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Em maio deste ano fiz o melhor mochilão da minha vida! ::love::

Ele fez com que eu ampliasse meu autoconhecimento e reconhecesse mais a minha força.

E, antes tarde do que nunca, estou compartilhando essa experiência por aqui.

Compartilho em gratidão a essa fonte de pesquisa tão especial na minha vida. Amo este fórum.

Compartilho para encorajar todos a viajar! Experiências de viagem é algo precioso em nossas vidas! Mas quero encorajar, em especial, as meninas a viajarem sozinhas. Com cuidado e estudo, viajar sozinha é um sucesso!

E eu adoro escrever, então faço isso com o maior prazer! Aproveitem! Estou a disposição para quaisquer esclarecimentos!

Estudar é parte essencial para qualquer viagem independente! Para uma viagem desse porte garante a sua sobrevivência. Não tive qualquer problema de saúde, de segurança, falta de dinheiro porque me planejei muito bem! Estudei exaustivamente durante uns 3 meses!

Assim, fomos para esta viagem incrível: Deus, eu e minha mochila!

 

O preparo:

Comecei a estudar para isso no fim de janeiro. Fiz muitas pesquisas, muitas anotações, li muitos relatos...

Em fevereiro achei passagens a preços bons e comprei...

O esqueleto do meu roteiro estava definido... Chegaria à Bolívia pelo Mato Grosso do Sul, pegaria o famoso trem da morte e voltaria pelo Acre (pra provar que ele existe). O resto eu fui definindo nesse tempo...

 

No fim, o roteiro ficou assim:

 

Brasília – Campo Grande

Campo Grande – Corumbá

Corumbá – Puerto Quijarro

Puerto Quijarro – Santa Cruz de La Sierra (no trem da morte)

Santa Cruz de La Sierra – La Paz

La Paz – Copacabana

Copacabana – Puno

Puno – Arequipa

Arequipa – Cusco

Cusco – Puerto Maldonado

Puerto Maldonado – Assis Brasil

Assis Brasil – Rio Branco

Rio Branco – Brasília

 

Vou destrinchar o roteiro por dia, assim fica mais fácil de compreender... E infelizmente não tenho valores do meio para o fim da viagem ::toma:: ... então vou colocar o q conseguir lembrar!

 

Antes de tudo, levei a mochila com algumas roupas leves pra caminhada, um abrigo de frio bom, uma manta, cachecóis, uma farmacinha completa (essencial), produtos de higiene em tubinhos pequenos e tals...

Seguro saúde é essencial, mas graças a Deus fiz parte de uma minoria que não precisou utilizá-lo.

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Dia 01 (30/04)

 

Brasília – Campo Grande

 

Sai de Brasília pela manhã... Quando estava no aeroporto, próximo ao embarque, me dei conta de que esqueci meus cartões de crédito em casa. ::putz:: Fazer o quê, né? Chorei, chorei e como estava com todo o dinheiro vivo necessário para a viagem fui sem mesmo. ::lol3::

Mesmo sem essa segurança, graças a Deus , não fizeram falta em momento algum da viagem.

 

Chegando em Campo Grande, tentei colocar em prática todas as dicas sobre como sair o aeroproto de ônibus. Mas esperei muuuuito na parada e não consegui nada! No fim, me rendi a um táxi (não sou dessas) para ir até a rodoviária.

Comprei minha passagem para o início da madrugada pela internet, na viação andorinha. Foi em torno de 110 reais.

Sai da rodoviária e fui dar uma volta pela cidade. Peguei um bus para a feirinha, mas a cidade estava com tudo fechado (era sábado). Acabei indo só na feirinha e voltando para a rodoviária. E esperei uma vida pelo ônibus... Fazia muito frio naquele lugar o que fez a espera ser mais sofrida. ::Cold::

Peguei o bus das 23:59 e dormi como um anjo... Acordei em Corumbá!

 

Contabilidade:

 

Táxi aeroporto – rodoviária: R$ 48,00

Guarda-volumes: R$ 4,00

2 passagens de ônibus: R$ 6,50

Almoço na feira: Sobá – R$ 17,00

Rapadinha: R$ 4,00

Banho: R$: 4,00

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Dia 02 (01/05)

 

Chegando em Corumbá, umas 7h da manhã, era hora de ir para a fronteira...

