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Uruguai, Argentina e Chile (35 dias)


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:P Pessoal

 

Fiz uma viagem de 35 dias pela América do Sul em janeiro de 2009, passando por Uruguai, Argentina e Chile. Comecei a montar o roteiro e procurei cia. via "Mochileiros.com". Montamos um grupo MUITO bacana e seguimos em meio à crise e aos preços em alta por todos os cantos. Montei um blogue, no entanto, um dos editores me sugeriu postar os relatos aqui. Vou postando pouco a pouco, pois o tempo anda curto, mas espero contribuir. Qualquer dúvida, ajuda, etc., fiquem a vontade para escrever e/ou me adicionar: vanessa.aguilera@hotmail.com. O blogue, para ver todas as fotos, http://www.aguilera13.blogspot.com.

 

Iniciarei o relato por Punta del Este, Montevideo e Colonia del Sacramento ...

 

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INFORMAÇÕES

 

Partida: 30/12/2008

Retorno: 02/02/2009

Tempo total: 35 dias.

Países: 03 países

Cidades: 16 cidades

Lugares visitados: Punta del Este, Montevideo, Colonia del Sacramento, Buenos Aires, Córdoba, Mendoza, Santiago, Vina del Mar, Valparaíso, Pucon, Puerto Varas, Puerto Montt, Bariloche, Villa Angostura, El Calafate, Ushuaia.

 

 

SÃO PAULO - PUNTA DEL ESTE

 

30 de dezembro de 2008 (terça-feira)

 

"Preciso dizer que nem dormi na noite do embarque? Preciso dizer também que aos 47 minutos do segundo tempo, eu não tinha terminado de arrumar as minhas coisas? Pois é. Meses de organização e preparo, mal consegui organizar as minhas coisas básicas. No fim, uma mala enorme, lotada de coisas que pouco usei (pra variar!), planilhas, reservas, passagens aéreas e rodoviárias, inúmeros papéis impressos, livros, músicas, muitas roupas de frio (se eu soubesse exatamente o que me esperava, eu mudaria essa parte!) e poucas roupas de calor, muitas expectativas e um grande frio na barriga!

 

O nosso voo (agora voo é sem acento, blahh!) partiria do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) às 9h15 com previsão de chegada a Montevideo às 11h50. TAM, sem escalas. A Renata veio de Belo Horizonte e hospedou-se um dia antes na casa da Caren, em SP, para não ter erro. De manhã, as encontrei e seguimos pro Aeroporto. Fizemos check in, nos despedimos dos meus pais e tomamos café por lá mesmo. Nosso voo não atrasou e foi bem tranquilo. Ao meu lado, uma carioca muito simpática, a Madelon, que já conhecia Punta del Este e começou a me dar várias dicas, inclusive sobre o Reveillon, já que não tinhamos um plano para a virada. Conversamos até a chegada à Montevideo.

 

O tempo estava bom e na chegada, foi possível ver a cidade de cima, as praias e nota-se o quanto a cidade é bem pequena. Burocracia, passaporte, free shop e casa de câmbio para trocar dinheiro. O aeroporto Internacional de Montevideo, Carrasco, é tosco. Essa é a palavra, parece uma rodoviária, mas o que anima é que estão "reformando", na verdade, construindo um novo aeroporto, cujo o projeto é lindo. Não sei a previsão para a inauguração, mas está avançado.

 

Quanto ao dinheiro, após muitas pesquisas, muitas dúvidas e algumas pessoas consultadas, não sei qual a melhor alternativa, mas vou falar da que eu optei e gostei. Creio que não seja aconselhável trocá-lo por lá, pois as taxas não são boas. Levei R$ 350,00 e na Global Exchange eu consegui o câmbio (Uru$ 1 - R$ 0,1243), sendo que você ainda paga URU$ 50 de taxa. Além disso, encontrei um ATM (Banred) e saquei mais R$ 200,00 (Uru$ 1 = R$ 0,1051). Achei mais seguro levar um cartão de débito e crédito internacional (Mastercard), o qual eu habilitei na minha agência em SP. Não paga nada, mas é preciso informar quando você embarca e retorna, para o controle do banco e evitar que eles cancelem seu cartão por suspeita de fraude internacional. O ideal é você sacar uma quantia alta para evitar de pagar a taxa por saque de R$ 12. Para extrato e saldo bancário, a taxa cobrada é de R$ 5,00. Enfim. Detalhe triste, já no aeroporto muitos pedintes, inclusive crianças.

 

Compramos nossas passagens de ônibus para Punta del Este pela empresa COT, pois a COPSA tem uns ônibus bem feios e velhos. Pagamos URU$ 133,00 (R$ 13,30) e a bilheteria da empresa fica dentro do aeroporto e embarcamos lá mesmo. Não podemos reclamar, mais prático impossível. Seguimos Caren, Renata, Madelon e eu para Punta. Ônibus confortável, vazio e leva menos de 2 horas para chegar. Estrada tranquila, paisagem simples até chegar a região de Punta. Surgem o mar, o horizonte, os grandes e luxuosos prédios, enfim, Punta realmente é o que falam: suntuosa.

 

Desembarcamos no Terminal Playa Brava, bem ao centro e fomos pra fila do táxi. Caren seguiu para seu hostel que ficava em outra praia, bem distante do centro de Punta. Madelon, Renata e eu dividimos o táxi, já que a Madelon estava hospedada em um hostel diferente do nosso. O taxista não gostou muito de na mesma corrida, parar em dois lugares, mas nos enfiamos no carro assim mesmo. Não era nada muito longe, mas a pé seria bem cansativo. O valor do táxi eu não me lembro exatamente, mas não achei caro, ficou em torno de R$ 4 para cada uma. Chegamos ao "Roger´s House Punta del Este", nosso hostel. Muita confusão já antes de viajarmos, ainda no momento da reserva, pois os caras são meio desorganizados e só fechei esse hostel, porque somente eles permitiram apenas 02 diárias na época do Reveillon. Todos os outros fechavam apenas com mínimo de 6 diárias e por preços exorbitantes. Fechamos a diária por USD$ 40, que de início achamos barato, tendo em vista o local e a época, mas depois que realmente conhecemos o lugar e comparamos com os demais hostels, vimos que era MUITO CARO. Não entrem nessa roubada, o hostel é péssimo e vamos contar aos poucos o motivo de tanta raiva. Rs.

 

Só que a confusão era muito maior. Dias antes, uma das meninas acabou desistindo de Punta, por motivos pessoais (Jana nos encontrou somente em Buenos Aires) e fizemos o cancelamento apenas da cama dela. No entanto, os caras entenderam que era pra cancelar tudo, resumo da ópera, dois dias antes de embarcarmos, fui confirmar e eles disseram que não tinham mais vaga e que nossas camas já haviam sido repassadas. "Como assim?" *Piada!*. Após diversos e-mails grosseiros, minutos no telefone tentando entender o que tinha acontecido, dissemos que apareceríamos e que iríamos dormir lá, já que via "hostelworld.com" já haviamos desembolsado os 10%. Não tinha conversa mais. Ok, o tal de Federico (um dos responsáveis) disse que dormiríamos no "quincho", uma espécie de "edícula". Surtei, mas nessa altura do campeonato, tá valendo para não dormir na rua ou na rodoviária.

 

Chegando lá, entendemos o contexto. A localização é excelente, perto da praia, relativamente do centro, do mercado, bairro tranquilo e charmoso, a casa (por fora) era bacana. Ao entrar, entendemos o motivo da confusão. Tudo muitooooo desorganizado. Bagunça geral. O hostel é de responsabilidade de três caras na faixa dos 20 anos que no verão estão em Punta e quando chega o inverno por aqui, eles possuem outro hostel na Espanha. Ou seja, *vida chata!*. O Federico nos recebeu e pediu que aguardássemos pois nosso quarto estava sendo arrumado. Por sorte, depois de tanta reclamação da minha parte, ele não quis comprar a briga e não nos colocou na tal "edícula". Ficamos num quarto pequeno (4 camas) com 2 australianos que só dormiam. Um bem simpático puxando conversa e o outro não estava lá, mas mal "bom dia" ele dava quando estava presente. Renata e eu combinamos de que passaríamos o menos tempo possível ali dentro, logo, arrumaríamos o que fazer o dia todo.

 

Nem trocamos de roupa, deixamos nossas coisas no quarto e saímos para conhecer a cidade. Fomos pela praia (Praia Brava) e seguimos até La Mano, famoso cartão-postal de Punta. É uma obra do escultor chileno Mario Irarrazabal, que consiste nos dedos saindo da areia, que dizem significar a presença do homem na natureza. Bastante movimentado, muitos turistas e ao redor, temos algumas esculturas do "Paseo de Las Américas". Seguimos o passeio a pé e encontramos um lugar pra comer. Como tudo em Punta é MUITO caro, muito mesmo, comemos numa espécie de lanchonete dentro do posto de gasolina que era razoável ($). Lanche + refrigerante, não me lembro também do valor exato, mas algo em torno de R$ 12.

 

Após longa caminhada, fotos, pôr-do-sol, compras no mercado (chama-se Disco) voltamos pro hostel para tomarmos banho e comermos mais alguma coisa, pois nosso objetivo era conhecer o famoso e luxuoso Hotel Casino Conrad. Na verdade, só conhecer mesmo, porque jogar sem dinheiro seria bem difícil. Tentamos pegar um ônibus até lá, mas fomos a pé. Incrivelmente, Punta del Este é uma cidade fria. Um vento forte e gelado que nos impede de usar roupas de verão. De noite, principalmente. Chegando lá, não pagava pra entrar (ufa!) como a maioria dos cassinos. Muita gente, muito entra e sai dos mais variados tipos. Gente com roupa de gala, gente com bermudão e camiseta, gente com cara de muitaaaa grana e gente como a gente, turista que só foi até lá para conhecer mesmo. É um hotel cassino muito bonito, cheio de luzes à noite, na beira do mar, muitas mesas de jogos, uma estrutura para shows incrível, mas vale o passeio apenas. Tem um lounge que toca uma música muito boa e é possível fotografar apenas nesse espaço, onde dançarinas quase nuas dançam em gaiolas. Não preciso dizer a quantidade de homens por metro quadrado só por causa disso. Afff !!! No bar, pedimos uma cerveja Patrícia e uma taça de vinho = USD$ 8. (tá bom, pra quem não tinha dinheiro pra gastar!). Ficamos um tempo conhecendo, observando as pessoas jogando e a infinidade de "tipos" à passeio.

 

Voltamos pro hostel e o pessoal que conhecemos lá (umas brasileiras) seguiam pra uma balada com um pessoal. A Rê acabou indo e eu fiquei, pois já era tarde e não tinha dormido nada na noite anterior. Só sei que no meio da noite, ouço a Rê batendo na janela do quarto, chamando meu nome, pois tinham trancado toda a casa e ela não tinha como entrar, pois voltara antes do pessoal. Aquele frio, coitada! Fui tentar ajudá-la, sai procurando alternativas e a única que encontramos foi a dela entrar pela janela do banheiro! Rs. Eles trancam todo o hostel, pois a galera que costuma sair, só retorna de manhã, quando o hostel já se encontra aberto, logo, só descobrimos isso depois. As baladas em Punta começam tarde, ou melhor, lá pelas 2 da manhã, diferente do Brasil, que inicia mais cedo.

 

 

31 de dezembro de 2008 (quarta-feira)

 

Acordamos, após uma relativa noite de sono. O café da manhã do hostel era irrisório. Mal tinha café preto, uns cereais velhos e uns pedaços de pseudo-melancia. Ok. Bóra tomar nosso café com o que sobrou da nossa compra. Preciso falar também do banheiro imundo do hostel. Era grande, bem arejado e iluminado, mas era sujo. O chuveiro sobre aquela banheira gordurosa e no primeiro banho ali, o box (a cortina) caiu sobre a minha cabeça. Pra variar, tinha que ser comigo. Ganhei um roxo no braço e um galo na cabeça. Rs. Superado esse detalhe!

 

Nosso city tour (city tour ???) sairia apenas as 14h30, portanto fomos pra praia. Esse city tour compramos ainda em SP, via internet pela agência Indoor Uruguay, pois como teríamos pouco tempo na cidade, achamos que um city tour não seria um grande pecado ou pesadelo. Pagamos por ele USD$ 20. Na praia, o dia estava nublado, ventava consideravelmente e não conseguimos entrar no mar, apenas molhamos nossos pés, caminhamos e sentamos à beira-mar para conversar. Renata e eu fizemos uma retrospectiva 2008 e compartilhamos as expectativas com a chegada do Ano Novo. Foi bem legal. Próximo ao horário, fomos até o mercado novamente (viva o Disco!) e no hostel, encontramos com o César e a Vivi (Piracicaba), conforme havíamos combinado. Ambos pagaram a taxa de USD$ 10 cada um para guardar suas coisas no hostel e tomar banho para o Reveillon, pois vinham de Montevideo apenas para a virada. Para a minha surpresa, ou desespero, eles disseram que o hostel era bacana, "muito melhor" que o de Montevideo. Fiquei com medo !! Rs ... pensei: "Ainda dá para piorar?". Afff ...

 

A van chegou pra nos pegar e nos levar até a agência que ficava no terminal rodoviário. Lá fizemos o pagamento e conhecemos um brasileiro muito bacana que permaneceu conosco no city tour. Depois de meia hora descobri que aquele mesmo brasileiro era o Murillo Portugal, baiano de Salvador, o qual eu mantive contato por muito tempo na época da organização da viagem, via "mochileiros.com". Ele me escreveu antes de eu viajar falando que não daria para nos acompanhar, pois ele mesmo não tinha um roteiro bem definido. Coincidência absurda! Quando descobrimos, não acreditamos. Se tivesse combinado, talvez não desse certo. Ele estava em Buenos Aires e só foi até Punta para o city tour e o Reveillon. Logo, o convencemos de ficar no nosso hostel (tomar banho e deixar as coisas).

 

O city tour, apesar de todo mundo abominar, foi bem bacana e nos permitiu conhecer muita coisa que, sozinhos e com pouco tempo, não conseguiríamos conhecer. O motorista contou-nos toda a história de Punta, inclusive que a violência ali era zero, praticamente uma ilha isolada do restante do Uruguai. No decorrer do passeio que dura a tarde toda, conhecemos o centro, o porto, passamos pelo comércio, os incontáveis restaurantes, lojas de grife, os tão "comuns" carros importados, os diferentes bairros, a península (quatro lados para o mar), o Farol, a praça, a costa marítima da Brava, a Mansa, casa dos famosos e os bairros residenciais de San Rafael, Golfe, Ricón del Indio e o luxuoso Beverly Hills com suas imensas mansões (família Grandene, Ménem, Maradona, jogadores da seleção uruguaia, entre outros que não me lembro e não fazem diferença).

