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Relato do primeiro mochilão (Chile) Bolívia e Peru


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Oi Aletucs, obrigada pelos elogios e pela informação sobre o burguer king, vou vorrigir no meu blog também.

Não postei aqui sobre a isla del sol? achei que tivesse, vou colocar, pois já postei no blog.

Agora, como asim pediu em casamento lá? meu deus, que sonho! eu amei demais o lugar, quero tm voltar. e eu tenho um blog sobre casamento também, então achei sua história o máximo. Escuta, nao quer mandar a história desse pedido pra mim? Eu ia adorar publicar no blog.

Os meus blogs são viajesim.com e a apalavraesim.com e meu email falecomsim@gmail.com

Espeor que vc tope contar sua história pros meus leitores!

abs,

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Relato sobre a Isla del Sol, que eu não tinha postado:

 

 

Isla del Sol - não roube, não minta, não seja preguiçoso

 

Enfim, no meio da tarde, estávamos na Isla del Sol, bem no meio do Lago Titicaca. Aquele lago que sabíamos desde a 5ª série ser o lago navegável mais alto do mundo, na fronteira entre Bolívia e Peru. De fato podíamos sentir a altitude de mais de 3,8 mil metros nos afetando. Mas nossos espíritos também estavam afetados, não apenas pelo cansaço da viagem, mas também pela expectativa para conhecer de perto o berço da civilização inca.

 

Poderíamos dizer também que estávamos sob influência de alguma energia especial local. Sim, se muita gente diz sentir "algo" em Machu Picchu, foi a Isla del Sol que conseguiu nos tocar de algum modo. Ao pisar aquele pedaço de terra no meio do Lago nos sentimos como chegando em casa. Nos sentimos parte daquele povo cujas leis são Ama sua, ama llulla, ama quella (não roube, não minta, não seja preguiçoso). E ao sair dali, no dia seguinte, nos sentiríamos completamente encantados e cheios de energia para prosseguir viagem e a vida.

 

A Isla del Sol é a mais importante das 41 ilhas do Lago Titicaca. Segundo a lenda, teriam nascido ali Manco Cápac e sua irmã Mama Occlo, os fundadores do povo inca, bem como o próprio Sol. A Pedra do Puma, ou Titi Kahr'ka, que dá nome ao lago, também está ali.

 

Quando desembarcamos, tínhamos tudo isso a agitar nossa alma e aquela paisagem de azul turquesa e verdes múltiplos a nos encher os olhos. Sentíamos que não pensávamos direito, ou que não precisávamos pensar. Simplesmente seguimos em frente, não o fluxo de turistas que estacionou ali pela parte sul, na comunidade Yumani, mas sim algum caminho que já parecíamos conhecer.

 

Após pagarmos a taxa aos moradores ( 5 bolivianos cada) rapidamente nos vimos aos pés da Escalera (escada, em espanhol) del Inca. Começamos a subir, subir, subir, no automático. E logo a parar, parar, parar cada vez em intervalos menores para respirar. Perguntávamos a alguns meninos que encontrávamos no caminho quanto tempo faltava para o nosso hotel, que era ali naquele lado mesmo, e eles diziam: uma hora! Achávamos que estavam loucos. Porque certamente não aguentaríamos uma hora de caminhada numa inclinação como aquela.

 

A cada parada aproveitávamos para conversar com quem íamos encontrando.Gente que descia, gente que subia mais rápido e se despedia de nós, gente que morava ali. Adultos, muitas, muitas crianças, bichos. Fomos reparando nos serviços oferecidos nas muitas casas que agora atendiam turistas. Alguma anunciavam internet e em uma das poucas vezes em nossas vidas isso não fez sentido. Não precisávamos nos conectar com o mundo lá fora. Somente com aquele mundo da ilha.

 

E depois de quase duas horas, conseguimos. Estávamos no topo do topo do topo da ilha. Rômulo comemorou dançando e cantando a la Rocky Balboa e eu fiz uma promessa a la Scarlet O´hara: "Eu jamais aceitarei que me chamem de sedentária outra vez na vida".

 

 

Isla del Sol, o lugar mais lindo em que já dormimos:

 

Essa era a vista do nosso quarto no hotel Palla Khasa, na Isla del Sol. O título do post é merecido, não? Que paisagem! Como contamos aqui, o hotel fica no topo da Isla e chegar lá exigiu uma longa caminhada morro acima. Mas valeu a pena, o hotel nos encantou e está atualmente no topo da lista de lugares aos quais queremos voltar.