Conheci na rodoviária uma menina que fazia medicina na Bolívia e que também ia atravessar a fronteira. Dividimos o táxi. E na espera na fronteira nos juntamos com uma moça do Pará que ia pra Santa Cruz. E dividimos histórias também... Tive uma aula de como era a saúde pública boliviana (e agradeci pelo SUS).

A saída do Brasil é bem tranquila, e embora a fila estivesse bem grande, tive prioridade por ser brasileira.

De lá, em uma caminhada curta, atravessa-se a ponte, e vai para o lado boliviano onde a fila estava um pouco maior. Devo ter passado uns 40 minutos nela.

 

 

Gente, é imprescindível dar saída do Brasil e entrada na Bolívia. Se não fizer isso pode dar problemas.

Troquei algum dinheiro na fronteira na cara e na coragem. E dividi um táxi com as meninas até o terminal... Elas iam de ônibus.

Se estiver com bastante tempo é possível fazer essa caminhada a pé. Mas até pela bagagem, paguei o táxi mais caindo os pedaços da minha vida.

Como cheguei no terminal de trem muito cedo, resolvi dar um role pela cidade. Pedi pro moço da estação guardar minha bagagem de grátis!

 

Grande importante observação: comprei minha passagem pela internet. Desnecessário já que o trem sai vazio, vazio...

Fui nessa super pullman que está no site abaixo e confesso que até hoje não descobri cadê o trem do povão que era o que eu queria!

http://www.fo.com.bo/SERVICIOS/Pasajeros/SitePages/TarifasItinerarios.aspx

 

Enfim, sai da estação e dei uma biiig volta na cidade, até porque eu precisava comprar comida para a viagem. Façam isso, porque só teve uma parada longa na qual eu não me distanciei muito do trem porque tava com medo dele partir e me deixar!

A cidade é paupérrima. Esgoto a céu aberto, muito, muito feia. Por ser o primeiro lugar boliviano onde estava, o choque de realidade foi enorme.

 

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Sou enjoada com comida e meu medo de comer era enorme... Não consegui almoçar, fique a base de industrializados (por muito tempo, aliás).

Até que chegou a hora da partida! “Ói, ói o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem... Ói, ói o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho éon...

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O que dizer da viagem?

O trem é muito confortável... E como estava muito vazio (tinha eu, um casal e duas crianças no vagão), fiquei com duas cadeiras só pra mim... Dormi muito bem!

A paisagem não tem nada de surreal... Mas é interessante passar por cidades, estações, imaginar como é a vida das pessoas ali...

Até Santa Cruz são 17 horas... Mas não senti tédio porque dormi bastante.

No vagão tem uma TV onde passam clipes e filmes... E tem um vagão restaurante!

 

Contabilidade:

Troquei R$ 100,00 por bolivianos, o que me rendeu 690 bolivianos, melhor cotação da viagem

Barra de amendoim + água: 10 bob

Suco de maçã 2L: 10 bob

Cerveja sem álcool: 5 bob

Biscoito óreo: 10 bob

Táxi Corumbá – Fronteira: R$ 20,00 dividido por 2, paguei R$10,00

Táxi Fronteira – Terminal: 10 bob dividido por 3, nem sei quanto paguei...

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Dia 03 (02/05)

 

Depois de 17 horas de viagem cheguei a Santa Cruz de La Sierra!

O trem chega no mesmo lugar de onde saem os ônibus!

E a coisa que eu mais precisava na vida era um banho!

Separei umas roupas, deixei a mochila em um guarda volumes e fui para o merecido banho! O banheiro era tão, mas tão sujo que fiquei com medo de dar bicheira no pé...

Logo após o momento limpeza na sujeira, fui atrás de passagens para La Paz... Como já tinha lido aqui, optei por um ônibus menos pior e paguei mais caro por isso... Fui pela Trans Copacabana... Comprei passagem para as 14h, e como era 10h da manhã fui dar um role pela cidade antes de viajar de novo!

 

Procurei uma lan house para minha família não acionar o FBI... Na frente da rodoviária tem algumas... E tomei um táxi para a praça principal que é bem bonita!

 

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De lá, sai meio que sem rumo até uma feirona muito massa, onde com certeza é vendido absolutamente tudo! Sensacional!

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Aproveitei para ter meu primeiro contato com os mecanismos profiláticos para a falta de ar...

