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Atacama & Salar de Uyuni - Jan/2011 - 10 Dias


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Fala galera mochileira!

 

Como é de costume, coletei muita informação para a viagem que fiz ao Atacama e Bolivia com minha namorada Juliana e agora me vejo na obrigação de contribuir com o site, relatando os pontos principais.

 

A intenção é ajudar os novos aventureiros e também servir de recordação para mim mesmo, aposto que daqui a alguns anos quando eu ler isso vai ser bem legal.

A Ju me ajudou fazendo os últimos apontamentos nesse relato.

 

A viagem foi curta, não tínhamos muitos dias de férias em comum, saímos dia 12/01/2011 e voltamos dia 21/01/2011, 10 dias, sendo dois de deslocamento... mas conseguimos otimizar ao máximo e fizemos tudo o que queríamos! Aos que tiverem com pouco tempo, nos sigam, pois foi um ótimo roteiro, apesar de cansativo! Apenas reservem espaço para a aclimatação pois o nosso roteiro corrido quase não deu certo, conforme vou relatar.

Vou começar dando uma geral nos preparativos, tudo aquilo que deverá estar muito bem programado antes de sair de casa, senão você só vai aumentar o perrengue:

 

Moeda: Esse item é coisa séria, e complicado! Em conversão de moedas não tem jeito, você vai perder dinheiro... coloque essa perda nas suas contas, senão vai se dar mal... eu quase rodei!!! Fiz um cartão Visa Travel, muito bem aceito nos estabelecimentos, pena que agora (a partir de 2011) estão cobrando uma taxa de 4,5% sobre o valor da transação em países cuja moeda local não é o dólar, ou seja, você já estará perdendo 4,5% do que colocar no cartão, além da taxa que já era normalmente cobrada em cada saque.

Porém acaba sendo uma comodidade muito grande, não precisa andar com o bolso cheio de dinheiro e caso ocorra algum imprevisto, pode pedir para algum “chegado” do Brasil colocar mais dinheiro no cartão (quase precisei)!

 

Passagens Aéreas: nesse item tem um segredinho que faço questão de compartilhar, acho que muita gente não sabe... Comprei os trechos separadamente, ou seja: de São Paulo até Santiago comprei pela Rumbo.com, companhia aérea Pluna, e de Santiago até Calama, comprei direto pelo site chileno da companhia aérea LAN (não são todas as companhias que permitem esse tipo de transação), colocamos todos os nossos dados, frisando que somos brasileiros e estávamos no Brasil, pagamos em Peso Chileno através do cartão de crédito, as passagens foram emitidas e não tivemos nenhum problema. Para se ter uma idéia, saiu por menos da metade do preço do que se comprássemos pelo site da LAN brasileiro, ou por sites como Rumbo ou Decolar!!! Sobre as companhias aéreas, a LAN é show de bola, padrão TAM, a Pluna não é muito legal... confesso que me arrependi de ir pela Pluna, eles cobram uma taxa de bagagem na volta (U$$25,00 por pessoa), não servem nenhum lanche (se quiser, tem que pagar caro), sem contar que rolou uma palhaçada que ficamos muito putos, a Ju viu no menu que a água mineral custava U$$ 3, estava com sede e pagou por uma, em seguida notamos que o mesmo comissário estava dando água em copo descartável para um monte de passageiros, então ela questionou o comissário que se enrolou e ficou muito mal explicado porque cobrou da gente e não dos outros, resumindo, se for pedir água, peça a que é de graça pois a origem é a mesma, (a Ju viu o comissário pegando da garrafa de mesma marca que nos vendeu!!!) a única diferença é que uma vem em copo descartável e a outra na garrafa fechada...

 

Transfer Calama / SPA – não tem o que inventar, tem uma empresa que faz esse trajeto e chama-se Transfer Licancabur. Estava nos esperando com uma plaquinha com nosso nome, e na volta nos buscou no hostel no horário combinado. Ouvi falar inclusive que é a única conveniada com o aeroporto.

 

Roupas: há muitos passeios na altitude, ou seja, muito frio, portanto, leve roupas de frio, de preferência sistema de camadas que é mais leve, comprei tudo o que precisava na Decathlon, e a maioria da marca Quechua que tem produtos bons e baratos...

 

Farmácia: A Ju, como boa farmacêutica que é, montou uma malinha cheia de remédios para levarmos, umas paradas para o nariz, para os olhos, para os lábios, para o estomago, para dor de cabeça, para Puna, etc... parece exagero mas ajudou muito, não tivemos problemas clássicos! E o indispensável: “protetor solar”, vimos desde pessoas parecendo um pimentão, até um grupo de brasileiras brigando no mercado para comprar protetor, indescritível, uma vergonha (parecia que uma usou o protetor da outra e então tavam brigando por qual e quanto comprar)...

 

Hospedagem: fizemos uma pesquisa na internet, mas no final nos guiamos pelos relatos aqui do mochileiros, vimos que havia dois hostals bem cotados, o El Monte e o Katarpe, optamos pelo Katarpe e acertamos em cheio, perto de tudo, parece bobagem, mas a localização é importantíssima num lugar onde a altitude transforma qualquer caminhadinha numa maratona..rs... As acomodações são muito boas, limpo, chuveiro bom, outro item importante, você vai chegar muito sujo dos passeios e não vai ser legal tomar banho de goteira... então recomendo bastante! O atendimento via e-mail não foi dos melhores, mas durante nossa estadia foram mto solícitos, conforme vou relatar.

 

Programação de Passeios: listamos os passeios disponíveis e montamos um cronograma com os dias que teríamos, ficou assim:

 

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Considero que foi o roteiro perfeito, não dava pra fazer nada mais otimizado, tivemos ocupação em todos os períodos dos dias em que estivemos lá...

 

Agências de Passeios: Chegaríamos no dia 12 depois das 23h em SPA e queríamos fazer um passeio pela manhã do dia seguinte, então tínhamos que fechar antes com alguma agência, e fechamos pela Internet, com a agência Nomade, como o Mauricio (dono) deu muita atenção através dos e-mails trocados e disse que seria o nosso guia no Atacama, fechamos todos os passeios com ele, sem pagar nada adiantado mas ficou combinado de ambas as partes.

O preço é compatível com todas as outras, mas achei que o atendimento deixou a desejar, vou emitir os meus comentários a cada passeio... A recomendação é: se não tiver nessa correria de chegar de noite e querer fazer um passeio pela manhã do dia seguinte, deixe para fechar tudo lá, tem uma agência a cada metro e você poderá analisar melhor a que vai te dar um maior apoio....

 

DIA 12

 

Viagem de Ida

 

De especial nesse dia, chegando em Santiago, tivemos a vista das cordilheiras dos Andes coberta de neve do avião, muito bonita, imponentissíssima!!!