 

Descoberto através de um guia impresso, sem fotos, o Palla Khasa foi a surpresa mais agradável da viagem. O lugar tem a arquitetura rústica predominante na Isla del Sol, simples, mas a localização oferece uma das vistas mais lindas que já vimos. Dá vontade de ficar horas nesse terraço cercado de muros baixos de pedra, com flores super coloridas e um cachorrinho simpático.

 

Mas o quarto também é muito acolhedor. Também simples, tem móveis feitos de bambu e forrados com pele de lhama, cama macia, banheiro muito limpo e com água quentinha. Mas o melhor, é claro, é a vista.

 

A cozinha do Palla Khasa também merece elogios. A comida é saborosa. Provamos o frango à milanesa e o talharim à carbonara, acompanhado de vinho, além do café da manhã que tinha ovos e pão caseiro. O restaurante onde as refeições são servidas é perfeito para se abrigar do frio noturno que faz na ilha. A lareira é constantemente alimentada pelo gerente do local.

 

O hotel tem energia elétrica e água quente, mas não tem internet. Uma ótima oportunidade para você realmente se desconectar do mundo.

 

Pelo quarto de casal, jantar e café da manhã pagamos US$ 50. Isso mesmo, cinquenta dólares toda a estadia. O hotel tem quartos duplos e também para grupos. Todo nosso contato foi feito por email com o Valentin (palla-khasa@hotmail.com; pallakhasa@gmail.com; telefones celulares 73211585 e 71227616).

 

Além da estadia e alimentação o hotel também pode, a pedido dos hóspedes, providenciar transporte entre Copacabana e a Isla del Sol (20 bolivianos para cada). Utilizamos o serviço para voltar a Copacabana e valeu a pena. O barco utilizado era bem mais confortável que o da ida, cujo ticket compramos em Copacabana por 15 bolivianos cada. O barco do Palla Khasa saiu por outro porto, diferente de onde chegamos. A descida levou menos de 1 hora e também trouxe lindas vistas. O hotel oferece ainda o serviço de transporte de bagagem do porto até o hotel, em burros.

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  • 4 semanas depois...
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Mais uma postagem sobre Arequipa:

 

Depois de termos conseguido reencontrar nosso hostel fomos conhecer o centro de Arequipa. No nosso planejamento original só conheceríamos mesmo o Centro, então já estávamos com um bônus por termos feito o tour pela manhã.

 

Corremos, claro, para a Praça de Armas, que, sabíamos, havia sido declarada Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO no ano de 2000, devido a suas características arquitetônicas e culturais típicas. Consta lá no site da Unesco que uma das razões para a concessão do título à Praça é por ela ser uma obra-prima da integração criativa entre as características européias e nativas. E realmente, enquanto eu examinava as construções da praça o fato de uma informação no guia dizer que a cidade havia sido fundada em 1540 não significava muito; ao olhar a Catedral, os balcões que cercam a praça cheio de turistas almoçando, os prédios coloniais reutilizados por farmácias, restaurantes e lojinhas, os senhores lendo jornal sentados nos bancos, eu não pensava na Praça em termos de origem, começo, criação pronta; eu só conseguia encará-la como um local de fluxo, com diversas versões, arena de conflitos que foram sintetizados e que logo adiante seriam novamente colocados em xeque. Eram estes fluxos que hoje nos davam aquela Praça de Armas e que amanhã, daqui a 2 anos, quando eu a visitasse novamente com meu filho seria outra. Sou, sem dúvida, admiradora da preservação da história, mas admiro essa história rica de locais que são passíveis de continuarem a sofrer mudanças, que continuam a ser expostos às forças do homem e da cidade. E, em Arequipa, especialmente às forças da natureza.

 

 

 

A Catedral que acompanha toda a lateral da praça, por exemplo, começou como uma simples capela, por volta de 1544. Depois virou catedral e já foi destruída e reconstruída diversas vezes, por causa de incêndios e terremotos. É difícil não ficar embasbacado com a construção, enorme e branca. Ali todas as construções são em sillar, a pedra vulcânica branca que, segundo uma das versões sobre a história de Arequipa, teria garantido à cidade sua alcunha de ciudad blanca. A outra versão diz que chamavam-na branca por ser habitada por la gente blanca, os espanhóis. Foram eles que fizeram a praça de armas, no meio de um espaço já habitado por povos locais.