 

As casas realmente chamam a atenção, inclusive pela sua arquitetura diferenciada. Fizemos algumas paradas, em lojinhas para comprar roupas de lã (sim, de lã!) e para comermos o famoso churros e a empanada em La Barra, onde temos belas praias e a ponte ondulante Leonel Vieira em formato de "M", sobre a foz do Arroio de Maldonado desde 1965. Ao passar em alta velocidade sobre a ponte, dá um frio na barriga gostoso. Passamos por Jaguel, a cidade capital de Maldonado, sua catedral, o bairro Pinares, Punta Ballena e finalmente, a tão esperada CASAPUEBLO. A entrada não estava incluída e pagamos R$ 12 (aceita R$).

 

Definem o ateliê de Carlos Paez Vilaró como a "grande escultura habitável". O artista uruguaio (multifacetado) começou a construção de seu ateliê na década de 50. Escolheu Punta Ballena (13 km de Punta del Este) pela beleza natural que impressiona. A idéia foi crescendo literalmente e tomando forma (ou tomando forma nenhuma!) até tornar-se o grande cartão postal de Punta del Este, desenhando parte da encosta sobre o mar, acolhendo não somente as suas coloridas obras, mas lojas, cafés e até hotel. O lugar é belíssimo e me lembrou MUITO as formas arredondadas que vi em Barcelona, quando visitei os espaços desenhados por Gaudí (outro talentoso!).

 

O lugar oferece uma vista privilegiada do mar e aos visitantes sortudos, que não se trata do nosso caso pois não conseguimos contemplar a cerimônia do pôr do sol por causa do tempo nublado e pelo horário, mas todos os dias, quando o sol se põe, é possível ouvir um poema escrito e recitado pelo artista em homenagem ao seu grande amigo, o SOL. A Raquel, que conseguiu viver esse momento em um outro dia, nos contou que esse momento é de fazer chorar. Deve ser incrível mesmo!

 

Uma curiosidade: em 2008 trabalhei com a minha turma do Estado, os poemas do livro "A Arca de Noé", de Vinicius de Moraes, e descobri mais uma versão para o poema/canção "A Casa". Além das diferentes interpretações infantis que surgiram, as oficiais se confundem entre "a casa" ser a barriga da mãe durante uma gravidez, ou então, "a casa" na verdade ser a própria Casapueblo, pois Vinicius era amigo particular de Vilaró. Enfim, ambas fazem sentido.

 

Após o passeio da tarde toda, seguimos pro hostel, enquanto Cesar, Vivi e Murillo foram até o porto ver os lobos marinhos. Fomos adiantando o banho e decidindo o que fazer na virada. Encontramos a Raquel que tinha acabado de chegar. Decidimos então encontrar a Caren em La Barra, pois ela estava com uma galera bem animada e todos seguiriam para a praia ver a queima de fogos. Todos prontos e frustrados, pois quem disse que deu para usarmos nossos vestidos e sandálias na praia? Ahahaah, o maior frio! E bóra colocar os "casacos da Patagônia" para o Reveillon. Muitooo "chique"! Fomos pro ponto de ônibus as 23hs e o maior receio de não conseguirmos chegar no lugar corretamente (era longe e difícil de chegar). Encontramos um argentino que nos orientou. Ônibus lotaaaaado (custa em torno de R$ 0,70) e a maior diversão dentro. Ahh, vale lembrar que há poucos táxis em Punta e nesse dia, parecia não ter nenhum circulando, os poucos estavam todos ocupados e/ou reservados. Esse era o início do drama. Nos perdemos, descemos no lugar errado, mas entramos numa loja para comprarmos as bebidas, pois era necessário cada um levar a sua. Pela confusão, Cesar, Vivi e Murillo decidiram voltar pro centro de Punta e ficar por lá, já que teria show e fogos também. Segui com a Renata e a Raquel, porque do nada surgiu um táxi. O que haviam dito ser perto, era bastante longe ainda e o táxi deu em torno de R$ 40 (facada!).

 

Chegamos no local, o hostel El Viajero Manantiales (Ruta 10 Km 164) em que estava a Caren era muito bacana, divertido, organizado, grande, com piscina, muito legal mesmo. Saímos de lá já para a praia, pois era quase meia noite. Era um pouco distante e fomos a pé, um vento frio, escuro e para a minha surpresa, a praia era totalmente "deserta", não tinha nada e nem ninguém, a não ser aquele monteeeee de fogos cravados na areia dando o maior medo de estourar ali na nossa perna a qualquer momento. A praia é rodeada por condomínios de luxo, de janelas grandes e sem cortinas, de frente para o mar, em que é possível ver as famílias reunidas. Confesso, neste momento me bateu a maior saudade de casa e as mensagens no celular começaram. Mandei pra todo mundo da família ! Meus pais em São Paulo, meu irmão e cunhada em Brasília. A preocupação com a saúde da minha avó. Tudo vinha à tona naquele momento. Era uma sensação estranha e diferente passar longe deles e com pessoas desconhecidas ou conhecidas em tão pouco tempo. Mas valeu a experiência! De verdade, lembrei de cada pessoa que foi especial em 2008 pra mim, tentei enviar energias boas e pensamentos positivos, para que elas se mantenham presentes comigo em 2009. Contagem regressiva, meia noite, alguns poucos fogos (a tradição dos fogos à meia noite não é tão forte assim no Uruguai), aliás, eles soltam os fogos a prazo (meia noite, uma da manhã, duas ... etc ...). Abraços, "feliz ano novo" para uma galera que eu nem conseguia enxergar o rosto, alguns desejos e pedidos pessoais em silêncio, um frioooooo danado, 7 ondinhas no mar geladoooooo e mais fotos. Ficamos em torno de uma hora e meia nessa praia, quando Renata e eu decidimos ir embora, já que a galera toda ia para outra praia, a do Bikini. E a volta foi um drama.

 

Voltar dali somente de ônibus e táxi. Nesse horário, os ônibus não estavam mais circulando. Ok, vamos pro plano B, TÁXI. Lembramos que os poucos que haviam na cidade, estavam reservados e/ou ocupados sei lá com o quê. Já haviam nos alertado, mas nunca imaginaríamos que enfrentaríamos tal situação. Seguimos caminhando até um restaurante chiquérrimo, em que famílias endinheiradas faziam a sua ceia de Ano Novo. Ahahahaahah e nós com aquela cara de cansadas, pés e calças molhadas das ondinhas, com areia, praticamente, um "luxo". Pedimos um táxi e chamaram por rádio. Sem sucesso. Por telefone. Sem sucesso também. Ok, não desanimamos e rumamos para a Ruta 10, a estrada que nos levaria até o centro de Punta del Este. Andamos muito, tentamos encontrar um ponto de táxi, entramos em alguns bares e restaurantes que encontramos e NADA. Perguntávamos a todos que passavam sobre os táxis e NADA. Passada uma hora, eu já estava sem esperanças de voltar e já imaginava passar a noite literalmente na sarjeta (rs!). A Rê com dor de ouvido e eu já cansada, cheguei a esticar o braço pedindo carona e o pior, só tinha carro lotado passando com um monte de "borrachos" dentro. Pânico! Pensamos em ir andando, mas vimos que era loucura! Sei lá como foi, mas pedi tanto para alguma coisa surgir e nos salvar (olha o drama!) e foi aí que apareceu o uruguaio mais bacana do mundo.

 

Vimos um carro com a placa "taxi libre". (Obrigada Deus!). Ok, era um táxi que não era táxi e só descobrimos isso depois. Entramos e falamos nosso destino, quase agradecendo de joelhos por ele ter aparecido naquele fim de mundo e naquele frio inimaginável. Ele foi muito simpático, era jovem e foi conversando conosco, sempre muito educado. Eu falava mais que a boca, pois estava nervosa e precisava falar. No papo descobri que ele era filho de um taxista, que ele estava voltando de uma festa, indo buscar uma pessoa não sei onde, que o "táxi libre" era apenas uma coincidência e ficou todo sem graça quando viu a placa acesa, pois o carro era do pai dele, que NUNCA cobraria de nós, pois ele quis ser gentil em nos oferecer realmente uma carona, pois percebeu nossa aflição ali na ruta. Ok, minha ficha foi caindo literalmente, pois o cara CAIU DO CÉU. Afinal, nem estávamos mais preocupadas em pagar mais de R$ 60 de táxi até o centro, só para sair daquele lugar. Mas ofereci o dinheiro e ele não aceitou. Incrível ! Ele só apareceu para nos ajudar! E foi tão educado que não estamos acostumadas com pessoas que fazem o bem de fato, sem querer nada em troca. Sério, o uruguaio nos levou até o centro de Punta sem cobrar N-A-D-A !!! E no maior respeito do mundo, para quem acha que ele estava com segundas intenções. Enfim. Renata e eu olhávamos uma pra outra sem acreditar.

 

Depois de tanta história, chegamos ao centro, lotado daqueles "adolescentes-emo-bêbados" por todos os lados. Decidimos comer, pois não tinhamos comido nada. Entramos na Confiteria IlGreco e pedimos o famoso "pancho" que lá em Punta chamava-se "frankfurters mixto" (ahahah!), na verdade, não passava de um cachorro quente enorme coberto de queijo. Aquele foi o "pancho" mais gostoso que comi na viagem inteira e olha que não foram poucos! Pagamos por uma coca-cola + pancho = URU$ 170 (R$ 17,00). E nosso Reveillon acabou por ai.

 

Ao chegar no hostel, encontramos os três (Murillo, Cesar e Vivi) em nosso quarto, já que os australianos deviam estar na farra por aí. Vivi e Murillo dormindo e o Cesar sonolento. Bóra trocar de camas e como a Raquel não voltaria pro hostel, deixamos o Murillo dividir a cama dela com o Cesar e a Vivi ficou dormindo na cama do australiano até ele surgir pela manhã. César e eu ficamos conversando, contando nossas histórias da virada, tivemos crise de riso, até eu ficar muda e ele perceber que eu tinha dormido de fato. Rs! Só me lembro do barulho no quarto pela manhã, pois os australianos chegaram e tava aquela zona no quarto. Os três levantaram e cada um seguiu para onde deveria (Murillo pra Buenos Aires e Cesar e Vivi para Montevideo). Nem nos despedimos do Murillo, mas já falei com ele agora nessa volta, já o Cesar e a Vivi, nos encontraríamos ainda em Montevideo.

 

 

PUNTA DEL ESTE

 

01 de janeiro de 2009 (quinta-feira)

 

Renata e eu acordamos super tarde. Nem aquele café bizarro do hostel tinha mais. Comemos o que tinha sobrado do mercado mais uma vez e encontramos a Raquel, que tinha acabado de chegar da virada. Nos organizamos pra fazer o "check out" (já tinhamos acertado antes!) e pedimos uma carona para o Federico até o terminal, já que não havia táxi, nem ônibus, NADA naquele 01 de janeiro. Havíamos combinado de pagar o valor referente ao táxi, mas ele quis dar uma de esperto e nos cobrar bem mais. Ficamos bravas ao sair do carro e ele se irritou absurdamente conosco. Enfim, nem pagamos! Uhuuu! Cara chato! Hostel nojento! Uma orgia absurda ali dentro, se formos contar TODAS as histórias daquele hostel, não caberia no blog e ninguém mais reservaria quarto lá. Ou reservaria, dependendo do perfil bizarro de cada um. Mas NENHUMA de nós gostou. Não recomendamos ROGER´S HOUSE PUNTA DEL ESTE! O bom dessa história toda era que o pior estava ali, logo, qualquer hostel que viria depois, seria um hotel 5 estrelas. Mas o pior é que não foi. Tivemos um pior. O de Bariloche, mas fica pra depois, quando chegar na Argentina, eu conto.

 

Deixamos então nossas bagagens no "guarda-maletas" da rodoviária (URU$ 50 = R$ 5) e fomos procurar um lugar decente para almoçar. Sim, decente, afinal, merecíamos. Nem lembro o nome do lugar, mas passamos (Raquel, Renata e eu) um almoço muito agradável, conversando sobre as mais diferentes coisas, sem compromisso com nada, sem preocupação e não gastamos mais de R$ 30 por um refrigerante e uma "pizzeta" (não lembro o valor exato). Depois, ainda nos demos o "luxo" de tomarmos um sorvete FREDDO, mas pelo valor alto de cada bola, resolvemos dividir entre nós três (ahahah!). Ficamos passeando ali pelo centro, fomos até o Porto, o píer, vimos os lobos marinhos fazendo graça, não conseguimos visitar a Ilha de Caras (conforme queríamos) porque não tinhamos tempo suficiente, mas rodamos bastante ali pelo centro até dar o horário de irmos pra Montevideo. Renata e eu compramos nossa passagem (URU$ 133 = R$ 13,30, via COT) e nos despedimos da Raquel, que decidiu não ir pra Montevideo e ficar mais dias em Punta del Este. Compramos para as 19h30 e chegamos no Terminal Tres Cruces em Montevideo, quase 22hs.

 

Por fim, adoramos Punta del Este, tirando o fato do hostel ser um LIXO ao quadrado. Além disso, venta muito na cidade e é muito frio de noite, sem falar que é tudo muito caro (não falei que um copo de suco sai por volta de R$ 8 num lugar mais ou menos). No entanto, a cidade vale a pena pois as praias são bonitas, as pessoas são agradáveis e belíssimas, há muita opção para divertir-se, a visita a Casapueblo é indispensável e o glamour que ronda a cidade é real. Para economizar na comida, vá ao mercado, pois compensa. Pra quem gosta, fica a dica!

 

MONTEVIDEO

 

01 de janeiro de 2009 (quinta-feira)

 

Chegamos em Montevideo umas 22 horas e o Terminal Tres Cruces é muito bacana. Bonito, grande e com comércio movimentado. Muita gente, durante as pesquisas e organização do roteiro, insistiu que Montevideo não merecia mais que um dia, pois dava pra conhecer tudo em poucas horas, já que afirmam que a cidade é feia, suja e sem graça. Injustiça!

 

Montevideo é a capital e maior cidade do Uruguai, bem como a sede administrativa do Mercosul (agora entendi as placas no aeroporto!) e da ALADI (Associação Latino-Americana de Integração), mas trata-se de uma cidade muito pequena e aparentemente, decadente. Somente carros antigos, quase não se vê carro importado (diferente de Punta del Este) ou carro novo. Arquitetura antiga e em péssimo estado. Está localizada às margens do denso Rio da Prata e possui um grande e importante Porto. Nos disseram que a capital possui menos de 2 milhões de habitantes, correspondendo a aproximadamente metade da população total do país. Considerando essas informações, o Uruguai tem tanta gente quanto a Zona Leste de São Paulo !!! (meu Deus, como São Paulo é grandeeeee!). Também é considerada uma boa cidade para se viver, pois dizem que esta se encontra entre as cidades mais seguras do mundo! (detalhe, fui furtada em Montevideo! Ok, conta outra!).