 

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E o por do Sol atrás das Cordilheiras que vimos do avião saindo de Santiago em direção à Calama, o primeiro de muitos outros “por do Sol” sensacionais que veríamos.

 

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Chegamos em Calama umas 23h, e fomos a procura do Transfer Licancabur, logo no desembarque podemos ver o guichê, como havíamos reservado, nosso nome estava lá, pagamos $12.000,00 por causa do horário, o normal é $10.000,00.

Chegamos no Katarpe quase 1h da manhã, uma confusãozinha para liberarem o nosso quarto pois chegamos bem mais tarde que havíamos combinado, resolvido e fomos dormir.

 

DIA 13

 

Acordamos às 7:30, teríamos que nos situar, arrumar as coisas, tomar café e encontrar com o Mauricio às 8:30, para o passeio às Termas de Puritama.

 

Termas de Puritama

 

A má impressão sobre o Mauricio começou, combinamos com ele às 8:30 na agência Nomade que é bem perto do hostal, chegamos no horário e a agência ainda estava fechada... andamos pra lá e pra cá, perguntamos para um pessoal que ficava ali por perto e nos explicaram que só abre às 10h, ficamos assustados mas logo depois das 9h chega o Mauricio com sua Van e sua família. Ele fez uma breve introdução sobre o passeio e a cidade e entre outras coisas frisou a importância de se beber muita água, tínhamos pouca e pedi para ele parar em algum lugar para comprarmos, disse que passaríamos em um mercado que estou esperando até hoje, sorte que o pouco que tínhamos foi o suficiente para passar a manhã nas Termas!

As Termas de Puritama são sensacionais, situadas a aproximadamente 3.700m, é composta por várias piscinas naturais com água a 33,5°C, várias quedas d’água que serviam de ducha de água quente, muito relaxante, sair da água era ruizinho pois fora fazia um pouco de frio! Pra mim valeu cada centavo, a Ju não viu muita graça...

 

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Saindo das Termas passamos por um local repleto de cactos, muito bonito, fizemos uma caminhada entre eles até chegar em uma cachoeira de vazão fraca mas o local muito bonito.

 

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A Ju estava começando a sentir os efeitos da altitude, e no caminho de volta entre os cactos, teve dores de cabeça, fraqueza, pernas pesadas, estomago estranho... e o nosso guia Mauricio não se preocupou, foi na frente e não quis saber o que estava acontecendo, com muito esforço chegamos na Van e voltamos para São Pedro...

 

Fomos na agência com o Mauricio para combinarmos os próximos passeios, nesse instante havia uma interrogação se devíamos trocar de agência ou não, acabamos não trocando e fechamos os próximos passeios. Pelo roteiro previamente feito, teríamos um passeio ao Vale da Lua naquela tarde, mas cancelamos devido aos problemas da Ju, a recomendação nesse caso era descansar...

 

Aqui abro um parênteses sobre a Puna ou Soroche, que é o Mal da Altitude assim chamado respectivamente no Chile e Bolívia. Ele é causado pela falta de oxigênio que tem no ar em altitudes elevadas. O que aprendemos é que não existe muito remédio pra isso, e sim prevenção. Aclimatação é ir subindo aos poucos, senão é batata, você vai passar mal, em maior ou menor grau. Eu só tive uma dor de cabeça, mas a Ju teve muito cansaço e muita gente vomita, e isso estraga qualquer passeio. Outra recomendação é dormir bem, pois assim o corpo produz mais glóbulos vermelhos para carregar o oxigênio para os tecidos.

Muita gente toma acetazolamida (Soroche Pills / Diamox) antes da ascensão, não sabemos se realmente ajuda pois não tomamos, apesar de termos comprado (rs). Para dor de cabeça Ibuprofeno ou Cafiaspirina ajuda, mas quando bate o mal da altitude tem mesmo que descansar. Chá de coca não fez muito efeito para a gente, folha de coca não mascamos, mas nos disseram que se você não tiver o costume pode te estragar o estômago, porém não testamos.

 

Voltando ao relato...

 

Almoçamos no restaurante “Casa de Pedra”, lugar que comemos várias vezes uma pizza gostosa e levinha, gastávamos em média $12.000,00 por uma pizza grande, sucos enormes e propina inclusa!! Além disso, lá tinha um tal de “índio pícaro” muito engraçado, quem se deparar com um, basta levantá-lo pela cabeça para ver efeitos incríveis...

 

Voltando para o hostal, passamos em frente à agência do Tour Astronômico que tínhamos ouvido falar muito bem, começa às 21h todos os dias (exceto dias de lua cheia, pois ofusca as estrelas), por sorte esse seria o único dia que poderíamos fazer e ainda havia mais duas vagas, perfeito pois descasaríamos a tarde e iríamos ao Tour Astronômico de noite, fechado!

 

Tour Astronômico

 

Às 9h pegamos a Van para o local onde estão os telescópios e o Frances que nos daria uma aula sobre astronomia (há opções de línguas: Frances, inglês e espanhol, é só verificar os horários). O Frances é ótimo, vai falando e fazendo piadas, a observação nos telescópios eu diria que é “mais ou menos”, a lua é bem legal, porém as estrelas e Jupiter, não vi muita graça! Fiquei impressionado com a quantidade de brasileiros, uma invasão, uns 75% do publico de mais ou menos 18 pessoas!! Vale pela aula de astronomia e pela Lua!

 

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Chegamos no Hostal umas 23:30 e fomos dormir!

 

DIA 14

 

Salar de Tara

 

Acordamos com muita apreensão pelos problemas da Ju, iríamos ao Salar de Tara, um tour que se passa em torno de 4.300m, e caso ela não melhorasse seria um dia de cão...

Foi combinado que o guia (que não seria o Mauricio, contrariando o que havíamos combinado com a agência, mas que a essas alturas do campeonato até preferiríamos, pois a experiência com o Mauricio de guia não foi muito boa) passaria no hostal entre 8h e 8:30 para nos pegar, então tratamos de ficar prontos às 8h, deu 9h e nada... estávamos profundamente decepcionados com a agência, conversamos com o pessoal do hostal e eles se prontificaram a ligar para o celular do Mauricio que atendeu e disse verificar o que estava acontecendo, no instante seguinte chega o Jeep, reclamamos do horário para o condutor (Kako) que nos recepcionou, ele disse que o horário combinado com ele foi 9h e que o Hostal foi avisado sobre a mudança de horário, no hostal ninguém sabia... enfim, mais uma presepada da agência que nos fez perder uma hora de sono, o condutor e o guia (Gonçalo), não tinham nada a ver com isso, e por sinal gostamos muito deles! Fomos com uma família brasileira que estava no Tour Astronômico do dia anterior, um casal de biólogos com o filho de aproximadamente 10 anos, muito legais, estavam no fim da jornada no Atacama e nos deram algumas dicas!