 

E deixo uma das dicas mais importantes do meu relato: não negligenciem isso... Como li relatos de MUITA gente que se deu mal por conta disso, comprei logo um saquinho de folhas de coca e as sorochi pills... Durante minha viagem, usei isso todos os dias... Mas usei muito! E não tive problemas maiores...

(Se tiver preconceito ou achar ruim, cai duro no meio da rua... vi muito isso com essas lentes de contato que comprei) ::bruuu::

 

Voltei para rodoviária e comprei mais lanches para a outra viagem... Mais uma vez não consegui comer!

O ônibus saiu pontualmente... Deu uma parada umas 17h horas na estrada para a galera comer... Aproveitei pra comprar frutas...

E conforme anoiteceu começou um outro drama da viagem... Frio, muito frio, muito frio pra ficar com a janela aberta... E um fedor de CC que me dava náuseas... Com o tempo, aprendi a amenizar isso tascando vick no nariz, porque esse fedor lá é cotidiano! ::dãã2::ãã2::'>

Dormi bem... o ônibus era bem confortável...

Mais 17h de viagem até La Paz

 

Contabilidade:

Banho no terminal: 4 bob

Passagem para La Paz: 180 bob

Taxa de terminal: 3 bob

Lan house: 3 bob a hora

Táxi até a catedral: 15 bob escutando piense em mi, lhore por mi...

Alfajor + suco de mochi que eu não sei o que é: 13 bob

Sorochi pills: 18 bob

Folhas de coca: 5 bob em um saco que durou a viagem toda e foi pra outra viajante de doação

Táxi para a rodoviária: 15 bob

Batata frita pacote bem grande: 14 bob

Refri: 7 bob

Água + snacs+refri: 21 bob

Biscoito + suco + tangerina: 21 bob

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Dia 04 (03/05)

 

Depois de 17 horas de viagem cheguei a La Paz

A primeira impressão é a do local mais estranho que já estive na minha vida.

As demais impressões confirmam a primeira! Haha

 

Fiquei hospedada no Loki. Peguei um táxi na rodoviária, tomei um café da manhã no hostel e depois resolvi dar uma volta de leve para me aclimatar (volta leve que durou o dia todo kkk).

Andei meio que sem rumo! E fui a calle de las brujas e ao museo de la coca (compensa, é bem interessante, conta a história do país e o porquê do uso da coca... e tem umas comidinhas e bebidinhas com coca que vale a pena experimentar)...

 

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Em La Paz se vende ABSOLUTAMENTE tudo na rua!

Não encontrei nenhum mercado estruturado... ou loja... Tudo bem diferente do que temos aqui...

 

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A comida, em sua maior parte também é vendida na rua. As condições de higiene são muito precárias... Fiquei mais um dia sem comer!

 

Voltei ao hostel a noite pensando que ia dormir... Mas ai que tive mais problemas e deixo ouuuutra dica de ouro: se hospedem no Loki se vcs realmente quiserem festa todos os dias... ::lol3::

Para mim foi um transtorno... No meu quarto os meninos estavam fumando maconha (nada contra, mas dentro de um quarto é falta de respeito... um deles surtou e jogou todos os pertences no meio do quarto... e a madrugada inteira era barulho de porta batendo e tudo).

Tenho bastante experiência com hostel, durmo em praticamente todos os lugares e pela primeira vez peguei minhas coisas e fui embora antes do fim da estadia.

 

Contabilidade:

Táxi rodoviária – hostel: 15 bob

Museo de la coca (entrada): 15 bob

Bolo + licor de coca: 40 bob

Poncho: 90 bob

Canetas: 30 bob

Gorro: 15 bob

Gorro infantil: 15 bob

Imã de geladeira: 10 bob

Lenços: 60 bob

Blusas: 70 bob (blusas 2ª pele, de verdade, suportam muito frio, me arrependi de não ter comprado mais... procurei a mulher depois e não achei)

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Dia 05 (04/05)

 

Depois da noite mal dormida por causa dos baderneiros do hostel, acordei antes das 7h da manhã, fiz minha mochila e cancelei minha reserva...

Foi desesperador sair na rua, fazia -4ºC, mochila pesada, uma falta de ar... Mas enfim, tinha que procurar outro lugar para ficar... ::lol3::

Peguei logo uma subida e pensei que fosse morrer... parava nos lugares perguntando os preços e nada cabia no meu bolso!

