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Olá, fiz o primeiro mochilão da minha vida em março desse ano e como consegui aqui muitas² informações realmente úteis, acho que devo retribuir com algumas informações que consegui e alguns lugares muito legais para serem visitados.

Primeiramente, quando comecei a planejar a viagem, percebi que não era algo tão impossível, como decidi viajar de repente e meu período de férias não era compatível com a de alguns amigos meus, fiz essa viagem sozinho. Adianto que viajar sozinho pela Europa é uma experiência ótima, me hospedei em albergues (como todo bom mochileiro) e mesmo sendo um pouco tímido e “travado”, conversar com as pessoas era algo que acontecia naturalmente até porque você vai encontrar muitos outros viajantes sozinhos e então as coisas vão fluir.

Aliás, também é possível viajar por lá com inglês básico. A questão é que, para mim, a experiência foi muito boa por ter conversado com muitas pessoas de vários lugares e para isso o inglês foi uma mão na roda. Mas é possível se virar mesmo sem o inglês.

A viagem durou 16 dias, iniciando em Portugal, passando pela Espanha, França e Bélgica e terminando na Holanda. O motivo por ter escolhido esse roteiro não foi assim tão nobre, mas quem tem que bancar a própria viagem vai entender: eu estava navegando pelo site decolar.com e encontrei uma oferta ótima de passagens Porto Alegre – Lisboa e depois Amsterdan – Lisboa – Porto Alegre por um preço realmente bom. Eu ficava horas nesse site jogando datas e destino até achar um bom preço. Encontrei lá mas comprei pelo site da TAP.

Em relação as malas, levei uma mochila de 60L mais uma pequena com as coisas essenciais, achei a mochila mais prática pois era mais fácil de carregar pelos aeroportos e pelas estações de trem, comprei uma Curtlo e não me arrependi, ainda está inteira para outras viagens.

Bom, malas prontas, documentação preparada, inicia-se a viagem. O avião saiu de Porto Alegre 21h e cheguei +- 11h (horário de Portugal).

 

1º Dia – Portugal - 28/02/2012

 

A viagem para Lisboa não foi ruim, exceto pelas poltronas apertadas, o avião oferecia várias opções de filmes e CDs e a comida era boa também. Chegar no aeroporto de Lisboa foi uma sensação incrível, uma mistura de euforia com ansiedade, ótimo. Logo no aeroporto comprei o Lisboa Card para 48h em um posto de informações (não usei muito). No fim, vi que não fez diferença ter comprado o Lisboa Card ou ter pagado os valores integralmente, mas a praticidade do Lisboa Card nos transportes públicos compensou.

Saí do aeroporto e peguei um táxi até o hostel. O hostel foi o Traveller’s House na Rua Augusta, Chiado, centro de Lisboa (http://www.travellershouse.com). O hostel foi o melhor da viagem, tudo era perfeito, o ambiente, o staff, o café da manhã, os banheiros, os quartos, as atividades,etc. Fiquei em quarto misto de 6 pessoas, mas só havia eu e mais 3 americanas que estudavam na França e estavam numa semana de folga.

Larguei as coisas no hostel (aproximadamente 13h), tomei um banho rápido e fui bater perna. Dei uma olhada na Rua Augusta, fui para a Praça da Figueira, a Praça do Comércio e então fui caminhar pelo bairro da Alfama para chegar até o castelo de São Jorge. Estava um dia um pouco nublado mas no fim da tarde o sol abriu. O bairro da Alfama é todo íngreme e a caminhada por lá é bastante cansativa, mas eu estava em Portugal, então não era hora de cansar. O lugar lembra o bairro da Lapa no Rio de Janeiro ou até mesmo a arquitetura de Salvador, e é bem típico, um bairro bonito, andei por ele até chegar à Feira da Ladra, a feira era o único lugar mais movimentado pois o resto do bairro parecia meio parado. Lá era possível achar artigos diversos e antiguidades bastante interessantes, o clima de lá é agradável.

Na Alfama, antes de ir para o Castelo de São Jorge, dei uma passada pela Catedral de São Vicente, tirei umas fotos no Mirante de Santa Luzia e então fui para o castelo. No interior das muralhas existem áreas abertas e o castelo é considerado patrimônio nacional de Portugal, também pode-se andar nas muralhas do Castelo, a vista que se tem de lá é lindíssima, ainda mais no final de tarde.