 

O tour do Salar de Tara é muito legal, o caminho é sensacional, temos uma visão privilegiada do vulcão Licancabur, passamos pelo meio do deserto em sua forma mais seca, lagunas com flamingos, vicunhas, tudo muito diferente e bonito... paramos em alguns pontos para tirar fotos e em um deles tomamos um café esperto, com direito a pão de páscoa e chá de coca! Nas saídas do Jeep, os efeitos da altitude já se mostravam cruéis, uma simples caminhada é bem difícil...

 

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Na entrada do Salar de Tara, começamos a ver formações rochosas muito legais, fizemos uma cerimônia indígena numa pedra imponente que tem o formato de um índio, muito legal!

 

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Seguimos pelo meio do deserto com pedras imponentes, formações incríveis, céu, extraordinariamente azul, até então tudo muito novo para nós pobres paulistanos, até chegarmos no ponto onde almoçaríamos: frango assado gelado, foi bem sofrido mas botei pra dentro... nesse ponto a Ju começou a sentir-se mal... sintomas de “Puna”, ficou na dela e logo passou, ai eu também senti alguns efeitos e logo passou!

O lugar é fantástico, pouco explorado pelos turistas, mas um dos melhores do Atacama na minha opinião!

 

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Voltamos para São Pedro comemos nossa pizza e tínhamos a intenção de dormir logo, pois no dia seguinte teríamos que acordar ridiculamente cedo para o passeio dos Geisers Del Tatio.

 

DIA 15

 

Geisers Del Tatio

 

Às 4h conforme combinado estávamos prontos, o Micro ônibus passou umas 4:20, pegou mais alguns turistas e rumamos para os Geisers, o guia avisou que seria umas 2h de viagem e que poderíamos dormir pois boa parte da estrada é boa, porém não consegui dormir um segundo sequer, a janela do meu lado estava solta e batia a cada movimento do ônibus, até então pensava que eu tinha tido azar de cair naquele lugar, mas quando desci do ônibus e o vi ao lado de outros, vi que o nosso era o único “pau véio” do local, o resto era novo, mais uma vez acho que a agência Nomade teve culpa nisso, eles terceirizam alguns passeios se não tem disponível e não tiveram o menor cuidado de colocar um ônibus decente! A hora que pegamos estrada em má condição, parecia que tinha uma britadeira dentro do meu ouvido, terrível... mas o guia era bem legal, Simon!

 

Chegamos nos Geisers umas 6:30, ainda escuro, um frio de rachar, -6°C, mas dentro da roupa com sistema de camadas estavam bem quentinho, eu pirei de ver um gringo de havaianas e bermuda, tentei tirar foto mas não consegui, o cara tem que ter muita merda na cabeça pra subir a 4.200 de madrugada daquele jeito!

Os Geisers estavam lotados, gente saindo pelo ladrão, é um dos passeios mais populares do Atacama, e não é à toa, são fantásticos, as fotos são só frações do que vemos:

 

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Depois rolou uma palhaçadinha de pintar a cara com lama termal, o guia recomendou e cai, que bobagem... a idéia era depois entrar na piscina termal para lavar, mas não entrei, não entrarei e tenho raiva de quem entra!rsrs, brincadeiras a parte, não é legal, fora é um frio infernal, sair daquilo deve ser insano!!! Já tinha provado as piscinas termais de Puritama, não vou ficar sofrendo à toa, apenas lavei meu rosto sujo de lama e aproveitei o resto do tempo para tirar fotos! A piscina é incrivelmente cheia de gente!

 

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Saímos dos Geisers e paramos em uma laguna com flamingos com o vulcão Putana e sua fumarola ao fundo, lugar legal... Tiramos fotos esperamos um garoto do nosso grupo que sofria com os efeitos da Puna parar de vomitar e partirmos para o povoado de Machuca, é bonitinho, comemos um espetinho de lhama delicioso, um pastel sensacional e o ponto alto da excursão para a Juliana, brincar e tirar fotos com duas lhaminhas bem novinhas, custava $1.000,00, mas é o tipo de coisa que não tem preço!

 

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Voltamos para San Pedro almoçamos, fechamos o Tour de quatro dias para Bolívia com a Cordilheira Travel para o dia seguinte ($98.000,00 ou U$$200,00) e seguimos para o próximo Tour:

 

Laguna Cejar, Ojos Del Salar, Laguna Tebenquiche

 

Fomos até a Nomade na hora marcada (16h) e a moça nos levou até a agência terceirizada, de onde fomos levados até a Van, mais uma vez pegamos um pau veio, mas agora isso não faria a menor diferença, o problema dessa vez foi o motorista e o guia, os piores que eu já peguei na minha vida de ecoturista, tão imbecis que eu nem lembro o nome, acho que eles nem falaram... No caminho para o Laguna Cejar, formou-se na beira da estrada um tufãozinho, agora esqueci o nome do bicho, mas é isso que esta na foto:

 

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Muito legal, inédito para muitos ali da Van, então sacamos as máquinas fotográficas e qualquer motorista de bom senso teria estacionado a Van para apreciarmos, o nosso não, foi se aproximando e ficou mais devagar com uma certa má vontade, parou bem de leve e já saiu na sequência... um verdadeiro imbecil, sabendo-se que a Van estava cheia de turista que nunca viram aquilo na vida! Continuando no caminho, o cara começa a apostar corrida com uma outra Van, e fazer barbaridades na estrada, não dava pra acredita, ele passou por uns buracos muito rápido e fazia a galera bater a cabeça no teto, todos começaram a gritar e pedir para ele parar, que desceriam ali no meio do deserto... ele só reduziu um pouco as barbaridades... e continuou no caminho. Chegando na Laguna Cejar ficamos meio sem rumo, o guia não falava nada, apenas começou a andar em volta da Laguna, até que parou e falou alguma coisa bem básica, muita má vontade!!! A partir daí, sacamos que não extrairíamos nada de bom do guia e do motorista e desencanamos, conhecemos um casal de brasileiros de Minas muito gente boa...

A Laguna Cejar é muito bonita, tem um tom de azul bem forte e ao fundo pode-se ver o Licancabur

 

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Mas a beleza não é o ponto forte dessa Laguna, o interessante é entrar... ela tem água levemente fria, e uma concentração de sal fora do comum, o suficiente para não deixar ninguém afundar, sensação mágica de ficar boiando naquela água... Ficamos um pouco na laguna:

 

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Tiramos algumas fotos e quando saímos o motorista tinha um galão de água com uma bombinha que esguichava para tirar o sal do corpo das pessoas, a cara de psicopata dele era impagável...

 

Fomos aos Ojos Del Salar, nada demais em termos de beleza, trata-se de dois buracos grandes, profundos, cheios de água e feitos artificialmente no meio do deserto. O legal foi que fomos os primeiros a chegar então no primeiro momento a imagem era assim:

 

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E ficou assim:

 

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A galera mergulhava e tinha uns caras que davam umas barrigadas animais... fiquei de canto dando risada!