Depois de muito andar achei um hostel que eu podia pagar (não lembro o nome)... Mas passei medo porque o quarto tinha 3 camas, mas dois habitantes... Eu e um homem muito estranho que morava lá... Confesso que tinha muito medo de ser atacada... sei lá...

 

Mas enfim, este era o dia de explorar a cidade!

Sai rumo a catedral e a sede do governo... Que loucura! É tudo cercado... Para chegar lá, você passa em um portão, com a polícia... super estranho!

 

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Depois fui a um mercado municipal medonho! Kkkk

Peguei um táxi e fui a um dos mirantes da cidade... A vista é uma loucura... A maioria das casas não é pintada pois os impostos são mais caros pra quem as pinta.

Peguei um táxi de volta para o que eu acho que era o centro. Minha necessidade era comer comida de verdade. Minha estratégia foi achá-la no bairro dos ricos... E lá fui eu...

Como as coisas são muito baratas, tive como pagar tranquilamente pela comida no bairro dos ricos com uma entrada, prato principal e sobremesa! Primeira refeição de verdade em cinco dias!

Pra compensar, fui andando desse bairro até o teleférico (é longe, e com a altitude tudo é mais longe ainda)... passando pelo centro. Aproveitei para fechar o passeio para o Chacaltaya e o Valle de la Luna e o ônibus para Copacabana.

Compensa muito subir de teleférico para El Alto. A vista da cidade realmente é surreal do teleférico e pela espécie de mirante que tem na estação de El Alto.

 

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Depois voltei tudo caminhando e dei mais umas voltas na cidade, que mesmo a noite, é uma feira a céu aberto!

 

Contabilidade:

Passeio Chacaltaya/ Valle de la luna: 80 bob

Ônibus (turístico que não tem nada de mais, mas te busca no hostel e isso faz toda a diferença na altitude): 30 bob

Lenços: 30 bob

Cadernos: 25 bob

Táxi: 20 bob

Suco: 1 bob

4 chocolates: 10 bob

Almoço + refri: 57 bob

Sorochi Pills: 18 bob

Teleférico: 6 bob

Lanchinhos: 27 bob

Batatinha frita no hostel: 33 bob

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Dia 06 (05/05)

 

Dia de fazer os passeios programados.

Bem cedo, a guia da agência passou no hostel para me buscar... Andando de van que pude perceber como o trânsito daquele lugar é confuso e caótico!

Acho que deve ter demorado umas 2h até pegar todo mundo!

Fomos rumo ao Chacaltaya e seus mais de 5000 metros de altura. Este é um desafio e tanto.

No caminho, você passa por lugares beeeem estranhos, onde moradores, por meio de pichações, ameaçam os bandidos de morte. É assustador.

Depois, passa por uma parte rural com casinhas bem pequenas. A van para para que se possa apreciar a vista, que é linda.

Chegando ao monte, especificamente, paga-se a entrada, e as pessoas ficam liberadas para subir ou não.

Metade das pessoas optou por não subir. Algumas delas já estavam passando mal ali.

Eu até tentei subir, mas só tinha meia hora para ir e voltar, então teria de ser rápida e corria o risco de passar mal. Fiquei no meio do caminho.

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Depois do Chacaltaya, a van vai para o Valle de la luna, que é do lado oposto. Ela atravessa La Paz e quem não quiser fazer esse passeio pode ficar na cidade.

Nesse caminho temos a oportunidade de ver a parte “muito mais muito mais rica de La Paz”. É um contraste assustador, nunca vi nada parecido. As desigualdades berram.

No Valle de la luna paga-se para entrar e é feita uma caminhada de uns 30 minutos. Esse local consiste em uma formação rochosa parecida com a lua. Como qualquer caminhada a esta altitude é sacrificante, embora tenha feito o circuito todo, acho dispensável para quem precisa descansar ou não tem muito tempo.

 

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Umas 15h o passeio termina. Achei um restaurante que dava para almoçar e perambulei mais um pouco pela cidade!

 

Contabilidade:

Entrada Chacaltaya: 15 bob

Entradda Valle de la luna: 15 bob

Almoço: 37 bob

Calça segunda pele: 20 bob

Sorochi pills: 20 bob

Água: 8 bob

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Dia 07 (06/05)

 

Dia de dar adeus a La Paz.

Três dias na cidade são mais do que suficientes para andar pela cidade com tranquilidade (isso é importante pela questão da altitude) e fazer os passeios.