Se você já viajou ou leu sobre a América do Sul vai se lembrar que em toda cidade colonizada pelos espanhóis há uma plaza de armas ou plaza mayor. Para a Plaza de Arequipa foram reservadas algumas peculiaridades, como o tamanho (é uma praça muito grande) e a posição da catedral, com a frente voltada para a Praça. Mas o sentido da praça é o mesmo que em toda as cidades colonizadas. As praças, para os espanhóis, eram um espaço pensado para ser aberto, para o comércio e outras atividades. Vale lembrar que os espanhóis tinham que subjugar civilizações muito desenvolvidas em sua parte das Américas, como os próprios incas que dominavam da Colômbia até o Chile e, por isso, na estratégia espanhola ter cidades bem estruturadas e com capacidade de resistir a ataques militares bem elaborados era fundamental. Os espanhóis teriam logo logo desenvolvido uma rápida capacidade de construir suas cidades sobre as fundações das civilizações nativas (Cusco é o maior exemplo desse aproveitamento de bases) e utilizaram o método "em rede" ou tabuleiro, com quadradinhos, para a organização urbana.

 

 

 

Voltando ao nosso passeio, pois bem, a catedral está ali com 107 metros de largura e uma arquitetura cheia de detalhes entalhados. Na praça em si há bancos e árvores que nos permitem ficar sentados admirando os balcões que dominam as outras três laterais. Esta parte central foi remodelada no último século para permitir justamente o passeio (uma influência do urbanismo parisiense?). Hoje com chafariz, árvores, bancos, antes era muito "limpa", para permitir o uso que a cada momento melhor conviesse ao governo. Os arcos, que hoje vemos simétricos, também são obra de remodelações, bem como o segundo andar, que originalmente não existia. Na maioria deles funcionam cafés e restaurantes.

Obviamente os restaurantes na parte de cima dos arcos são mais caros. No andar térreo há lanchonetes mais simples e farmácias e lojinhas para turistas. Ainda traumatizados pela comida de Puno decidimos não correr riscos e comemos uma pizza, aquela comida que até ruim é boa. À noite, quanto voltamos à praça para nos despedir fomos a um Café no térreo bem simpático, uma espécie de Starbucks peruano, o Cusco Café, que nos rendeu ótimos sanduíches para lanche durante a ida a Nazca.

Mas ali pela hora do almoço comemos pizza, tiramos umas fotos e nos lembramos pela primeira vez durante a viagem que estávamos no verão. Já começava a fazer calor, uma siesta teria sido boa, mas decidimos andar um pouco sem rumo, como tanto amamos. Olhando as ruas, de mãos dadas na cidade branca onde tudo dava certo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referência:

Enquanto pesquisava para nossa viagem, encontrei este post aqui que indico para quem quiser conhecer em detalhes a evolução arquitetônica da praça (tem um vídeo bem bacana).

 

A ida à Arequipa faz parte de nosso mochilão pela Bolivia e Peru em janeiro de 2012.

 

 

Read more: http://www.viajesim.com/2012/11/praca-de-armas-arequipa-peru.html#ixzz2CtRsXPDV

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Mais dois relatos sobre Arequipa: passeio pelo Centro e hostel

 

 

Saímos da Praça de Armas pela Calle Santa Catalina, já que nosso destino final seria o Monastério de Santa Catalina. Nesta rua há muitas lojas turísticas, de souvenirs e também agências de viagem (onde compramos o pacote pra Nazca, mas conto isso depois). Tanto essa como as ruas ao redor são ótimas para se bater perna sem horário, sem pressa. E é esse clima que me fez apontar "andar pelas ruas de mãos dadas olhando o passado e planejando o futuro" como "o que há de melhor para se fazer em Arequipa", apesar da cidade ter uma lista longa de atrações.

 

 

 

Muros do Monastério

 

 

Pois bem, enveredando pela Calle Santa Catalina quem estiver procurando bons locais para comer irá se encontrar. Além de lanchonetes mais simples e restaurantes dentro de centros culturais há ali uma filial do Chicha, do famoso chef Gastón Acurio (fomos ao Chica em Cusco, mais para frente postaremos). O Chicha de Arequipa fica um pouco antes do monastério, que é impossível não ver, pois ocupa quase um quarteirão inteiro. É como uma pequena cidade, com praça, ruas, galeria de arte. E é grande mesmo, então precisa estar com disposição para passear por tudo.