E então fomos à Laguna Tebenquiche, esse lugar é divino, não tenho palavras pra descrever, qualquer coisa que eu fale seria uma heresia, as fotos dão uma pequena idéia do que é o lugar, esse sem dúvida vai ficar gravado na minha memória por muito tempo, um por do Sol inigualável! Saímos bobos de lá, parecia que todos tinham usado drogas!

 

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Apenas um detalhe, o guia pediu para irmos à Van depois do por do Sol para dar explicações sobre o local e servir uns petiscos, nem me importei com isso, então chegamos bem depois do por do sol, os petiscos estavam acabando e ele se juntou à galera da Van do lado para coletar as explicações do outro guia, o cara era mesmo muito vagabundo... apenas peguei um copo de Pisco Sour e sai de perto, não precisava ouvir nada, já tinha visto tudo!!!

Só digo uma coisa, esse passeio é imperdível, não voltem do Atacama sem fazê-lo!!

 

Então voltamos e fomos dormir o mais cedo possível, para o dia seguinte era esperado muitos perrengues na Bolívia, conforme tanto havíamos lido aqui no mochileiros!

 

DIA 16

 

Bolívia

 

Como voltaríamos para o Katarpe após a Bolivia, pedimos para deixarmos o excesso de bagagem lá, para não ficarmos carregando coisas desnecessárias, deixaram e essa atitude foi providencial, malas bem mais leves e práticas, foi show... apenas ficamos com medo de jogarem nossas coisas fora, pois guardamos tudo dentro de um saco de lixo preto, não seria nada difícil um desavisado dar o fim naquilo tudo, entre outras coisas, tinha um netbook!!

 

Tomamos um café reforçado no Hostal, contando que aquela seria a última refeição decente e fomos para a Cordilleira Travel. Chegando lá, compramos a água que levaríamos (uma garrafa de 5L para cada um), trocamos pesos por bolivianos, e embarcamos na Van. Aqui vale um comentário importante, eles recomendam uma quantidade X de bolivianos que eu não lembro qual, compramos bem a mais, pois eles garantem que no final trocam os que sobrarem por chilenos ou dólares, na cotação correta, então trocamos $30.000 chilenos que deu $300,00 bolivianos, no final tínhamos bem poucos bolivianos para trocar, se bem que compramos regalos, bolachas, salgadinhos, papel higiênico e afins em um mercado perto do hotel de sal! Melhor sobrar do que faltar... Sobre conversão de moedas, o ideal é você ter a relação de todas para o real na cabeça, senão vai ficar bastante confuso na hora de comprar algo...

 

Rumamos para a Aduana Chilena, e então para a migração Boliviana, não vou colocar aquela foto clássica no meu relato... Aqui vale lembrar a necessidade de ter a carteira de vacinação em mãos, em especial o comprovante da vacina contra a febre amarela, não tínhamos e tivemos que usar um pouco da maladrangem brasileira para convencer o cara a nos liberar...

 

Nesse momento trocamos a Van por Jeeps, nosso grupo era de 15 pessoas, sendo que um Jeep era privado para três pessoas (uma família de australianos) e os outros dois para 6 pessoas cada um, lotação máxima... Considero que demos azar na formação dos grupos, fomos com quatro jovens dinamarqueses, gente boa os meninos, mas a comunicação foi bem complicada, meu inglês é fraquinho, consigo me comunicar mas tem que haver paciência entre as partes, a Ju fala super bem e normalmente me ajuda, os caras falavam inglês mas foram raros os momentos de inglês dentro do Jeep, os 4 ficavam falando no dialeto da Dinamarca o tempo todo, esse foi um ponto fraco da viagem, então eu e a Ju ficávamos falando o nosso bom e velho português e cada grupo ficou na sua! No outro Jeep de 6 pessoas tinha dois chilenos, um casal composto por um austríaco e uma alemã e dois escoceses! Diversidade total de nacionalidades! Nas paradas nos relacionávamos mais com os chilenos, australianos e o casal “astriaco-alemã”.

 

Antes de partir, rola um café da manhã maneiro e temos contato com a turma que ta retornando do passeio, falamos com brasileiros que nos disseram “todos em nosso grupo passaram mal por causa da comida”, isso foi bem desanimador. Tratei de comer o máximo possível naquele café e eu tava determinado a comer o mínimo para a sobrevivência e me virar com as barras de cereais e bolachas que estávamos levando...

Fomos apresentados ao nosso guia “Silvio”, rapaz novo, a primeira impressão foi muito boa! ele amarrou nossa bagagem e então partimos rumo a Bolívia!!

 

Logo de cara, duas lagunas, a primeira, Laguna Blanca, muito bonita:

 

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Depois vem a Laguna Verde com o Licancabur ao fundo, que coisa mais linda!!! O verde da Laguna é contagiante!

 

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Então entramos de vez no meio do deserto do altiplano boliviano, e a paisagem é surreal, montanhas multicoloridas, vulcões, formações rochosas (altitude e frio...), um espetáculo e o caminho todo é assim!!

Paramos no deserto de Dali

 

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Um pulo desse na altitude deve equivaler a uns 350 pulos em São Paulo...

 

A próxima parada foi em um local que tinha uma piscina com água termal, eu tava determinado a não entrar nessas porcarias e assim o fiz, acho totalmente desnecessário, opinião bem parecida com a que emiti na piscina termal de Geisers Del Tatio!! Mas o local era bem bonito!

 

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Aqui vale um parênteses sobre o banheiro, não fui pois já tinha pagado para usar na entrada do parque, mas a Ju foi, coitada, voltou traumatizada, ela tenta explicar e não consigo entender, mas acredito do fundo do meu coração que o negócio é assustador de imundo, ela não ficaria do jeito que ficou à toa!!

Depois partimos para uns Geisers a 4.900m, engraçadinhos, um pouco diferentes de Tatio, mas nem se compara...

 

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A próxima parada seria o abrigo onde passaríamos a noite, bonitinho mas sujo, e um detalhe as portas são baixas, e eu que só tenho 1,76m bati a cabeça violentamente no batente umas 4x, é melhor tomar cuidado porque dói!!

 

O almoço (purê de caixa e salsicha de lata) foi servido umas 15:30, apesar de não ter um aspecto ruim, comi o mínimo possível conforme vinha planejando... A essas alturas, tinha duas pessoas do grupo passando bem mal por causa do Soroche. Ficamos chateados pelas pessoas, mas felizes por estarmos muito bem!

Depois fomos para a Laguna Colorada, ventava muito, o que da a condição ideal para a formação das diferentes cores! Ela é surreal, só digo que as fotos não ilustram bem o que realmente ela é, vá e veja:

 

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Nesse momento nós pensavamos estar muito perto dos flamingos, não tinha idéia do que ainda estava por vir...

