Admin Silnei Postado Dezembro 4, 2009 Admin Postado Dezembro 4, 2009 [align=justify]Além de despertar teses pelo viés romântico do assunto, o Backpacker Tourism ou Turismo Mochileiro, é também um segmento do mercado internacional de turismo, muito desenvolvido em países como Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Ele é o único que carrega em sua essência a sustentabilidade. Temos nele todos os requisitos básicos deste conceito: - É ecologicamente correto e depende dessa premissa. Mochileiros são atraídos por ambientes selvagens e preservados e a infra-estrutura utilizada para recebê-los é extremamente mais simples e menos agressiva ao meio ambiente do que a do turismo de operadoras. - É economicamente viável, quando compreendido, como é o caso da Austrália e assim gera anualmente bilhões de dólares para este país. - É socialmente justo porque ocorre de forma descentralizada, chega em lugares onde o turismo de operadora nunca chegará. - É culturalmente positivo, pois o mochileiro gosta do que é autêntico e tem ojeriza ao fake. Quando pequenas comunidades passam a receber bem este público, acabam recebendo-os sempre e mesmo quando não há nenhuma infra-estrutura ele não deixa de ocorrer. O Mochileiro quando não encontra serviços específicos voltados para ele, usa a mesma infra-estrutura da população local. Turistas convencionais procuram sempre por estruturas mais confortáveis e luxuosas. Assim nascem os grandes resorts, pousadas de luxo ou hotéis 5 estrelas. Essa comodidade exigida para agradar este público muitas vezes significa perda de identidade e devastação de alguns destinos. Pequenos povoados do dia para noite viram moda e aparecem nas "prateleiras" das operadoras. São produtos e assim são tratados. As operadoras "não brincam em serviço". Em alguns destinos se tornam donas de toda logística utilizada pelo processo. Possuem desde aviões até hotéis. Transformam guias de turismo em funcionários assalariados. A prática do dumping é comum e os maiores prejudicados nestes casos, não são apenas as operadoras concorrentes, mas sim os pequenos empresários do turismo local. Preços desabam e muitos fecham as portas. Um exemplo desse modelo é Porto Seguro na Bahia. Hoje é mais barato ir de avião e ficar hospedado em "hotéis confortáveis" do que viajar de ônibus e se hospedar em albergues em Porto Seguro. Se fossem apenas casos isolados ou pontuais, não teria lógica a preocupação, mas o que ocorreu nos últimos 10 anos por exemplo, reforça essa tendência que se transformou em modelo. Um modelo de destruição de destinos turísticos. O único modo de viajar que se afasta deste ciclo é o que não consome nada dele. É o que se faz de forma independente e nesse caso, faz muito quem não ajuda a destruir. Seria fácil cair no mesmo discurso de sempre e dizer que a culpa é "do capitalismo", “do mercado” ou "do governo", mas o grande problema é o mesmo de sempre. A causa da destruição não está nos "ISMOS" mas sim nas pessoas. Quem causa a destruição são os consumidores destes produtos. Estes não são seres humanos em busca de algo que lhes complete. São consumidores que buscam por COMODIDADE. Sendo assim pouco importa os "SELOS" de sustentável ou "ECO", se a maioria dos turistas continuarem a procurar por conforto e comodidade em qualquer lugar e a qualquer custo. Esse é o grande dilema do Século XXI e quando o assunto é turismo, não é diferente. Locais com poucos recursos hídricos, por exemplo, não podem ter dezenas de pousadas com piscina. Porto de Galinhas é um bom exemplo dessa realidade. Não há água potável e nem rede de esgoto. Mas há dezenas de pousadas de luxo e todas com piscinas monumentais, muitas delas de frente para o mar e a poucos metros das piscinas naturais. Portanto achamos que a preocupação com esse tipo de assunto deve ser uma constante quando se busca por uma viagem ao " Estilo Mochileiro". O "Ecoturismo" organizado por grandes operadoras nada tem a ver com Backpacker Tourism e também não tem nada de "ECO". Antes de colocar a mochila nas costas, e melhor tê-la na mente e saber que esse tipo de viagem é você quem faz. Turismo Mochileiro feito por agências de turismo emissivo e operadoras é uma farsa e não é reconhecido como tal em nenhum lugar do mundo. Mochileiros não viajam de pacote. Antes de qualquer coisa, o mochileiro é uma viajante independente. Quando você abre mão da COMODIDADE e quer ver o mundo do jeito que ele é, você está fazendo disso uma pratica sustentável. Se essa prática for desenvolvida de forma consciente como mercado, em localidades onde o turismo pode fazer a diferença, não estaremos apenas praticando o hedonismo, mas sim, fazendo com que locais possam se desenvolver de fato. Você, mochileiro, estará fazendo a diferença! Pense nisso na hora de viajar![/align] Citar
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