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Rio de Janeiro – BOLÍVIA - Rio de Janeiro

 

Saída: 27 de dezembro de 2007

Chegada: 20 de janeiro de 2008

 

SAÍDA DO RIO DE JANEIRO.

Na Rodoviária Novo Rio, peguei o ônibus da viação Andorinha, que custava R$232,00. Comprei antecipado. Somente 1 (um) ônibus sai por dia. Ela passa também pela rodoviária de São Paulo. E entram passageiros que compraram antecipado.

A empresa Andorinha é muito boa, porém dizem já ter sido melhor. Num ônibus com ar condicionado, banheiro e poltronas reclináveis, eles oferecem água gelada a vontade, e só. Antes diziam ter Nescau e biscoito.

Eles fazem várias paradas durante a viagem (a cada 3 ou 4 horas) para almoçar, jantar, lanchar e para trocar de motoristas. Viagem longa, porém, tranqüila, estrada boa e segura. Faça amizade com brasileiros no ônibus, a viagem ficará menos cansativa.

 

FRONTEIRA: CORUMBÁ / PORTO JUAREZ

28 horas depois, chegando à fronteira (Corumbá/BRA - Porto Juarez/BOL), todos desembarcam para carimbar o passaporte (eu fui somente com identidade, sem problemas, é só preencher uma cartela, você fica com o canhoto e entrega quando sair do país). O processo é rápido e sem exigências. O aspecto da fronteira é o pior possível: ruas esburacadas, muito barro e muita lama (época de chuva). Espero que já tenham feito obras por ali – disseram que iam fazer.

Você desce do ônibus, carimba o passaporte - ou preenche a cartela, caso da identidade -, e volta para o ônibus que te levará mais cem metros adiante para desembarcar com a bagagem – já em território boliviano (em Porto Juarez).

 

PORTO JUAREZ (fronteira) / PORTO QUIJARRO

Ao desembarcar, vários bolivianos te oferecerão para “cambiar” (trocar) seus dólares, ou reais, por pesos bolivianos (ou bolivares). O ar de desconfiança que terá dos bolivianos será normal. Parece que todos querem te enganar, a pobreza do lugar é notória. PROCURE SEMPRE FALAR EM ESPANHOL com eles, aproveite, se não souber, aprenda a falar. A segunda melhor cotação que vi no país, foi nesse lugar (em Porto Juarez): onde, na época, 1 dólar estava 7,50 pesos. (A primeira foi no final da viagem do Trem, lá eu conto). Mas, com atenção, troque o dinheiro sem medo. Mas não troque todos seus dólares, troque apenas uma parte dele – 25% tá bom. Se puder troque todo o real, porque é mais difícil de aceitarem real pelo país, já o dólar, todos querem. Depois pegue um táxi até Porto Quijarro. Os taxistas cobram 10 reais (reais mesmo) por essa viagem de 5 minutos (é um absurdo de caro, se tratando de Bolívia, mas tudo bem, é oportunismo deles mesmo). Feche uma galera e vá, divida os dez reais.

 

PORTO QUIJARRO / TREM DA MORTE

Na cidade de Porto Quijarro, próximo ao terminal, tem lugar para tomar banho por 5 bolivianos e cerveja gelada (Bls. 5,00 longnek), a famosa Paceña. Muito boa! Tem telefone numa loja de telefonia, e custa 4,50 bolivianos o minuto para ligar para o Rio de Janeiro. Ligações a cobrar: 800 1000 55 + código da cidade + número desejado. MUITO IMPORTANTE!!! COMPRE SUA PASSAGEM DE TREM PELA INTERNET!!! http://www.ferroviariaoriental.com. É muito difícil (quase impossível) comprar na hora. Mas, com MUITA sorte, consegui comprar porque houve desistência. E ainda peguei a melhor classe, a chamada FerroBus. (Este trem possui 5 classes diferentes, distintas por preço e qualidade, cada classe possui um nome. A mais cara, óbvio, é a melhor. E nessa que consegui ir, a FerroBus). É a classe aconselhável, leve dinheiro para ir nela, no interior vende água, é cara, compre antes. A passagem dessa classe custa Bls. 234,00 (234,00 bolivianos). Tem almoço e café-da-manhã, ar-condicionado, televisão, semi-leito, e faz somente três paradas. O trem balança bastante, mas até ajuda a dormir. A mochila é despachada, por 5 bolivianos cada. Ela vai no bagageiro, embaixo do trem, é seguro. A viagem é boa e não cansa muito (nesta classe). A vista não é muito boa, poupe fotos. O trajeto é bem pobre. O trem passa por várias comunidades carentes de Santa Cruz de la Sierra, até chegar a capital, de mesmo nome. Dá para ver também as grandes fábricas, daí você poderá ver que é em Santa Cruz que se concentra a maior riqueza do país, através do recolhimento de impostos dessas fábricas. 14 horas depois e você está na Estação Bimodal (trem e ônibus), na capital de Santa Cruz de la Sierra.

