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Ilha dos Frades - Ponta de Nossa Senhora


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Há algum tempo, vinha alimentando o desejo de acampar na ilha dos frades. Eis que o desejo se realizou, não sem alguns contra tempos tipicos que viajam junto dos mochileiros. Mas foi um passeio super interessante, motivo pelo decidi contar essa aventura.

 

Antes de tudo, transcrevo um trecho do "Guia do litoral - UOL": Há duas formas de chegar a Ilha dos Frades. A mais rápida é através de escunas que partem do Centro Náutico da Bahia. Durante a travessia, se tem uma belíssima vista de várias outras ilhas da Baía de Todos os Santos. O passeio custa entre R$ 35 e R$ 50 por pessoa.Há também a opção de seguir de Salvador para Madre de Deus através da BR-324, sentido Feira de Santana. São 32 km até o entroncamento com a BA-522, em direção a Candeias, e mais 20 km até o centro de Madre de Deus. Daí é possível pegar pequenos barcos que levam até diversos pontos da Ilha dos Frades.

 

E há a terceira forma, que o site não cita, mas eu vou apresentar a vocês!

 

Fiz minha mochila no domingo a noite, após saber que teria folga do trabalho até a tarde de quarta. Saí na segunda as 9h rumo ao municipio de Madre de Deus, onde pegaria o barco até Ponta de Nossa Senhora, meu destino. É muito fácil chegar lá, a partir da rodoviaria de Salvador tem varios onibus o dia todo que vão direto pra Madre ao preço de 6R$. Eu claro, desavisado como sempre, escolhi outro percurso: Fui ao bairro de são cristovão onde pensava que seria ainda mais facil conseguir uma condução pra lá, ledo engano. Ao chegar no ponto, descobri que passam por ali apenas tres onibus pra madre de deus por dia, e eu já tinha perdido o onibus da manha. Pra não dar o braço a torcer, cruzando a cidade no caminho de volta a rodoviaria onde perderia no minimo 1h, decidi ir pra simões filho e de lá pegar outro onibus. Como o onibus direto pra Madre de Deus só sairia as 11:40, acabei pegando mais 2, um para candeias e de lá finalmente outro pra madre de deus, onde cheguei as 12h. No porto descobri que teria que fretar uma canoa até ponta de nossa senhora, pagando 30R$. Ou (sempre tem uma opção mais divertida, hehe) pagar 2,50 pela balsa até paramana e de lá seguir a pé pela praia. Bom, "seria engraçado..."

 

Mochilo com uma curtlo highlander 50+10, que estava carregada com uns 13kg, no minimo. Meu ultimo trekking tinha sido um ano atrás nas trilhas do vale do capão. Minha refeição do dia fora um pãozinho de queijo e presunto e um suco de maracujá que tinha acabado de comer lá mesmo, no porto, e ainda não havia almoçado. A moça do balcão do porto de madre de deus estava me perguntando se eu queria a passagem pra paramana pois o proximo barco já estava pra sair.

 

É claro que eu queria, e fui. Sentei na parte de cima da lancha, com o sol de 12:30h e o vento gostoso da baía de todos os santos batendo no rosto. Acredito que tinha umas 25 pessoas a bordo, a maioria era crianças nativas de paramana voltando da escola que fica em madre de deus. Puxei conversa com um nativo, e após algumas perguntas ele me disse: "é uma andada boa, e o sol tá bom né..." Quase desisto, haha.

 

A travessia é muito rápida, não levei relogio nem equipamentos eletronicos, mas acredito que tenha durado 20 minutos. O barco contorna uma parte da ilha até chegar em paramana, e tirando as plataformas da petrobras a paisagem é deslumbrante, a agua é muito limpa. E dá uma impressão de vida que não vejo mais no mar de salvador. Bem, chegando no porto de paramana, Hélio (o nativo) me indicou a direção, me mostrou um lugar onde poderia almoçar antes de ir e se despediu. Escolhi não almoçar, apesar de não carregar nenhum alimento comigo eu não estava sentido fome e tinha ainda 750ml de agua na mochila. Parti sem nem olhar direito o vilarejo de paramana.

 

São, ao todo, nove praias de paramana até ponta de nossa senhora e a ilha tem um total de 15. E a razão de eu ter escolhido ponta como local do meu repouso, foi além dos motivos obvios, e tem sim uma razão especial: Há agora um grande empreendimento em toda a ilha, estão construindo um resort e eu já sabia que os devastadores da natureza não eram amigaveis com os campistas. Mas em ponta há um senhor, nativo da ilha, que cede seu terreno pra aqueles que querem acampar no local. O que já é uma grande segurança.

 

Não consegui encontrar na internet a distancia entre paramana e ponta de nossa senhora, mas fiz o trajeto em torno de 1:10min. A caminhada pela areia é bem tranquila, só encontrei 5 almas vivas no caminho, apesar de ter passado pelo cemiterio municipal de paramana, e poucas casas no que pareciam chacaras em frente ao mar. Em alguns trechos, não há areia, só pedras. É preciso tomar muito cuidado, algumas pedras são bem escorregadias apesar de não parecer. Pare para observar a natureza, as aves, os os peixinhos e os siris que ficam presos nas piscinas naturais. A fauna marinha do lugar é muito rica.