 

 

 

 

 

 

 

 

A entrada traz um contraste bacana, pois embora todo o muro e o portão sejam cinzentos, assim que entra-se no monastério vêem-se muros "cor de tijolo", vivo, colorido. Há outras partes coloridas, com cores muito vivas. Isto foi o que me chamou mais atenção, pois esperava um ambiente mais "clean" em um local criado para a clausura. No entanto nem essa alegria colorida convenceu o Rômulo a se demorar por lá. Na verdade ele me acusou de estar tentando nos tornar freis ou algo assim porque já tínhamos ido a muitas igrejas e conventos nesta viagem. E com medo de perder a mulher para a vida religiosa, me carregou para continuarmos andando por Arequipa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Mas para quem quiser admirar melhor esse local histórico, o convento fica aberto de 9h às 17h e custa 35 soles. A fundação do convento é do século XVI e uma senhora muito rica, María de Guzman foi uma das grandes responsáveis por sua construção, pois doou seus bens para o monastério. Assim como outras construções de Arequipa, ele também sofreu com os terromotos e já foi restaurado diversas vezes.

 

 

 

 

 

 

Saindo do monastério entramos pela rua Zela e fomos até a Praça São Francisco, onde está a Igreja do mesmo santo. Outro lugar delicioso para ficar pensando na vida, namorando. Encontramos alguns wine bars em frente, que estavam fechados àquela hora, mas que pela concentração indicavam que à noite o local devia ser movimentado.

 

Voltando, encontramos um Sebo e como somos traças natas, entramos. Nos apaixonamos por mil itens, especulamos como enviar um piano de Arequipa para o Rio, ouvimos explicações do dono e por fim saímos com apenas uma aquisição: uma edição em espanhol de "Robison Crusoé", o livro preferido do Rômulo, com carimbo de seu dono primeiro, um também médico.

 

Ainda andamos pela calle San Francisco até a Plaza de Armas. Tomamos café e compramos sanduíches no Cusco Café, como contamos no post anterior e, passamos da Praça e voltamos até nosso hostel pela Villalba. Ou seja, fizemos muito o melhor programa de Arequipa.

 

 

 

 

 

 

Esse foi nosso dia na cidade onde tudo dá certo, Arequipa. Mas há muito, muito mais para se ver por lá. No Museu Santuários Andinos, por exemplo, está a famosa múmia Juanita, de mais de 500 anos e para quem fica mais de um dia é possível fazer passeios ao Canion del Colca.

 

O hostel

 

E o Hostel que ficou famoso no primeiro post sobre Arequipa é o Estela de Oro. Em janeiro ele ainda era novo, pois havia sido aberto em setembro de 2011. Aqui segue uma resenha do local.

 

Localização

Fica muitíssimo bem localizado, a duas quadras da Praça de Armas, permitindo fazer todo o passeio pelo Centro a pé. A rua é a Cruz Verde.

 

 

 

 

 

 

 

O quarto simples, mas confortável, novo e muito limpo

 

 

 

 

 

 

 

Banheiro, também novinho e limpo

 

 

Recepção do hotel

 

Atendimento

O atendimento foi incrível, pois nos indicaram tour, providenciaram serviço de lavanderia, chamaram táxi. Nota dez,

 

Quarto

Decoração simples, mas tudo novinho e muito limpo e um tamanho razoável. O quarto tem cama de casal, armários e tv. O banheiro também é espaçoso, limpo e, importantísimo, tinha um bom chuveiro e água quente. O wi-fi funciona no quarto. Meu único porém é que o quarto era um pouco abafado, pois a única janela dava pro corredor e por isso não queríamos abrir. Acabamos tendo que abrir, porque era janeiro, verão, e ficou quente. Mas ressalto que só ficou quente no meio da noite, e era alto verão. Também é preciso ver se nos quartos que dão pra rua não há janelas mais tranquilas de ficarem abertas. De todo modo, achei o quarto excelente pro preço.

 

Café da manhã

Muito simples, mas suficiente. Eles trazem o café para a mesa. Para duas pessoas serviram água quente (para café solúvel ou chá), 4 pães, suco de laranja, manteiga e geléia.

 

Preço

Pagamos 60 soles pela diária e mais 20 soles para day use, já que ficamos no hotel às 18h do dia seguinte (80 soles no total, o equivalente a uns R$ 65). No hotel a tarifa de balcão era 120 soles.