 

Depois do Castelo, fui jantar, e comi o bacalhau a Brás, normalmente, pretendia comer comida de mercado e coisas mais práticas, mas a comida em Portugal é relativamente barata e ainda era o meu primeiro dia na Europa.

Comunicar-se com portugueses é fácil (por que será? ¬¬’) mas alguns mais idosos tendem a ser mais pacientes. Outros tendem a ser pacientes demais e cada vez que você pede uma informação eles te contam uma boa parte da história de Portugal. Eles realmente conhecem a história do país e falam bem do fado e do vinho enquanto reclamam da política e da crise econômica.

Voltei para o hostel e me avisaram que haveria degustação de vinhos portugueses naquela noite, deu tempo de dormir um pouco, tomar outro banho e depois ficar no hall experimentando vinhos (incluindo o vinho verde típico português) com uma companhia globalizada e super agradável.

 

2º Dia – Portugal - 29/02/2012

 

Antes da viagem, li alguns relatos e percebi que não poderia deixar de visitar Sintra e deixei este dia para isso.

Saí do hostel e fui para a estação Rossio e peguei o trem até Sintra (grátis com o Lisboa Card), o lugar tem um clima super legal e é fácil imaginar que a aristocracia portuguesa viveu lá pois o lugar é cheio de castelos e mansões de um estilo meio colonial (não entendo nada de arquitetura, então talvez seja melhor desprezar essa opinião) e bem típico português.

Fui da estação de trem até o centro a pé, passando por duas pequenas pontes até chegar num ponto de informações turísticas perto do museu do brinquedo. Lá peguei as informações sobre como chegar ao Palácio da Pena e ao Castelo dos Mouros (minhas prioridades de Sintra), era possível ir a pé ou de ônibus (ida ou ida e volta) escolhi pegar a passagem de ida de ônibus e depois descer a pé, cheguei ao palácio da pena e andei pelos jardins até entrar no palácio mesmo. O Palácio da Pena é colorido com arquitetura muçulmana, de lá se tem uma visão incrível (visto ser o maior ponto de Sintra) principalmente do Castelos dos Mouros. Dentro do palácio existe uma exposição de objetos da família real e alguns informativos sobre sua história (não é permitido tirar fotos lá dentro e por favor nada de jeitinho brasileiro). Fiquei contemplando o as paisagens de lá até que resolvi descer e ir até o Castelo dos Mouros.

O Castelo dos Mouros é parecido com o Castelo de São Jorge em sua estrutura. Também é possível andar pelas muralhas e ver vários pontos de Sintra e seus castelos. De lá também se tem uma visão mais completa do Palácio da Pena. Depois desci de volta para o centro de Sintra, usei um caminho que começa entre a bilheteria e a entrada de fato do Castelo dos Mouros e não me arrependi, estava meio deserto mas o lugar era muito bonito e haviam casas antigas no estilo português.

Era quase 16h e ao invés de visitar outro castelo, decidi ir até o Cabo da Roca (não há ônibus com muita frequência para lá), peguei o ônibus que ia de Sintra ao Cascais e parava por lá (alguns ônibus que vão do Cascais a Sintra também param).

O Cabo da Roca é o ponto mais ocidental Portugal, lá existe um farol, uma lojinha de souvenirs pequena e um memorial a Camões: “Aqui... onde a terra se acaba... e o mar começa...”. Poucas coisas para ver em princípio além do mais teria que ficar por lá por mais ou menos 2 horas porque era o tempo que levava para o próximo ônibus passar. Em princípio porque o lugar é incrível, poderia ficar muito mais tempo olhando o mar, o sol estava alto, e eu não me cansava daquilo, além do mais quando fui para parada esperar o ônibus conversei com alguns mochileiros coreanos que também estavam esperando pelo ônibus.

O ônibus ia de Sintra ao Cascais, como tive que descer no Cascais, andei um pouco por lá, mas já estava um tanto escuro e como não tinha muitas informações do Cascais, fiquei pouco tempo e logo peguei a linha Cascais – Cais do Sodré para voltar para o centro.