 

Cheguei em ponta, por volta das 14h. Foi facil encontrar a casa do seu Manoel, apesar de só ter encontrado tres pessoas na praia. Os tres, que eram pescadores me apontaram o caminho. Era chegada a hora de conhecer meu anfitrião, hehe. Seu manoel é um jovem senhor, que não me atrevo a arriscar uma idade (rsrs), simples e de bom coração. O que me chamou a atenção (e me surpreendeu um pouco), foi o cabelo rastafari. Um pescador rastafari, eu nunca tinha imaginado encontrar lá. Mas a culpa é da minha imaginação.... hehehe

 

Seu Manoel me mostrou seu quintal, onde já tinha umas 4 algumas barracas (todas de jovens de candeias ou cidades proximas que estão trabalhando no resort). Encontrei um bom lugar pra montar a barraca, coisa que só fiz depois de almoçar o peixe frito que seu Manoel preparou pra mim " na hora. Após montar o acampamento, subi as escadas que levam a igreja de Nossa Senhora de Guadalupe. De um lado o sol se pondo, perfeito; do outro, as janelas dos predios de salvador refletindo os raios vermelhos... fiquei ali sentado, pensando...

 

Quando desci, perguntei a Rogerio (um jovem que mora com seu Manoel, apesar de não ser nativo mora na ilha a 17 anos, gente finissima), como faria para tomar banho. Ao que ele me apontou a fonte: "olha a fonte lá, como está toda bonitona" haha. A fonte fica na frente da entrada pra casa de seu Manoel, é bom por ser perto. Mas é um lugar aberto, pros homens é banho de sunga ou short, e as meninas (hehe) de biquini ou sei lá o que.

 

Depois do banho, outra surpresa, Rogerio, Coelho e mais 2 jovens estavam na sala do seu Manoel jogando NFS no playstation 2. Depois de um curto passeio pela vila, onde não fica nada aberto a noite, e se vê pouca gente nas portas das casas, me rendi ao game. Depois do jogo, nos sentamos na mesa em frente a casa e entramos em um bate papo animado até que alguém disse: já são meia noite. Pronto, hora de dormir.

 

Duas coisas que você não deve deixar de levar pra ponta de nossa senhora: protetor solar e repelente. Dormi bem a noite, noite fresca, nem muito frio nem calor no primeiro dia. Só tive que ficar matando os mosquitos que entraram junto comigo na barraca. E olha que eu tomei todo cuidado. No mais, cansado da caminhada e bem alimentado dormi o sono dos justos. Acordei cedo, mas muito bem disposto.

 

As 6h estava de pé, perguntando ao seu Manoel onde poderia tomar um café da manhã. Ele me indicou a "pousada" de dona Marilene (pra quem não gosta de barraca, são dois leitos apenas, 80R$ o casal), consegui dois pães com manteiga e um copo de café por R$2,40. Muito barato, mas continuei com fome. hehe

 

Voltei e fiquei conversando com seu Manoel, enquanto observava ele fazendo artesanatos que vende aos turistas das escunas. Como não havia ninguém na praia, caminhei um pouco, andei pela "ponte", pelas pedras, e vi muita coisa linda, a agua é clara e não é muito fundo. Dá pra ver os peixes, siris, mariscos... Não me conformei, aluguei mascara, snorkel e pés de pato (15R$) e caí na agua. Não consigo dizer o quanto recomendo, principalmente pra os iniciantes, a agua é tranquila e dá pra ver muita coisa de cima, ou sem precisar descer muito.

 

Não sei bem a hora que as escunas chegaram, mas devia ser algo em torno de 11:00 a 11:30. Tomei 4 cervejas na barraca de Osmar, gente boa. Acho que a metade dos turistas eram gringos, conversei com alguns. Com gente do rio de janeiro e são paulo e uma jovem de Salvador que foi conhecer a ilha. Quando as escunas partiram, voltei pra almoçar. Já tinha combinado pela manhã com seu Manoel o que ia comer, uma deliciosa mariscada. O sol, as cervejas e o almoço me levaram direto pra barraca... sono. Fui acordar só no fim da tarde.

 

Tomei café na casa de seu Manoel, e peguei um livro emprestado. Meu cochilo da tarde me tirou o sono. Fez um pouco de calor a noite tbm. Acordei 8h. Tomei o cafpé da manha novamente na pousada e fui a praia. Se tivesse desarmado a barraca antes de ir, eu teria conseguido uma carona num barco que estava indo pra paramana. Curti um pouco a praia e voltei. Tomei meu ultimo banho de fonte, e arrumei a mochila. Me despedi de seu Manoel e de sua esposa. Seu manoel encheu, com agua gelada, as duas garrafinhas de 500ml que eu tinha levado. Acertei a conta, agradeci e parti com a promessa de voltar em breve.