 

Do terminal, pegamos um táxi até a Plaza Independencia (URU$ 60 = R$ 6), local onde encontrava-se o nosso segundo hostel. Estávamos ansiosas e falávamos o tempo todo disso, afinal, após o de Punta, qualquer coisa seria muito melhor. Do terminal até a praça, notamos que não tinha ninguém nas ruas. Por ser feriado, nada fica aberto, nem farmácia. Assustei-me de início. Muita sujeira nas ruas, muito papel, logo perguntei ao taxista o motivo de tanto papel na rua e fui informada que por ser ano eleitoral, há muitos "santinhos" espalhados pelo chão (igual ao Brasil!). Além disso, depois percebemos (só no dia seguinte!) incontáveis CALENDÁRIOS rasgados, picotados, em decorrência da virada (acho que deve ser comum isso por lá!), no chão da rua. Mas de forma geral, a cidade agradou.

 

Chegamos em nosso segundo hostel CHE LAGARTO (http://www.chelagarto.com), que fica bem ao centro, na própria Plaza Independencia que é considerada a mais importante do país, pois é lá que está um dos portões da antiga muralha que cercava a cidade no período colonial. Além disso, é ali que começa a principal avenida da cidade, a famosa (pelo Carnaval de 40 dias!), Avenida 18 de julho, onde se concentra também todo o comércio. A localização é ótima, temos ônibus saindo para todos os lados, no entanto, Montevideo não possui metrô, até porque, nem precisa (rs!).

 

Ao fazermos o "check in", SURPRESA! (estamos acostumadas com as "surpresas"). Não havia reserva em meu nome. Lógico, prevenida, estava com o papel de todas as reservas (aquele monte de papel tinha que me servir de algo!). Mostrei ao recepcionista, Juán, e com a maior cara deslavada disse-me que haviam cancelado, em decorrência da desistência da Jana (que eu já falei antes que desistiu de Punta e só chegaria em Buenos Aires). Entenderam, assim como os "Roger´s", que era para cancelar a reserva toda. Mas como eu havia levado todos os emails que trocamos, logo, nós ficamos com a razão. Arrumou um quarto rapidinho, e melhor ainda, um quarto PRIVADO, ou seja, só para Renata e eu. Não era suíte, mas o banheiro era bem ao lado e muitoooo limpo e organizado. O hostel é bacana, grande, com infra-estrutura razoável. Gostei muito e a Rê também. Ficamos super empolgadas com o quarto, aconchegante, espaçoso, roupa de cama limpa e varanda para a Praça, o que mais queríamos? Dormiríamos decentemente. Mas aprendi que não podemos nos empolgar tanto e nem elogiar demais. (conto mais no capítulo do dia 03/janeiro ...)

 

Organizamos nossas coisas, tomamos um banho e na recepção já havia um bilhete do César e da Vivi, com o endereço do hotel (sim, hotel, porque eles são muito chiques!) para nos encontrarmos. O hotel Los Angeles ficava na Av. 18 de julho, logo, era pertíssimo. Fomos para lá, já era tarde, tudo vazio, mas realmente, não me senti insegura estando ali no centro. A Vivi já estava dormindo, mas o César desceu conosco, porque estávamos malucas de fome. Fomos na "Il Mondo de lla Pizza", um lugar bacana e o único aberto e com pessoas dentro (rs!). Lugar gostoso, comida boa, preço excelente, pois pedimos duas pizzas + refrigerante (para 3 pessoas), gastamos o total de URU$ 374 (R$ 37,40). Voltamos pro hostel, ficamos lá no bar conversando, onde tem sinuca, mesinhas e internet, quando a Rê pediu para escrever no blog. Como salvei os arquivos, segue abaixo o relato dela feito às 2 da manhã lá em Montevideo, antes de nos despedirmos do César e irmos dormir:

 

"Quinta-feira, 1 de Janeiro de 2009

 

¿¿¿ Hola, que tal ???

 

Estamos aqui em Montevideo, chegamos hoje a noite (01/01/2009) e estamos ansiosas para conhecer a cidade, apesar do Cesar e da Vivi terem falado que a cidade é péssima (velha, suja, mal cuidada e com povo feio), continuamos com muita esperança de que a cidade seja linda e contrarie a opiniao do Cesar. Saimos para comer pizza (eu, Vanessa e Cesar) e estamos amando a cidade, - "muy bella" - lembra algumas cidades da Europa ...rsrs ... e o Cesar continua achando que estamos fora da realidade! A viagem começou muito bem, chegamos dia 30/12/2008 em Punta del Este e ficamos completamente apaixonadas pela cidade. Ficamos "um pouco" frustradas com o hostel de Punta (Roger's House) mas tudo bem, faz parte dessa aventura e Punta foi surreal. Conhecemos a cidade em um city tour muito bacana que terminou na Casapueblo, nao tenho palavras pra descrever este lugar maravilhoso ficamos encantadas com o "por do sol" (em breve fotos). Bem... agora estamos aqui no Che lagarto em Montevideo, ansiosas para que o dia amanheça para conhecermos melhor a cidade... Buenos Aires está chegando e vamos todos nos encontrar... até...

 

Beijos

Renata Bontempo"

 

 

MONTEVIDEO (URUGUAI)

 

02 de janeiro de 2009 (sexta-feira)

 

Acordamos e a vista da nossa varanda era ainda mais linda de dia! Isso deu um ânimo absurdo. Tomamos aquele café da manhã gostoso. O hostel tem café incluído e não se trata de café preto e cereais velhos, temos pão francês com presunto e queijo, bolo, doce de leite, manteiga, café com leite e suco. A diária saiu por USD$ 15 (mesmo com a mudança de quarto para um melhor). O César e a Vivi foram até lá nos encontrar e saímos juntos para conhecer um pouco da cidade a pé, até a hora do nosso city tour (city tour de novo????? Sim!). Assim como em Punta, devido ao pouco tempo reservado pra cidade, resolvemos comprar um city tour na mesma agência (Indoor Uruguay) ainda em São Paulo. Pagamos USD$ 24. Teríamos tempo até as 14h30, horário marcado no hostel com a agência.

 

Demos uma volta na Plaza Independencia (logo abaixo), vimos o Palacio Salvo, o Mausoléu preto de mármore de Artigas (político e militar uruguaio), coberto por uma estátua enorme do herói nacional, o Portão da Ciudad Vieja (Cidade Velha), Mercado del Puerto (Mercado do Porto), o centro, feirinhas, lojas de souvenir (comprei vários souvenirs bem legais, cartões-postais pra minha coleção, ímã de geladeira e camisetas pra mim e pra família, mas não tenho mais nada!), Torre de Telecomunicações (me senti em Dubai! rs!), Museu do telefone, Teatro Sólis, Catedral (Igreja Matriz), Palácio Legislativo (belíssimo aí ao lado/acima!), enfim, andamos bastante por diferentes lugares e decidimos almoçar no "Mercadão" e subir no mirante da Torre das Telecomunicações.

 

No entanto, devido ao horário, a Rê e eu não poderíamos fazer a subida guiada pois estaríamos no city tour! (rs!). Sentados no restaurante do mercadão, combinamos de não fazer o city tour, mas resolvi ligar para avisar e saber dessa possibilidade, pois estávamos em cima da hora e ainda nem tínhamos feito o pedido do almoço. Ok, o dono do lugar me deixou ligar, falei com a agência, avisando que estávamos no centro e que não poderíamos chegar a tempo no hostel, pois era um pouco distante. O cara insistiu e disse que nos pegaria ali no mercado mesmo, inclusive me pediu para descrever como eu estava vestida e que não tinha problemas. Marcou o horário. Fim das contas, tínhamos meia hora para pedir e engolir a comida. Como o almoço ali era especial, não fizemos esforço algum para estarmos no horário e disfarçava toda vez que aparecia alguma pessoa procurando alguém. Pedimos pratos individuais, com carne, batatas (bife de chorizo e papas fritas, acho que era isso!), arroz e salada. Mais o courvert e as bebidas, saiu para cada um URU$ 350 (R$ 35). Achamos caro, mas valeu a pena pelo contexto. Eis que no meio da refeição, surge o cara da agência chamando por "Vanessa Aguilera". Afff! Ninguém merece, ele me achou mesmo! E ficamos enrolando ali mais um pouco, mas quando nos despedimos do Cesar e da Vivi, percebemos que o micro-ônibus (ahhh esssa nova e estranha regra ortográfica!) nos esperava com um bando de gente dentro furiosa (rs!). Não imaginávamos que estavam todos ali, que só faltava a gente. Entramos e um colombiano reclamou (azar o dele!). Brincadeira, ficamos sem graça.

 

Rumamos aos mais variados pontos turísticos da cidade, aprendemos um pouco da história e apesar deles passarem por vários pontos que já havíamos visitado pela manhã, outros lugares foram bem bacanas de conhecer. Fomos até o belo e romântico bairro "El Prado", com mansões charmosas, ruas arborizadas e clima tranquilo.

 

Fomos conhecer o Estádio Centenário do Uruguai (adorooo!), que foi fundado em 18 de julho de 1930, em comemoração ao primeiro centenário da Independência do país. Nesse mesmo ano, o Uruguai foi sede do primeiro campeonato mundial de futebol, utilizando o estádio como principal campo de jogo. Preciso dizer que durante o passeio, perceberam que a Rê e eu gostávamos de futebol e encheram o nosso saco devido à final da Copa do Mundo de 1950, em que a selação uruguaia calou o Maracanã ao vencer surpreendentemente o Brasil por 2x1. O cara da agência até narrou e colocou o hino no rádio (acho que isso faz parte do city tour, afinal, tem sempre brasileiro no meio!). Que mala! Meu, eu nem tinha nascido!

 

Conhecemos o Cerro de Montevideo, que é o lugar mais alto da cidade, um mirante natural belíssimo, que dá uma visão privilegiada de toda a cidade, bem como a Fortaleza del Cerro, que foi a última construção espanhola erguida no Uruguai, localizada no topo do Cerro, onde também funciona um Museu Militar.

 

Passamos pelo Jardim Botânico, pelo famoso Monumento a La Carreta, considerado o monumento mais bonito da capital uruguaia, feita por José Belloni, onde o artista ressalta os músculos dos bois em pleno trabalho e esforço (estava em reforma, mas não vimos nada demais nele!). Visitamos os bairros residenciais de Carrasco, Punta Gorda e Pocitos, percorrendo a charmosa "Rambla" (orla marítima), onde é possível contemplar as belas praias às margens do Rio da Prata. Pocitos é famoso por ser um bairro de classe média-alta, considerado o "bairro da moda", pois nele encontramos diversos cafés, restaurantes e lojas caras. Não tivemos a oportunidade de entrar no "mar" em Montevideo, pelo pouco tempo e até porque, estranhamente, venta muito e é bem gelado. Enquanto curiosidade, não sabia e aprendi, o Uruguai é o único país não lusófono, em que o ensino da língua portuguesa é obrigatório, sendo ensinado a partir do 6o. ano de escolaridade. Eu me lembrei de ouvir isso durante as explicações do guia e agora, ao procurar, constatei que é verdade. Por isso, todos nos entendemos muito bem no "portunhol" e eles dizem algumas coisas como nós, brasileiros, como o "TCHAU!", "OBRIGADO!", "DE NADA!".

 

Aproveitei também para tirar a minha dúvida a respeito da Torre das Telecomunicações, pois a construção é MUITO PARECIDA (eu nunca estive lá, mas todo mundo conhece!) ao Burj Al Arab de Dubai, onde tudo é no superlativo. Perguntei qual tinha sido construído primeiro, quando foi construído, etc. Conforme o guia disse, a construção da Torre fez parte de um plano para modernizar Montevideo, principalmente a região do Porto e as obras iniciaram ainda no final da década de 80. Já o hotel de Dubai foi iniciado por volta de 1994 e levou uns 5 anos para ser finalizado. Pelo que eu entendi, no entanto, não encontrei nenhuma pesquisa ou informação a respeito, já existia o projeto do Burj Al Arab e pediram permissão a Tom Wright (arquiteto responsável) para construírem algo semelhante na capital uruguaia e fizeram, então, um acordo amigável. Eu não engoli muito bem essa história, mas não muda nada, afinal, é muito parecido, mas não é igual, FATO! Vejam as fotos e observem a semelhança ou não (posso estar viajando!).

 

O ponto "fraco" do city tour, ou melhor, o ponto alto é que no início do passeio, entrou um jovem e tirou uma foto do rosto de cada turista. Já imaginava que eles fariam alguma surpresa no final, como em qualquer lugar. Chegando ao final, já nem me lembrava, surge o mesmo jovem com um "presente de grego", na verdade, nem presente era, era uma PIADA DE MAU GOSTO, como disse a Renata. Eles colocaram uma foto nossa no corpo de uma dançarina de CANDOMBE (conheça em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Candombe), que mais parece uma "passista" de escola de samba carioca. Uma montagem TOSCA, que quando abrimos o encarte (com um pouco da história do Uruguai), ficamos ruborizadas. Olhamos uma para a outra e não acreditávamos naquilo. Era ridículo! Começamos a rir e o pior de tudo é que TODO mundo comprou, nos sentimos intimadas a comprar (sim, tivemos que pagar pela piada!). URU$ 150 (R$ 15) por uma foto que envergonha. A Rê, revoltada, comprou e logo rasgou para ninguém mais ver. Eu ainda guardei a minha para contar história, pois é muito engraçado. Ficamos imaginando as fotos de todos os turistas daquele city tour, dávamos risada quando imaginávamos o colombiano, ou o inglês que ali estavam, do que estavam vestidos? Ahahhahahaahah ... ai ai ...da próxima rasgo e não compro!

 

Falando em candombe, o Carnaval do Uruguai é o mais longo do mundo. São 40 dias de folia e eles são muito animados e o som que eles fazem é muito semelhante ao que conhecemos aqui no Brasil, até pela influência africana. (Veja: http://tvuol.uol.com.br/#view/id=comeca-o-carnaval-do-uruguai-o-mais-longo-do-mundo-0402316CCCA16326/user=1575mnadmj5c/date=2009-02-02&&list/type=user/codProfile=1575mnadmj5c/)

 

Finalizado o city tour, nos deixaram em nosso hostel e seguimos para a Av. 18 de julho encontrar com o Cesar e a Vivi. No caminho, notamos as várias lojas em promoções (realmente, estava tudo MUITO barato, não é papo de mulher!). Em decorrência do fim de ano, o Natal ter passado, etc. etc., estava tudo na promoção e entramos na incrível loja "Chic Parisien" (http://www.chicparisien.com/). Sério, se tivesse uma loja dessa aqui em São Paulo, eu me acabava. Pelo preço, pela qualidade e pelos modelos incríveis que lá encontrei. Entramos na "INDIAN OUTLET". Pra quê, né? Blusinhas lindas a R$ 6, casacos de "couro" por R$ 120,00, vestidos indianos e não indianos por R$ 20, sem falar nos lenços bordados de pescoço, as bolsas. Ok! Renata e eu fizemos umas boas compras. Valeu muito a pena (mais ou menos, depois conto o que acabou acontecendo com meus souvenirs e minhas compras!).

