Membros de Honra Jorge Soto Postado Junho 18, 2010 Membros de Honra Compartilhar Postado Junho 18, 2010 Mais um relatchitcho... desta vez sem a frescura e purpurina do anterior.. pics http://jorgebeer.multiply.com/photos/album/111/Travessia_RGS_-_SBC EM BUSCA DO PEABIRU: TRAVESSIA RGS - SBC O “Caminho do Peaberu” foi a audaciosa rota indigena pré-colombina q unia o Atlantico ao Pacífico, e seus emaranhados de veredas tiveram ramificações q se estenderam até São Vicente, passando nos arredores de Paranapiacaba. A tentativa de refazer o traçado do trecho paulista resultou numa interessante travessia q - totalizando 18km através de picadas e precárias estradas de terra - inicia em Rio Grande da Serra, acompanha o Rio do Ouro e finda na imponente Cachu da Torre, já no Pque Mun. do Perequê, cruzando os municípios de Sto André e SBC. Pernada de um dia q busca resgatar um pouco da historia em meio à natureza exuberante, onde os rios da região formam inúmeras quedas e piscinas naturais ao serpentear as escarpas e encostas da Serra do Mar em direção ao litoral. O dia amanhecera bem agradável e o sol despejava seus raios já a um tempo num céu limpo naquele meio de semana, pra melhor entendimento daqueles q me aporrinham posteriormente de “não tê-los chamado pra caminhada”. Assim saltamos do vagão ferroviário eu, o Nando Gil e o Fernando Souza em Rio Gde da Serra as 8:30, onde imediatamente nos dirigimos à padoca logo adiante afim de um rápido desjejum onde mastigamos uns salgados regados a goles de café. Na sequencia, fomos ao tradicional pto onde geralmente tomamos bus pra Paranapiacaba e qual nossa surpresa q assim q chegamos passava o coletivo q, conforme as infos coletadas, servia á nossos propósitos. Sem pestanejar embarcamos no tal “Jd América” as 8:55 q, após serpentear algumas ruas estreitas da cidade, a deixou em favor do asfalto sentido noroeste pra adentrar num bairro com ares rurais, onde o cinza de RGS logo deu lugar ao verde onipresente de mata de ambos os lados. Mas qual nossa segunda surpresa q não deu nem 5min no bus e tivemos q saltar, conforme as infos do motora. Descemos então num entroncamento do inicio do tal Jd América, as 9hrs, q nada mais é uma larga rua (Estrada do Rio Pequeno) de paralelepípedos em meio ao mato, pontilhada de alguns sítios e muitas igrejas evangélicas. Enqto o bus tomava a direção ao centro do bairro nós prosseguimos pela tal estrada ate o final, envoltos pelo frio agradável daquela manhã promissora. Mas logo os paralelepípedos deram lugar à terra (e lama) no exato momento em q cruzávamos a divisa do município de Sto André, provavelmente durante a passagem pelo Rancho Vida Dura. A estrada terminou numa bifurcação, e pelo GPS do Gil devíamos tomar à esquerda q depois revelou-se uma tal Rua Pres. Kennedy q nos levou a um punhado de casas de alvenaria perfiladas. Isto é, estávamos na perifa da perifa. Noutras, o rabicó do mundo. Pedimos informações aos locais de como chegar à “Estrada do Gasoduto”, q logo nos disseram q bastava ter pego uma larga trilha enlameada à esquerda q havíamos ignorado, um pouco antes do termino da estrada. Mas dali de onde estavamos bastou intercepta-la adentrando numa vielinha entre os casebres, saltar um córrego e passar pelo quintal de uma casa onde um raivoso cachorro (felizmente amarrado) fez questão de anunciar nossa passagem. Pronto, estávamos finalmente numa trilha e lá fomos nós! Este trecho em meio à densa mata seria bem agradável, não fosse o caminho estar totalmente tomado pelo charco e lama, onde nem mesmo nossas tentativas de saltar ou desviar das mesmas evitou q saíssemos com as botas incólumes. Enfim, após chapinhar um tempo emergimos no aberto, onde a trilha bordeja uma suave encosta através do capinzal q ainda reluz o orvalho noturno. Mas logo a trilha novamente mergulha na mata pra sair no aberto outra vez, mais adiante, onde ela aparenta se perder noutras q seguem em varias direções. Apesar da tentação de seguir pelos descampado adiante, q levam à baixadas de vazantes da Represa Rio Pequeno, nosso rumo sempre sugere a tomar a picada mais batida ou àquela q levasse pro sul. Adentramos na mata sempre buscando acompanhar o sentido apontado pelo GPS ate q emergimos num gde descampado q já permite largas vistas, inclusive da extensa e verdejante Serra do Poço se esparramando no horizonte. Cruzamos um manso riozinho por cima de uma rústica pinguelinha e assim rasgamos o vasto capinzal dourado indo pro sul, de onde já avistamos sinais da tal “Estrada do Gasoduto”, à qual finalmente pisamos as 10:15, bem no trecho