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Senador italiano defende boicote turístico ao Brasil


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  • Membros de Honra

Como as coisas são engraçadas né.

Vamos pelos fatos, retirado de uma rapida pesquisa na net:

 

Battisti foi condenado na Italia pela 1ª vez em 1979.

Em 1981, foge da prisão e vai para a França e logo depois para o México.

Em 1987 vai novamente a julgamento, dessa vez à revelia e é condenado baseado na delação premiada.

O testemunho crucial para a condenação foi o de um antigo terrorista que ganhou a liberdade, ao acusar Battisti.

 

Em 1990 foge novamente para a França.

Lá é declarado por duas vezes não extraditavel para Italia.

 

E só em 2004, com mudança de governo na França, é concedida a extradição e na iminencia de ser preso, foge novamente.

 

Em Março de 2007 é detido no RJ e em Janeiro de 2009 recebe status de refugiado politico.

 

 

Mas é estranho que Battisti qdo estava na França exilado por 14 anos ninguém da Italia criticou ou ameaçou o país de boicote ou coisa e tal.

Ninguém meteu o pau na França.

O cara foi condenado baseado em um depoimento de um ex-terrorista que foi incentivado pela delação premiada. Dá p/ confiar em um depoimento assim?

Por que só fizeram isso com o Brasil?

Não tenho duvidas que ainda somos tratados como terceiro mundo. Como republica de bananas. E não somos nada disso.

 

Sou a favor do que o nosso Ministro da Justiça fez.

E se eles nos ameaçam de boicote pelo turismo, que façamos o mesmo.

Não duvido muito não, que a quantidade de turistas que entra na Italia é a mesma de turistas italianos aqui.

 

Vamos analisar primeiramente os fatos para depois emitir uma opinião.

E muita gente no nosso país, apoiada em uma imprensa burra (não todos, é claro), não tá fazendo isso.

 

 

Abcs

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  • Membros de Honra

Enqto rola ese bafafá besta, deputados gauchos aumentam o proprio salario..seguidos pelos paranaenses.. e ninguem nem ai.. parece q a republiqueta de banana tm um certo sentido sim, pq enqto vivermos na base do "pao e circo", nao sairemos dessa condicao. A gente colhe o q planta, infelizmente. E me refiro 'a quem a gente elege.

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  • Membros de Honra

Só complementando:

 

Tinha uma certa admiração pelo jornalista Alexandre Garcia, mas depois das bobagens que ele disse em rede nacional, p/ mim perdeu a credibilidade. Foram lamentaveis as suas opinioes.

Na verdade a Rede Bobo parece que tá a favor da extradição, pois suas reportagens são sempre no intuito de condenar Battisti e criticar a decisão do Ministro.

 

Folha de S. Paulo, Carta Capital (só p/ citar alguns) parece que sentem prazer em criticar a concessão de refugio para o italiano.

É cada bobagem que a gente lê dessas empresas de comunicação.

Fica parecendo que a Italia tá pagando p/ que "essa imprensa" sempre critique a decisão do Ministro.

 

Só tô querendo ver se os Mnistros do STF vão votar com imparcialidade ou sempre pensando em votar contra o governo Lula.

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  • Membros de Honra

Extradição de Battisti seria erro, diz historiador

Sáb, 07 Fev, 08h50

 

 

 

Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) importarão uma crise interna da Itália se decidirem, em março, extraditar o extremista italiano Cesare Battisti, contrariando o refúgio concedido a ele em janeiro pelo Ministério da Justiça. A avaliação é do historiador e escritor ítalo-brasileiro José Luiz Del Roio, que vive em Milão há 36 anos e foi senador no governo do ex-premiê Romano Prodi (2006-2008). "Se quiserem entender o que estão discutindo, os brasileiros precisam levar em conta o momento atual da Itália, que é de uma polarização política radical", disse Del Roio ao Estado.

 

 

 

O extremista foi condenado na Itália à prisão perpétua por quatro homicídios cometidos nos anos 70 e recebeu o estatuto de refugiado político no Brasil no mês passado, o que provocou forte reação do governo do premiê italiano, Silvio Berlusconi. "Battisti é antes de qualquer coisa um grande azarado", disse Del Roio, que, no Brasil, foi membro da Aliança Libertadora Nacional (ALN), de 1967 a 1974 , e na época tinha contato com grupos políticos europeus, mas nunca ouviu falar do grupo de Battisti, o Proletários Armados pelo Comunismo (PAC).

 

Na quinta-feira, Berlusconi deu novos sinais de recrudescimento de sua política conservadora ao aprovar no Parlamento uma medida que autoriza médicos a denunciarem imigrantes ilegais que busquem os hospitais. A nova lei também criou patrulhas civis para fiscalizar a população das periferias.