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  • 2 meses depois...
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E chegamos a Nazca finalmente!

 

Quando começamos a programar o mochilão Bolívia-Peru decidimos logo que incluiríamos Nazca no roteiro. Como gostamos de ver canais de documentários já tínhamos assistido muito sobre as linhas de Nazca, linhas retas e figuras com formatos variados, como animais e outros desenhos, marcados no chão da região e sem origem certa. Mas, nem de perto imaginávamos algo tão grandioso. E nem tão radical como o sobrevôo: encarar aquele aviãozinho e suas acrobacias requer estômago.

 

Chegamos a Nazca bem cedo e fomos recebidos pelo pessoal da agência Alegría, conforme pacote contratado em Arequipa. Fizemos o cadastro e pesagem – exigida para controlar o peso total nos aviões – tomamos café e usamos o wi-fi no hotel Alegría e seguimos em van pro aeroporto. No pequeno aeroporto pagamos uma taxa de 25 soles e esperamos o embarque, que só ocorreu por volta de 11h.

 

No nosso avião fomos os dois pilotos, Rômulo, um casal de alemães e eu. O avião é bem pequeno e já bate um medinho, mas encaramos na boa. Havia pesquisado e há registro de acidentes com essas aeronaves, mas decidi omitir isso do Rômulo (e da minha mãe, claro).

 

O vôo tem duração de cerca de meia hora e o que eu não sabia é das “acrobacias” da aeronave. Para que todos os passageiros possam ver bem os desenhos o piloto primeiro sobrevoa um desenho inclinando o avião para a esquerda e depois faz a volta e sobrevoa a mesma figura com o avião inclinado para a direita. Mas é uma inclinação muito grande. Na minha cabeça – e no meu estômago – o avião estava praticamente de cabeça para baixo. Mas o pior é que o estômago da alemã não aguentou e ela vomitou o passeio todo.

 

Mas bem, fora a emoção a cada volta foi realmente incrível ver os desenhos. O circuito sobrevoa 14 figuras e elas são realmente impressionantes. Primeiro, pelo tamanho, porque eu achava que seriam menores, mas há figuras com até 3 km (o trapézio).

 

Vendo tudo lá de cima as mesmas perguntas que todo o mundo se faz desde a descoberta das linhas na década de 1920 vieram à minha cabeça: como aquilo foi feito e para quê? Como tudo se mantém até hoje eu já sabia, pois recebemos uma explicação ainda no aeroporto e achei bastante curioso. Os desenhos se mantêm devido à geografia da área e característica do solo. O terreno ali é de pedra e não de areia e o sol ajudou a sedimentar as linhas.

 

Já como as linhas foram feitas e para quê permanece um mistério cheio de explicações. Há várias teorias, seriam um sistema de irrigação, representações astronômicas, um lugar de culto religioso ou até mesmo instruções para ETs (Eram os Deuses astronautas). Outras informações são conhecidas como a de que foram construídas pelo povo Nazca, descendente dos Paracas, a partir de 200 AC.

 

Pessoalmente eu acredito que as linhas tenham algum significado de culto, pela sua dimensão e pela forma que foram feitas – para serem vistas de cima. Mas não tenho certeza de nada, a não ser que foi uma excelente decisão em passar por Nazca no Mochilão. Certamente um dia pretendo voltar e mostrar o lugar aos meus filhos.

 

Saindo do aeroporto voltamos ao centro de Nazca em van e almoçamos em um fast food peruano (franguinho) na frente do hote Alegria.

 

Sobrevôo de Nazca: Empresa Alas Peruanas, US$ 130 por pessoa (em 2012)

 

Texto e edição: Jackeline Mota; Fotos: Viaje Sim!

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Chegando e saindo de Paracas de ônibus

 

Após Nazca, nossa próxima parada programada no Mochilão era Paracas. Mas nosso plano era ir de Nazca para Ica, passar o fim de tarde e noite por lá para ver a paisagem local e pela manha ir para Paracas, onde faríamos o passeio às Islas Ballestas e à Reserva de Paracas. À noite seguiríamos de Ica para Lima. Então, voltando do sobrevôo sobre as linhas de Nazca fomos em busca de um ônibus para Ica. Eram ainda cerca de 13h, mas não havia ônibus para lá naquele dia na pequena rodoviária de Nazca. E nem nos outros “pontos de ônibus” que fomos procurar pela cidade sob um sol inclemente.