Se quiser ficar alguns dias em Santa Cruz, peça ajuda no “Informaciones” da estação. Peça o mapa da cidade e procure a praça principal de Santa Cruz, que é o melhor lugar. Negocie o preço do táxi, eles cobram 10 bolivianos, mas fazem por 8 ou até 7 para te levarem até lá. O preço da viagem de táxi na Bolívia SEMPRE é dito antes de você entrar no carro.

 

SANTA CRUZ DE LA SIERRA > COCHABAMBA

Mas resolvi partir para Cochabamba. Por azar peguei o pior ônibus (Nobleza), mas depois vi que quase todos eram assim. Se acostume e não seja muito exigente; na Bolívia os ônibus são muito ruins e as estradas também - quase todas. Mas é certo, NENHUM ônibus tem ar-condicionado, apesar dos guichês jurarem que têm. Paguei 80 bolivianos pela passagem, mais 3 bolivianos pela taxa de viagem (eles cobram isso em todas as viagens interdepartamentais – lá os estados são chamados de Departamentos). O ônibus estava cheio e no caminho foi enchendo mais, pessoas entravam no meio da viagem e sentavam no chão mesmo. Nas paradas vendem comidas, muitos frangos fritos, mas... hmm... não gostei de nenhuma. Comi sanduíches e lanches que havia levado. Todos os bolivianos parecem que almoçam no ônibus, todos comem, e voam nas janelas para comprar coisas. Pelo caminho já dá para ver algumas llamas. DETALHE MUITO IMPORTANTE: NENHUM ÔNIBUS EM TODA A BOLÍVIA POSSUI BANHEIRO. É verdadel!! Previna-se!!

 

COCHABAMBA

Chegando à rodoviária de Cochabamba, 14 horas depois, fui direto ao balcão de informações e perguntei onde ficavam os hotéis, peguei um mapa e fui. Dava para ir andando, por perto têm hostals, ou hotéis, bons e baratos. Fiquei no Hotel Esperança, 25 bolivianos, diária por pessoa. Se informe no hotel onde se “divertir” à noite. A cidade é bonita. Mas, infelizmente, só fiquei um dia.

 

LA PAZ

Fui para La Paz. Peguei o ônibus da Trans Copacabana, paguei 43 bolivianos + taxa e o ônibus quebrou em Oruro, assim conheci um pouco de Oruro. Onde quebramos é muito frio, e só. No caminho vi outro ônibus da mesma empresa quebrado. Uns 40 minutos depois veio outro vazio e mudamos para ele. Seguimos viagem, com esse atraso fizemos o trajeto em 8 horas. Cheguei em La Paz a noite e fiquei abismado. A cidade é um enorme buraco, e nela chega-se por cima, vamos rodando no buraco até chegar à rodoviária, bem bonita, e pequena. Chegando lá fui direto ao balcão de informações peguei o “mapa turístico” (SEMPRE FAÇA ISSO QUANDO CHEGAR A UMA RODOVIÁRIA: balcão de informações e mapa turístico da cidade). E o local certo para se hospedar é a Rua Sagarnaga (Calle Sagarnaga). É lá! Fica perto da “Calle de las Brujas”, onde é o local mais barato da Bolívia para comprar presentes originais (tecidos, roupas, bolsas, artesanatos... tem tudo de roupa boliviana lá, muito barato e SEMPRE fazem desconto). Peguei um táxi, por 8 ou 10 bolivianos, e fui para a Rua Sagarnaga. Fiquei no hotel Maya Inn, nesta rua. Muito bom e barato (para La Paz). Diária 90 bls. por pessoa, cama casal, banheiro compartilhado, café-da-manhã. No hotel também tem internet, bem barato.