onde a mesma passa por cima do Rio dos Sete Tubos. Fizemos uma breve parada ali pra descansar e beliscar alguma coisa, naquele plácido lugar marcado de boas clareiras de acampamento do lado de um convidativo poço pra tchibum. Ali tb conhecemos o Luiz, um biker q conhece bem a regiao e com quem tivemos uma longa conversa tão animada qto produtiva, nos dando dicas preciosas pra outras incursões nos arredores. Refeitos, prosseguimos nossa jornada pela “Estrada do Gasoduto”, tomando à direita e seguindo por ela em meio á larga planície q antecede a baixada pelos próximos 3km. Andar na mesma com sol castigando a cachola é um porre, não fossem as largas vistas das montanhas ao redor, razão pela qual percorrê-la é mais indicado pra bikers e jipeiros. Pois bem, passado o Rio das Garças, q tb contem convidativos poços prum refrescante banho, a estrada sobe um pouco ate dar num belo mirante com vistas da Represa do Rio Pequeno, quase bem próximo de um bando de urubus sinalizando a carcaça de um boi morto. As 11:10 chegamos numa bifurcação em “T” onde tomamos à esquerda (Rua Estrada Mogi das Cruzes!?), numa regiao onde já despontam algumas poucas residências, assim como um haras e uma casa com uns trocentos cachorros fazendo algazarra nela. Mas às 11:45 damos numa encruzilhada onde tropeçamos com uma cobra moribunda, q tornou-se a vedete pelo tempo q lá estivemos. Bem q tentamos reanima-la, sem sucesso. Daí apareceu o possesso Amilton, ex-bombeiro residente próximo dali q pensou q íamos matar a bichinha, mas assim q deixamos clara nossa intenção ficou um bom tempo proseando conosco, assim como se dispôs a nos ajudar no q fosse numa outra ocasião. Da bifurcação tomamos à esquerda, seguindo por outra estrada de terra q aparentemente acompanhava as torres de alta tensão. Estrada precária, as vezes cascalhada, q adentrou num sinuoso mar de morros cobertos de densa mata ao redor, onde o sobe e desce tornou-se mais intenso q a retidão constante da pernada ate então. O destaque ficou por conta de uma enorme aranha caranguejeira q cruzou nosso caminho aqui. As 12:20 deixamos essa estrada por outra mais precária ainda, pela direita, q logo revela-se uma trilha pra la de erodida q sobe arduamente um morro pra depois desce-lo do outro lado. Após tomar uma trilha errada (q logo fechou, tomada pelo mato e levava apenas a uma torre de AT) percebemos q o certo era manter-nos pela trilha erodida, e após descer forte uma piramba finalmente descemos ao fundo de um vale q desemboca no Rio do Ouro, as 12:40, onde paramos pra mais um breve pit-stop de relax. A tal trilha cortava o rio e seguia adiante, mas a gente desta vez prosseguiu pelo rio mesmo na base do “aqua-trek”, chapinhando em meio à água pra lá de gelada! Largo e ligeiramente raso, o Rio do Ouro nasce na Serra do Poço e tem um charme especial q lhe é conferido pela iluminação do meio-dia, q penetra através das frestas do túnel de farta vegetação q o envolve. E assim fomos avançando pelo rio sem gde dificuldade, ora andando com água ate a canela ora cortando caminho pelas varias praias fluviais, apenas desviando dos fundos piscinões cristalinos q se não estivessem tinindo de gelado teríamos certamente mergulhado. Destaque deste trecho foi topar com uma raríssima tartaruga-cabeça-de-cobra q, segundo nosso biólogo de plantão Souza, predomina apenas pelas bandas do Espirito Santo. Cobra, aranha e agora tartaruga.. bem, a pernada agora so faltava nos brindar com uma onça pra fechar com chave de ouro. Após serpentear através dos bucólicos e plácidos remansos do Rio do Ouro, eis q as 13:30 damos na sua foz, isto é, no local onde este deságua no largo e igualmente imponente Rio Perequê. A partir daqui basta descer o Perequê, ora pela margem ora chapinhando ainda pela gaua, apenas tendo cuidado pra não afundar nos trocentos piscinoes esverdeados de suas translúcidas águas. Mas não tarda a esbarrar com uma estreita trilha em sua margem esquerda, q facilita o avanço percorrendo a suave encosta da serra rio abaixo. A picada então nos leva a uma pequena garganta, mais precisamente o alto da primeira queda do Rio Perequê, onde é possível passar à outra margem e desescalaminhar a íngreme encosta afim de apreciar a bela cachu de sua base. A partir dali apenas descemos o rio em meio ás pedras de sua margem direita, tendo o cuidado redobrado pra não escorregar em virtude do ardiloso e visguento limo depositado nas mesmas. E assim damos numa rústica represinha onde o rio aparenta se acalmar, as 13:50, onde nos permitimos mais um pit-stop de descanso e lanche, com direito