Uma curiosidade sobre a Laguna Colorada é que ela foi a candidata boliviana na escolha das 7 maravilhas naturais da humanidade!

 

Então voltamos para o abrigo, tomamos um chá da tarde onde eu abusei das bolachas, queria evitar ao máximo a comida! O grupo ficou conversando o resto da tarde, conversamos bastante com o austríaco, sujeito muito gente boa... o mais extrovertido do grupo!

Depois saímos para ver o por do Sol, mas o vento era muito forte e gelado, preferimos ficar dentro do abrigo mesmo!

 

Nesse dia já era sabido que não teríamos banho, a água da tubulação congela! A janta foi servida, uma sopa que comi bem pouco, depois um macarrão com um molho gostosinho que eu até comi bem!

 

Ai veio a hora do pesadelo, dormir na altitude (falta de oxigênio), no frio em um quarto sujo, batíamos a mão na cama e levantava pó!! Como já sabíamos disso, tínhamos levado um lençol para forrar a cama e outro para isolar as cobertas! Deitei e logo dormi, parecia que não teria problema nenhum, acordei achando que já era hora de levantar e não tinha passado quase nada, ai começa o drama, o frio que achávamos que faria dentro do quarto não aconteceu, estávamos tranqüilos nesse quesito, mas a falta de ar por causa da altitude foi dureza, o coração estava disparado, era difícil respirar por causa do pó, o nariz e garganta estavam totalmente irritados e secos, lábios rachados, rolei na cama algumas vezes e pronto, hora que vi, meus lençóis já estavam longe de mim! Com muito custo amanheceu e levantei bem antes do relógio despertar, em conversa com a galera, todos dormiram mal...

 

DIA 17

 

O café da manhã tava bom, pão gostoso com opção de manteiga, doce de leite, marmelada de abacaxi, leite, nescafe, chá! Novamente caprichei pensando em evitar as comidas!

 

Os carros foram carregados e partimos! Algum tempo depois chegamos à “Arbol De Piedra”, antes de descer do carro o guia frisa, não pode subir na Arbol, não demora muito e o escocês tá tentado subir, o coitado não entendia absolutamente nada de castelhano...

A Arbol de Piedra é uma formação rochosa interessantíssima, muito legal!

 

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Em volta dela, algumas rochas que logo tratamos de escalar!

 

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Partimos e logo chegamos na “Montanha de 7 cores”, e como tudo no altiplano boliviano, um espetáculo:

 

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Ai então passamos por mais três Lagunas, as duas primeiras, muito bonitas também, mas nada de novidade.

 

Honda:

 

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Hedionda, aqui tentamos capturar flamingos mas não deu certo:

 

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E a terceira “Cañapa” merece mais atenção, foi bastante especial pra gente! É uma laguna muito bonita com diferentes tons de cores principalmente azul.

 

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Então o guia nos serviu o almoço, e dessa vez não tive problemas, pois eram enlatados: atum, milho, tomate, arroz... o problema foi a quantidade, pouco para um casal e quatro marmanjos.

Depois deixou bastante tempo livre naquela Laguna até partirmos, então resolvemos sentar na beira da Laguna onde tinha uma concentração de Flamingos, normalmente eles teriam voado com nossa aproximação, mas em principio, somente se afastaram e depois começaram a se aproximar novamente, foi uma experiência fantástica, um dos flamingos começou a vir em nossa direção e deve ter passado a uns 2m, tirei fotos muito legais com minha máquina que tem pouco zoom:

 

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Em um determinado momento eles começaram a nos cercar e a partir daí, comecei a pensar que nós seriamos capturados pelos flamingos ao invés de capturarmos! rsrs

 

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Deu a hora de ir embora e rumamos para o próximo ponto, um mirante para um vulcão em atividade, que solta uma fumarola constante, não me lembro o nome agora!

 

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O próximo ponto era um salarzinho, ninguém deu bola, o interessante eram os trilhos de trem!

 

Então chegamos à cidade de San Juan, passamos em um mercadinho para comprar bolachas, pringles, e papel higiênico, bem caro as coisas lá. Há 5 minutos dali estava o hotel de sal situado a uns 3.600m de altitude, onde tomaríamos um tão esperado banho quente e passaríamos a noite! Por fora: brochante... por dentro: bonitinho mas ordinário!

 

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Mal chegamos já tinha gente do grupo tomando banho, as mulheres foram primeiro, pirei na rapidez delas... ainda mais depois que foi a minha vez e descobri o quão porcaria era aquele chuveiro, demorei uns três minutos pra conseguir fazer a água esquentar, uma vazão pífia e de repente esfriava, a torneira girava em falso, dificílima de ajustar, mas valeu, sai mais limpo do que antes e com o cabelo menos duro!

 

Ai foi o mesmo esquema do outro dia, tomamos um chá da tarde, ficamos conversando, jantamos uma comida boa e dessa vez eu já tava desencanado, mandei ver! A cama era no mesmo esquema do abrigo: suja, forramos com os lençóis e dormimos bem aquela noite!

 

DIA 18

 

Enfim o tão esperado dia do Salar de Uyuni, tomamos café e partimos, passamos por uns pueblos e logo chegamos. Na primeira parada ficamos preocupados, o chão estava lisinho, nada mais que branco... queríamos muito ver os cordões que se fecham e formam hexágonos e não tinha nenhum...

Então tiramos algumas fotos, tentamos fazer algumas em perspectiva e a maioria foi um desastre... ai sentimos a falta de integração entre a galera, as fotos que pedimos para tirarem de nós ficaram horríveis, não salva nenhuma! As que nos pediram ficavam boas, puta raiva... Nesse ponto tinha uns tijolos de sal, os quais são usados para construir os hotéis e museus que tem por lá:

 

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Logo o guia chamou para partirmos, ficamos frustrados, mas logo as coisas melhoraram...

 

Andamos um pouco pelo Salar e logo os cordões começaram a aparecer, ufa... chegamos à Isla do Pescado, maravilhosa... muitos cactos enormes e o pico da Isla a aproximadamente 100m do nível do salar, um ótimo mirante, porém , a Ju descobriu que tem sérios problemas com cactos, durante a subida, começou a passar mal, o mesmo sintoma da caminhada entre os cactos do Atacama... mas conseguimos chegar ao cume, afinal, “só o cume interessa” rsrs. Tiramos belas fotos do majestoso Salar de Uyuni!

 

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Descemos da Isla e partimos salar adentro, até o ponto onde paramos para almoçar e tirar mais fotos. O pior é que nesse momento a Ju tava ruim mesmo, muitas dores de cabeça, sem condições de preparar as fotos em perspectiva. Tentamos algumas que ficaram muito ruins! Então ela ficou dentro do jeep para descansar, que pena, foi passar mal justo no Salar, era uma situação desoladora.