 

PASSEIOS DE LA PAZ

Em La Paz existem agências que fazem passeios para o Chacaltaya (a montanha de neve com 5.300 metros acima do nível do mar); Tiahuanaco (ruínas de uma antiga civilização); Vale de la Luna, o lago que seco e você pode andar por ele; passeios de bicicletas, onde você desce quase 3 mil metros de altitude que é irado!! Etc. Mas sempre procure pesquisar as agências que fazem esses passeios, eles têm preços diferentes. Ande pela cidade, pela rua principal, durante o dia verás arquiteturas antigas muito bonitas, estátuas e monumentos pelas ruas e praças. Vá a “Calle Jaén” (Rua Jaén), onde ficam os museus, vale muito a pena, e custa 4 bolivianos - válido para visitar 4 museus. Pelas ruas almoçava em restaurantes cubanos, italianos, japoneses etc. Sempre barato. Depois de quatro dias em La Paz fui para Copacabana passar o reveillon à beira do lado Titicaca.

 

LA PAZ > COPACABANA (Lago Titicaca)

Peguei um táxi de 8 bls. Até o bairro chamado Cemitério, de onde partem os ônibus para Copacabana por 17 bls. O caminho é bonito. A viagem começa a melhorar visualmente. São 4 horas de estrada. No meio do caminho o ônibus precisará atravessar um trecho do Lago Titicaca chamado Estreito de Tiquina. Você desce do ônibus, atravessa num barquinho (1,5 bls. por pessoa) e o ônibus atravessa numa enorme balsa - 5 minutos - volta para o ônibus e segue a viagem. E chega à Copacabana, na praça da igreja de N. S. de Copacabana.

 

COPACABANA

Do lado esquerdo da igreja tem uma rua que desce até o Lago, não lembro o nome da rua, mas é a principal, não muito larga, normal, mas bastante movimentada. Nesta rua tem um hostal chamado Arco-íris, não é o melhor, mas é legal, e foi nele que fiquei. 30 bls, banheiro compartilhado, duas camas. Suficiente! Copacabana é uma cidade bem pequena e você a conhece toda em um dia, a pé. As refeições são muito boas: truta, o peixe tradicional do lago Titicaca, além de pizzarias, sorveterias etc. É o local do gringo. À noite tem um bar chamado Atwaaba Café, lugarzinho rústico e aquecido. E música boa! É de um francês. Outro bar bom é o Nemos, um pub, rock´ n´roll, onde passei o reveillon depois da virada na beira do lago no estilo “Sexo, drogas e rock´ n´ roll”. O preço da noite em Copa (bebidas, petiscos etc.) é um pouquinho mais salgado. Mas estamos na Bolívia e somos ricos. Em Copa tem lan house, onde você pode descarregar suas fotos da máquina fotográfica. Leve um pen drive para armazená-las, ou um cd. De Copa, fiz um passeio para Isla del Sol. Muito bonito lá. Subindo ao topo dessa pequena ilha dá para ver como é grande o Lago Titicaca. Na Isla del Sol é possível dormir e voltar no dia seguinte, tem hostals por lá. Mas voltei no mesmo dia, porque no dia seguinte ia para o Puno, no Peru.

 

COPACABANA - PUNO/PE

Em Copacabana ainda, fui a uma agência e paguei pelo pacote de 110 bls., com direito a ônibus e barco com guia (odeio ir guiado mas só pode ir assim), para conhecer as ilhas flutuantes, em Puno, no Peru. De Copa até a cidade de Puno levam 2h30, atravessando a fronteira e fazendo o esquema do visto. Também pode entrar só com identidade. Entrega aos bolivianos o canhoto que você pegou para entrar na Bolívia, anda mais cem metros, entra no Peru e pega um novo canhoto para entrar no “novo” país. Volta para o ônibus e segue viagem. Fuso horário de uma hora a menos da Bolívia, somando-se assim 3 horas a menos do Brasil, já que na Bolívia tem o fuso de 2 horas a menos pra cá. Chegando a rodoviária fomos para um pequeno cais, de onde sai o barco para as ilhas flutuantes. Nessas ilhas (uma maravilha do mundo) vivem os Uros, indígenas que vivem em ilhas flutuantes, que bóiam sobre raízes, e vivem dessas raízes. O guia explicará como funciona o processo de flutuação. É impressionante, e FUNDAMENTAL conhecer este lugar. Dormi em Puno, conheci um pouco da noite. A moeda do Peru, soles, é mais valorizada que o peso boliviano: 1 soles = 2,6 bolivianos. Dá pra fazer o câmbio na rodoviária. Fiquei num hotel baratinho, não lembro o nome, peça ajuda aos taxistas. No dia seguinte, peguei o ônibus que me dava direito na hora combinada e voltei para Copa. 99% dos turistas que fazem esse passeio seguem viagem para Cuzco, para subir Machupichu (ou MachuPictures, com chamam os locais). Se este é o seu caminho, boa viagem!! Eu queria conhecer o sul da Bolívia. Voltei para Copa, e de lá para La Paz, pois queria chegar a Uyuni, no tal deserto do Sal (Salar de Uyuni).