 

Desci até a areia da praia, onde não avistei nenhum ser humano. Olhei pro alto e avistei a igreja, lembrei de agradecer a Deus por aqueles momentos. Segui viagem. Logo depois de atravessar a passarela de madeira, avistei Rogério. Trabalhava sozinho num muro entre a praia e area que, acredito, já faz parte do resort. Ainda conversamos um pouco, e continuei andando. Até paramana só vi uma outra pessoa, um pescador. Já quase idoso, em cima de uma jangada, batendo com o remo na agua. Lembrei de uma conversa que ouvi de dois nativos lá em ponta, falando sobre a maneira certa de armar a rede...

 

Na volta eu fui bem devagar, apreciei não só o mar, mas os paredões de pedra que separam a praia da mata. Deslumbrado com a paisagem acabei escorregando e batendo o joelho e o anti braço (que usei pra aliviar a queda) na pedra. Ralei um pouco, mas não foi nada demais (podia ter sido).c Em certo momento da caminhada eu me perguntei se não devia voltar, sei lá. Já sentia saudade. A razão falou mais alto. Depois de 2h eu cheguei no porto de paramana, pretendia almoçar por lá mas havia um barco saindo justamente aquela hora, resolvi aproveitar.

 

A fome já estava apertando cheguei em Madre de Deus, sai do porto e perguntei a uma moça que vendia salgados onde poderia almoçar, ali por perto mesmo. E quando estava atravessando a rua em direção ao restaurante que ela havia apontado, avistei o onibus pra Salvador que vinha em minha direção. Não pensei muito, comeria só em Salvador... 6RS pagos, onibus vazio, me sentei e comecei a planejar minha proxima aventura...

 

Voltarei em breve para dar a volta na ilha, pernoitando na praia ou no terreno de nativos solicitos. Alguém topa?!

  • Gostei! 2
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  • Membros de Honra

Opa!!! eu topo!! pode marcar que eu vou!!!! rsrsrs

 

Muito massa este relato!!! fivo feliz que vc tenha realizado, o lugar é relamente muito lindo!!! águas límpidas, tranparentes, céu estrelado.. ah!!! eu nem sabia que tinha casa de Seu Manoel!! acampei no cemitério mesmo!!! ahuahuaha

 

Muito lega seu relato! parabéns!!!

 

Vamos marcar a travessia, eu topo!

Abraços!

 

Fernnada

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  • 3 semanas depois...
  • 2 meses depois...
  • Membros

Cara, como disse eu não fiquei em Paramana, fiquei em Ponta de Nossa Senhora. São praias diferentes na mesma ilha.

Saindo de Salvador você pode arredondar os gastos com ida e volta em 20$. Rod. de Salvador, onibus até Madre de Deus 6$; barco até Paramana 3$; Trekking até Ponta: Não tem preço! Custo de ida e volta = R$18. Quanto a alimentação, você pode levar a sua comida se tiver fogareiro e gostar de cozinhar ou comer por lá. Seu manoel faz um rango maravilhoso que não custa caro. O almoço sai em media R$15 a depender do que vc queira comer. A comida é feita na hora, no fogão a lenha. E se vc comer pouco, avise isso antes, senão vai jogar comida fora porque ele realmente "capricha". Na praia as coisas são caras, chegue na moral, se for muito gente boa (como eu) vai conseguir bons descontos em quase tudo, hehe. Sobre hospedagem eu citei a pousada, você já sabe o preço. Se ficar em seu Manoel o fds eu aconselho você levar uns 20-30$ pra pagar pelo camping. Ele pode até cobrar menos, mas deixe o que seu coração mandar e seu bolso puder. Se levar algumas coisas pra tomar café a noite, e não quiser gastar muito, uns 100$ dá pra você passar o fds com tranquilidade. Lá n tem com o que gastar dinheiro, a não ser que você seja um beberrão. Mas pode levar uma garrafa de bebida daqui (seu bolso vai agradecer) e não esqueça de oferecer aos nativos. Quanto mais você trata bem as pessoas, mais elas te tratam bem. Essa é a parte mais importante.

 

Grande abraço!

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  • 8 meses depois...
  • 4 semanas depois...
  • Membros

E aí negona!

 

Vou tentar explicar, rs. É uma canoa "grande", com motor. O pessoas geralmente freta pra levar material de contrução lá pra ponta. Ñ sei ao certo qts pessoas cabem, mas acredito que pelo menos 6. Pode pegar carona tbm, tem uns pescadores que moram lá em ponta e vão e voltam todos os dias pra comprar coisas ou trabalhar, sei lá.

 

Se jogue rapaz, vá com fé que a aventura é garantida!

 

Tá indo quando? Me leve, rs!

 

Beijão, saudades!

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  • Membros de Honra

Ahhhh, tava aqui no Pãnico, pensando numa canoinha mirrada, no meio da baía de todos os santos, apesar de saber nadar, bate logo o medo.

 

sei que as amigas mochileiras não vão querer andar de paramana até ponta de nossa senhora. então vai ter q ser ela mesmo! se leva material de construção tb leva o mochilão!!! ebaaaa!! obrigada pela infirmação irmão!! beijos!!!!!

 

PS: qq dúvida eu grito de novo!!

PS 2- os "mangangões" já estão cercando a área para construir o tal resort.

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