 

Acabou ficando tarde, voltamos pro hostel para tomarmos banho e só fomos encontrar o César mais tarde. Fomos tomar um sorvete e ficamos sabendo que a Vivi havia desistido da viagem e decidido voltar pra Piracicaba. O César acabou mudando os planos e optou por não voltar a Punta del Este (apenas visitar no dia seguinte) e seguir conosco para Buenos Aires no dia 04/janeiro. Ficamos tristes pela Vivi e felizes pela companhia do César na Argentina, já que ele já conhece bastante coisa e seria o nosso guia, a nossa "Tia Stella" (*interna). Ficamos conversando, fomos nos despedir da Vivi no hotel e fomos dormir, já que no dia seguinte acordaríamos cedo. Rê e eu passaríamos o dia todo em Colonia del Sacramento e o César em Punta del Este.

 

 

COLONIA DEL SACRAMENTO

 

03 de janeiro de 2009 (sábado)

 

Acordamos cedo, tomamos nosso café, encontramos o César e seguimos de ônibus até o Terminal Tres Cruces. É muito fácil pegar ônibus em Montevideo, há muitas opções e assim como todos os ônibus que pegamos na viagem inteira, não possui cobrador, geralmente o motorista faz a cobrança ou então existe uma máquina para você colocar as moedas (sim, as moedas vivem em falta nesses lugares!). Mas na grande maioria das vezes, o motorista acaba fazendo tudo. Não sei se é regra essa história de cobrador, mas não vi nenhum nos 35 dias de viagem.

 

No terminal, Rê e eu compramos nossas passagens para Colonia del Sacramento (URU$ 165 = R$ 16,50, somente a ida) e a viagem dura pouco mais de 2 horas. Há saídas de hora em hora, logo, não precisa comprar com antecedência. O César seguiu para Punta del Este e comprou sua passagem para Buenos Aires, via Buquebus, para o mesmo horário que o nosso. Nos despedimos e combinamos de nos encontrar de noite.

 

Dormimos a viagem inteira, só acordamos no terminal da cidade. Um calor absurdo, um sol de rachar e bóra acharmos o "informações turísticas" para pegarmos os mapas. Com o mapa em mãos, demos uma volta na cidade, vimos o Porto (de onde partem os "buquebus" à Buenos Aires) e seguimos até o portão da Cidade Histórica (Puerta de la Ciudadela, 1745). Atravessando, entramos no bairro histórico, em que o trânsito de veículos não é permitido. No entanto, é possível alugar umas motocicletas (pequenas) para conhecer a cidade, que não é muito grande. Acredito que em um dia, se conheça muita coisa. Para quem conhece, lembra bastante a cidade de Paraty, no Rio de Janeiro.

 

É bastante turística e por ser sábado, estava bem lotada. Caminhamos pelas “calles”, visitamos a famosa rua de pedras Calle de los Suspiros, em que pudemos observar as construções diversas e mais antigas, entramos em algumas galerias de arte, estivemos nos mirantes ao longo das margens do rio, fomos ao Puerto de Yates (Yate Club) e de lá tivemos uma vista belíssima e vimos os Bastiones (antigas fortificações da época colonial que fizeram parte da muralha defensiva da cidade). É possível comprar um ingresso único URU$ 50 (R$ 5) vendido nos Museus Municipal e Português, que permite visitar não somente esses dois, mas todos os outros museus (Azulejo, Indígena, Casa Nacarello e Arquivo Regional). O ingresso permite a entrada somente para o dia.

 

Conhecemos a Plaza Mayor, o Farol de Colonia (paga-se aproximadamente R$ 2 para subir). Esse episódio da subida foi muito engraçado (algumas "internas" precisam ser compartilhadas!), talvez contando agora não tenha a mesma graça que na hora, pois eu chorei de rir. A Rê, ao ver a placa de preços leu "uruguaio" e "argentino", sem notar que tratava-se da variação de preços conforme a moeda (peso uruguaio e peso argentino). Precisavam ver a cara dela, toda espontânea e frustrada me dizendo para voltar, pois "brasileiros" não eram permitidos subir, somente os "argentinos" e "uruguaios". Ahahahaahhaaha, até o guardinha que cobrava lá começou a rir. Ai Renata! Só você! Lá do alto, temos uma vista muito bonita da cidade, bem como do rio e bem ao fundo, a sombra do continente, onde é possível visualizar o formato de Buenos Aires.

 

Conhecemos o Convento de San Francisco e Iglesia Matriz de Colonia, a mais antiga igreja do país, que começou a ser erguida em 1680. Além da parte histórica, Colonia del Sacramento possui muitas lojinhas e galerias de arte espalhadas, bem como restaurantes variados, oferecendo o menu do dia variando entre a típica parillada e frutos do mar. Resolvemos almoçar e sentamos no charmoso “El Drugstore”, com sua decoração colorida e cardápio variado, oferecendo pratos temáticos, inclusive, fiquei maluca para comer comida japonesa, mas realmente era caro. Algo em torno dos R$ 45. Sem condições. Ficamos olhando outros pratos e aguardávamos o atendimento que em mais de 10 minutos, não veio (acho que estávamos com cara de quem não iria pedir nada mesmo!). Resolvemos sair e procurar outro lugar. Para não comermos as típicas empanadas a preços convidativos, encontramos um restaurante bacana, com mesinhas ao ar livre, mas não me recordo o nome do local. Uma pena, pois pagamos barato (URU$ 150 = R$ 15) um prato de massa + bebida e estava uma delícia.

 

Coincidência, mas a Raquel nos encontrou ali. Tinha vindo de Punta del Este fazia pouco tempo, deu umas voltas e nos encontramos. Se tivesse combinado, talvez não nos encontraríamos. Almoçamos as três juntas e ela decidiu que ao invés de voltar conosco para Montevideo, tentaria hospedagem ali mesmo.

 

Terminamos o almoço e seguimos com ela para encontrar um lugar. Após várias tentativas frustradas, pois a cidade estava lotada, encontramos um hotel em que os donos eram incríveis. Como também estava lotado, eles disponibilizaram os quartos da casa deles a um preço inferior. A casa era “A CASA” e assim que a Raquel fechou o preço, a dona nos levou até lá de carro, nos fez entrar para mostra-la (onde ela morava com os filhos e marido!), o quarto era fantástico, com suíte, TV, enfim, era perfeito. Muito simpática, deu a chave da casa para a Raquel e ainda nos levou até a rodoviária, já que partiríamos em breve. Nunca vi igual! Um pessoal receptivo, bacana e muito do bem. Confesso que estranhei, afinal, aqui em São Paulo, seria impossível você dar a chave da sua casa a qualquer um. Até para conhecidos você tem receio. É, que mundo maluco esse! Na rodoviária, nosso ônibus partiria por volta das 20hs, e como o sol estava alto ainda e tínhamos um pouco de tempo, demos uma outra volta na cidade (fora da cidade histórica). Visitamos a prefeitura, o estádio, as praças, etc. Retornamos pro terminal e partimos para Montevideo. Do terminal rodoviário de Montevideo, pegamos um ônibus até a Plaza Independência (R$ 1,30 aproximadamente).

 

Particularmente, Colonia del Sacramento me surpreendeu. Decidimos dormir em Montevideo e não lá, pois não imaginávamos o quanto agradável seria. O Cesar já a conhecia e nos disse que não tinha muita coisa a se fazer e que um dia também era suficiente. Realmente, um dia é suficiente para você conhecer e entender a história do local, no entanto, GOSTEI MUITO e recomendo. Eu ficaria mais um dia pelo menos, pois é tudo muito charmoso, o clima e as pessoas são muito bacanas. Além disso, queria realmente ter feito o esquema de TODOS os museus, mas visitar a todos não dava. Fica a dica, a cidade vale a pena!

 

Bom, chegando ao hostel, mais um drama! O recepcionista já nos recebeu com uma história estranhíssima que não colou. Resumindo, nos disse que nossa reserva tinha caído, que todas as nossas coisas foram mudadas de quarto e que como o pessoal não veio, eles retornaram nossas coisas pro mesmo quarto. Ou seja, NADA A VER! Achei estranho, reclamei e subi sem entender nada. Chegando lá, a porta estava destrancada (sendo que levamos a chave conosco!), a varanda idem e nossas coisas todas reviradas, fora de lugar, coisas pessoais minhas nas sacolas da Renata, uma verdadeira bagunça. Já surtei ali e achávamos tudo muito estranho. Comecei a olhar e já dei falta, de início, de uma jaqueta de couro que eu tinha comprado no dia anterior. Estava embalada, dentro de uma sacola da loja, fora da mala (que estava trancada). A princípio, foi a primeira coisa que dei falta. Já fiquei “cega” e desci com a notinha fiscal na mão (sorte que eu sou muito chata e guardei tudo!). Expliquei o que tinha acontecido, que tinha achado essa história estranha e que havia sumido minha jaqueta que acabara de comprar. Falei que ia sair pra jantar e que quando voltasse, queria ela lá, afinal, já que mudaram e mexeram em nossas coisas sem nosso consentimento, poderia estar em um outro quarto. Ok, Rê e eu seguimos pra encontrar o César e “jantamos” no Mcdonalds (aproximadamente URU$ 120 = R$ 12) um lanche. Diferentemente daqui, a rede no Uruguai possui poucas opções, pelo que eu me lembro, são apenas quatro, enquanto no Brasil, já nem sei a variedade! Mas isso é o de menos, voltemos à história. Contamos o acontecido ao César e voltamos pro hostel, já que bem cedo, sairíamos todos rumo à Buenos Aires.

 

Chegando no hostel, nada de encontrar, afinal, o recepcionista era outro (Fabrício) e era novo ali, coitado, era seu primeiro dia de trabalho cobrindo a noite, ele não estava de tarde quando a bagunça aconteceu. Falei para ele tentar resolver, ligar pro responsável, caso contrário, chamaria a polícia. Eram 2 da madrugada. Subi, reviramos todas as nossas coisas e descobrimos que sumiram alguns outros itens, justamente os que estavam fora da mala que estava trancada. Afinal, todas as coisas de valor foram conosco, a mala ficou trancada, mas as sacolas, nem imaginaríamos que roubariam ímãs de geladeiras, cartões-postais, chinelo, perfume, etc. As nossas compras do dia anterior (não adiantou nada pegarmos as promoções!), todos os meus souvenirs (ou souvenires? ahh sei lá!) do Uruguai (camisetas, postais, ímãs, chaveiros, etc) que estavam separados numa sacolinha fechada, meu perfume novinho de dentro da minha necessaire, as bolachas que levei (Clube social! Ahhhh que fim roubar bolacha!), o celular da Renata (que estava embaixo do travesseiro! Como sabiam?), as havaianas (chiquérrimas!) com piercing dela, enfim, coisas que parecem sem valor, mas se somarmos ($$$) dá um prejuízo considerável. Ok, anotei tudo, o que eu tinha de nota fiscal eu separei e chamei a polícia depois de muito custo. Eles foram rápidos e chegaram em 1 minuto, causando no centro. Affff ! Contamos o que tinha acontecido, as histórias absurdas, os sumiços, etc. Relatamos tudo, fizemos a “denuncia” (nosso B.O. aqui), eles queriam revistar todos os quartos, mas naquela altura, não encontraríamos nada, depois de muito tempo chegamos ao consenso de que pela manhã eles estariam lá bem cedo para interrogar os funcionários responsáveis pela limpeza e me fazer perguntas. Disse ao policial que se a história não se resolvesse ali, levaria adiante até Buenos Aires (já que ficaríamos no Che Lagarto também!) e sairia sem pagar as nossas 3 diárias (USD$ 42 total para cada uma). Nem consegui dormir, pois já era tarde, cochilei, tomei banho, tomei café e aguardei a polícia chegar ou alguém me dar uma satisfação. NADA! Perguntei aos responsáveis que atitude eles tomariam e ainda seguiram duvidando da minha versão e não queriam me deixar ir embora enquanto eu não pagasse e a polícia não chegasse. Fiquei maluca! Discutimos ali e falei que se não me deixassem ir embora, eles também pagariam o valor do BUQUEBUS de 4 pessoas, já que estávamos em cima de hora. Nada foi resolvido, peguei nossas coisas, chamamos um táxi e seguimos pra encontrar o César no hotel que já nos aguardava preocupado pelo atraso. Saímos sem pagar e deixei para resolver a história com o possível “dono” da rede em Buenos Aires. Queria só ver!

 

 

ATUALIZANDO: antecipando o fim dessa história, ninguém em Buenos Aires se responsabilizou, afinal, são gerências diferentes, mas me passaram o email do grande responsável pelo Che Lagarto e este me disse que estávamos erradas em sair sem pagar, mas "que entendia o nosso lado". No entanto, se eu quisesse resolver mesmo, que eu voltasse à polícia de Montevideo para fazer nova denúncia e ficasse para os esclarecimentos. Ai eu me pergunto: vale a pena voltar pra lá e levar a história adiante? Não, afinal, não queria mudar os meus planos e estragar a minha viagem. Assumimos o prejuízo e alertamos aqui para o CHE LAGARTO MONTEVIDEO. Muito cuidado, eles podem modificar suas coisas de lugar e depois você se dar conta de que coisas sumiram! Não recomendo, apesar de ter elogiado TANTO na postagem anterior.

 

 

UM POUCO DE HISTÓRIA

 

Colonia del Sacramento é a cidade mais antiga do Uruguai, além de ser a capital da província de Colônia. Está localizada a aproximadamente 177 km de Montevideo e uns 45 minutos de barco de Buenos Aires, às margens do Rio da Prata e é uma das poucas cidades da região que ainda conserva grande parte de sua história. Possui localização estratégica, logo, foi alvo de muitas batalhas protagonizadas por duas potências européias expansionistas que disputavam o domínio das terras do Novo Mundo. A cidade tem origem na antiga cidade de Colônia do Santíssimo Sacramento fundada em 1680 por Manuel Lobo, a mando do Império Português no século XVII. A área onde localiza-se a fundação portuguesa, hoje faz parte do Centro Histórico, reconhecido pela UNESCO (1995) como Patrimônio da Humanidade. Foi fundada por portugueses e disputada décadas pelas coroas da Espanha e Portugal, tornando-se um reduto de estilos arquitetônicos, ora com suas construções de estilo colonial português, representadas pelas casas de pedra com telhados de duas e quatro águas, ora misturando-se com as casas de tijolos de açotéia (mirantes) clássicos da típica arquitetura espanhola. (Fonte: wikipedia)

 

PARA SABER MAIS:

http://viajeaqui.abril.com.br/materias/boasvindas/mt_boasvindas_cidades_250239.shtml

http://pt.wikipedia.org/wiki/Col%C3%B3nia_do_Sacramento

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  • 2 semanas depois...
  • Colaboradores

Olá Vanessa... Parabéns pelo blog e pelo relato até aqui...

Fiquei impressionado com a quantidade de detalhes!!!

Acabei de terminar meu relato de uma viagem parecida com a sua, mas foi de carro, e no sentido contrário...por 30 dias!!

Ficarei aguardando as outras partes do relato....

 

Ah! Q acha de publicar umas fotos da viagem enquanto vai relatando??

 

Um beijo e até breve!!