 

PUNO/PE > COPACABANA > LA PAZ

Como já tinha conhecido Copa e La Paz, passei passando. Peguei minhas coisas no hotel em Copa, onde havia deixado, comprei passagem para La Paz, aliás, com um dia de antecedência, por causa da época do ano, e meti o pé. Cheguei a La Paz e comprei a passagem para o dia seguinte para Uyuni. A passagem me custou 90 bls., na viação San Francisco. 11 horas de viagem.

 

LA PAZ > UYUNI

A viagem para Uyuni é a PIOR DO MUNDO. A pior estrada do planeta, sem exagero. No ônibus da rodoviária só havia turistas. “Só” os estrangeiros vão para lá, para conhecer o Salar. São 11 horas de viagem: 2 horas de asfalto e 9 horas de terra irregular. A estrada de terra é a pior coisa. Foram nove horas de trepidação, as costas coçavam, algumas mochilas caíam sobre as cabeças das pessoas, só fizemos uma parada porque não existia mais cidade pelo caminho (leve água e biscoitos). Foi uma merda de viagem, mas tudo era divertido e também valeu muito a pena. Você chega muito cansado, mas chega feliz. A cidade é bem pequena e bonita. Logo dá para encontrar restaurantes e hotéis. Comi algo e corri para comprar o pacote para fazer o passeio pelo deserto. São três dias de viagens, mas você pode fazer somente um dia se quiser. Foi o que eu fiz, não conheci o deserto todo, por falta de grana. Pois queria voltar para o Brasil. Esse 1 dia de passeio me custou 20 dólares com direito a conhecer o Salar de Uyuni + hotéis feitos de sal + almoço (péssimo) + cemitério dos trens (uma enganação lá que não tem nada a ver com o Salar, mas é bonito, vá!). O serviço dessas agências não é muito bom. O foda mesmo é o Salar, que é muito, muito, muito irado. Foram 200 fotos lá, e mesmo assim faltaram coisas. O Salar fica inundado pela água das chuvas na época do verão - dezembro até abril, mais ou menos. Mas mesmo assim é muito foda!

Uma dica, Uyuni neva no inverno, e constantemente falta água. Nesse verão choveu granizo. Lindo! Fiquei num hotelzinho mais barato, o residencial Sucre, que custava 25 bls., duas camas e banheiro compartilhado. De Uyuni subi para Potosí.

 

UYUNI > POTOSÍ

Aliás, é horrível sair de Uyuni, são poucos ônibus para Potosí, e muitos para La Paz. Compre também com um dia de antecedência. A passagem custou 40 bls. pela viação 11 de Julio, ruim. Foram 8 horas de viagem com parada para almoço, bom. A vista é a melhor do país, eu achei. Vá com a máquina na mão. Cheguei em Potosí, e paramos fora da rodoviária, perguntei e parei onde ficar e parei no Alojamento Ferrocarril, bonzinho – diária 35 Bls., duas camas, banheiro compartilhado, cada banho 3 bls., pra quem gosta de banho. A cidade é bem legal, maior altitude do país. Aliás, Potosí é a cidade mais alta do mundo. Não corra e não faça esforço que não sentirá falta de ar em nenhum momento. Aliás, isso serve para toda a Bolívia. A Rua Bolívar é a melhor, mais movimentada e coisas interessantes. Na cidade tem agências que fazem passeios para minas ativas. Potosí é a cidade da prata. Você veste o roupão, capacete e tudo mais para conhecer a mina. É irado! Fiquei um dia na cidade e subi mais para Sucre, a capital constitucional do país.