 

Por fim, depois de rodar quase uma hora mudamos os planos e decidimos ir direto para Paracas. Acabamos achando uma pequena agência local que tinha passagem no ônibus da Cruz del Sur que sairia às 15h20. Compramos com eles logo as passagens, um hotel em Paracas (porque não tínhamos reservas lá) e o tour das Islas Ballestas e Reserva pro dia seguinte. O ônibus custou 35 soles por pessoa; o hotel 70 soles a diária; e o o tour 180 soles. E assim seguimos bem tranquilos já com a programação do dia seguinte pronta.

 

A viagem foi ótima. O ônibus da Cruz del Sur era muito confortável, com 2 andares, ar-condicionado e wi-fi (como não amar!). O trecho é bem desértico e o cenário só começa a mudar quando se aproxima de Ica, que me pareceu bem bonitinha. Nós seguimos até Paracas, onde descemos na rodoviária local, que parecia bem improvisada.

 

Na verdade, Paracas foi quase toda destruída no terremoto de 2007. Realmente a chegada à cidade é bem estranha, pois não lembra em nada um balneário à primeira vista. Já tinha gente nos esperando quando chegamos na cidade, então pegamos as mochilas, entramos no carro e seguimos pro hotel que tínhamos reservado.

 

Já para sair de Paracas no dia seguinte o esquema foi bem menos confortável e tranquilo. Os ônibus para Lima não saem a toda hora e por serem escassos também é preciso comprar com antecedência a passagem. Como decidimos antecipar nossa saída de Paracas para o início da tarde, não conseguimos ônibus logo. No hotel nos aconselharam a pegar um táxi e ir para a rodovia Panamericana, que fica a uns 20 minutos de Paracas.

 

Assim fizemos. Mas o “táxi” era na verdade um carro particular e mesmo tendo sido providenciado pelo hotel me deixou bem receosa. O motorista fazia muitas perguntas e realmente me assustou. Enfim na rodovia, descemos e ficamos fazendo sinal para os ônibus. Alguns não nos aceitaram e quando um finalmente nos pegou não foi muito agradável e muito menos seguro. Nenhum tíquete foi nos dado para retirar nossa bagagem ao final da viagem, quase não havia lugares para sentar e fazia muito calor no ônibus.

 

A cada parada um “cobrador” passava e pedia o bilhete. Perdi a conta de quantas vezes tivemos que mostrar! Mas ó, tinha serviço de bordo. Ok, na verdade tinha uma senhora vendendo salgados durante a viagem. Acho que o nome da empresa era Soyra.

 

O trajeto me pareceu longuíssimo, porque o ônibus parava a toda hora e em mil vilarejos. Lembro de ter parado em Pisco, que era outro destino que também cogitamos conhecer. A paisagem não era muito bonita. De repente começamos a ver muito lixo acumulado e isso foi o anúncio de nos aproximávamos da periferia de uma metrópole sul-americana. Antes das 17h estávamos em Lima: a fea que conquistou nossos corações.

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  • 1 mês depois...
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Começando a falar de Lima:

 

Não me canso de repetir o quanto é importante respeitar seu gosto e ritmo ao preparar uma viagem para transformar qualquer roteiro em um sucesso. Afinal, se muitas vezes viajar significa fugir de uma rotina onde não temos poder de escolha o tempo todo, por que ceder a imposições justo durante nossas escapadas? Pois bem, foi por nos conhecer bem, muito bem que tivemos um fim de semana maravilhoso em Lima e foi por nossa experiência ter sido ótima na cidade que nos apaixonamos por ela.

 

Lima foi a parada número 10 de um mochilão que havia começado em La Paz e já seguia por 11 dias. Enquanto viajávamos em sua direção, em ônibus, carros por 4×4, barco e avião eu relia As Veias abertas da América Latina, do Eduardo Galeano, para reavivar o conhecimento da história do continente. E em uma das passagens eu havia lido que o apelido de Lima desde tempos coloniais era Lima, a fea.

 

O motivo era que, apesar de quase nunca chover em Lima, também quase faz pouco sol em comparação a outras cidades na mesma latitude e no inverno há muita neblina. Portanto, achavam o clima de Lima feio. Acho que isso já despertou em mim um apreço por Lima, pois eu adoro cidades cinzas e me compadeço delas que sofrem o preconceito da maioria das pessoas (que amam sol, calor e praia).