 

Wilson

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Olá Vanessa... Parabéns pelo blog e pelo relato até aqui...

Fiquei impressionado com a quantidade de detalhes!!!

Acabei de terminar meu relato de uma viagem parecida com a sua, mas foi de carro, e no sentido contrário...por 30 dias!!

Ficarei aguardando as outras partes do relato....

 

Ah! Q acha de publicar umas fotos da viagem enquanto vai relatando??

 

Um beijo e até breve!!

 

Wilson

 

 

Olá, Wilson! Td bom?

 

Obrigada! Na verdade, tudo que "escrevi" aqui, é uma cópia fiel do que tem no blogue. Como já o tinha, apenas segui a orientação de uns dos reponsáveis pelo site e decidi publicar por aqui tb. Sou mto detalhista mesmo. Talvez isto até atrapalhe na hora de ler, mas para quem gosta, é um prato cheio. Quanto as fotos, confesso que tenho dificuldade para publicá-las aqui. Tentarei em breve, qdo tiver mais tempo.Por enquanto, indico mesmo o blogue, onde tenho inúmeras fotos (aliás, estas deram trabalho para selecionar e organizar rs!).

 

Nem vou comentar o meu atraso em contar o restante da viagem. Mta gente escreve me cobrando, mas pra organizar tudo o que está na minha lembrança (rs!), leva tempo e este está tão curto. No entanto, até a próxima viagem, pretendo terminar de escrever essa experiência incrível.

 

Beijo e até breve.

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Olá!

 

Bom, vamos dar continuidade ao relato. Estou muito feliz em poder colaborar com outros viajantes. Tenho recebido muitos emails e conhecido mta gente bacana. Por isso, mantenho o meu compromisso. Dentro do meu tempo disponível, sigo enviando a planilha (para quem se interessa) e tirando dúvidas a respeito. Quanto as fotos, estão disponíveis no blogue. Na curiosidade de como tudo começou e como nós TODOS nos conhecemos, essa parte também está lá. Por enquanto, sigo a viagem ... agora chegando a ARGENTINA!

 

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ARGENTINA (1a PARTE)

 

Chegamos à Argentina. Buenos Aires é o nosso primeiro destino. Foi lá que passamos bons e divertidos momentos e que demos boas-vindas aos queridos Janayna, Willian, Rafael e Cíntia. Em breve, relatos e fotos da terra da genial menina que odiava sopa.

 

 

BUENOS AIRES

 

04 de janeiro de 2009 (domingo)

 

Após toda a confusão pela manhã no hostel em Montevideo, quase perder o embarque no terminal rumo à Colonia del Sacramento, conseguimos embarcar (César, Rê e eu) para encontrarmos com a Raquel na cidade e de lá seguir de BUQUEBUS até Buenos Aires. Em diversas pesquisas durante o planejamento da viagem, percebemos que seria melhor comprarmos as passagens com antecedência, tendo em vista o grande movimento da época e alguns setores e horários estarem já esgotados em novembro, mas estando lá achamos bem tranquilo, pois o César conseguiu comprar um dia antes sem problema algum e por praticamente o mesmo preço. Pagamos via http://www.buquebus.com/ o valor de ARG$ 165,40 (aproximadamente R$ 116) somente pela ida, com duração de 2h30 de Montevideo até Colonia (ônibus) e 1h de Colonia até Buenos Aires (buque rápido).

 

Conseguimos encontrar com a Raquel e seguimos para a aduana. Passaporte, carimbo, burocracia de praxe, freeshop e uma fila enorme de espera, até podermos embarcar. Ficamos um bom tempo ali de pé e nossa saída atrasou. Lá dentro, o famoso buque me impressionou. Não imaginava que fosse da forma que é. As poltronas, todas alinhadas, estofadas e organizadas parecendo as de avião, telões de plasma apresentando um pouco de Buenos Aires, lanchonete (caríssima!), primeira classe sem comentários (paga-se mais caro por isso!) e um freeshop bacana. Aproveitei para comprar um perfume para mim, já que roubaram o meu em Montevideo e estava sem outro. Acho que valeu a pena, depois que vi o preço dele aqui em São Paulo. Paguei por um "Amor Amor" (100ml) da Cacharel apenas USD$ 58, sendo que na Sack´s está saindo por mais de R$ 350,00.

 

A viagem até a cidade portenha passa muito rápido e você nem chega a sentar, pois fica deslumbrado com as compras e com a paisagem pela janela, onde podemos ver o Rio da Prata e o continente se desenhando ao fundo. Desembarcamos, pegamos nossas bagagens e procuramos um táxi. Demorou, mas encontramos uma espécie de Dobló com um motorista simpático que permitiu que nós quatro e respectivas bagagens fossem em um carro só. A viagem, não me lembro exatamente quanto ficou até o bairro de San Telmo, onde nos hospedaríamos, mas algo em torno de R$ 4 por pessoa.

 

Estava um calor absurdo, um sol incrível, um céu de brigadeiro, logo percebi que deveria ter trazido mais roupas de verão e menos roupas de "Patagônia". Mas ok, vamos improvisando. Chegando ao hostel, Che Lagarto, fizemos nosso check in (pela primeira vez estava tudo ok!) para quarto com 06 camas, misto e suíte. O valor da diária era de USD$ 10,82. Nosso quarto era incrível, muito bom, com sacada de frente para a rua, banheiro amplo, arejado e limpo, camas confortáveis e TV no quarto (uhuuuu!). Rê e eu ficamos hiper felizes, afinal, até então não tinhamos boas experiências com quartos de hostel. Estava muito quente e precisávamos de um ventilador, que de noite foi providenciado. O quarto era só nosso, já que receberíamos a Jana e a Cíntia. O Willian e o Rafa chegariam também, mas dormiriam em outro quarto.

 

Nos organizamos, trocamos de roupa e seguimos para aproveitar o fim da tarde e a noite em Buenos Aires. Nosso hostel era muito bem localizado, próximo a famosa Avenida 9 de Julio, que é bastante larga, comprida e movimentada.

 

O Obelisco ao fundo, de esquina com a também famosa Avenida Corrientes desenha o famoso cartão postal da cidade. O Obelisco de Buenos Aires é um Monumento Histórico Nacional, localizado na Praça da República, no cruzamento das avenidas Corrientes e 9 de Julho. Foi inaugurado em 1936 e projetado por Alberto Prebisch, para marcar o quarto centenário da fundação da cidade. Prebisch foi um importante arquiteto argentino que também projetou o Teatro Gran Rex. O monumento possui 67,5m de altura e atualmente é utilizado como um ponto de reunião para diversas manifestações, assim como na Praça de Maio.

 

Fomos caminhando e viramos na própria Av. Corrientes, onde vimos dali a Plaza de la Republica e Teatro Colon (em reforma), bem como muitas lojinhas (Havanna!!!), restaurantes e lanchonetes. Passamos pela "Corrientes 348", o famoso domicílio que aparece no primeiro verso do tango de 1925 - "A média luz", de Edgardo Donato e Carlos César Lenzi, em que diz: "Corrientes três, cuatro, ocho, segundo piso, ascensor. No hay porteros ni vecinos, adentro, cocktail y amor ... ". Lembro da Raquel e de sua emoção ao ver aquela portinha vermelha fechada, já que adora tango. Ao longo da Avenida até Puerto Madero, passamos pelo Teatro "El Nacional", inaugurado em 1906, que passou por um grande incêndio o destruindo totalmente em 1982 e sendo reconstruido e reinaugurado em 2000. Passamos também pelo Teatro Ópera, de 1936, local onde se apresentaram Edith Piaf (sublime!) e Ava Gardner, entre outros. Teatro Gran Rex, famoso também por seus grandes espetáculos internacionais. Esquina del Tango (Corrientes e Esmeralda), Teatro Maipo, Igreja Evangélica Metodista, de 1874, cujo teto é de madeira e onde podemos ver várias placas em homenagem a Carlos Gardel e outras figuras importantes da música popular argentina. Edifício Comega, famoso pelo estilo modernista argentino; Palácio do Correio Central, Estádio Luna Park, também conhecido como "Palácio dos Esportes", tem capacidade para 35.000 espectadores e é um dos principais centros de boxe argentino, mas também recebe outros esportes, espetáculos musicais e até atos políticos. Chegamos até Puerto Madero, que era o destino para o nosso "almoço-janta". Como o César já conhecia bem Buenos Aires, foi nos guiando até lá, alegando que o lugar era incrivelmente belo. E era. Que lugar lindo, charmoso, movimentado, com famílias e muitos turistas.

 

Puerto Madero é um bairro novo da cidade, em que estão concentrados ótimos restaurantes e baladas, em um ambiente agradável, com vista para os diques do Rio de la Plata. Atravessando pelas pontes e cruzamentos, temos modernas torres comerciais e residenciais espelhadas. Passamos pela Avenida Alicia Moreau de Justo, avenida revitalizada e característica por seus prédios de tijolos vermelhos; Fragata Sarmiento, uma histórica embarcação da Armada argentina, inaugurada em 1897, que se encontra atualmente ancorada no Dique 3. Lá temos o museu que permite reviver todas as aventuras da fragata pelo mundo (abre das 9 as 20hs).

 

Puente de la Mujer, moderna ponte e famosa criação do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o nome é mais uma homenagem ao sexo feminino, já que a maioria das ruas de Puerto Madero têm nome de mulheres. Passamos também pela PUC da Argentina (Pontífica Universidade Católica Argentina). Caminhamos muito até chegarmos ao famoso restaurante e tão recomendado "Siga la Vaca".

 

Como estávamos verdes de fome, chegamos lá por volta das 19h e só saímos próximo da meia noite. O esquema é self-service, você paga ARG$ 63 (R$ 44) e come à vontade. Parece caro, mas quando digo à vontade, é totalmente à vontade. Vide o tempo que ficamos lá comendo, bebendo e conversando. O buffet de saladas, entradas, frios, pães, etc. é sensacional, parillada inclusa, bebida (cerveja, vinho, água e refrigerante livre) e "postre", ou seja, sobremesas divinas para escolher. Incrível. Muita gente falou mal, dizendo que era caro e ruim, mas achamos espetacular! O preço é maior aos finais de semana e na janta, mas até a Raquel que é vegetariana, serviu-se muito bem. Eu fiquei apenas frustrada com o "churrasco" argentino, definitivamente eles não sabem cortar a carne (eu também não!), diferente daqui do Brasil nos nossos tradicionais rodízios. Como exemplo, cheguei a pedir um pedaço de frango e o garçom não hesitou, tascou o frango inteiro no prato sem se dar o trabalho de cortar. Mas de resto, muito bom. Horas ali jogando conversa fora e foi uma tarde/noite DELICIOSA. Me lembro como se fosse ontem, um dos melhores momentos da viagem!

 

Comemos tanto que saímos de lá quase nos arrastando (rs!). A noite em Puerto Madero é belíssima também. Estava quente, uma noite muito agradável e caminhamos o trajeto de volta fotografando os diques iluminados.

 

Passamos pela Av. Corrientes novamente, onde a Raquel acabou encontrando com uns amigos de Punta del Este. Rê, César e eu voltamos para o hostel, afinal, eu estava exausta pois não tinha dormido nada anteriormente com a história do furto em Montevideo. Chegando no hostel, fomos até o quarto do Rafa e batemos um papo antes de dormirmos. Combinamos de passear a pé pela cidade no dia seguinte.

 

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05 de janeiro de 2009 (segunda-feira)

 

Acordamos, tomamos café (o café da manhã incluso é igual ao do Che Lagarto Montevideo, muito bom e completo) e combinamos de passear pelos principais bairros de Buenos Aires, começando pelo centro. O César, a nossa "tia Stella" (rs!), já tinha a sugestão de roteiro, tendo em vista que ele conhece tão bem Buenos Aires e sabe o que vale a pena e o que é dispensável. Nunca vi alguém gostar tanto de Buenos Aires quanto o César, tanto que ele vai voltar agora em abril, alegando que vai acompanhar não sei quem da família (sei sei, na verdade ele não vive sem aquela cidade!). Enfim. Saímos (Rê, Cesar, Raquel, Rafa e eu) a pé de San Telmo até o centro, Retiro, Recoleta, Palermo. Fomos trocar dinheiro numa casa de câmbio (Banco Supervielle) e aproveitei para trocar URU$ 590 (o que me restou do Uruguai) e obtive ARG$ 83,74. Como não entendo nada dessas trocas malucas, acreditei nos meninos falando que era uma boa troca. Jogando no conversor de moedas daquele dia, vejo que foi uma ótima taxa. Agora entendo a fila no dia. Durante o passeio, várias paradinhas em lojas e comecei então a perceber o quanto TUDO em Buenos Aires estava caro, ao contrário do que haviam me falado. Me recomendaram comprar roupas, mas só se fosse antes da crise, pois achei mais caro que em São Paulo, considerando que estávamos no centro. As famigeradas Havaianas, simples, custam o olho da cara. O modelo igual ao meu, branco, liso, de salto um pouco mais alto estava saindo por ARG$ 119 (R$ 83,30) e na promoção, por ARG$ 60 (R$ 42), mesmo assim achei caro, afinal paguei R$ 19,90 na minha. Ok, Havaianas realmente são mais caras em outros lugares fora do Brasil, mas não imaginei que chegaria a tanto, quase o valor delas na Europa.

 

Continuamos caminhando pelo centro, passamos pela famosa Calle Florida (lê-se Florída), até chegarmos à Praça de Maio (Plaza de Mayo). Esta praça é tradicional em Buenos Aires, já que concentra a sede do poder nacional e outros grandes edifícios históricos. Também é tida como símbolo das manifestações históricas do povo argentino. A sua volta, encontramos a Casa Rosada (parada indispensável para qualquer turista) e a Catedral Metropolitana.

 

Nota-se o grande movimento do lugar, com muita gente passando, uma correria, muitos carros, calor, barulho, enfim, me senti em São Paulo. A Casa Rosada é a sede da Presidência da República, cuja sacada é famosa pois de lá muitos pronunciamentos importantes foram feitos na história da Argentina. Dentra da Casa Rosada, há um tour guiado pelo museu, mas não o fizemos, aproveitamos uma exposição fotográfica que havia na rua, bem em frente, sobre o Jornal Clarín.

 

A Catedral Metropolitana é muito bonita, porém não permitem fotos em seu interior, mas nota-se por fora suas famosas e grandes colunas, 12 no total, representando os apóstolos. Em seu lado direito, encontramos o Mausoléu com os restos mortais do herói libertador argentino, o General San Martín. Ao redor da Praça, temos o prédio do Banco de La Nacion Argentina e o Cabildo, que apesar de inúmeras reformas, esse edifício é importante por representar parte da história argentina, já que foi o epicentro da Revolução de Maio de 1810, data da independência argentina. Possui um museu aberto a visitação e um restaurante. O Cabildo está situado na Avenida de Mayo, onde podemos encontrar muitas construções com cúpulas e fachadas de todos os estilos, tendo seu fim no belíssimo edifício do Congresso Nacional. Gostaria de ter ido até o Palácio Barolo, que fica também na Avenida de Mayo, mas não consegui. O Palácio Barolo é um edifício (de escritórios, mas tem visita guiada) famoso por ser todo inspirado na Divina Comédia de Dante Alighieri, pois entra-se pelo inferno, passando por andares do purgatório e chegando aos do céu. Em seu alto, há um farol com uma vista privilegiada de Buenos Aires.

