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Fortaleza, Jericoacoara e Canoa Quebrada - de carro


Unirio Jelinek

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FORTALEZA

Depois de vários anos, retornei a Fortaleza, junto com minha esposa, utilizando milhagens, desta vez para conhecer as demais praias do Ceará.

A cidade continua cada vez mais linda, e a riqueza dos prédios em suas praias – com apartamentos que custam vários milhões de reais - contrasta com a miséria do sertão, comprovando que quanto mais pobre o Estado, mais se constata a péssima distribuição de renda brasileira.

 

Por isso mesmo, hospedar-se por lá custa mais caro que em outras capitais nordestinas. Para se ficar próximo à praia, qualquer hotelzinho ou pousada cobra em torno de R$ 100,00. Pousadas baratas, só longe da praia, nas proximidades da Catedral, no centro histórico, que atendem mais a sacoleiros em compras no Mercado Central, ali localizado.

 

Chegamos à noite, e pela manhã pegamos um busão até a Praia do Futuro, a mais limpa e organizada da city, onde nos instalamos, equivocadamente, na maior mega-barraca do local, a Crocobeach. A estrutura é excelente, tem de tudo: música, restaurante, ducha, sauna, massagens e até lojas. Mas é tudo muito caro! Nas barracas menores, os preços também o são.

 

À noite, o programa é ir à Feirinha, que fica na Praia de Iracema, mais precisamente em Meirelles, a 1,5 km. do monumento à índia Iracema. É enorme, com centenas de barracas, que tem de tudo de seu artesanato, inclusive roupas, castanhas, doces, etc., a preços muito reduzidos. Para quem quer espichar a noite, não faltam opções, inclusive as mega-barracas tem forró nas terças, quintas e sábados. Na segunda-feira, o point é o Bar do Pirata (R$ 30), na Rua dos Tabajaras. Em frente a ele, o Lupus Bier tem vários tipos de chopp, mas cobra caro.

 

Na manhã seguinte, fomos à Praia de Iracema, onde ficam a maior parte dos hotéis e pousadas. A estrutura é inferior, e por ser freqüentada pelo povão, com mais lixo pela praia. Mas em compensação, está próxima de tudo e pode-se ir a pé até lá.

 

À tarde, fomos até o Mercado Central, quase em frente à Catedral, uma enorme estrutura com centenas de lojas, com preços semelhantes e às vezes menores que os da Feirinha. Fomos até lá caminhando pela Av. Monsenhor Tabosa, onde existem também centenas de lojas de roupas e calçados, do popular ao mais sofisticado. Muito boa para se comprar especialmente roupas de praia.

 

JERICOACOARA

 

Tendo alugado um carro através da DAKAR Rentacar, na qual pagamos R$ 60,00/dia por um Fiat Pálio (atendimento muito bom, entregam e buscam no hotel ou aeroporto, sem burocracia, mas não possuía seguro contra terceiros, que custava mais R$ 10/dia), saímos pela manhã em direção a famosa Jericoacoara.

Nossa intenção era conhecer as praias existentes no trajeto, e dormir em alguma delas. Passamos primeiro por CUMBUCO, que fica a apenas 30 km. da capital. É bonita, mas sem muita estrutura, mais famosa pelas dunas, que ficam, todavia, longe da praia, só acessíveis em passeios de buggy.

 

Após um rápido giro, seguimos nossa viagem e, passando por Paraipaba, chegamos à Praia de LAGOINHA. Até que é bonita, chega-se primeiro a um mirante no alto, onde tem-se vista total da praia. Mas não tem muita estrutura, e a praia fica sob um morro, então, só de carro para se ir, pois a pé a volta deve ser pesada. Não vimos muita vantagem em ficar por lá, então sacamos algumas fotos e seguimos adiante.

 

Entramos por Trairi, para conhecer Flexeiras e Mundaú, onde pretendíamos pernoitar. Todavia, são praias de pescadores, sem qualquer estrutura, e com pousada caras para o nível das praias. E ainda, nessa época estavam completamente desertas, pelo que decidimos seguir adiante e buscar outro lugar para o pernoite.

