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TRAVESSIA SUZANO - PARANAPIACABA

Situado a apenas 50km da capital paulistana, Suzano é um município do Estado de SP q compõe a microrregião de Mogi das Cruzes. De nome q homenageia um benfeitor local, a cidade é o maior pólo econômico e comercial da região com destaque pra industria de celulose, uma das maiores do país. É natural, portanto, q a paisagem recorrente seja uma sucessão de morros forrados de reflorestamentos, por sua vez rasgados por um sem numero de estradas ou picadas de manutenção. Muitas delas em desuso ou desativadas, e q fazem a alegria da galera q curte trilhas, seja ela motorizada ou não. E é um destes roteiros locais q desta vez comento, a sussa travessia “Suzano-Paranapiacaba”, q basicamente consiste na rústica conexão deste emaranhado de veredas q parte do bairro da Quinta Divisão, percorre o vale das nascentes do Rio Taiaçupeba e finda em Campo Grande, ao lado da vila inglesa. É verdade q bosques de pinnus e eucaliptos não detém a beleza exuberante da Serra do Mar, mas ao menos servem de cenário natureba pruma pernada sussa de menos de 3hrs nesta região do Alto Tietê q antecede o gde degrau serrano q separa o planalto do litoral.

 

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Fazia frio e a atmosfera estava impregnada por um espesso nevoeiro assim q saltamos na Estação Suzano, pontualmente as 7:40hrs. Pra mim e pra Carol era primeira vez q pisávamos ali, naquela estação q sempre passáramos batido a caminho de Mogi em tantas outras ocasiões, q a primeira coisa q fizemos foi observar atentamente ao redor, embora o brumado matinal torna-se fosca e opaca gde parte daquela paisagem cinza e urbana q descortinava-se a nossa frente.

Com tempo de sobra, passamos tranquilamente numa padoca pra tomar nosso desjejum, e após mastigar um pão-de-queijo e outro na chapa (embebidos com café fresco), nos dirigimos ao Terminal Norte, colado praticamente ao lado da Estação Suzano da CPTM. Antes tivéssemos perguntado o horário de saída do busão “Palmeiras-Duchen”, pois ficamos ali ao relento um tempão aguardando o latão, de horários tão irregulares qto incertos.

Qdo finalmente embarcamos no coletivo, por volta das 8:45hrs, o sol já comecava a estender seus acolhedores braços sobre a simpática cidade de ar interiorano, dispersando gradativamente a umidade retida no ar tornando o cenário á nossa volta totalmente claro e nítido. Após rodar um pouco pelo centro de Suzano pegando passageiros, o busão tomou a Rodovia Indio Tibiriçá (SP-031) e por ela embicou pro sul, parando apenas nos bairros rurais do caminho, como Palmeiras e Jd Brasil. Num piscar de olhos a paisagem acizentada da urbe emoldurada pela janela do coletivo exibia um cenário tipicamente rural. Pequenos morrotes cobertos de verde tornou-se a paisagem recorrente de td caminho, salpicado por casebres em meio a mtos pesqueiros. Como é de praxe, chamou-me a atenção a incrível qtidade de igrejas evangélicas espalhadas por aqui. Creio ter contabilizado mais de uma dúzia apenas naquele breve trajeto do buso.

 

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As 9:40hrs saltamos, enfim, no pto final do busão, mais precisamente na frente do complexo de lazer q atende pelo nome de “Magic City” (antigo “Clube Thermas de SP”), nos cafundós rurais do bairro da Quinta Divisão. Enqto arrumávamos as mochilas e calçados, obervamos o busao dar meia-volta e retornar pra rodovia, de onde faria td trajeto percorrido até a cidade outra vez. Iniciamos a pernada praticamente cinco minutos depois, apenas acompanhando a via principal sentido sul, uma tal Estrada do Pavoeiro. Não andamos nem dez minutos q o asfalto cede lugar a um chão compacto e empoeirado de terra, no exato momento em q ela bifurca. Equivocadamente aqui tomamos o ramo da esquerda q terminou dando numa propriedade particular, com outra opção q tocava pra leste. Ou seja, caminho errado. Em tempo, estavamos munidos apenas de um rascunho de papel e uma bussola. E como a rota basicamente tocava pro sul, bastava apenas acompanhar o caminho q fosse nesta direção.