 

POTOSÍ > SUCRE

Na rodoviária de Potosí comprei a passagem para Sucre, 20 Bls., pela viação Emperador. Mais 4 horinhas de estrada. Cheguei à rodoviária e peguei o mapa turístico (NUNCA esqueça). Peguei um táxi e achei o alojamento Del Plata, 25 Bls., próximo a Praça 25 de agosto. Melhor localização impossível. A praça é muito bonita!! Ande pela cidade, é a melhor do país. Eu moraria lá! Ótimos restaurantes, pena eu estar no final da viagem. Muitos jovens e pessoas bonitas. Em Sucre também tem passeios legais, como: conhecer a Casa de la Moneda, ponto turístico muito conhecido da Bolívia, ir ao Mirante (Mirador) também, onde se pode ver toda a cidade, igrejas fantásticas construídas na época da colonização espanhola. Aliás, tudo na Bolívia é cuidadosamente preservado. Bem diferente da cidade do fanfarrão César Maia. Fiquei um dia também e fui para Santa Cruz de la Sierra. E, de volta à Santa Cruz, eu fechava o meu roteiro de viagem.

 

SUCRE > SANTA CRUZ DE LA SIERRA > PORTO JUAREZ

Com passagem antecipada também, fui para Santa Cruz, pela empresa Bolívar, por 80 Bls. 13 horas de viagem. Muito chão. Em Santa Cruz, novamente na Estação Bimodal, tentei passagem de trem e dessa vez não tive a mesma sorte. As passagens para o dia desejado só são vendidas no guichê com 7 dias de antecedência, ou pela internet. E nesse dia não houve desistência, como na ida. A única escolha foi ir para Porto Juarez de ônibus. Mas, antes, resolvi dar uma volta pela cidade. Tomei um banho num local em frente à Estação de trem, por 3 Bls., peguei um táxi até a praça principal da cidade e almocei num restaurante cubano, onde finalmente comi feijão. Restaurante excelente, atendimento feito pelo chef Dom Fidel, tudo perfeito. Chama-se Taberna Cubana, ou algo assim. É próximo a esta praça principal, onde tem uma enorme igreja (sei lá o santo) toda de tijolinho. A cidade é a mais rica do país, gera 70% das riquezas da Bolívia. E, por isso, todos por lá lutam por autonomia, assim como o Rio Grande do Sul queria (ou quer) do Brasil e Texas dos Estados Unidos. Mas no caso de Santa Cruz existe um pouco de racismo contra o povo indígena (ou descendentes), que é maioria no país. Enfim. Peguei o ônibus para Porto Juarez (as passagens eram oferecidas com exaustão pelos vendedores), e paguei 80 Bls., na empresa 15 de Julio, que é péssima, mas tinham piores.

 

PORTO JUAREZ

Cheguei a Porto Juarez, e, depois de 20 dias, com MUITA saudade, atravessei a fronteira para o BRASIL. Peguei um táxi até a rodoviária de Corumbá, por absurdos 30 reais, e, em grupo, e dividimos.

 

BRASIL: CORUMBÁ > RIO DE JANEIRO

ATENÇÃO ao horário do ônibus Andorinha para o Rio de Janeiro, que também passa por São Paulo. SOMENTE UM ÔNIBUS POR DIA. Passagem, R$ 226,00 até o Rio. Antes de sair do Brasil, certifique-se do horário desse ônibus de volta. Procure chegar antes da partida, claro. Meu ônibus saiu às 11h30 de Corumbá, eu cheguei meia hora antes. Tomei banho e lanchei neste terminal, e fui limpo no ônibus. A primeira viagem, depois de 20 dias, finalmente confortável, com ar-condicionado, água gelada. Apesar do conforto, encarei alguns desconfortos pelas SINISTRAS DURAS de policiais rodoviários cada vez que o ônibus passava por divisas de Estados. Saindo de Corumbá, dez minutos depois, DURA. Policiais entram no ônibus e pedem documentos a todos. Revistam bagagens embaixo sem ninguém ver. Eu estava apreensivo, nada de mais, apenas chá e folhas de coca em pouca quantidade. Procuravam por “mulas” que passam pastas de cocaínas. Geralmente são os bolivianos, que lotam o ônibus rumo à São Paulo, em busca de emprego e vida nova, e levam drogas no estômago e em diversos lugares. Mas comigo nada acharam, desta vez. E na entrada para São Paulo, a mais sinistra. Antes de entrarem no ônibus, cerca de cinco policiais reviraram o bagageiro inteiro, e subiram para os passageiros. Eram 3h da manhã, e quando acenderam as luzes todos os policiais já ocupavam o corredor do ônibus. Acordaram todo mundo, com voz alta intimidando e com sotaques sertanejos. Documento mais uma vez, e agora passavam rádio e com o nome completo da pessoa levantavam a ficha. Desta vez, acharam meu chá, e perguntaram pela folha, mostrei e fizeram vista grossa, fui liberado. Era bem pouca coisa. Fiquei bem mais tranqüilo. Depois veio o Rio de Janeiro, pensei, to preso, ou suborno! Mas era apenas um barrigudo que entrou sozinho no ônibus já vazio (porque 90% desce em São Paulo), e nada achou, então, fomos liberados. Depois de 32 horas, devido a muito engarrafamento também, chego à rodoviária Novo Rio.