 

Seguindo o trajeto,sempre pela CE 085, não encontramos qualquer outro lugar interessante, pelo que continuamos até JIJOCA, cidade sede e local de acesso para Jeri. Na entrada da cidade, nos atacou uma moça com um crachá, que disse ser autorizada a prestar informações. Nos disse que não havia mais jardineira para Jeri (o que era mentira) e nos ofereceu um “guia” para ir com o carro até lá, que cobraria R$ 40,00. Como já estava quase escurecendo, decidimos pernoitar por lá e seguir no dia seguinte. Foi melhor assim, pois já estávamos cansados, e encontramos uma boa pousada ( (Sol Dourado) por R$ 60,00, junto à lagoa da cidade. Existia outra na rua central, por R$ 40,00, mas com muito barulho, devido às incontáveis motos que por lá transitam. O melhor foi termos encontrado uma pizzaria (Pizza Pazza), onde comemos e bebemos fartamente por pouco mais de R$ 20.

 

Às 7:00 horas voltamos à entrada da cidade, e nos disseram que só havia jardineira às 15:00 horas (novamente era mentira), e apareceu outro guia, com o qual – cometendo um grande erro – acertei por R$ 25 para ir até Jeri, e mais R$ 40 para ir até Tatajuba, com o próprio carro, pois ele garantiu que era seguro, que conhecia todo o caminho. Todavia, atolamos nas areias mais de uma vez, e ele nos levou até uma bela e límpida lagoa formada pelas chuvas, com redes penduradas sobre a água. Um bom local para passar o dia, mas tudo muito caro. Ali,alguém me alertou sobre problemas no carro, e constatei que as saias (que ficam abaixo das portas) do Palio, em ambos os lados, estavam arrebitadas. Aquilo estragou meu dia, pois sabia que assim não poderia devolver o carro, e percebi que os suportes haviam quebrado.

 

Fomos então para JERICOACOARA, atolando novamente e passando por tocos de manguesais que podiam prejudicar mais o carro, e decidi que voltaríamos já no dia seguinte a Jijoca, para tentar consertá-lo. Pela tarde, curtimos um pouco a praia, que não achamos grande coisa, pois é muito rasa e não tem ondas. Resta apenas o visual das enormes dunas que ficam na ponta da praia, e à qual fomos para o famoso por do sol. Todavia, não só havia uma barra escura no poente, como o vento com areia é insuportável no alto da duna, então foi uma decepção total.

 

À noite, perambulamos pelas ruas sem calçamento, cheia de “gringos” (estrangeiros). Só eles acham interesse naquilo. As lojas existentes praticam preços extorsivos, e não gostamos nada de caminhar por aquelas areias sujas, no escuro (não tem iluminação pública). A atração, para a juventude, é a muvuca que se forma nos bares a partir das 23:00 horas, quando já havíamos ido dormir. O vilarejo e especialmente a praia, nada têm de especial.

 

Descobri,depois, que o guia contratado não havia nos levado a quase nada. O passeio de buggy a Tatajuba compreende passar pelas dunas, ir até outra lagoa onde existe o “esqui-bunda”, e até a antiga Tatajuba, que foi parcialmente soterrada pelas areias. Nada disso foi feito. Fazer esse passeio, assim como a outras belas lagoas, custa muito caro: os bugueiros cobram R$ 180 por passeio, para até quatro pessoas.

 

Na manhã seguinte, saímos com nosso guia para a famosa Pedra Furada e fazer o retorno a Jijoca. Pode-se ir a pé, pela praia, na maré baixa, fica a uns 3 km., de cavalo, charrete ou buggy. Fomos de carro, sem maiores problemas. O lugar é lindo e merece a fama que tem. Mas não sei se compensa as dificuldades e custo de se chegar a Jeri, pois existem muitos lugares bonitos assim pelas praias brasileiras, com acesso mais fácil.

 

Passamos depois pela Árvore da Preguiça, uma árvore que se desenvolveu na horizontal sobre uma duna, e seguimos até a Lagoa do Coração, que tem esse formato quando cheia, e que possui uma bela duna onde se pode praticar o esqui-bunda. Seguimos até a Lagoa Paraíso, já próxima a Jijoca, que faz jus ao nome, com águas limpíssimas formadas pelas chuvas, onde paramos para nos banhar.

 

Sair desse lugar é que foi um problema. Tem-se de atravessar uma duna alta, e o carro atolava na areia. Um outro carro mais potente teve que compactar a trilha aos poucos, para, empurrando o carro, podermos superar a duna. Mas conseguimos logo depois chegar a Jijoca. Lá tentei arrumar as saias do carro, mas o máximo que fizeram foi colar com superbonder, que certamente não resistiria o restante da viagem. Assim, decidi seguir adiante de imediato, retornando em direção a Fortaleza, visando chegar a Canoa Quebrada, que fica a 160 km. depois da capital.