Para quem quer fazer o passeio de bicicleta pela estrada da morte recomendo mais um. Como não sei andar de bicicleta nunca cogitei isso.

Contratei um ônibus “turístico” para ir a Copacabana. Embora seja mais caro do que o ônibus comum, acho que nesse caso a praticidade compensa, tanto em termos de economia de energia, como em relação a segurança, já que li que o local de onde saem os ônibus para Copacabana (cemitério) é meio perigoso.

A passagem desse ônibus você compra em qualquer agência de turismo ou na própria rodoviária. Eles passam bem cedo para te buscar em seu lugar de hospedagem.

Depois de pegar todo mundo (que demora mais de 1h) a viagem dura umas 4h. Em San Pedro de Tiquina todos descem do ônibus e atravessam o Titicaca de barco. Depois retornam ao ônibus e começa um show de paisagens deslumbrantes.

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O Titicaca é lindo e eu me tornei sua fã. Me emociono por isso, pois me lembrei de um globo repórter feito nele há muitos anos, onde eu já tinha um desejo imenso de conhecer o mundo... E assistindo o programa eu pensava - acho que nunca vou conseguir conhecer esse lugar. Mas eu consegui!

 

Chegando a Copacabana, o dono de um hotel ofereceu hospedagem individual por um precinho camarada! Era tudo o que eu precisava para lavar algumas roupas, descansar um pouco. Era mais do que eu sonhava, pois a vista era surreal. A gorjeta pela paisagem era subir 6 andares de escada (me canso só de lembrar). Fiquei no hotel mirador!

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Parti para um almoço mais riquinho com uma vista deslumbrante para aproveitar também wifi grátis e experimentar a truta. Vale a pena gente! Tudo isso a preços muito bons.

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Comprei meu bilhete do barco para ir a ilha do sol no dia seguinte. Comprei também minha passagem para Puno.

 

Passei a tarde descansando. No final dela fui a um deck aplaudir o por do sol. Momento surreal e gratuito.

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Depois fui dar uma volta na cidade, tem muito comércio e tem uma igrejinha. E jantar com certa dignidade.

 

Gente, os menus turísticos custam 15 bolivianos, e contam com entrada, prato principal e sobremesa. Peçam sopa de quinua como entrada! Delícia. Por esse preço vale a pena.

Copacabana é uma cidade incrível! Em termos de energia certamente superou todas as minhas expectativas e foi o lugar onde me senti mais conectada com a natureza. Mesmo sendo turística, tem uma pegada roots que eu adoro!

A noite fui preparar minhas coisas para a ilha do sol no dia seguinte. Como ia atravessar a ilha, levei o estritamente necessário de roupa, alguma comida, água, módulos de carboidrato para consumir no caminho e a farmacinha.

Enfaixei todos os dedos com micropore para ficar com menos bolhas. E dormi como um anjo!

 

Contabilidade:

Duas noites de hospedagem em La Paz: 110 bob

Uma noite de hospedagem em Copacabana: 40 bob

Barco para a ilha do sol: 20 bob

Almoço: 60 bob

Duas calças: 100 bob

Tiara que eu perdi: 12 bob

Agulha/linha para costurar a calça rasgada: 4 bob

Inca cola (siiiiiim, lá já tem): 6 bob

Jantar: 15 bob

Passagem para Puno: 30 bob

  • 3 semanas depois...
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Dia 08 (07/05)

 

"Tudo começooou há um tempo atrás na ilha do sooool..."

 

Dia de ir para a Ilha do Sol. Como já falei, resolvi fazer a travessia da ilha. E o que eu posso garantir é que se eu consegui todo mundo consegue (tenho hipotireoidismo, estou acima do peso e sou louca...)

 

Fui do norte para o sul porque li que era mais tranquilo. De fato, só de olhar a escadaria de boas vindas na parte sul tive certeza da minha decisão acertada.

 

Sai de Copacabana umas 8:30h após tomar café e deixar minha mochila grande no hotel.

A viagem é tranquila. Para os mestres em sentir náuseas, como esta que vos escreve, recomendo ir na parte de cima (e o dramin, claro). Faz muito frio, mas melhora os enjoos e a vista é muito linda.

 

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Chegando na ilha tem alguns guias que se oferecem para explicar um pouco da história do local. Como era mais de 11h da manhã e eu sei que sou lenta para caminhadas, não perdi muito tempo e já comecei o trecho. Lógico que todas as pessoas passavam por mim, mas o que me importava mesmo era chegar do outro lado ainda com luz do sol.

