av. Sol, onde tinha um onibus com várias pessoas esperando para ir até o rio. Durante o caminho ao rio eu contei a historia da noite anterior do cara me oferecendo drogas para um casal de brasileiros que estava no banco ao lado, o guia ouviu e nos alertou que essas pessoas que oferecem drogas tem parceria com a policia, eles oferecem a droga, se voce compra, ele da o sinal para os policias te abordarem, os policiais vão te arrancar qualquer dinheiro que voce tenha para nao ser detido por posse. Fica a dica! Chegando ao rio tivemos instruções de como proceder de dentro dos botes e descemos corredeira abaixo. No meu bote tinham mais um casal de brasileiros, 3 israelitas e o guia.

 

Foi um verdadeiro parto fazer com que os dois brasileiros que nao falavam nada de ingles entendessem as instrucoes que o guia ia falando, sempre remavam sentido contrário e na vez errada, mas foi divertido. Eu fui de tenis que seca rapido mas molhou demais, fiquei preocupado depois porque sabia que nao teria tempo de saca-lo antes de começar a trilha no dia seguinte. Depois da descida ficamos numa chácara beirando o rio onde tivemos um almoço muito bom antes da volta a praça de armas. A chacara também contava com uma sauna onde o pessoal se divertiu pra caramba, principalmente as israelitas!

 

De volta pro hotel ja a noite eu fui até um ATM na praça de armas sacar alguns soles, pois iria precisar para a trilha, comprei algumas barras de cereais, lanterna com pilhas e fiz umas ligações. Tinha combinado com o Ricardo que o guia da trilha iria nos visitar naquela noite no hotel para explicar o plano do trajeto da trilha e tirar dúvidas, como o casal de brasileiros também estava hospedado ali no hotel, combinamos as 20h de nos encontrar no hotel. O Niko acompanhou o guia e levou meu bastão e saco de dormir, tiramos nossas duvidas e ele nos explicou o que nos aguardava, como pegar os tickets, passagem de volta de MP para Cusco entre outras coisas. Para aproveitar a noite, fui a umas baladinhas na praça de armas. A praça de armas é envolto de sobrados, quase todos os sobrados na parte superior são restaurantes e bares que a noite viram baladinhas e barzinhos com musica ao vivo para os turistas. O mais legal é que é gratuito para entrar, e alguns até servem uma bebida de graça, só pedir. Então voce pode alternar entre os lugares sem gastar nada. Não fiquei muito tempo mas conheci vários estabelecimentos, sabia que tinha que acordar cedo no outro dia para a trilha. Voltei para o hotel e pedi na recepcao que me acordassem as 5h da manhã. Tinha que estar em pé na recepcao as 6h para a van que nos levaria a trilha.

 

Subi pro quarto e aproveitei pra arrumar minha mochila e coloquei apenas o necessário na minha mochila de ataque (que eu pretendia levar apenas para a trilha). Desci, deixei minha mochila cargueira no deposito do hotel, do qual eu pretendia voltar depois da trilha e fui dormir.

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8 Dia – Cusco – 1 Dia Trilha Salkantay

 

Na manha seguinte acordei com o despertador do meu relogio, e logo em seguida me ligaram da recepção para me acordar. Tomei um banho, me vesti e desci para a recepçao. Tomei 2 copinhos de chá de coca da recepcao que estava muito bom e logo o casal desceu também. O guia chegou ao hotel e pegamos a van cheia de aventureiros já. Subimos de van até Mollepata com o sol nascendo e chegamos a uma hospedagem para tomar café da manhã, pão com manteiga ou geléia e café com leite.