ao fogareiro do Gil preparar um delicioso brócolis á bolognhesa. A pernada rio abaixo tem continuidade as 14:30, sempre alternando ambas margens conforme as pedras nos permitem desviar dos enormes piscinões esverdeados do trajeto, ora na base da desescalaminhada ora na caminhada mesmo através de “afloramentos rochosos” q lembram mto os do Espinhaço. Felizmente nosso trio é ágil o bastante e tem já familiaridade com os macetes necessários à descida de rio, o q ajuda a desenvolver a velocidade necessária pra empreitada, embora isso não impeça q alguns trechos sejam vencidos com água ate a coxa. É nestas horas q a gente sente tb a diferença de uma boa bota q tenha aderência satisfatória à rocha úmida. Dessa forma chegamos a um trecho já conhecido de outra ocasião, ou seja, onde o Rio Perequê se alarga por seu pedregoso leito e torna a caminhada bem mais fácil, as 14:46. Cruzada à outra margem encontramos a picada q nos leva à tradicional área de acampamento de quem freqüenta seus poços e belos remansos. E dali em diante é so alegria, bastando apenas acompanhar a picada obvia, q após subir e descer uma íngreme encosta, acompanha a pedregosa margem do rio ate dar finalmente na famosa Cachu da Torre, as 15hrs. Já estive aqui antes, mas à diferença daquela ocasião é q agora o tempo estava incrivelmente limpo e permitia panorâmica geral da beleza do local. A imponente e gigantesca cachu despencando serra abaixo, tendo os contrafortes esverdeados ao fundo realmente é uma visão impressionante. Enqto o Gil dá seus tchibuns, eu e o Souza damos uns rolês não permitidos na ocasião anterior: como uma desescalaminhada ao primeiro nível da cachu, onde me espremo emparedado por rochas pra depois descer cautelosamente lajedos quase verticais (evitando os trechos molhados, lisos feito sabão) pra alcançar o primeiro patamar, onde me debruço na beirada e avistar a mesma despencando numa sequencia de vários outros níveis ate se perder num cânion serra abaixo; como tb uma subida à base cimentada da torre q nomina a cachu, de onde se tem uma vista privilegiada da mesma como de Cubatão, do outro lado. Descansados e refeitos, zarpamos daquele bucólico e incrível lugar as 16hrs, voltando pela picada de manutenção da torre. Na sequencia vem a tradicional, íngreme e escorregadia picada besuntada de limo q palmilha a crista ondulada da serra, pra depois amansar já quase no extenso planalto. Enfim, as 17hrs terminamos a pernada na guarita (vazia nos dias úteis) do “Polo Ecoturistico Caminhos do Mar”, encravada no meio do nada e lugar nenhum, já no município de São Bernardo do Campo. E la ficamos prostrados aguardando o unico busao q, em tese, passa por ali às 17:30. O tempo passando, a noite chegando, o frio pegando, os pernilongos endoidecendo e nada do busao chegar. “Puta merda, só falta terem mudado o horário e termos de pegar o das 21hrs!”, pensei preocupado, já me aninhando num incomodo e frio canto pra passar o tempo. E quiçá, a noite. Mas felizmente o maldito coletivo passou as 18:30 (atrasado, claro) no qual embarcamos e nos desovou em Ferrazópolis, uma hora depois, onde mandamos ver um “espetinho de gato” e um dogão prensado caprichados, alem de umas brejas pra comemorar a trip. Dali pro Term. Jabaquara e chegar em casa depois, as 22hrs, foi conseqüência natural. Finalizando, o “Caminho do Peabiru” foi a antiga rota indígena q ligava São Vicente a Cuiabá e de lá seguia pra Machu Pichu, já no Peru. É bem verdade q o trecho paulista já encontra-se bem alterado pela construção das estradas e td mais, o q leva apenas a suposições e estimativas qto sua rota através de Rio Gde da Serra. E se o caminho q percorremos era ou não o traçado original do Peabiru na verdade pouco importa. O fato é q a tentativa de refazê-lo resultou numa interessante travessia semi-selvagem q se não resgatar a historia propriamente dita, ao menos nos reconforta por indicar mais uma nova rota trekkeira q singra mais um belo trecho de nossa sempre maravilhosa Serra do Mar. Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros de Honra Cacius Postado Junho 20, 2010 Membros de Honra Compartilhar Postado Junho 20, 2010 Jorgito, sempre descobrindo novos caminhos! Parabéns! Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
Membros BETO-ABC Postado Outubro 4, 2011 Membros Compartilhar Postado Outubro 4, 2011 Parabens!!! Passeio muito interessante..............e ao lado de casa.............sou de SBC ! Abç Citar Link para o comentário Compartilhar em outros sites More sharing options...
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