Voltamos então á bifurcação tomamos o braço da direita (sudoeste), q inicialmente acompanha uma sequencia de pinheiros perfilados pra depois tornar-se uma estreita estrada cercada de mato de ambos lados. Ao passar por uma simpática chácara (Recanto do Papai) eis q tropeçamos com nova bifurcação, mas a tendência natural era nos manter no caminho principal, q nos levou a tomar o ramo da direita. Errado novamente. Aquele caminho nos levou indefinidamente pra morrotes situados a oeste e q tendem a retornar pro norte, além de conter outras picadas q terminam dando em lugar nenhum ou subitamente se fecham.

 

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Pois bem, esses foram nossos únicos erros deste inicio de jornada, mas facilmente percebidos desde q se acompanhe atentamente a direção apontada pela bússola. Sendo assim, voltamos á bifurcação após a chácara e tocamos pra esquerda, agora sim mergulhando no frescor da mata fechada sentido sul. Não demorou e tropeçamos com outra cerca a nossa frente, ou seja, uma propriedade particular onde aparentemente não havia ninguém a não ser estridentes cães presos. Sorrateiramente, cruzamos uma estreita passagem ao lado da cerca e prosseguimos ainda pela via principal, q agora seguia pra sudoeste e se enfiava finalmente no estreito Vale do Ribeirão Taiaçupeba, q aqui basta acompanhar por sul indefinidamente. Uma vez aqui não há mais erro e, agora sim, basta sempre se manter na vereda principal.

O caminho aqui ora se alarga ora se estreita, alternando-se entre chão firme batido e enormes poças de lama. Marcas de bicicleta mas, principalmente, de motos são onipresentes. Sempre pro sul, a caminhada é tranqüila e desimpedida e se dá em meio a um belo bosque de frondosos e altos eucaliptos na maior parte do tempo. Os únicos obstáculos do trajeto se resumiram ao desvio dos trechos enlameados e de um único (e curto) trecho mais ingreme e acidentado, e só. Surgem algumas bifurcações mas basta sempre ignorar as saídas laterais, mantendo-se sempre na vereda principal.

 

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A medida q se avança, o som borbulhante de água logo se faz presente ao cruzá-la brotando da mata, a nossa direita. São as nascentes do Taiaçupeba, cujo vale agora passamos a acompanhar paralelamente, sempre pela encosta destes morros reflorestados. Mas logo adiante surge uma bifurcação significativa, em formato de “T”. E agora, q rumo tomar? Pois bem, intuitivamente e sempre de olho na bússola tocamos pra direita, onde aparentemente a picada contornava o morro sgte e se mantinha rumo sul. Dito e feito, e assim damos continuidade a nossa tranqüila e desimpedida pernada. Bastava sempre tocar pelo caminho q fosse no sentido desejado. Navegar com bússola se dá na base da tentativa e erro, e pra quem já tem esse hábito os equívocos são imediatamente percebidos.

A caminhada prossegue no mesmo compasso e inipterrupta alternando as encostas do vale, eventualmente no aberto. A paisagem recorrente é uma só: morros e morros cobertos de bosques de reflorestamentos. O som borbulhante do Ribeirão Taiaçupeba agora é escutado vindo do fundo do vale, e se mistura ao do vento remexendo a folhagem do eucaliptal ao redor, tornando essa a nossa trilha sonora q embala a pernada a maior parte do tempo.

 

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Após um tempo, a vereda emerge no aberto e passa a descer suavemente a encosta palmilhada, serpenteando sinuosamente a morraria ao redor, indo de encontro a linhas de torres de alta tensão. Ao passar por baixo das mesmas nossa rota faz uma larga curva pro norte, ladeando o morro sgte q nos faz passar novamente por baixo das linhas de alta tensão, agora tocando em definitivo pro sul outra vez. A velha carcaça enferrujada de um veiculo tombada ao lado apenas reafirma q aquela larga vereda palmilhada ja fora outrora uma estrada bem movimentada.