 

Demoramos um pouco a sair pois a quantidade de mochilas que o pessoal tinha levado para os cavalos carregarem estava abusiva. O guia tinha nos alertado que apenas 20kg por pessoa o cavalo levaria, mas ali claramente muitas pessoas tinha mais de 40kg ou mais de uma mochila. O pessoal arrumou mais cavalos e partimos caminhada pela aldeia. Como eu tinha levado apenas minha mochila de ataque, deixei ela com os cavalos, peguei apenas meu cantil de água, bastoes e minha maquina fotografica e algumas coisa que cabiam no bolso e fui sem nada nas costas.

 

O primeiro dia é bem tranquilo, caminho bem batido de rua de terra com subidas e um sol escaldante. Visual médio. Paramos para almoçar um gramado. Uma sopa deliciosa e suco com um manjar de sobremesa.

 

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Foto: Trilha do primeiro dia após almoço.

 

Continuamos pela trilha que ficou mais dificil, com subidas que precisei parar várias vezes, depois mais tarde fiquei sabendo que pegamos um atalho pela demora com os cavalos na partida e por isso tivemos que enfrentar umas subidas ferrenhas que não estava no plano inicial. Mas nada que matasse alguém. Passamos por um grupo de pessoas que mais parecia um clube de sindicato e chegamos ao acampamento do primeiro dia as 18h, ainda estava claro. O acampamento fica no pé da montanha Salkantay. Era coberto por lona e sustentado por vigas de madeira. Dentro estavam organizados 2 mesas grandes compridas e várias barracas alinhadas. Tivemos pipoca, uma sopa de legumes e um macarrão parecido com noodles. Ficamos conversando nas mesas até tarde da noite, ali fora tinham dois banheiros mas sem chuveiro ou eletricidade. Escureceu cedo e agradeci por ter comprado uma lanterna, pude arrumar as coisas dentro da barraca sem problemas e também meu saco de domir. Por sorte, fiquei sozinho na barraca, que era pra ser para 2 pessoas.

 

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Foto: Acampamento montado após o primeiro dia de caminhada.

 

Dormi muito fácil, não tive problemas com a falta de travesseiro, já que usei minha mochila por baixo do encosto do saco de dormir.

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9 Dia – Cusco – 2 Dia Trilha Salkantay

 

Na manhã seguinte um dos guias nos acorda de barraca em barraca oferendo chá de coca. Olhei para o relogio eram 5h30 da manhã. Abri a barraca e o cara sorridente me serve um copo de plastico descartavel cheio até o boca de chá, o engraçado é que ele ficou esperando eu virar para ver se eu queria mais. Achei que um copo era muito mais do que suficiente e, aparentemente nao era opcional.

 

Levantamos, nos vestimos, usamos o banheiro e fomos para o café da manhã. Paes com manteiga, café e, chá de coca. Ganhamos um kit lanche com um pão integral, uma maça e um yogurte.

 

Começamos a trilha do segundo dia subindo a montanha Salkantay, esse segundo dia foi realmente dureza. Depois de 30 minutos de caminhada eu sentei e nao queria mais levantar, tomei quase meio litro de água e estava me arrastando. O guia me disse que estavamos quase chegando no começo da montanha. Pensei comigo....se estávamos chegando no começo da montanha, o que era essa subida toda até agora. Resolvi que ali não era hora de pensar e me concentrei um passo após o outro. Quando mais tentava não pensar, mais eu pensava. Pensava em uma praia, na minha cama, num churrasco em casa, basicamente eu pensava em tudo que pudesse piorar a sensação do momento.

 

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Até que chegamos na base da montanha salkantay, e uma vista maravilhova em a tona com alguns feixes de sol. Várias montanhas nevadas com pedras a deriva e um riacho na base das montanhas. Devo confessar que aquela paisagem alegrou meu dia. Até o momento não tinha visto nenhuma bela paisagem, mas a partir dali o cenário mudou completamente. Os olhos se alegraram, mas as pernas quase choraram.