 

Em resposta, o principal jurista do processo de combate às máfias italianas na década de 90, o político italiano Antonio Di Pietro, enviou uma carta ao presidente da Itália, Giorgio Napolitano, acusando Berlusconi de "seguir os passos do Partido Nacional-Socialista Alemão dos anos 30", distanciando-se da "democracia fundada no direito". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

-----

 

bom, somem o texto acima com a nota um tanto irônica do elio gaspari, na folha de são paulo de hoje, 08/2/2009:

 

 

ITALIA BELLA

O Senado italiano aprovou uma lei que permite aos médicos da rede pública de saúde denunciar estrangeiros que vivem ilegalmente no país e buscam atendimento. Em 1935, o governo alemão vedou aos judeus o acesso às redes municipais de saúde. Nada a ver? Tudo bem, nada a ver.

 

 

é, isso que dá ter com premiê uma espécie de silvio santos local....

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  • Membros de Honra

saiu hoje no uol notícias. agora entende-se a histeria italizana em cima do battisti. tomaram um senhor "NÃO" do governo frances no caso da marina petrella, e querem apagar o fiasco desviando a atenção para o brasil.

para o japão, onde fugiram os militantes da P2 (os mais velhos vão lembrar desse escândalo), eles nãopedem extradição.

 

 

15/02/2009 - 07h35

Itália insulta o Brasil no caso Battisti, diz filósofo italiano Toni Negri

Thiago Scarelli

Do UOL Notícias

Em São Paulo (SP)

A Itália adota uma postura "insultante" com o Brasil no conflito em torno do ex-ativista Cesare Battisti, porque não se trata de um país desenvolvido, e mente quando diz que vivia um Estado de Direito nos anos 70. A análise é do filósofo italiano Antonio Negri, que passou mais de dez anos preso por seu envolvimento com a militância de esquerda na Itália.

 

Negri é co-autor, com Michael Hardt, do livro "Império", publicado no Brasil em 2001 e umas das obras mais importantes e polêmicas sobre o processo de globalização. Com Giuseppe Cocco, publicou "Global - Biopoder e Luta em uma América Latina Globalizada", em 2005.

 

Leia abaixo a entrevista completa, concedida por Negri via telefone desde Veneza.

 

Quem é Toni Negri

 

Antonio Negri, 75, é um filósofo italiano, professor da Universidade de Pádua (Itália) e do Colégio Internacional de Paris (França). Entre os anos 50 e 70, participou dos movimentos de esquerda na Itália, condenando tanto a direita quanto o stalinismo. Esteve preso entre 1979 e 1983, depois se exilou na França por 14 anos. Condenado por subversão, o filósofo voltou para a Itália em 1997 e cumpriu pena até 2003. Atualmente, divide seu tempo entre Veneza e Paris, cidades onde desenvolve atividades acadêmicas

 

 

 

 

UOL - Como o senhor vê a posição da Itália no caso Battisti?

 

Antonio Negri - A posição italiana é uma posição muito complexa. Como se sabe, o governo italiano é um governo de direita e é um governo que, depois de 30 anos, retomou a perseguição das pessoas que se refugiaram no exterior depois do final dos anos 70, depois do final dos anos nos quais na Itália houve um forte movimento de transformação, de rebelião. E, portanto, o governo italiano retoma hoje uma campanha pela recuperação destas pessoas. Em particular, tentou fazê-lo com a França, para conseguir a extradição de Marina Petrella [condenada por subversão pela justiça italiana] e não conseguiu porque o governo francês, a presidência francesa [Nicolas Sarkozy], impediu. Neste ponto, aparece em um momento exemplar o caso Battisti.

 

UOL - O que o senhor quer dizer com perseguição? É perigoso neste momento para Battisti retornar à Itália?

 

Negri - Eu não sei se é perigoso. Mas é certo que ele foi condenado à prisão perpétua e seria para ele uma situação muito grave.

 

UOL - Um dos motivos que o Brasil cita para manter o refúgio político é a ameaça de perseguição política contra Battisti...

 

Negri - Mas seguramente ele seria alvo de uma perseguição política e midiática.

 

UOL - Trata-se, portanto, de um temor com fundamento?

 

Negri - Veja bem, o governo italiano, depois de 30 anos, quer recuperar, para fazer um exemplo, as pessoas que se refugiaram no exterior. E que se refugiaram no exterior porque na Itália havia uma condição de Justiça que era impossível de aguentar.

 

UOL - O que significa esse "exemplo"? A punição de Battisti resolveria a questão da violência na Itália nos anos 70?

 