 

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Depois do almoço (frango frio, melhor que gelado...) a Ju melhorou, não tínhamos mais muito tempo mas ai tiramos mais umas fotinhas, em especial essa em perspectiva que a Ju tirou e ficou bem legal (ta se achando até agora):

 

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Um prato com comida brasileira, escocesa, chilena, alemã e austríaca...

 

Tentamos escrever Uyuni, quase ficou bom...

 

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Fizemos mais umas palhaçadas:

 

 

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Essa é a turma do nosso Jeep:

 

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Então partimos para o museu de sal, era um hotel mas foi desativado porque não tinha rede de esgoto e as pessoas faziam suas necessidades no salar e ai virou porquice!

Chegando, assinamos a bandeira do Brasil que estava em meio a tantas outras e partimos rumo às montanhas de sal, nada demais! Depois paramos em uma feirinha para comprar regalos, compramos lhamas de sal, e então terminamos a travessia do Salar de Uyuni, chegamos ao cemitério de trens e o que me chamou a atenção foi a quantidade de lixo... o Silvio disse que esse é um sério problema que eles enfrentam por lá... mas é ridículo, sacos de lixo jogados por toda parte!

Essa é a composição mais famosa com o dizer: ”Asi es la vida”, não vi muita graça, mas...

 

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Próximo dali estava a agência da Cordilleira em Uyuni, todo o resto da turma encerrava o passeio com a Cordilleira por ali, exceto nós que voltaríamos para SPA, então nos despedimos e eles partiram para a estação de ônibus de onde seguiriam viagem América do Sul acima!

Aqui cabe um comentário sobre o nosso guia Silvio: o cara foi perfeito, falava um castelhano muito fácil de entender, parecia que tava dirigindo para um lorde inglês de tão cuidadoso que era, sempre dava boas explicações na chegada de cada lugar, respondia prontamente as perguntas, gostamos muito...

Teríamos um tempinho na cidade de Uyuni antes de partir, então demos uma voltinha, Comemos uma pizza, a Ju comprou uma camiseta da “llama” (piada com a puma, bem legal) e partimos com um novo guia, também muito bonzinho!

No caminho logo de cara fura um pneu, xiii... não tínhamos tido nenhum contratempo, será que vai ser agora??? Pneu trocado rapidamente e seguimos!

Caminho espetacular de bonito, vimos o Sol se por de um lado e a Lua cheia nascer do outro, mas isso era só um ensaio do que viria no dia seguinte!

Andamos por umas 3h30m até chegarmos em nosso novo abrigo, bem simples, fomos recepcionados por uma boliviana típica que a Ju fez questão de tirar foto:

 

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Ela briga comigo até hoje por eu não ter pego o sapatinho da moça..

 

Tinha chuveiro mas preferi não arriscar, a janta tava horrível (como sempre sopa rala, purê e salsicha de lata) e também preferi não arriscar, comi só uma migalha... a pizza da tarde ainda tava sustentando!!! O quarto tava cheiroso, as camas aparentemente limpas, nem armei todos os aparatos com lençóis para dormir, a Ju como boa fresca que é, se enrolou no lençol, acho que não tinha necessidade... o problema é que as janelas não tinham cortina e entrava muita claridade, acordei uma determinada hora da noite com a Lua cheia bem na minha cara, era muita claridade... logo passou, foi uma noite razoável!

Nessa noite a Ju começava a sentir sinais de vida do intestino, nada muito grave, lemos muitos relatos de gente que passou muito mal, alguns pela altitude, outros pela comida, porém acredito que fomos muito sortudos. Vale ressaltar a importância da aclimatação. Só fomos pra Bolívia depois de 3 dias de SPA, se fôssemos no início com certeza passaríamos mal e a culpa não seria da pobre da comida e sim da altitude.

 

DIA 19

 

Levantamos às 4:40 (acordado eu já estava há algum tempo), e partimos às 5h, então vimos o inverso, a Lua se pondo de um lado e o Sol nascendo do outro! Dei umas cochiladas no caminho e por volta das 10:30, horário Chileno que é adiantado em 1h, chegamos na migração boliviana. Tomamos o nosso café, assustamos alguns brasileiros que estavam partindo para Uyuni, pagamos $15,00 bolivianos na migração e depois ficamos com a pulga atrás da orelha, achamos que essa taxa é ilegal e foi sem vergonhice dos guardas bolivianos!

 

Em SPA passamos pela Aduana chilena onde as malas passam pelo Raio-X, fomos liberados e umas 12:30 estávamos de volta ao Katarpe, a expectativa era muito grande se ainda teríamos a nossa bagagem, e lá estava o nosso saco de lixo preto com o computadorzinho e tudo mais, confesso que foi um alivio muito grande hora que vi...

Corremos para dentro do quarto, estávamos sedentos por um bom banho! No meio do meu banho acabou a força, tive que terminar com banho gelado, pelo menos tava um puta calor, mas foi muita injustiça, era pra ter sido o melhor banho do mundo! Obviamente que a hora que eu terminei a força voltou e a bonitona da Juliana tomou seu banho quentinho!

 

Então saímos para acertar o passeio da tarde “Valle de la Luna” e do dia seguinte subida ao “Vulcão Lascar” que deixamos previamente combinado com a Nomade antes de partirmos para a Bolívia! Não acreditei ora que vi, a Nomade estava fechada... já era umas 13:40, o passeio ao Vale da Luna começa às 16h, tínhamos que resolver a parada naquele instante... mais do que nunca, tivemos a certeza de termos feito um puta mal negócio em escolhermos a Nomade, galera aqui fica o recado...

 

Depois fomos almoçar na esperança de que na volta pudesse estar aberta. Almoçamos mais uma vez uma pizza na “Casa de Pedra”...

Na volta a Nomade ainda estava fechada, pedimos no Hostal para ligarmos para o Mauricio e ele não atendia! O passeio ao Valle da Luna era fácil de fechar, muitas agências fazem na hora, mas o do Lascar não, eu tava ficando muito puto de pensar em perder a subida ao Lascar que era um dos mais esperados da viagem!

No instante em que decidimos procurar outra agência, eis que surge o Mauricio com sua Van... Num sei se fiquei aliviado ou ainda mais puto em vê-lo! Sei que o abordamos ainda na Van, e ele fez cara de assustado, um ar de alguma coisa errada, disse para nós que ia estacionar a Van e já iria para a agência, foi a estacionagem mais demorada da história de San Pedro, demorou uns 20 minutos para aparecer! Então nos disse para fecharmos o passeio do Vale da Luna com a agência Maxim que ficava bem próxima e que amanhã ele já tinha um outro vulcão para subir, então escalou uma outro guia para ir com agente! Tudo diferente do combinado, mas mais uma vez, pensamos que realmente outro guia seria melhor... ele chamou o sujeito na agência para nos apresentar e enquanto o cara estava a caminho fomos até a Maxim fechar o Vale da Luna, na hora me bateu um puta arrependimento, a Maxim pareceu muito mais organizada!