 

Pegamos a linha D do Metrô (Catedral a Congreso de Tucumán) e fomos até a região dos bosques em Palermo. O valor do bilhete ida e volta (2 viajes) que compramos é de ARG$ 2,20 (R$ 1,54). Muito fácil de comprar e temos bilhetes de até 30 viagens. O valor do unitário é de ARG$ 1,10 (R$ 0,77). O metrô de Buenos Aires é moderno, bonito, limpo e cheio, semelhante ao de São Paulo, que eu ainda considerava o mais bonito de todos que já vi (mas isso já mudou quando conheci o de Santiago).

 

A sugestão do César era conhecermos o Jardim Botânico, o Jardim Zoologico, o Jardim Japonês e o Rosedal (Roseiral), no entanto, não tínhamos tanto tempo assim e optamos pelo Jardim Botânico e o Zoológico. No Jardim Botânico não se paga para entrar, demos umas voltas, escrevemos no livro de visitas e sentamos na grama para descansar do sol forte, comer as frutas secas da Raquel (rs!) e bater papo na sombra. O Jardim Botânico foi inaugurado em 1898 e é obra do arquiteto e paisagista francês Carlos Thays, onde podemos encontrar estufas, variadas espécies de plantas (5 a 6 mil) e jardins decorados com diferentes esculturas e fontes. Como todo Jardim Botânico, um espaço tranquilo para relaxar e curtir. Foi bacana pararmos um tempo lá.

 

Seguimos então até o Jardim Zoológico de Buenos Aires, bem próximo dali e que fica bem no meio dos edifícios residenciais, um lugar belíssimo! A entrada custou ARG$ 15,90 (R$ 11). Aconselho levar água, biscoitos e tudo o que mais entrar na mochila, pois é tudo muito caro lá dentro. Até cogitamos comer um lanche, estilo Mcdonalds, mas girava em torno dos ARG$ 22 um combinado.

 

Não há bebedouros, portanto, prepare-se para o valor das águas, refrigerantes e gatorades. Sem falar nos sorvetes. Tudo gira em torno dos ARG$ 8. Diferentemente daqui de SP, onde temos bebedouros espalhados em espaços públicos e turísticos como esse. E por estar aquele calor absurdo, nem hesitamos em gastar com esse tipo de coisa.

 

O Zoo portenho foi criado há mais de cem anos. É um local muito charmoso, possui uma grande variedade também de espécies de animais e uma arquitetura que chega a reproduzir obras clássicas mundiais, como o portal de entrada, que é uma reprodução do Arco Triunfal de Tito em Roma; ou o Palácio dos Elefantes que se trata de uma réplica do Templo da deusa Nimaschi em Mumbai (tudo isso é fruto de pesquisa!), bem como o Templo de Vesta, construção circular de 16 colunas coríntias cópia do que se encontra também em Roma.

 

Achei o passeio interessante, no entanto, o Zoo de SP é muito maior, com maior variedade, mas não tenho como negar o charme do espaço, bem como o grande diferencial que é poder chegar bem perto dos animais, podendo, muitas vezes, alimentá-los. Observei uma série de crianças com seus potinhos com comida (que são vendidos dentro do Zoo), alimentando veados, macacos, zebras, etc. No espaço dos peixes, me encantei com o Nemo e com a Dory. Quando tiver a minha casa, certamente terei um aquário repleto de Nemos e Dorys! Adoro! Sem falar no simpático pinguim.

 

Antes de irmos embora, enquanto os meninos visitavam o espaço dos répteis e insetos, deitamos sob as inúmeras árvores do zoologico e ali descansamos. Visitamos o local onde ficavam os lobos marinhos e para assistir ao show deles, é necessário pagar ingresso à parte por ARG$ 3. Nem ficamos, já que existe uma piscina externa, onde podemos vê-los brincando. Saímos de lá e seguimos pela Avenida Sarmiento até a Avenida del Libertador, onde encontramos um celular na esquina e a Raquel tornou-se a encarregada de devolvê-lo ao dono (conseguiu após uma odisséia!). Na esquina, temos o Monumento dos espanhóis, mais conhecido como "La Carta Magna" e "Las Cuatro Regiones Argentinas", que possui história curiosa, tendo em vista as sucessivas tentativas de finalização que levou anos para se concretizar. Na Avenida Libertador, tomamos um ônibus (ARG$ 0,90 = R$ 0,63) até o bairro da Recoleta. Preciso ressaltar aqui a falta de moedas do povo argentino, não só em Buenos Aires. Eles só aceitam moedas como forma de pagamento e isso atrapalha as nossas vidas. Portanto, se for pegar ônibus, deixe sempre algumas moedas separadas.

 

Eu queria muito conhecer o Cemitério da Recoleta, porque além de muito recomendado, é muito bonito e visitado, já que dentre suas tradicionais tumbas, temos a de Evita Perón. Desembarcamos e procuramos um lugar para comer, já que estávamos morrendo de fome e já havia passado muito tempo da hora normal de almoço. Após muita procura, resolvemos ficar no Clark´s, restaurante aconchegante e com um preço salgado, mas achamos que era a melhor opção dentre as que vimos. Pedi o "menu do dia", que dava direito a entrada, prato principal e sobremesa. Bebidas eram cobradas à parte. Comi uma provoleta (que era grandinha!), um grande pedaço de provolone na chapa com azeite e orégano, um bife de chorizo com papas fritas (apesar do nome, é uma carne semelhante ao nosso contrafilé) bem servido e de sobremesa sorvete. Sem falar nas coisinhas do couvert. Gastei no total ARG$ 58 (R$ 40,60) e apesar de parecer caro, comi bem, mas NUNCA comparado ao "Siga La Vaca". Demoramos tanto ali que esquecemos do horário do Cemitério e quando vimos, não poderíamos mais entrar. Fiquei frustrada, mas já fiz minha lista de lugares que não conheci, para SEM DÚVIDA, retornar à Buenos Aires, pois é uma cidade muito agradável e charmosa.

 

Aproveitando a região, visitamos alguns outros pontos do bairro. Recoleta é famoso e dizem parecer com bairros parisienses, onde vive a antiga aristocracia portenha. É um bairro diferenciado, elegante, sofisticado, com muitos museus, galerias, cafés, lojas de grife, praças e espaços verdes. Eu, particularmente, gostei muito. Visitamos a Basílica Nuestra Senora del Pilar, que apesar de singela, de estilo barroco e fachada pintada de branco, é muito importante. Foi construída em 1732 pelos jesuítas e destinava-se às orações dos padres fransciscanos recolhidos (recoletos). Conhecemos a Plaza Francia, local de encontros, shows, feiras, exposições e de muito turista. Nela é possivel observarmos as pessoas deitadas, lendo livros, conversando, meditando, enfim. Próximo dali temos o Buenos Aires Design, um centro comercial latino-americano voltado para a arquitetura, design e decoração. Sobre o edifício, no Paseo del Pilar, encontramos muitos restaurantes, barzinhos a céu aberto e com uma bela vista da Plaza Francia. Lá no terraço encontramos também o Hard Rock Cafe. Passamos pelo Centro Cultural Recoleta e pelo Village Recoleta, onde concentra-se um grande número de cinemas, alimentação e comércio.

 

Passando a Plaza Francia, temos o edifício do Museu Nacional de Belas Artes, considerado o museu mais importante da Argentina, com variadas obras expostas (Rodin, Monet, Renoir, El Greco, Goya) e entrada gratuita, mas já estava fechado quando passamos. Seguimos em direção a Avenida Figueroa Alcorta, passamos pela ponte sobre a avenida e avistamos o belíssimo prédio da Faculdade de Direito, bem como a Floralis Generica na Plaza de las Naciones Unidas, uma gigantesca escultura em forma de flor, construída de aço e alumínio. Curiosamente e graças à modernidade, as "pétalas" ficam mais abertas durante o dia e vão se fechando assim que a noite chega. Sua iluminação noturna é um espetáculo à parte.

 

Caminhamos de volta até onde desembarcamos e conhecemos a Faculdade de Engenharia, prédio antigo e com aspecto de mal-assombrado. Rodamos muito até encontrarmos um metrô que nos deixasse perto do nosso hostel. Chegando lá, a Jana já estava em nosso quarto descansando e o Will estava dormindo. Tomamos banho, nos arrumamos e descemos pro bar do hostel, onde tinha uma série de brasileiros. Conhecemos, finalmente, o Maurício e seus amigos, depois de algum tempo conversando a respeito da viagem, via "mochileiros.com". Era o último dia de viagem deles, enquanto estávamos apenas começando. Ficamos no bar ali conversando até que decidimos (Jana, Rê, Will e eu) seguir para alguma "disco".

 

Caminhamos por San Telmo à procura de algum lugar bacana, mas por ser segunda-feira, a maioria dos bares estava fechando, considerando o horário já avançado. Até chegamos a sentar em um, mas desistimos pelo pouco tempo que teríamos. Rodamos mais um pouco pelo bairro e paramos numa lanchonete bizarra para tomarmos um refrigerante devido ao calor. Estávamos quase desistindo quando decidimos pegar um táxi e pedimos para o taxista nos levar até Palermo, onde nos disseram que havia uma série de bares. O taxista nos deixou na Plaza Julio Cortazar, também conhecida como Placita Serrano, que é onde fica o coração de Palermo Soho. Além de feiras de artesanato e brechós, a praça é rodeada dos mais variados lugares para comer, beber e dançar. Entramos na MADAGASCAR, pois era ARG$ 10 (R$ 7) com direito a uma cerveja (ou refrigerante ou água). Estava bem movimentado e a "disco" era bem agradável. Tinha muito japonês (rs!), mas o som era bacana, tocava muito reggaeton para variar. Dançamos e nos divertimos. Ficamos ali um tempo e depois pegamos o táxi de volta pro hostel (ARG$ 3 por pessoa).

 

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06 de janeiro de 2009 (terça-feira)

 

Acordamos cedo, tomamos café e de acordo com a nossa "tia Stella", o roteiro do dia era seguir até o Parque de La Costa e fazermos a navegação no Delta Tigre. Seguimos até o metrô, pegamos a linha C (ARG$ 2,20 - ida e volta) e descemos na estação Retiro (Mitre). Lá, conhecemos a famosa Torre de los Ingleses, toda de tijolos vermelhos, que dizem ter sido doada ao país por residentes britânicos em comemoração ao centenário da Revolução de Maio de 1810. A torre fica bem em frente à estação de trem, a qual já é bonita por si só e bem movimentada.

 

Compramos nossa passagem de trem (TBA), que custou AR$ 1,70 = R$ 1,20 (ida e volta) até Maipu e lá embarcamos no encantador Tren de La Costa (http://www.trendelacosta.com.ar). O Trem de la Costa é um trem turístico de passageiros que percorre a beira do Rio da Prata para chegar ao Delta do Tigre, uma estação terminal. Tigre está localizada ao norte de Buenos Aires, a aproximadamente 32 km do Obelisco. Comparando, é como se fosse a nossa Grande São Paulo.

 

O Delta do Tigre é um conjunto enorme de ilhas, reserva natural de floresta e fauna nacional. É considerado um dos poucos arquipélagos turísticos do mundo e destino de milhares de portenhos aos finais de semana. Para chegar ao parque, o passeio de trem já vale muito a pena, pois ele passa perto de toda a ribeira do norte (San Fernando, San Isidro e Olivos). É possível comprar uma passagem que permite descer em cada uma das estações, que foi o nosso caso. O valor da passagem (ida e volta) saiu por ARG$ 24 e decidimos que na volta desceríamos em San Isidro. Da Maipu até Delta, são 10 estações.

 

A viagem toda dura em torno de 1 hora e desembarcamos bem em frente ao belíssimo Parque. Antes de entrarmos, prevendo os valores exorbitantes de bebidas e comidas, paramos ao lado da estação para comermos o tradicional "pancho". Combinado pancho+refrigerante, AR$ 5 (R$ 3,50). Baratíssimo! Comemos e seguimos pro parque.

 

Na bilheteria, nota-se a variedade de ingressos, assim como no Hopi Hari em São Paulo. Compramos o passaporte plus que dá direito a tudo e nos saiu ARG$ 35 (R$ 24,50). Existe aquele passaporte que só permite o acesso ao parque, pagando todos os brinquedos por conta, ou então passaporte que permite brincar em alguns brinquedos, sendo que em outros você paga também a parte. Enfim, uma infinidade. O Parque de La Costa (http://www.parquedelacosta.com.ar/) é colorido, alegre, conservado, amplo e tem bastante atrações, no entanto, mais para crianças que para adultos. Estava relativamente vazio, portanto não pegamos tanta fila. O parque é composto por três montanhas russas bacanas e uma de água, além de um lago que oferece show de águas dançantes e passeios de Catamarã simples por ARG$ 10 a parte.

 

Brincamos a valer, começando por uma espécie de "carrinho de bate-bate" em bóias na água. Muito divertido e refrescante. Ri horrores com as trombadas intencionais. Depois, resolvemos andar de kart, que custa à parte ARG$ 6 (R$ 4,20) por alguns minutos. Como sempre, levei a sério a brincadeira e fiquei perseguindo o Rafa, mas o Cesar acabou vencendo "inacreditavelmente", sendo que nem sabe dirigir direito (rs! brincadeira!). Afff, como sou criançona para essas coisas!

 

Depois experimentamos as montanhas russas, inclusive a suspensa, que eu nunca tinha ido antes, afinal em São Paulo não existe nenhuma. No parque há vários espaços onde podemos nos molhar, o que aliviava o calor intenso. Só sei que me diverti demais! E pensar que quando falaram em Parque de Diversões, pensei: "O que vou fazer num Parque de Diversões, estando em Buenos Aires?". Mas o passeio TODO é muito bacana e recomendo fácil. Resolvemos não fazer o passeio de catamarã por ser bem simples e nem o Delta Tigre pois merecia mais tempo pelo valor, algo em torno de ARG$ 30. Coloquei a navegação no Delta na lista dos passeios que "ainda preciso fazer" quando retornar à Buenos Aires.

 

Depois de um tempão por lá, seguimos o caminho de volta e paramos na estação San Isidro. A estação é muito bonita, possui uma espécie de shopping e praça de alimentação (com Freddo). A cidade possui um centro histórico interessante e dizem que no inverno, lembra muito algumas cidades européias. Ele faz parte da história argentina e foi testemunha de importantes acontecimentos. A cadetral de San Isidro, ponto turístico da província, foi construída em 1898 e seu estilo arquitetônico é o neo-gótico. Existe também uma feira de artesãos clássica e que funciona aos domingos. Gostei muito do que vi por lá e realmente o lugar é bem charmoso. Vale a parada!