 

Tinha lido antes da viagem muita coisa sobre Lima e anotado muitos programas interessantes, de modo que se fosse fazer tudo precisaria de uns 7 dias na cidade. Mas nós tínhamos duas opções apenas: ou ficávamos 3 noites antes de embarcar para Cusco ou nem ficávamos em Lima. Fechei nas 3 noites então já sabendo que isto significaria que esta seria apenas uma primeira ida a Lima.

 

Entre as atrações da cidade havia muitos museus interessantes, a maioria pelo Centro, bem como atrações turísticas como um balé de águas que uma amiga me recomendou vivamente, mas que por culpa do meu gosto estranho (amo céu cinza, lembra?) não me despertou muito interesse não. Também tinha muita coisa pelo bairro de Miraflores, incluindo um shopping (er, nada atraente para mim) à beira mar.E tinha um monte de opções de hotéis executive que não eram mesmo o que eu queria depois de passar dias em alojamentos, hostels e hotéis simples.. E o fato é que no caminho das pesquisas o que mais havia me empolgado mesmo eram as notícias sobre uma cena gastronômica renovada, com indicações de bares e restôs para ficar um mês na cidade.

 

Nessa de pesquisa daqui, busca dali acabei encontrando um B&B hiper simpático no bairro de Barranco, um bairro descrito como boêmio, à beira-mar, um pouco além da turística Miraflores. Conversei com marido e decidimos apostar no bairro. Para combinar, fechamos um roteiro sem tantas roteirices. Apenas um museu, muitas opções de restaurantes e bares anotadas para escolhermos lá e um passeio de bicicleta. Bicicleta, esse amor.

 

Quando chegamos em Barranco descobrimos um bairro calmo, arborizado e cheio de charme. Nosso B&B se revelou um grande hotelão no quesito conforto e acomodações e um delicioso B&B quando se tratou de atenção e acolhimento. Já na primeira noite apenas dobrando a esquina descobrimos um bar que virou nosso standard para elogiar bons bares. Carta de drinks criativa e vasta, comidinhas gostosas para acompanhar (como não amar porção de churros?) e um climinha cool perfeito para unir numa mesma balada casais enamorados e quem quer se jogar na night.

 

O passeio de bicicleta no dia seguinte nos apresentou uma grande extensão da cidade tendo a orla por fio condutor e um céu azul nos acompanhou. Fomos ao ponto onde a cidade nasceu, onde fatos importantes de guerras e paz ocorreram, comemos num armazém com data de nascimento no período colonial e vimos monumentos e tradições românticas.

 

No museu e no centro fizemos o turismo mais tradicional, embora Huaca Puclana seja um museu não tão tradicional: ruínas a céu aberto bem no meio da cidade expõem o contraste entre o passado e o presente. E na gastronomia nos refestelamos com os sabores, ainda mais saborosos depois de dias estranhando a comida boliviana.

 

Adoro história contrafactuais, mas não posso dizer qual teria sido o resultado caso tivese programado 7 dias num roteiro

detalhadíssimo em Lima. Poderia ter amado, certamente. Mas nosso fim de semana sem preocupações com o que não estávamos vendo e aquele hotelzinho calmo em Barranco era tudo o que precisávamos naquele ponto daquela viagem.

 

E por que em Lima encontramos o que buscávamos, fomos felizes naquele fim de semana.

 

Texto: Jackie; Edição: Rômulo; Fotos: viaje sim!

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Onde ficar em Lima

 

Como contei aqui optamos por ficar em Barranco. Nossa opção no bairro foi o Barranco B&B, excelente custo/benefício. Por US$ 50 tivemos um quarto muito confortável, todo equipado como um moderno hotel e uma atenção pessoal como só num bed and breakfast.

 

Barranco ou Miraflores?

 

Se alguém me pergunta qual o melhor lugar para ficar em Lima eu preciso dizer que para nós, é Barranco. Mas é claro, tudo depende do objetivo da sua viagem.

 

A maior parte dos turistas fica em Miraflores (e também San Isidro) e é claro que eu não teria a pretensão de dizer que tenho mais razão que a maioria das pessoas. Miraflores é um excelente local pois tem muitas opções de bares, restaurantes, tem shopping, orla e fica a uma distância razoável do centro, onde também há atrações turísticas. Além disso é um bairro turístico tradicional, então você pode esperar ruas bem iluminadas e uma sensação de segurança para andar a pé.

 

O Centro vai te deixar perto dos museus e atrações, mas certamente vai trazer uma noite com menos opções e mais insegurança para andar pela rua sozinho, como em qualquer grande cidade de América Latina.