Voltamos a Nomade e então o Fabian que nos conduziria à cratera do Lascar estava lá, fomos apresentados rapidamente, sujeito diferente mas aparentemente gente boa, combinamos que ele passaria às 5h para nos pegar na manhã seguinte!

 

Então corremos à Maxim pois já era quase 4h. (Leitores, para terem uma idéia, esse negócio de: Katarpe, Nomade, Casa de Pedra e Maxim, é muito perto um do outro, senão estaríamos fritos!)

 

Valle de la Luna

 

Enfim um ônibus decente, guia bem legal, tinha o nome diferente que agora não me lembro!

Primeiro passamos por um desfiladeiro que não me lembro o nome, lugar legal, tiramos boas fotos:

 

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e partimos para o Vale da Morte (versão indigena) ou vale de Marte (versão cientifica), outro lugar interessante, o Sol e o calor castigavam bastante, ouvimos as explicações do guia, tiramos fotos:

 

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e partimos para o Valle de la Luna.

 

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Lugar ainda mais legal, passamos pelas três Marias (formações interessantes) e por uns lugares nada de mais (minas de sal, ruína de casa de mineiros, etc) até chegamos ao Anfiteatro, muito bonito:

 

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tinha uns rapazes argentinos com uma máquina fazendo panorâmica, pediram para nós ficarmos de modelo em frente ao Anfiteatro, a panorâmica ficou Show, trocamos e-mail e falaram que nos enviariam, espero que enviem, ficou bem legal!

E para fechar, fomos ao ponto mais alto do parque para ver o por do Sol, tiramos algumas fotos:

 

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E após o por do Sol, nasce a Lua cheia muito brilhante bem ao lado do Licancabur, coisa mais linda de se ver, o guia disse que aquele era o melhor dia do mês para ver esse efeito, tivemos muita sorte! As fotos não ficaram lá grandes coisas, mas está guardado na minha memória!

 

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Muitos disseram que não veríamos muita graça nesse tour depois de ter feito todos os outros, mas não é verdade, ele tem suas particularidades e é muito bonito.

 

Retornamos e pela falta de tempo de sair para jantar, compramos atum enlatado num mercado em frente ao Katarpe, até o mercado era perto!

Tentamos dormir o mais cedo possível e isso foi umas 23:00.

 

DIA 20

 

Vulcão Lascar

 

Às 5h estávamos prontos conforme combinado, o Fabian passou às 5:10 com seu jeepinho Suzuki Vitara e sua noiva Paulina que subiria pela primeira vez!

No caminho de asfalto, aproveitamos para dormir e logo estávamos em um local que parecia ser o pé do Lascar, engano meu, a subida começa do outro lado, andamos mais 2h no meio das cordilheiras dos Andes, estrada terrível, até pararmos para tomar um café da manhã esperto, fazia um frio de “Lascar”, temperatura negativa com certeza!

Depois andamos mais uma meia hora até chegar no ponto de subida, fiquei morrendo de dó do jeepinho, o Fabian subiu até um ponto que eu nunca pensei que um automóvel fosse capaz de subir, foi subindo em meio aos pedregulhos até um ponto em que o Jeep ficou preso, não ia nem pra trás nem pra frente, sentíamos a rocha arrastando o assoalho do carro e ele nem se movia... Então o Fabian pegou uma pá que disse ser usada principalmente para enterrar os turistas que não resistem à subida....rsrs, piadas infames! Mas com algumas cavoucadas e algum esforço ele conseguiu tirar o jeep daquela pedra, e continuou subindo, até o lugar que era literalmente o fim da linha... a aproximadamente 4900m de altitude. Então teríamos 650m de subida e como o caminho é em zigue-zague, uns 5Km de caminhada.

 

Dica: o Sol estará sobre sua cabeça o tempo todo, então passe protetor em toda parte do corpo que ficará exposta! A Ju inclusive foi encapotada, com blusa e chapéu e ainda se queimou, com certeza resultado da reflexão do sol no chão. E é friozinho também, pode caprichar na roupa! E levar água, como sempre...

O Fabian nos ensinou a técnica de respiração para a subida, insistiu muito nisso, é o principal fator, senão seguir terá problemas com certeza...

Então começamos a subida em fila, e passos bem curtinhos:

 

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Logo o carro era um pontinho bem pequeno no horizonte:

 

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À medida que subíamos a paisagem ia ficando cada vez mais bonita:

 

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Eu logo acertei o ponto da minha respiração, a Ju se enrolou um pouco e no começo pedia para parar o tempo todo! Depois de uns puxões de orelha que ela tomou do Fabian e de mim, acabou acertando o ponto e melhorou bastante o nosso ritmo! O cansaço é bem agressivo:

 

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A Ju pensou em desistir faltando mais ou menos 1/3 para o cume, não deixamos e continuamos a subida! Em um determinado momento eu perdi o tempo da respiração e hora que vi num agüentava mais, pedi para fazer uma pausa! A cada pausa olhar para o horizonte e ver a Cordilheira do Andes, um monte de montanhas, lagoas e vulcões ficando baixinhos era bonito demais. Por outro lado olhar pra cima e não ver o fim daquele mundaréo de terra nos dava a sensação que não chegaríamos nunca!! A parada é sofrida!!

 

Continuamos e sem saber que faltava pouco mais de 20m, a Ju disse que desistiria de novo, obviamente que o Fabiano não deixou e explicou o quão perto estávamos... Chegamos em aproximadamente 3h40m, foi uma festa... todos se cumprimentaram, a Ju chorou de emoção... Na cratera tudo é muito lindo.

 

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Pena que não podemos ficar mais por causa da fumaça de enxofre que é tóxica (o estômago sente...) Começamos a descida, e parecia que não íamos chegar nunca, eu não agüentava mais, minhas pernas estavam latejando... as pancadas nos joelhos, e o esforço dos ligamentos são cruéis.. se bem que eu fui o mais mole pra descer, a Ju não teve nada disso, só estava fraca por que ainda não tinha comido (a indicação é não comer na subida pois com o enxofre e a altitude a chance de passar mal e vomitar é grande)... Obviamente a descida é muito mais fácil e rápido que a subida, demoramos aproximadamente 1h20m! Chegar no Jeep foi um alivio e tanto! E depois de tudo isso, quando conto para minha mãe, ela disse que não subiria nem se tivesse um pote de ouro lá em cima, paguei mor caro por esse passeio pow!!! rsrs. A sensação de estar lá em cima é ótima... nem todos conseguem chegar, muitos desistem no meio do caminho, fiquei muito orgulhoso da Juliana, sinceramente, não pensei que ela fosse conseguir...