 

Aguardamos um tempinho considerável o próximo trem e seguimos até Maipu, depois até Retiro e lá pegamos a linha C do metrô novamente e chegamos no nosso hostel. Paramos no mercadinho ao lado do hostel, que nos salvou com valores agradáveis para bebidas. Se você hospedar-se no hostel Che Lagarto, ao lado, numa travessa da Calle Venezuela, temos o supermercado (na verdade é mini-mercado) Oriente. O Gatorade sai por AR$ 3,75 e uma água mineral de 2 litros por ARG$ 3,30. Compensa, se comparado aos preços surreais dos "quioscos" nas ruas. Duro é carregar a garrafa para cima e para baixo, mas tá valendo.

 

Tomamos banho e nos arrumamos para a noite. O Rafa, Will e a Jana queriam muito conhecer o "Siga La Vaca", depois que falamos tanto do lugar, assim como conhecer Puerto Madero. Como já tinha ido, achei melhor não gastar novamente e ter a oportunidade de conhecer outro lugar. Assim, a Rê optou por acompanhá-los, enquanto o César, a Raquel e eu decidimos jantar no Café Tortoni (http://www.cafetortoni.com.ar/). Confesso que se tivesse vaga ainda, eu pagaria fácil AR$ 70 (só o show sem consumação) por um show de tango ali. Mas já estava tudo cheio. As apresentações de tango devem ser compradas com antecedência, devido à grande procura. Mas existem diversas casas que oferecem o espetáculo.

 

O Café Tortoni é muito perto de onde estávamos e fomos a pé, mesmo de salto e vestido (ahahah nos produzimos toda para irmos até lá!). Fica na Avenida de Mayo, 825 e além de ser o café mais antigo de Buenos Aires, o Tortoni é um clássico portenho. O local é realmente charmoso, o tratamento é bacana e estava acontecendo a apresentação de tango. Sentamos bem ao lado para ouvirmos, pois de fora não é possível ver nada, mas ouvir sim. Comprei o DVD (+ livreto sobre) do espetáculo pro meu pai, que na verdade é para mim, pois sei que ele vai assistir a uma vez só e pronto. Quero guardar na minha coleção de DVDs significativos. Paguei ARG$ 40 (R$ 28).

 

Nós três jantamos pizza e ficamos horas "discutindo" religião, já que tínhamos na mesa o judaísmo, o budismo/espiritismo e um evangélico. Foi uma noite extremamente agradável. Pagamos na pizzeta individual (achei bem servida e muito gostosa) ARG$ 14 + ARG$ 7,50 do refrigerante. Uma taça de vinho também saía por AR$ 7,50. Logo, não achei caro jantar por ARG$ 21,50 (R$ 15) num lugar como aquele. E você não é obrigado a pagar os 10% em nada, mas é de boa educação deixar uma "propina". Voltamos pro hostel e já quase dormindo tentando ver um filme na TV, eis que a Cintia chega, vinda do Recife. Coitada, nem consegui dar atenção nesse dia a ela, já que capotei logo em seguida.

 

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07 de janeiro de 2009 (quarta-feira)

 

O planejado era sairmos bem cedo de Buenos Aires nesta quarta-feira rumo à Córdoba, mas decidimos seguir viagem apenas de noite, buscando aproveitar mais um dia na cidade portenha. Era o nosso último dia com o César, que deixaria MUITAS saudades em todos. Ele quase chegou a ir pra Córdoba conosco, mas não compensaria (tempo x dinheiro).

 

Acordamos cedo, tomamos café, demos boas-vindas à Cintia, arrumamos nossas coisas, fizemos check out, guardamos nossas malas no depósito e seguimos pra rua. O combinado era irmos até o bairro La Boca, visitarmos não somente o famoso El Caminito, mas fazer compras por lá e conhecer o estádio do Boca Juniors, tão aguardado por Renata e eu.

 

Combinamos de neste dia usarmos as camisas de nossos times (Cruzeiro e São Paulo), mas mesmo levando, acabei esquecendo de usar. A Rê seguiu com a sua camisa do Cruzeiro e por onde passava, brasileiros a reconheciam.

 

La Boca é um bairro de Buenos Aires muito próximo do Porto. Foi habitado por muitos estrangeiros que chegavam pelo porto para trabalhar. Além do estádio do Boca Juniors - La Bombonera -, time com maior quantidade de torcedores da Argentina e conhecidos mundialmente por serem completamente fanáticos por futebol, temos o Caminito, em que parte do bairro foi restaurada.

 

O Caminito tem uma característica peculiar e também serve de cartão postal da cidade, onde as casas são construídas com tábuas de madeira, placas e telhas de metal, bem como pintadas com cores diversas, deixando tudo muito colorido a visualmente bonito.

Dizem que os estrangeiros, espanhóis e italianos, construiam suas casas e usavam as tintas que sobravam dos navios do porto para pintá-las. Os 100 metros de rua foram pintados pelo pintor Quinquela Martín, que em 1959 tornou-se o Caminito, um museu a céu aberto e sem portas, local de muitas lojas, restaurantes e apresentações de tango ao ar livre.

 

Ficamos ali um bom tempo fazendo compras, vendo as lojas, as barracas e eu me encantei pela INFINIDADE de coisas da Mafalda. Nunca vi igual. No Brasil, é quase raro encontrar algo da personagem, na Espanha só em feiras de artesanato e barraquinhas "hippies" (e olhe lá!), mas ali era o paraíso para quem gosta como eu. Queria levar tudo, tive que escolher e deixar para depois, já que voltaria à Buenos Aires no final da viagem.

 

Acabamos nos perdendo do Will e do Rafa, após aguardarmos um tempo sem resultados, seguimos a pé até o La Bombonera. Muitos nos alertaram que ir a pé era perigoso, mas como estava bem cheio de turistas e movimentado, resolvemos seguir andando mesmo. No caminho, é possível identificar a paixão pelo futebol e pelo time. Diferentemente de qualquer coisa aqui no Brasil, não se compara nem à paixão pelo Flamengo e nem pelo Corinthians, pois realmente é algo IMPRESSIONANTE.

 

São inúmeras as lojas no decorrer do caminho com itens do Boca Juniors e também lojas oficiais com artigos carissimos. E quanto mais você se aproxima do estádio, mais você vai entrando no clima, pois ao redor, algumas lojas colocam grandes caixas de som tocando não somente o hino, mas o barulho da torcida e o batuque que eles fazem em dias de jogo. Realmente arrepia, pois é muito bacana! As cores amarelo e azul predominam e você fica fascinado. Ficamos procurando a entrada e não encontrávamos. O segurança mal educado quase nos expulsou da área do estacionamento, pois estávamos perdidos.

 

Andamos ao redor do estádio e encontramos a entrada, onde apenas a Rê, Jana e eu compramos a visita express, pois os demais não se interessaram e ficaram nos aguardando. Pagamos ARG$ 15 para termos acesso sem a visita guiada. La Bombonera, oficialmente Estádio Alberto J. Armando, é o estádio do Club Atlético Boca Juniors. Sua capacidade total é de mais de 57 mil torcedores. Seu formato de "caixa de bombons", ou seja, retangular, é resultado do pouco espaço que fora destinado à sua construção, iniciada em 1923. O arquiteto José Luiz Delpini tentou adequar criando três anéis de arquibancadas, de modo que quem assiste ao jogo da terceira arquibancada tem de olhar para baixo se quiser ver algo com nitidez. O estádio, por incrível que pareça, é bem pequeno, pequeno MESMO. Realmente, é como se fosse uma caixinha quadrada, com arquibancada alta, mas o campo achei minúsculo perto do que vejo pela TV. Comparado ao estádio do Morumbi, é um ovo, mas não deixa de ser interessante, pela disposição das cadeiras e da torcida. Valeu a pena ter conhecido.

 

Saímos de lá e fomos tomar o ônibus para a Calle Córdoba, pois as meninas queriam fazer compras. O ônibus demorou e ficamos rodando para encontrar a linha correta. Só sei que nesse dia andamos MUITO até chegar à rua das compras. Lá temos muitas lojas de roupas e calçados e diziam que valia a pena fazer compras por lá. No entanto, não encontrei nada que me fizesse empolgar (ufa, meu bolso agradece!). Na loja de tênis, as meninas fizeram a festa. Eu, particularmente, não achei tão barato, se comparar com a Nike Outlet que tem aqui em São Bernardo, no entanto, fica a dica da Rua Cordoba.

 

De lá, pegamos metrô até o hostel, onde pegamos nossas coisas que já estavam separadas. Ficamos aguardando os meninos (Will e Rafa) até umas 20h30, após várias tentativas de SMS e telefone. Nada, eles tinham sumido! Resolvemos seguir para Córdoba sem eles, nos despedimos do César (ai que aperto no peito de todos!), pois ele continuaria na cidade, mas mudaria de hostel. Pegamos um táxi (ARG$ 2 pra cada) e seguimos pro Terminal Rodoviário (Retiro). Lá, compramos nossas passagens para Córdoba, semi-cama, no valor de ARG$ 90 (R$ 63) pela Andesmar (se eu não me engano era essa a empresa!). Nos "despedimos" de Buenos Aires e nosso ônibus saiu da cidade portenha às 21h30 rumo à Córdoba, nossa PRÓXIMA PARADA.

 

OBSERVAÇÃO: AMEEEEI Buenos Aires, tanto que quero muito muito muito voltar, sozinha ou acompanhada. Agora entendo o César. Fiz uma lista de tudo o que quero conhecer ainda: Livraria Ateneu, fazer a navegação no Delta Tigre, Palacio Barolo, Visita ao Congresso Nacional, visita guiada na Casa Rosada, os museus, Cemitério da Recoleta, tomar café na La Violetera, Feira de San Telmo, entre outras que vou descobrir depois. Fiquei encantada com a cidade, mesmo com os preços abusivos. É tudo muito charmoso e realmente faz jus ao que dizem.

 

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EM BREVE ... CÓRDOBA!

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CÓRDOBA (Arg)

 

08 de janeiro de 2009 (quinta-feira)

 

Nosso ônibus partiu as 21h35 do terminal rodoviário de Buenos Aires, rumo à Córdoba. Saímos sem os meninos, pois eles decidiram ficar mais um dia em Buenos Aires. Fomos pela empresa Urquiza e a passagem custou ARG$ 135 (R$ 94, 50), pois compramos cama, já que passaríamos a noite na estrada e estávamos exaustas. O ônibus era muito bom, o serviço também e lembro-me que dormi a maior parte do tempo.

 

Chegamos por volta das 6h30 da manhã no terminal de Córdoba e lá pegamos um táxi. O terminal era bem próximo ao famoso Parque Sarmiento e não tão longe do hostel. Não me lembro exatamente do valor do táxi, mas como estávamos em 5 meninas, nos dividimos em dois carros e não saiu mais de R$ 3 para cada.

 

Logo de cara, percebi que Córdoba era diferente do que já tínhamos visto. O taxista era bem simpático e as pessoas pareciam bem diferentes dos portenhos e dos uruguaios. No início da construção do roteiro, muitas pessoas me perguntavam o motivo de eu incluir Córdoba. Em algumas vezes, até cogitei tirá-la, mas após muito ler que a cidade realmente valia a pena e conversar com algumas pessoas, decidi manter. E não me arrependo. Pelo contrário, só me arrependo de ter destinado apenas 02 dias para lá. Vou contando aos poucos porque ...

 

Chegando no Morada Hostel (http://www.moradahostel.com), suíte mista, 5 camas, diária USD$ 10,17), mais uma “surpresinha”, só para não perder o costume. O rapaz que nos recebeu me disse que havíamos perdido a reserva, pois chegávamos em hora diferente da mencionada. No entanto, antes que eu tivesse um surto, ele percebeu que se tratava de outra Vanessa. Ok, tudo foi resolvido mais rápido do que imaginei, mas realmente quase surtei, após uma viagem tão longa de ônibus e diversas histórias de “check in” e “check out” mal resolvidas. Fomos para o nosso quarto. Sobe e desce de malas em uma escada íngreme, já que se trata de um "sobradão". Tomamos um banho e caímos no sono. Dormimos pouco, apenas um "cochilo" até irmos para o café-da-manhã (café, leite, pão, manteiga, geléia, biscoito). Razoável.

 

O hostel era bacana, bem localizado, aconchegante, “staff” receptivo, até que limpo e como era de se esperar, tinha muitos israelenses (só para variar!). Para se ter uma idéia, alguns dos informes estavam em espanhol, inglês e (pasmem!) hebraico. Nosso quarto deixava um pouco a desejar. As camas eram boas, mas o quarto era um pouco escuro, com um ventilador barulhento, que eu tive que ligar pois o calor era realmente insuportável. O banheiro era desesperador. Muitas baratas (rs!) e o chuveiro não tinha box ou aquele desnível para a água não invadir nosso quarto. Era algo realmente hilário, pois tínhamos que tomar banho, prestando atenção se não aparecia uma barata pelo ralo, com o rodo em mãos, puxando a água para não molhar as camas. Ou seja, era uma verdadeira proeza tomar banho abraçado ao rodo. Ok! Isso não nos tirou o bom humor de sempre. Mas foi quase ...

 

Antes de sairmos, chamamos uma médica no hostel (ótimo serviço!), pois a Raquel estava muito mal. Há dias que aparentava estar doente, mas foi lá que a situação ficou quase insustentável. O hostel cobrava ARG$ 10 (R$ 7) para a visita do médico ali mesmo. Ela foi medicada e a doutora sugeriu que tomasse uma benzetacil (!!!!), caso quisesse melhorar rapidamente.

 

Saímos antes do almoço e procuramos uma farmácia. Lá, a Raquel comprou seus remédios e tomou a temida benzetacil. Para a nossa surpresa, Raquel sofreu mais com o antes que com o durante e o depois. Risos. Mulher forte essa! Nunca vi! Ou a aplicação deles é realmente mais delicada, pois me lembro de quando tomei, affffffffff ... que dor do caramba! Aproveitamos a ocasião para comprarmos outras coisas, pois a Rê também estava ficando doente. Comprei umas vitaminas pra mim, pois precisava me prevenir, afinal, ficar doente não estava nos meus planos.

 

Com o mapa fornecido pelo hostel, em mãos, passamos por vários lugares, que mais abaixo eu cito. Seguimos pela cidade, andamos bastante, até decidirmos que iríamos para o município de Alta Gracia, onde visitaríamos a casa museu do Che Guevara (ponto decisivo para incluir Córdoba no roteiro!).

 

Fomos até o terminal de micro-ônibus ao lado do Mercado Sud. O valor da passagem era de ARG$ 5,90 e leva uma meia hora para chegar (36km distante de Córdoba). Até chegarmos ao museu (o transporte nos deixa na rua), rodamos pela cidade de Alta Gracia. Num primeiro momento, achamos muito bonita, com casas simpáticas, mas estava vazia, ou seja, se via pouca gente nas ruas.