 

Já Barranco fica mais longe do centro e é mais local. O bairro era um destino de veraneio dos limeños, tem orla com areia e muitos casarões, o clima é mais calmo durante o dia, mais para um balneário que para uma capital. Tem muitas casas, é residencial, mas também tem muita opção de bar, pois tem uma tradição artística. Acho que é a Santa Teresa de Lima, só que sem ladeiras. Então se você não for ter um roteiro puxado pro lado do centro, vai gostar.

 

O Barranco B&B

 

Nós ficamos no Barranco B&B, (ou 3B), e adoramos. O preço foi excelente, US$ 50 na época a noite incluindo café da manhã (em uma breve olhada achei agora por R$ 150). O B&B funciona num casarão e dali era fácil se locomover em ônibus ou táxi.

 

 

O quarto: o quarto era espaçoso e muito bem equipado, tudo moderno e novinho. Além da cama o quarto tem armário, TV e mesa com cadeira. Uma janela dá para um jardim de inverno. O banheiro era uma graça, super limpo e novinho também. Os amenities, da marca Jardín del Eden, são ótimos. Esta marca peruana tem um cheirinho delicioso. Até já tentei comprá-la no Brasil, mas infelizmente não vendem aqui.

Atendimento: excelente, desde a reserva até a saída. Na recepção chamavam táxi, davam dicas sobre a cidade, faziam reservas, tudo perfeito.

Área comum: o hotel tem uma recepção onde estão disponíveis computadores e guias e uma salinha onde é servido o café da manhã, além de jardins externos. A decoração é uma graça. A cozinha pode ser usada pelos hóspedes e também há estacionamento grátis.

Café da manhã: é servido de 6h às 11h (excelente!) e bem farto. Alguns itens ficam liberados como suco, bebidas quentes, torradas, manteiga e geléia. Outros itens podem ser pedidos à atendente como ovos, salada de frutas com iogurte, sanduíche de queijo e presunto e cereal.

Ponto positivo extra: água, café, leite e chá ficam à disposição dos hóspedes 24h por dia, liberados.

Ponto positivo extra 2: no dia de nossa saída, às 4h, prepararam café para a gente e como não tivemos tempo de tomá-lo prepararam saquinhos para tomarmos no caminho ao aeroporto.

 

Abs,

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Muita gente fica na dúvida se é possível comer bem e barato em Lima. A resposta é: sim!

 

Chifas, a comida sino-peruana

 

É impossível falar de Lima sem contar que comemos bem, muito bem na cidade. E o melhor é que não comemos bem apenas um tipo de prato ou tendo que gastar muito. Em Lima comemos pescado, carne, em restaurante de chef, de rede e no sujinho da esquina. Nos próximos posts vamos destacar o que provamos e aprovamos para clima, paladar e bolsos diferentes em Lima.

 

Para começar nossa primeira indicação é para quem está com pressa, com poucos soles na carteira ou querendo conhecer algo bem local. Nestes casos indicamos as Chifas. Sabe o que é isso?

 

 

 

O Peru tem uma população oriental bem significativa, especialmente na capital. A influência dos vizinhos do outro lado do pacífico é possível de ser notada nos carros asiáticos que circulam pelo país e também na culináia através das muitas chifas espalhadas por todo lugar. As chifas nada mais são que restaurantes de comida chinesa. Mas uma comida chinesa bem peruana.

 

O que nos disseram é que ao chegar ao Peru os chineses procuraram reproduzir sua culinária com ingredientes locais e tanto à comida quanto ao local onde são servidos esses pratos deram o nome de Chifa, uma variação para as palavras “comida e bebida”, em Chinês. Como o preço é bom (e a comida também) as chifas se tornaram bem populares. Acho que dá pra comparar com as nossas pastelarias mantidas por chineses aqui no Rio (que a gente chama de “chinas”, como por exemplo “pastel do china”). Tem em todo lugar, a comida é honesta e baratinha.

 

 

 

Em Lima as chifas servem muitas, muitas versões de pratos com macarrão, arroz e frango, principalmente. As porções são bem generosas e baratas. Nós provamos combinados: um de arroz com frango e outro de talharim com legumes. Cada um por 8 soles. Isso mesmo, 8 soles! A porção de frango enrolado saiu por 12 pesos.

 

Não falei que não era preciso ter grana para comer bem em Lima?

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