 

Na volta, tivemos algumas atrações extras, primeiro um grupo de Suris na beira de uma laguna que fica ao lado do vulcão Miscanti, parecem avestruzes e correm a 70Km/h, a medida que nos aproximamos notamos o quanto são rápidos!

Demos uma parada para ver a laguna e tirar umas fotos, a essas alturas, seria bem difícil de ficar impressionado com alguma laguna!

 

Uma foto do outro lado do Lascar:

 

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Chegamos ao Katarpe umas 18h, tomamos banho, e começamos a arrumar as malas para o retorno... saímos para jantar e pela primeira vez, não na Casa de Pedra, fomos no Adobe, mas a comida foi a de sempre, Pizza...

 

Depois andamos um pouco pela cidade atrás de regalos, comprei um vulcãozinho com a igrejinha de San Pedro ao lado, eu não aguentava mais andar, minha pernas doíam muito e a Ju não se decidia sobre as camisetas que queria comprar, acabei voltando sozinho ao Hostal enquanto a Ju finalizava as compras. Cheguei e finalizei a arrumação da mala, foi bem difícil fechar... No momento em que deitei, chega a Ju com as comprinhas, que disposição... Ela finaliza a mala e vamos dormir umas 23:20.

 

DIA 21

 

Volta para São Paulo

 

Conforme combinado, às 5h estávamos prontos esperando o transfer, era o terceiro dia seguido acordando às 5h... O transfer chega umas 5:15 e rumamos para Calama, dormi o caminho todinho!

 

Fomos para Santiago, como tínhamos bastante tempo até o próximo vôo, demos uma voltinha de metro pela cidade, nos enrolamos com o horário, e quase perdemos o vôo... chegamos em cima da hora, isso não se faz com vôo internacional!!

 

Fizemos comprinhas bem corridas no Free Shop e rumamos para Montevideo, mais compras no Free Shop e enfim o vôo derradeiro para Campinas, chegamos lá às 23:20 e fomos liberados das burocracias da policia federal umas 23:50, encontramos meu irmão que nos esperava e rumamos para São Paulo, agora não tem mais jeito, fim de viagem!

 

Conclusão

 

Fizemos tudo o que dava pra fazer nos poucos dias que tínhamos, e por isso foi bastante corrido, o ideal seria ter mais uns dois dias para poder fazer as coisas com mais tranqüilidade, mas foi ótimo mesmo assim! O Atacama é fantástico e a Bolivia é maravilhosa, recomendo essa viagem a qualquer um que goste de apreciar belas paisagens, interagir com a natureza e de bastante aventura!

 

Apesar de parecer repetitivo, cada lugar tem sua particularidade. No nosso roteiro, em momento algum tivemos a sensação de estar fazendo mais do mesmo!

Tínhamos muito receio da Bolivia, com histórias de problemas com comida, guias bêbados, carros quebrando, manifestações populares, frio extremo, perrengue total... mas não temos do que reclamar, com agente deu tudo certo! Acredito que a melhor época para ir seja o verão, no inverno o sofrimento com o frio deve ser absurdo!

 

O Atacama é bem estruturado, tirando os atrasos da nossa agência Nomade, foi tudo de bom!

 

Obrigado ao site mochileiros.com que nos ajudou demais com as dicas para nossa viagem, e espero que nosso relato também ajude os próximos viajantes. Qualquer dúvida pode contatar a mim e a Ju que ajudaremos com o maior prazer.

 

Vou encerrando por aqui!

 

Abraços!

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  • Membros

Muito bom o relato de vocês. Gosto de tópicos assim, com informações objetivas e muitas imagens.

 

Foram como "categoria econômica" ou gastaram um pouco mais do que um mochileiro com pouca grana?

Saberia me informar quanto gastaram, tirando as passagens de avião?

No final deste ano estou pensando em fazer uma rota parecida, só que contrária, mas ainda não sei quantos dias e a quantidade de dinheiro a levar.

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Muito bom o relato de vocês. Gosto de tópicos assim, com informações objetivas e muitas imagens.

 

Foram como "categoria econômica" ou gastaram um pouco mais do que um mochileiro com pouca grana?

Saberia me informar quanto gastaram, tirando as passagens de avião?

No final deste ano estou pensando em fazer uma rota parecida, só que contrária, mas ainda não sei quantos dias e a quantidade de dinheiro a levar.

 

Luciana, Obrigado pelo elogio! Tentei caprichar para ajudar a galera mochileira e pra servir de fonte de recordação também...

 

A única coisa que economizamos, foi com as passagens aéreas, pesquisamos bastante e o único critério foi preço, simplemente escolhemos a mais barata (e compramos em cima da hora, pagamos mais caro por isso)... de resto, não poupamos nada, segue uma tabela com os nossos principais gastos

 

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É possível gastar menos com o hostal, o nosso era privativo, bem confortável e tinha ótima localização, outra coisa, a subida à cratera do Vulcão é bastante cara, poderia ser um passeio cortado...

Quanto aos outros gastos, é isso e não tem jeito, as agências tem um preço mais ou menos tabelado... em relatos de um ou dois meses atrás, você encontrará valores mais baratos para Uyuni, mas realmente aumentou e esse valor é o que vale, nos disseram na agência que houve um grande aumento dos combustíveis e tiveram que aumentar o preço do Tour também.

Gastei bastante com roupa de frio e ascessórios em SP, free shop no aeroporto, mas isso é extremamente pessoal...

Acho que é uma viagem que vale muito a pena!

 

Espero ter ajudado e qualquer dúvida, vai perguntando...

 

Abs!

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Muitíssimo obrigada Tom.

 

O seu orçamento ficou mais ou menos dentro da minha média, então dá pra ir.

Roupas e acessórios eu já comprei, então é um gasto a menos por agora.

 

Eu tinha pensando em fazer a entrada de ônibus por corumbá e seguir de trem da morte na Bolívia, mas se eu encontrar passagens de promoção, talvez encare quase a mesma rota que a sua. Mais uma vez, obrigada.

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Olá gostaria de saber quais passeios em deserto de atacam, vc acha muito bom fazer? ( imperdivel?}?

 

Olá!

Cada lugar tem a sua particularidade e o gosto das pessoas vária bastante também!

Os mais clássicos e cheios de turistas são: Laguna Tebenquiche, Geisers del Tatio, Valle de la Luna - todos imperdíveis mas a Laguna Tebenquiche é o lugar mais bonito!

Os outros que eu fui são menos populares mas sensacionais: Salar de Tara é incrivel com destaque para as formações rochosas, Termas de Puritama é muito bom para relaxar, e o Vulcão Lascar é uma experiência indescritivel, desde o sacrificio da subida até a chegada na cratera.

E sobre a Bolivia, todos os lugares são fantásticos...

Mas como eu disse, isso é muito pessoal, se você quer escolher os lugares onde ir, a melhor forma é ver as fotos e ver o que te chama mais a atenção, ler relatos pode ajudar também...

 

Abs!

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