Voltei ao hostel e aquela noite haveria um Pub Crawl, mas como era minha última noite em Portugal, perguntei se havia algum lugar para ouvir fado e o hostel me deu uma dica quentíssima: Tasca do Chico! Um bar no Bairro Alto (não longe dali) onde nas quartas-feiras (exatamente nesse dia) cantores amadores se apresentavam, a vantagem é que não se pagava por isso, apenas o que fosse consumido. O lugar é muito legal, e quase não haviam estrangeiros, tanto que alguns portugueses vinham nos perguntar o que estávamos achando do fado e o que achávamos de Portugal (nós porque eu não fui sozinho, havia uma peruana e uma americana do hostel que abriram mão do pub crawl para ouvir fado). O lugar era pequeno e sem muita iluminação, um ambiente legal, típico de bar, a música era muito boa, os cantores eram realmente bons e todos paravam (até a porta se fechava) enquanto alguém cantava, percebia-se que lá fado era coisa séria. Foi uma noite muito divertida e gastei apenas 3 euros porque tomei duas cervejas!

Ah... um pub crawl é uma noite em que você paga um valor para o organizador e ele leva o pessoal por vários pubs, um programa muito legal que fiz em outros lugares, até porque assim você tende a interagir bastante e se divertir também (encerro comentários sobre pub crawl por aqui). Mas em Portugal valeu a pena ter ido até a Tasca do Chico.

 

Castelo de São Jorge

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Castelo dos Mouros (visto do Palácio da Pena)

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Cabo da Roca

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Praça da Figueira (e tradicional elétrico)

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Palácio da Pena

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Lucas, curti seu relato sobre Portugal e aguardo sobre os demais países pelo qual passou. Viajo em julho para a Europa, com entrada em Portugal, e o seu texto respondeu uma dúvida que tinha. Comprei minhas passagens de ida e volta da Europa pelo site da TAP, mas haviam me dito que eu deveria ter comprado por agência de viagem e isso me deixou apreensivo sobre a possibilidade de ser barrado na imigração portuguesa. Mas ao que parece deu certo para vc e isso me tranquilizou. Peço q nos próximos relatos fale um pouco se teve problemas ou não no setor de imigração, se pediram muitos documentos ou se teve 'passe livre'.

 

Valeu.

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To acompanhando o seu relato cara! Também irei em Julho e aguardo a parte da França, Bélgica e Holanda que também estarão em meu roteiro!

 

Principalmente a parte da comunicação na França, rs!

 

Abraço!

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Em relação à imigração, acho muito difícil ser barrado, eu tinha todos os documentos exigidos para entrar na Europa, incluindo o seguro viagem, mas chegando lá, na hora, a única coisa que me pediram foi a passagem de volta, onde eu me hospedaria em Lisboa e o que eu estava fazendo lá. Foi super tranqüilo, não tive problema nenhum, nada de contar meu dinheiro ou perguntas sem fim, tudo super simples.

 

3º Dia – Portugal - 01/03/2012

 

No início do dia, peguei a linha vermelha de metrô e fui até a estação Oriente, próxima ao Shopping Vasco da Gama, mas esse não era o meu objetivo. Fui até o Oceanário de Lisboa (cerca de uns 700m dali). No Oceanário, existe uma exposição permanente e uma ala com exposições temporárias, a temporária era de tartarugas marinhas e acabei não indo conhecer (paga-se separado pela temporária) achei o lugar muito legal, nunca havia ido a um Oceanário antes e pelo que soube o de Lisboa é o segundo maior que existe, perdendo para um em Osaka no Japão. Há um aquário principal e outros ambientes que reproduzem a vida de alguns oceanos do planeta, incluindo ambientes com pingüins, leões marinhos, peixes coloridos asiáticos... Além disso, essa área de Lisboa é mais moderna, muito diferente do centro (que foi reconstruído pelo Marques de Pombal após o terremoto de 1755 (prepare-se para ouvir isso de cada português que você conversar)).

Saí de lá antes do meio dia e passei um tempo no metrô e no ônibus até chegar à Belém. Desci próximo ao Monumento dos Descobridores e depois fui até a Torre de Belém, não paguei para entrar, já que tinha o Lisboa Card, mas eram os últimos minutos que eu podia usar. Sobre a torre, ela não durou muito tempo como estrutura para fins militares, e teve outras serventias, incluindo posto de saúde, vale a pena subir as escadas em espiral para ter uma visão de Belém lá de cima.

Saí da Torre de Belém e fui em direção ao Monastério dos Jerônimos, havia um movimento grande lá na frente então não fiquei por muito tempo. Fui a Pastelaria de Belém para provar os super pastéis de Belém. São muito bons, servem ele quente e trazem açúcar e canela separada, ótimo comer pastel de Belém tomando café. Aliás, antes de ir a Portugal, eu pensava que “Pastel de Belém” era uma receita, mas na verdade é um produto registrado pela Pastelaria de Belém, as outras padarias vendem pastéis de nata, que alguns dizem ser a mesma coisa, eu experimentei de noite e achei que não eram. Os de Belém são melhores mesmo.