 

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Começamos subindo a montanha Salkantay com um joelho se erguento após o outro, não estava fácil, e para piorar, era em zigue-zague. Depois de 3 horas de subida chegamos no topo do Salkantay, 4600 metros acima. Ventava muito e enchia os olhos de poeira. Ali no topo era comum que levassemos uma pedra e colocavamos na pilha de pedras que ali existia, fazendo um pedido e uma reverencia a montanha, agradecendo pela sucedida subida e pela proteção na descida. O vento era tanto que eu só queria começa a descer. Nessa hora fez-se necessário o uso do bastão, cada firmada de pé a perna bambeava e o bastão ajudava a não cair.

 

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Descemos a montanha e montamos um acampamento improvisado para o almoço, sopa de legumes estava uma delicia, tudo na trilha parecia uma delicia de tanta fome que estavamos. Depois do almoço foi mais tranquilo, uma descida não muito acentuada. Fui seguindo dois suíços que tinham acabado de voltar de um trekking no Nepal de 11 dias. Eles eram muito rapidos, eu ia acompanhando suas pisadas e ritmo, não tinha erro. Chegamos no acampamento do segundo dia, numa chácara que já tinha uma estrutura melhor, um banheiro, ainda sem chuveiro ou eletricidade, mas era coberto de madeira e tinha um bom espaço para refeições, tinha também uma venda, onde era possivel comprar alguns salgadinhos, cervejas, gatorade e água.

 

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Foto: Venda no acampamento ao final do segundo dia de caminhada.

 

Chegamos e vimos as barracas já prontas, escolhemos as nossas e pagamos nossas mochilas que os cavalos haviam trazido junto com o cozinheiro e o ajudante. O resto da turma chegou mais de meia hora depois.

Quanto o pessoal chegou fomos até o lugar das refeiçoes e novamente tivemos pipoca, também tinha uma espécie de doritos, porem sem sabor ou tempero, e uma geléia de abacaxi quente que acompanhava o doritos que estava muito bom!

 

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Ficamos até altas horas conversando, um trio de amigos americanos apareceu com uma garrafa de Ballantines que foi a alegria. Ficamos ouvindo musica, do iPod de alguem e conversando. Ali naquela mesa percebi que tinha gente de todo o canto do país, e o pessoal que mais agitava o lugar, eram os brasileiros.

 

Novamente eu fui dormir sozinho na barraca, sabia que o terceiro dia era mais tranquilo, tinhamos sido havisados que o terceiro dia era apenas metade do dia de trekking e a outra metade para descanso.

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10 Dia – Cusco – 3 Dia Trilha Salkantay

 

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Logo cedo, acordamos desta vez as 7h, tomando chá de coca. Nos servimos do café da manhã e pegamos nosso kit lanche. Começamos a caminhada e paramos depois de uns 10 minutos, o guia nos advertiu que era necessário passar repelente por causa dos mosquitos, que ali estariamos entrando numa parte da selva. Passamos repelentes e continuamos a caminhada, uma caminhada suave, chao batido e logo chegamos em Santa Teresa. Uma aldeia bem estruturada, com campo de futebol, escola e um camping. Ali tivemos nosso primeiro banho, porem o chuveiro eletrico era desligado. Tinha uma grande venda e fizemos ali uma festa após o almoço. O pessoal até arriscou jogar uma partida de futebol com os nativos, logo depois estavam deitados no chão com Oxishoot(é uma bomba de ar, parecido com um spray de oxigenio) na boca.

 

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Foto: Pessoal que arriscou um futebol ao final do terceiro dia. ::putz::

 

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Foto: Essa placa estava ao lado da quadra da foto acima ::otemo::

 

Tomamos o estoque todo da venda da senhora de Cusqueña (melhor das cervejas Peruana) e partimos para a Pilsen, é uma cerveja inferior vendida numa garrafa de 900ml. Fomos dormir, mas desta vez um americano dividiu a barraca comigo, tinha tomado tanta cerveja que capotei.

 

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Foto: Sentados a mesa a frente da venda onde o estoque do Cusqueña acabou.

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