As 12:45hrs a picada termina desembocando numa larga e obvia estrada de terra, q pela carta reconheço como sendo a Estrada do Campo Grande, uma conhecida via q corta a fazenda de reflorestamentos do mesmo nome e q guarda mtas semelhanças com a famosa “Estrada do Taquarussu”. Pronto, parece q nossa “travessia” havia chegado ao fim. Q nada, ainda faltava um tanto. Fim da travessia mas não da jornada. E assim, em nível e no aberto, percorremos o tanto q nos faltava pra alcançar a SP-122, ou seja, aquela rodovia q interliga Rio Gde da Serra e Paranapiacaba. No caminho cruzamos com uma horda de bikers de olhos puxados a quem acenamos cordialmente, embora não entendêssemos lhufas do q eles nos responderam.

 

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Mas antes de atingir a estrada derradeira, eis q as 13:20hrs nos deparamos com um “oásis” no meio da mata, algo mais q bem-vindo áquela altura do campeonato. Era o simpático Bar do Flávio, um simplório e rústico boteco enfiado ali no meio do nada e lugar nenhum q veio a calhar ás nossas primeiras “necessidades”. Cercado de verde, repleto de bichos perambulando e cortado pelo cristalino Ribeirão Rio Gde da Serra q formava um convidativo e poção bem ao lado, o lugar literalmente nos encantou pelo charme campestre q exalava. Claro q foi ali q estacionamos de vez, afinal era hora de lanchar e entornar umas brejas pra refrescar a goela. Ali com a atendente, a Cida, coletei algumas valiosas informações da região, como a possibilidade de camping como a inexistência de qq cachoeira perto. Enqto isso, a Carol encantava-se com a bicharada do lugar, composta pelo manso pitbull Bono, o desengonçado basset Minduim e os barulhentos papagaios Lilica e Ademar, entre vários outros. Mas a vedete mesmo dali era a Dóris, uma estonteante arara azul deixada ali pelo Ibama e q acabou ficando por ter sido criada em cativeiro e não ter mais condições de se reintegrar à natureza.

 

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Saimos dali hora e meia depois, trançando as pernas, andando tropegamente o restante de estrada q nos faltava ate o pto de bus. Não demorou e chegamos na decrépita e abandonada Estação Campo Grande, as margens da SP-122. A gente bem q tentou se embranhar nas dependências da mesma afim de fotografias, mas foi barrado por dois guardinhas na moita, perfeitamente mimetizados naquele ambiente decadente. “Não pode avançar pq as estruturas não oferecem segurança e, alem do mais, o trem pode surgir de repente e atropelar vcs!”, explicou ele. Desculpa ai então. Não nos restou senão dar um rápido visu na simpática, porem detonada, Capela do Bom Jesus da Boa Viagem, aparentemetne a padroeira da estação. O busão passou logo depois e la findamos nossa breve e sussa aventurinha dominical, mas não sem estacionar novamente numa padoca de Rio Gde da Serra pra entornar mais umas geladas, e assim desabar de vez nos bancos do vagão do trem rumo a “Terra da Garoa”.

 

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Recapitulando, a região pré-serrana de Suzano oferece vasto terreno pra palmilhar em tds as direções imaginaveis. Como foi já dito no inicio, a vegetação predominante de reflorestamentos não se compara á exuberância da Mata Atlantica típica da Serra do Mar, mas ainda assim bucólicos bosques de eucaliptos e pinheiros guardam um charme peculiar e podem perfeitamente oferecer o frescor natureba necessário pra embalar uma caminhada próximo da “civilização”. O lugar é ideal pra praticar navegação segura e não é de se estranhar q já tenha sido descoberta a mto tempo pela galera das duas rodas. Mas nada impede q isto possa ser feito tb a pé, com alguma vantagem adicional. Existem bifurcações partindo em tds as direções imagináveis esperando a ocasião oportuna pra serem sondadas. Qq desvio ou equivoco é facilmente sanado, a diferença da Serra do Mar, um lugar facílimo de se perder. E se formos encarar dessa forma pró-ativa esta bela região do Alto Tietê, novas possibilidades de travessias e circuitos nunca haverão de faltar.

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