Negri - Precisamente. Resolveria em dois sentidos: por um lado, se recupera aquilo que eles chamam 'um assassino'; e por outro se esquece aquele que foi um Estado de Exceção, que permitiu a detenção e a prisão preventiva de milhares de pessoas durante estes anos. É necessário recordar que nos anos 70 o limite jurídico da prisão preventiva era fixado em 12 anos. É necessário recordar o uso da tortura e de processos sumários inteiramente construídos sob a palavra de presos aos quais era prometida a liberdade em troca de confissões. Este foi o clima dos anos 70. E não nos esqueçamos que nos anos 70 houve 36 mil detenções, seis mil pessoas foram condenadas e milhares se refugiaram no exterior. E se há quem duvide desses números, e que quer continuar duvidando, basta que deem uma olhada nos relatórios da Anistia Internacional naqueles anos. Portanto, essa é uma questão muito séria. O caso Battisti é, na verdade, um pobre exemplo de uma estrutura, de um sistema no qual a perseguição, insisto na palavra 'perseguição', era acompanhada por enormes escândalos na estrutura política e militar italiana. Houve uma construção, principalmente por meio de uma loja maçônica chamada P2, de uma série de atentados dos quais ainda hoje ninguém sabe quem foram os autores, atentados que deixaram milhares de mortos, por parte da direita. E o governo italiano nunca pediu, por exemplo, que o único condenado por estes atentados seja extraditado do Japão, onde se refugiou. Existe uma desigualdade nas relações que o governo italiano mantém com todos os outros condenados e refugiados de direitas que é maluca. O governo italiano é um governo quase fascista.

 

UOL - Se houvesse um governo de esquerda na Itália o caso seria o mesmo? [O líder da oposição de centro-esquerda] Romano Prodi faria o mesmo?

 

Negri - Eu não acredito que Prodi faria o mesmo, mas parte da esquerda faria o mesmo, isso é verdade.

 

UOL - Como o senhor vê hoje o PAC [Proletários Armados pelo Comunismo, grupo do qual Battisti fazia parte]?

 

Negri - O PAC era um grupo muito marginal, mas isso não significa que não estivesse dentro do grande movimento pela autonomia. Mas ouça, o problema é esse: eu acho que as coisas das quais foi acusado Battisti são coisas muito graves, mas - e isso me parece importante dizer - estas são responsabilidades compartilhadas por toda a esquerda verdadeira. Não se trata de um caso específico. O Supremo Tribunal Federal do Brasil construiu uma jurisprudência pela qual foram acolhidos outros italianos nas mesmas condições que Battisti.

 

UOL - E como a Itália deve solucionar esta dívida com o passado?

 

Negri - Isso deveria ser feito por uma anistia, mas o governo italiano nunca quis caminhar por este terreno. Talvez tudo isso tenha determinado tremendas conseqüências no sistema político italiano, porque foi retirada da história da Itália uma geração ou duas, que poderiam ter conseguido determinar uma retomada política. É uma situação muito dramática. E gostaria de acrescentar uma coisa: o a postura da Itália no confronto com o Brasil a respeito deste tema é uma postura muito insultante.

 

UOL - Por quê?

 

Negri - Trata-se de uma pressão feita sobre o Brasil, enquanto um país fraco, depois que os franceses não extraditaram à Itália Marina Petrella. Psicologicamente, trata-se de uma operação política e midiática muito pesada contra o Brasil, na tentativa de restituir a dignidade da Itália, no âmbito da busca de restituir os exilados.

 

UOL - O senhor acha que as autoridades italianas se sentem especialmente ofendidas pelo fato de a decisão em favor de Battisti vir de um país em desenvolvimento, antiga colônia de um país europeu?

 

Negri - Seguramente, porque se trata de pobres que reagem contra os ricos, contra os capitalistas.

 

UOL - O senhor também esteve preso?

 

Negri - Eu fui detido em 1979 e fiquei na cadeia até 1983, em prisão preventiva, sem processo. Em 1983, houve um eleição parlamentar e eu saí da cadeia porque fui eleito deputado, porque não era ainda condenado. Fiquei preso quatro anos e meio - e poderia ter ficado até 12. Ou seja, quando os italianos dizem que nos anos 70 foi mantido o Estado de Direito, eles mentem. E isso eu digo com absoluta precisão, com base no meu próprio exemplo: fiquei quatro anos e meio em uma prisão de alta segurança, prisão especial, fui massacrado e torturado. Pude deixar a prisão apenas porque fui eleito deputado - do contrário, eu poderia ter ficado na prisão por 12 anos, sem processo. Durante os anos que fiquei na França, exilado, eu fui processado e condenado a 17 anos de prisão, mas que foram reduzidos porque havia uma pressão pública forte em meu favor. Quando voltei para a Itália, fiquei outros seis anos presos e encerrei a questão.

 

UOL - Quais eram as acusações?

 

Negri - Associação criminosa, gerenciamento de manifestações que eram violentas nos anos 70, em Milão, em Roma, em toda Itália. Mas a primeira acusação que sofri não era de agitador político, por escrever jornais etc., mas de chefiar as Brigadas Vermelhas, o que não é verdadeiro, e de ter assassinado [Aldo] Moro, acusações das quais fui absolvido depois. Entende? Na Itália se busca desesperadamente fazer valer uma mitologia dos anos 70, que é falsa. E a direita no poder hoje busca a qualquer custo restaurar um clima de falsidade e de intimidação para não permitir que a história seja contada como foi.

 

UOL - Existem aí semelhanças com o governo militar no Brasil?

 

Negri - Isso eu não sei, porque acho que os governos militares na América Latina foram particularmente violentos. Mas o problema é outro: a questão é que a liberdade, o Estado de Direito e as regras da democracia não podem ser infringidos ou falsificados em nenhuma situação

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