Já era mais ou menos 16h e antes de voltar para o centro fui ao Museu dos Coches em Belém, não era caro e achei interessante, não os coches em si mas a história por trás deles, os mais pomposos foram utilizados por pelos papas e os mais simples foram da aristocracia portuguesa, no segundo andar do museu, também encontram-se alguns objetos da corte em exposição.

Peguei o ônibus para voltar à Praça do Comércio e ao hostel (começou a chover) satisfeito com Belém, existem outras atrações lá, mas ficarão para próxima oportunidade, como o Museu da Marinha por exemplo.

Naquela noite o hostel ofereceu uma sopa portuguesa para os hospedados (preparada por uma professora aposentada da UFMG), a qual tomei antes de ir pegar o trem para Madri as 22h na Estação Santa Apolonia. A sopa estava ótima e a companhia melhor ainda, mais uma vez, o ambiente naquele hostel é incrível. Antes de pegar o trem para a estação, fui tirar umas fotos do Elevador de Santa Justa, que se iluminava durante a noite. No trem, peguei uma cama em um quarto para 4 pessoas, tinha um espanhol, um português e um chinês (guia de um grupo de turistas) no mesmo vagão que eu, trocamos umas idéias sobre viagens e saí de Portugal com uma vontade imensa de ter ficado mais tempo.

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4º Dia – 02/03/2012 – Espanha (Madrid)

 

Cheguei em Madrid um pouco antes das 10h da manhã, na estação Chamartin e peguei a linha de metro para chegar ao hostel. Em Madrid, fiquei no Musas Residence, também era bom, mas não tão bom quanto o Traveller’s House mas tinha um chuveiro quente e uma cama confortável, já era satisfatório.

Para achar o hostel, segui uma dica de umas meninas que conheci em Lisboa: desça na Praça Tirso de Molina, várias ruazinhas desembocam nesta praça mas no meio dela existe uma estátua, ela estará olhando para a rua que você deve seguir. A dica funciona, achei o hostel sem complicações.

Cheguei no hotel e tinha que esperar umas 3h até fazer o check in, então me juntei ao Free Walking Tour que começaria logo (meu ultimo banho havia sido antes do Oceanário de Lisboa =X). Em relação ao tour: a guia era divertida mas não tinha muitas informações relevantes. O tour começava na Puerta Del Sol, passava pelos palácios, pela Plaza Mayor e terminava no Paseo Del Prado. Foi bom pela ida direta aos pontos interessantes e por ter conhecido pessoas legais, uma baiana e um casal chileno todos muito legais e que foram parceiros para explorar mais um pouco de Madrid depois. Essa exploração por Madrid começou no hostel (porque eu precisava muito de um banho), fomos a um museu municipal de Madrid, não é dos famosos, mas tinha uma exposição sobre a historia natural de Madrid com umas partes interativas, era gratuito e foi divertido.

Depois voltamos para próximo do Museu do Prado, passando pelas vitrines famosas e caras da Gran Via.

Quando se aproximava das 18h, fomos em direção ao Museu do Prado (a entrada é gratuita das 18h até as 20h). Não se assuste com a fila, ela anda rápido. O Museu do Prado é impressionante mesmo, uma sensação ótima de ver ao vivo todas aquelas pinturas que estavam nos meus livros de história e literatura. Como tínhamos pouco tempo, marcamos diretamente as salas onde estavam as obras que nos interessavam e fomos até elas, passamos por Monet, por Goya (muito legal) e pelas obras de Velazquez que retratavam a monarquia, incluindo o famoso “A Menina”.

Depois voltei ao hostel, era sexta-feira, então PUB CRAWL!

 

Palácio Real de Madrid

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Plaza Mayor

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Paseo del Prado

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Monumento a Tirso de Molina (estátuta que olha para a rua do Musas Residence)

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Relato maravilhoso... agradeço as dicas, das quais me apropriei em colaboração ao meu roteiro Portugal-Espanha-Itália em setembro/2012. Terias apenas como explicar o procedimento de compra do passe para o trem noturno, de Lisboa para Madrid- valor, modo de proceder a reserva de cabine, etc? Valeu.

  • 2 semanas depois...

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