 

A vantagem de ir de ônibus, além da grana, é que você não sente a altitude, pois vai aos poucos e se acostuma com ela. Mas quer um conselho? Vá de avião!

 

 

Gasto total: cerca de R$ 1.200,00.

 

Boa viagem!!!

 

por Bruno Pettinelli

  • Membros de Honra
Postado

Oi, Bruno,

 

Já fiz a Bolivia duas vezes e já estou programando a próxima e sempre de ônibus - apesar dos pesares - acho mais, muito mais interessante, do que de avião , pois não dá para conhecer nada pelas nuvens, ao contrário das estradas, sejam elas como forem.

 

Mas uma recomendação para marinheiros de primeira viagem à Bolivia - tem que ter espirito esportivo para andar pelas estradas da Bolivia, mas para que pressa e estresse se estamos de férias e curtindo.

 

Maria Emilia

  • Membros
Postado

Pois é, a viagem terrestre é muito mais artesanal. Fiquei com muita vontade de voltar. Estou planejando voltar e rodar além da Bolivia. O país é interessantíssimo, muito melhor do que Machupichu (US$ 200 - pra subir e descer). E as estradas do país são para quem tem estômago mesmo. rsrs.

 

Faria, e farei, tudo de novo!!

 

Bruno Pettinelli

  • Membros
Postado

Verdade!! E acabam não conhecendo nada...

 

Em 20 dias, rodei bastante coisa da Bolivia - não toda, mas por onde passei conheci bem; conversei com moradores, taxistas, turistas, zoei a noite o dia.. foi foda!! Sem pressa!!

Aproveitei minhas férias em um país, as proximas escolho outro.. e assim vai.. até conhecer o mundo.. sou novo! rsrs.

 

Bruno P.

  • 2 semanas depois...
  • 5 meses depois...
  • Colaboradores
Postado

Olá Bruno

 

Cara, parabéns, seu relato é fantástico !!!

 

Se não fossem relatos como esse, muitas pessoas não teriam informação nenhuma para viajar.

 

Meu, valeu mesmo !!!

 

Vc tirou 2,5 toneladas de dúvidas que eu tinha !!!

 

Vc gastou R$ 1.200,00 por toda a viagem ? Então fico mais tranquilo, pq eu e minha namorada temos R$ 5.000,00 para fazer a viagem, incluindo tudo, desde a saída de sp, e acho que vai dar.

 

Mas ...

 

Quero fazer masi cidades:

 

Pensei em sair de São Paulo por Corumbá - visitar os principais pontos da Bolívia - ir até Lima no Perú - Machu Picchu na volta e todas as cidades interessantesdo Perú, descer para o Atacama - e voltar cruzando a Argentina direto para Foz do Iguaçu- São Paulo.

 

Será que dá ?

Tenho 30 dias, Julho de 2009.

 

Abração

 

Rodrigo

  • 2 semanas depois...
  • Membros
Postado

Valeu Bruno, Otimas informaçoes

 

Em agosto, eu e minha namorada vamos sair do Rio de Aviao direto para La Paz, descer ate Uyuni e depois voltar para La Paz em direçao a Copacabana (onde seguirei para Cuzco e Lima e pegarei o aviao de volta ao Rio).

 

Queria sua ajuda para fazer trecho La paz > Uyuni / Uyuni > La Paz ! Qual o melhor modo? De trem? E na volta é a mesma coisa? Acha tranquilo passar por Potosi e/ou Sucre na ida ou volta? Varias duvidas hehe!

 

Abraco!

  • 8 meses depois...

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