 

No caminho, passamos por Araraú, a uns 50 km. de Jijoca, onde por sorte, numa loja de acessórios, encontrei alguém que consertasse o carro. Tiveram que retirar uma das saias, para refazer os engates quebrados, com fibra de vidro. Mas ficou pronto até o final da tarde, e decidimos seguir a viagem, pernoitando em algum lugar próximo à estrada, para chegarmos até o meio-dia seguinte em Canoa Quebrada e poder descansar um pouco e depois curtir a praia.

 

A decisão se mostrou acertada, e fomos parar em Icaraí, já próximo a Cumbuco, onde pagamos apenas R$ 20 por uma pousada e comemos excelentes pastéis feitos na hora, com bebida, e sorvete, por apenas R$ 8,00. Saímos cedo, mas perdemos mais de uma hora para contornar Fortaleza e achar a CE 040, que vai pelo litoral até Canoa Quebrada. Acho que seria melhor ter entrado na cidade e sair pela Praia do Futuro, pois assim não passaríamos pela BR 116, minada de caminhões.

 

CANOA QUEBRADA

A CE-040 é excelente e está sendo duplicada. Após passar pelo sufoco do contorno, chegamos rapidamente a Canoa, e de imediato procuramos uma pousada. Fomos direto na direção da praia, e já próximo a ela nos instalamos na ótima OCEANUS (Descida da Praia s/nº - residencialoceanus@hotmail.com), pagando apenas R$ 65 por noite por 3 dias, após negociarmos. Tem varanda com vista do mar e rede, além de bom café da manhã, piscina, frigobar, etc.

 

A praia é bem melhor que a de Jericoacoara, e a cidade muito bem estruturada, com restaurantes para todos os bolsos (desde R$ 6, onde se come muito bem, até os mais sofisticados), e muitas lojas de artesanato, tudo a preços muito convidativos.

 

No dia seguinte, curtimos a praia pela manhã e à tarde fomos de carro até Ponta Grossa, num percurso de 50 km. em direção à divisa com o R.G. do Norte. Entra-se em Icapuí, depois em Redonda, onde pega-se à esquerda para se chegar a Ponta Grossa. Pode-se ir também de buggy, pela praia, mas cobram de R$ 120 a R$ 160. A praia é razoável, mas não possui qualquer estrutura. Sua atração são as belíssimas falésias. Deixamos o carro na entrada da praia e caminhamos por mais de 1 km. costeando as interessantes e multicoloridas formações rochosas e dunas.

 

Retornamos para Canoa Quebrada, e no terceiro dia voltamos a Fortaleza, pela CE-040, passando por Beberibe, para chegar a Morro Branco, que possui igualmente interessantes falésias e uma linda praia. Fizemos um passeio pelas falésias, sacando muitas fotos, e seguimos para Fortaleza, encerrando o roteiro.

 

Infelizmente estava terminando nossa viagem. Ainda ficamos mais um dia em Fortaleza, para curtir a praia e especialmente para as compras de roupas de verão, artesanato e muitos pacotes de castanhas. No final das contas, foi uma viagem muito agradável, mas ao mesmo tempo que Jeri foi decepcionante (talvez por conhecermos muitos lugares semelhantes, como Jenipabu, Lençóis Maranhenses, etc), gostamos muito de Canoa Quebrada, pois além de muito agradável, permite passeios às belas praias de Ponta Grossa e Morro Branco.

 

Um alerta a quem pretenda fazer o percurso: deixe o carro em Jijoca, não arrisque ir de carro a Jeri, pois pode estragar seu passeio. De lá existem, além da jardineira que sai da entrada da cidade, muitas D-20 que saem de hora em hora no centro, em frente ao Banco do Brasil, cobrando R$ 10 por pessoa. Quem não alugar carro, pode ir de ônibus até Jijoca e Canoa Quebrada. Pode também comprar os passeios a partir de Fortaleza, mas geralmente não vão a Ponta Grossa, que possui as falésias mais deslumbrantes.

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Uma vez fomos de Celta com quatro pessoas mas também foi um perrengue de atola e desatola ::putz:: . Graças a Deus não quebrou o carro mas quem for a Jeri não deve acreditar nos guias que te dizem que o carro de passeio chega la. Chegar, chega mas o custo em aborrecimento, perda de tempo e até estragar seu carro é alto para quem está de férias.

  • 1 ano depois...

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