 

Não é uma caminhada muito tranquila para os sedentários como eu. Primeiro porque você está em uma altitude enorme. Os efeitos disso no corpo são enormes, a fadiga é acentuada. Mas nada que o consumo de muita folha de coca não amenize. Além de bastante água.

E tem algumas subidas mesmo... Dava vontade de chorar ao ver alguma escadaria nova.

 

Mas vale muito a pena. Muito mesmo. Faria tudo de novo. A paisagem, junto com a experiência em si, o silêncio e no meu caso, a dor, fizeram aflorar todas as reflexões possíveis e imagináveis.

 

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Demorei cerca de 6h para completar a travessia (e o prêmio tartaruga vai para...).

Vale ressaltar que existem 3 pedágios ao longo da ilha (um custa 5 bob, outro 15 bob e o outro 10 bob). Leve dinheiro.

 

Claro que cheguei ao outro lado da ilha exausta. E por causa disso não fui muito seletiva com a hospedagem, fiquei no primeiro lugar que me ofereceram e paguei muito caro por isso. Mas meu prêmio pelo dia era um quarto só pra mim.

 

Jantei deliciosamente bem, com uma vista linda e dormi muito cedo.

 

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Contabilidade:

 

Hospedagem na ilha do sol: 100 bob

Pedágios: 30 bob

Jantar: 35 bob

Refrigerante e água: 14 bob

Editado por brunasscarvalho
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Dia 09 (08/05)

 

Era o dia de retornar a Copacabana e seguir viagem.

 

O barco para Copacabana sai as 10:30h, salvo engano. Chega a Copacabana 12h.

De volta para a cidade, resgatei minha mochila no hotel, aproveitei para usar o wifi e avisar para a família que eu estava viva ::otemo:: e procurei um lugar legal para comer.

 

Entrei em um restaurante e a garçonete era brasileira, tipicamente de humanas, que tinha saído de casa há 1 ano, por ai, trabalhando de cidade em cidade para bancar sua viagem. Achei isso lindo (ahhh se eu tivesse coragem).

 

Peguei o bus para Puno. De Copacabana até a fronteira dá no máximo meia hora.

Embora estivesse muito cheio, os procedimentos imigratórios devem ter gasto mais meia hora. De lá, o ônibus segue por mais umas 2h até Puno.

 

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Cheguei em Puno umas 16h. Viajaria para Arequipa durante a madrugada, mas queria fazer o passeio das islas flotantes antes de ir. Fui abordada por uma agente ao chegar na rodoviária, que me conduziu rapidamente ao passeio, junto com um espanhol que estava no mesmo ônibus que eu, que também iria para Arequipa e se tornou meu companheiro de viagem naquela noite. Ele estava em um ano sabático na América do Sul.

 

Fizemos o passeio para islas flotantes. É diferente, é. É interessante, é. Mas é tão comercial! As famílias são treinadas para te receber, contar uma história meio treinada, cantar pra você. Na minha opinião é dispensável para os mais escassos de tempo (assim como a cidade de Puno, em geral). Como anoiteceu rápido, o escuro comprometeu ainda mais o passeio.

 

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Voltando para a cidade, pegamos um tuktuk (eu andei de tuktuk ::love:: ) e fomos ao centro. O espanhol foi atrás de um chip para o celular. Depois fomos atrás de comida. Criei coragem para a minha estreia no Peru e pedi logo uma carne de alpaca. Tem gosto de carne de boi, mas o psicológico afeta as sensações.

 

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Voltamos para a rodoviária para achar passagens para Arequipa. Eu optaria por mais conforto. Mas o espanhol era a economia em pessoa. Acabamos comprando a passagem mais barata. O ônibus fedia a xixi, tinha pessoas estranhas, mas eu apaguei, então foi uma economia boa.

 

Chegamos a Arequipa umas 3h da manhã. Como não avisei no hostel que chegaria de madrugada, esperei o dia amanhecer para pegar um táxi até lá. O espanhol seguiu para Chivay.

 

Contabilidade:

 

Almoço completo com refri: 37 bob

Tiara: 11 bob

Imã para geladeira para acabar com os bobs: 15 bob

Picolé: 5 soles

Passeio islas flotantes: não anotei ::toma::

Ônibus para Arequipa: 30 soles

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