 

Em Alta Gracia, dois são os pontos principais, sendo um deles o Museu de Estância Jesuítica, considerado Patrimônio Cultural da Humanidade e uma das mais importantes estâncias jesuíticas, bem como o Lago Muchas Gracias. O local é realmente LINDISSIMO e vale a pena conhecer, já que é tão próximo de Córdoba.

 

O segundo bom motivo é a casa onde Ernesto Che Guevara passou a infância, transformado recentemente em museu, bastante visitado atualmente. A entrada custou ARG$ 5 (R$ 3,50). A casa, na Rua Avellaneda, 501, nos apresenta objetos pessoais da família e do próprio Che, como incontáveis fotos, livros, cartas e as famosas “poderosas” 1 e 2, respectivamente a bicicleta motorizada e a moto com as quais ele cruzou o continente sul-americano.

 

Dificilmente encontramos alguém que não conheça a figura de Che Guevara, no entanto, poucos realmente conhecem sua história e, apesar de não acreditar em algumas das coisas que ele acreditava ou da forma como agia, inegável sua contribuição para a história e enquanto “personalidade-estímulo” para pessoas que lutam por uma sociedade realmente mais justa. É uma figura fascinante, polêmica e estar ali, conhecer um pouco mais, ler alguns dos seus escritos originais, me emocionou ao extremo, principalmente quando ele fala da importância da educação de um povo. Clichês a parte, minha emoção foi sincera.

 

“Um povo que não sabe ler e escrever, é um povo fácil de enganar!” (Che)

 

Ernesto Guevara de La Serna, mais conhecido por Che Guevara ou El Che, nasceu em Rosário (que eu queria incluir no roteiro, mas acabei excluindo!), em junho de 1928. Faleceu em La Higuera, Bolívia, em outubro de 1967. Sem dúvida, foi um dos mais famosos revolucionários comunistas da história e também considerado pela revista norte-americana Time Magazine, uma das cem personalidades mais importantes do século XX. Para conhecer ou saber mais sobre a história de Che, entre em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Che_Guevara.

 

Logo na entrada da casa, temos a figura de Che criança, sentado na sacada. A expressão do olhar já diz muito. Nesta casa, Che Guevara viveu dos 4 aos 16 anos por recomendação médica, já que ele possuía crises asmáticas sérias e as serras de Córdoba favoreciam sua recuperação.

 

O Museu está dividido em: “Infância”, “Juventude”, “Viagens”, “Revolução”, “Família”, “Bolívia” e “Cozinha”, com algumas salas de projeção de documentários a respeito do guerrilheiro.

 

“Em 1950, com quase 22 anos, rodou 12 províncias argentinas montado em uma bicicleta Garelli motorizada. O objetivo era visitar seu amigo Alberto Granado em San Francisco del Chañar, na Província de Córdoba, no centro da Argentina. Mas seu espírito livre não se contentou apenas com uma viagem entre Buenos Aires e a região, e levou Ernesto para cidades do norte do país. Os problemas sociais que encontrou pelo caminho inspirou sua próxima e grande viagem pelo continente, acompanhado de Granado. Os dois jovens idealistas percorreram, em 1951, países latinos como Peru, Colômbia e Venezuela acompanhados da boa e velha Norton.” Para saber mais: http://viagem.uol.com.br/ultnot/2009/03/27/ult4466u543.jhtm.

 

Em uma das salas do museu, podemos conhecer uma réplica da “La Poderosa”, com um mapa com todo o trajeto percorrido por Che. Incrível! Sem falar nos incontáveis livros de sua escrivaninha, que sem dúvida fazem parte dessa sua capacidade de enxergar além, bem como sua luta para transformar a realidade.

 

“Um revolucinário é guiado por grandes sentimentos de amor. Amor pela humanidade, amor pela justiça, amor pela verdade.” (Che)

 

A visita é algo imprescindível. A emoção realmente vem à tona. Che é definitivamente fascinante. E aquele momento, gostaria de ter compartilhado com vários amigos que o admiram tanto ou até mais do que eu. Mas acredito que me lembrei de todos. Espero que tenham gostado das lembranças que trouxe, que as fotos possam ilustrar um pouco do que é o local, que eu tenha conseguido expressar o quanto foi importante conhecer tudo e o quanto foi significativo aprender um pouco mais a respeito dessa história, contada tão diferente por diversas fontes.

 

Após a visita ao museu, demos uma volta pela cidade. Andamos, fotografamos e nos deparamos com um lindo campo verde, que mais parecia um parque, ou seja, um espaço público. Engano nosso, era uma propriedade privada, mais precisamente o famoso e luxuoso “Sierras Hotel Casino”. Quando demos conta, alguns seguranças já vinham em nossa direção e foi hilário pularmos o muro do local, tentando disfarçar a nossa saída. Mas deu tudo certo. Não nos alcançaram a tempo.

 

Pegamos nosso ônibus (ARG$ 5,90) e rumamos de volta à Córdoba. Chegando ao terminal, procuramos algo para comer, já que não havíamos almoçado e naquela altura estávamos verdes de fome. Tínhamos combinado de comer num restaurante que vimos logo pela manhã, mas como já eram quase 19h, mesmo com sol (rs!), o local já não tinha mais o prato do dia como queríamos. Foi aí que encontramos o “2/28 MEGAPIZZA”, que vendia pedaços de pizza com uma limonada de gosto duvidoso. Pagamos ARG$ 9 (R$ 6,30) por dois pedaços de pizza e a limonada (que tomamos pela sede, pois era extremamente ruim!).

 

Tapeamos o estômago, tomamos um sorvete e seguimos até o hostel, mas antes de chegarmos, nos deparamos com uma grande passeata a favor no povo palestino, o que gerou uma grande discussão (saudável!) entre nós. Depois, descobri o objetivo da passeata. Se tiver curiosidade, entre em: http://coletivizando.blogspot.com/2009/01/agenda-dos-protestos-v-s-ruas-d-o-grito.html

 

Tomamos banho (com o rodo na mão!), descansamos um pouco e nos arrumamos para sair. Queríamos conhecer a noite de Córdoba, tão falada por ser movimentada, e solicitamos a ajuda do “Chunko”, recepcionista do hostel muito bacana que nos deu muitas dicas e foi sempre muito simpático. Ele nos guiou pelo mapa e disse que havia inúmeros “boliches”. Nós, na inocência, acreditamos que se tratava de algo inédito, uma “balada com boliche”. Nos empolgamos e já fazíamos planos para jogarmos. Ok! Pegamos um táxi até o bairro Nueva Córdoba e lá realmente encontramos inúmeros bares e baladas, movimentadíssimo e o calor da noite contribuía. Andamos, paramos, procurávamos incessantemente pelo tal do “boliche”. Entrávamos na balada e ficávamos procurando as pistas. E começamos a achar estranho que nenhuma delas tinha a tal da pista. Muitos “promoters” na rua, vários flyers e fomos escolhendo onde entrar. Ganhamos um “vale cerveza” na “El Bebedero Pub” e entramos apenas para consumi-la, pois estava vazia. E por incrível que pareça, não tinha a tal da pista de boliche. Depois, seguimos para a “Pacha´Ma Disco”, mas logo na entrada, vimos uma imensa fila de “adolescentes-emos-argentinos”, nossa, daí era demais essa combinação. Passamos reto. Acabamos não somente numa mesinha de um barzinho bacana, na calçada, como descobrimos que “boliche” = balada. Ou seja, não era o jogo que pensávamos, era a forma como eles chamavam a balada por lá. De qualquer forma, aprendemos e da próxima vez, não vamos mais procurar as tais pistas. Ficamos ali no bar, pedimos uma tábua de frios e jogamos conversa fora. Voltamos pro hostel e dormimos.

 

09 de janeiro de 2009 (sexta-feira)

 

Acordamos cedo, a Raquel já estava melhor (salve a benzetacil!), mas a Rê estava ficando cada vez pi0r. Ela não podia tomar a benzetacil, pois era alérgica, logo, compramos alguns remédios, vitaminas, etc. para que ela pudesse se tratar. Antes de sairmos, fizemos o check out, deixamos nossas bagagens no depósito, pois de noite embarcaríamos para Mendoza. Os meninos (Rafa e Will) chegaram e seguiram para Alta Gracia fazer o passeio que fizemos no dia anterior e combinamos de nos encontrar no fim da tarde.

 

Seguimos (Rê, Raquel, Jana, Cíntia e eu) para conhecermos definitivamente a cidade e combinamos que almoçaríamos decentemente neste dia, pois fazia tempo que não comíamos bem. Conhecemos o Rio Suquía e passamos pela Livraria ATENEO, onde comprei meu calendário 2009 da Mafalda que neste momento, encontra-se aqui na minha frente, em minha escrivaninha. Queria levar tudo, mas realmente não dava não somente pelo preço, mas pelo peso na mala. Fiquei encantada com um livro de fotografias da Patagônia, mas a Raquel me garantiu que tinha na Livraria Cultura da Av. Paulista. Realmente tem, mas não tive dinheiro para comprá-lo ainda. Risos. Ficamos ali um tempão! Adorei o lugar e recomendo conhecer.

 

Falando um pouco da cidade. Córdoba é uma cidade argentina, distante 713 km de Buenos Aires e é a segunda maior cidade do país. Possui mais de 1 milhão de habitantes. Foi fundada em 1573, às margens do rio Suquía, pelo militar Jerônimo Luis de Cabrera. Foi uma das primeiras colônias espanholas e é lá que encontramos a mais antiga universidade da Argentina e a segunda da América, a Universidade Nacional de Córdoba, fundada em 1613, pela Ordem Jesuíta.

 

Logo, Córdoba é considerada uma cidade “universitária”. Possui jovens de todos os cantos, é bastante movimentada, com vida noturna agitada e a modernidade de uma grande metrópole. Dizem que não é tão turística, por isso entendemos o excelente tratamento que todos em Córdoba nos deram. Não encontramos brasileiros por lá, portanto, sempre que notavam nosso idioma, se encantavam ou puxavam assunto. Lembro-me que mais de uma pessoa perguntou por que estávamos passeando ali, justo em Córdoba, pois não era comum.

 

Córdoba possui muitos monumentos históricos preservados, desde ainda os tempos de colonialismo espanhol. Destaque para as construções da Igreja Católica, como o quarteirão jesuíta (Manzana Jesuítica), declarado, em 2000, Patrimônio Mundial pela UNESCO. É um grande quarteirão de edifícios do século XVII, incluindo o Colégio Nacional Montserrat, a antiga universidade e a Igreja da Companhia de Jesus.

 

Destaque para a belíssima Iglesia Catedral, que além de ser linda por fora, é linda por dentro. Sem falar no seu desenho na praça, conforme dá para ver acima. Passamos também pelo Cabildo de La Ciudad, Plaza San Martín, Centro Obispo Mercadillo, Iglesia de las Teresas, Museu Juan de Tejeda (mas não entramos), Iglesia Santa Catalina, Legislatura Provincial, Cripta Jesuítica, Iglesia Santo Domingo, Universidad Nacional de Córdoba, Pátio Olmos Shopping Center, Correio Central, Casona Municipal, Museo Municipal Bellas Artes, Iglesia Santo Domingo, enfim, conseguimos conhecer bastante coisa do centro de Córdoba, mas não conseguimos ir até o Parque Sarmiento. Uma pena.

 

A cidade é uma das mais tradicionais, mas possui um estilo próprio, em que mistura vida moderna com seu legado dos tempos coloniais. Além das grandes e antigas igrejas, temos galerias cheias de gente, múltiplas salas de espetáculos artísticos e culturais, shoppings, restaurantes, bares, ou seja, não nega o apelido de “cidade cultura”. Também é bastante segura, permitindo que você saia à noite sem se preocupar.

 

Para comer, realmente achamos muito mais barato que em Buenos Aires. Come-se muito bem, por pouco. Possui, como em todas as demais cidades argentinas que passamos, grande influência da culinária italiana e espanhola. Além da tradicional carne, temos inúmeras pizzarias e trattorias. Foi na trattoria “Il Gatto” que tivemos um grande almoço. Pedimos o menu do dia e pagamos algo em torno de ARG$ 25 (R$ 17,50 = prato principal, bebida e sobremesa). Foi muito gostoso e uma das melhores refeições da viagem até então. O local é agradável, atendimento excelente e a comida bem gostosa.

 

Córdoba tem muita coisa para ver e destinar apenas 02 dias para visita-la, considerei pouco. Se tivesse que mudar algo no roteiro, deixaria um dia a mais, já que fomos para Alta Gracia num deles. Adorei a cidade, amei a hospitalidade do povo, recomendo o hostel e a visita.

 

Voltamos pro hostel, os meninos ainda não estavam lá e a recepcionista nos ofereceu o quarto deles para descansarmos, enquanto eles não chegavam. Também se ofereceu para nos comprar as passagens por telefone, ou seja, fez tudo para a gente. Compramos nossas passagens para as 22h30, pela Plusultra Mercobus, saindo a cama por ARG$ 125 (R$ 87,50), dormirmos um pouco e antes de irmos para a rodoviária, encontramos os meninos. Seguimos os 07 rumo à Mendoza. Acredito que tenha sido o melhor ônibus que eu peguei até então, com o melhor serviço de bordo, bem como os melhores filmes para assistir. No entanto, com o cansaço, dormi grande parte do trajeto.

 

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EM BREVE ... MENDOZA!

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  • 1 mês depois...
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Olá!

 

Bom, vamos dar continuidade ao relato. Estou muito feliz em poder colaborar com outros viajantes. Tenho recebido muitos emails e conhecido mta gente bacana. Por isso, mantenho o meu compromisso. Dentro do meu tempo disponível, sigo enviando a planilha (para quem se interessa) e tirando dúvidas a respeito. Quanto as fotos, estão disponíveis no blogue. Na curiosidade de como tudo começou e como nós TODOS nos conhecemos, essa parte também está lá. Por enquanto, sigo a viagem ... agora chegando a ARGENTINA!

 

Vanessa, boa tarde!

 

 

ME chamo Amanda e estou MARAVILHADA com o teu relato. Irei fazer praticamente o mesmo percurso que você e confesso que a riqueza de detalhes deste relado irá me ajudar um bocado em minha viagem na próxima semana. Mudei bastante coisa por ventura do seu percurso.

 

Você poderia me enviar a planilha?

 

Beijios,

 

Amanda

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  • 1 mês depois...
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Vanessinha, excelente relato de viagem. Mas, por favor, nos o envie os próximos capítulos :lol: .

Vou fazer Paraguai, Argentina, Chile e Uruguai e ainda estou pesquisando.

Ahh, mande-me, por favor, a planilha... tacianobahia@yahoo.com.br

 

::kiss:: e obrigado.

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  • 1 mês depois...
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Um dos melhores relatos q ja li por aqui (e ainda nao terminei rssss)

Já dei risadas dos perrengues, já fiquei com raiva no episodio do roubo no hostel.

Engraçado como a gente vai lendo, vai se envolvendo, se emocionando e vivendo as situações, pelo menos Eu sou assim..rss

Os relatos, para mim são como livros de aventuras, e imprimo todos e vou lendo durante o trajeto de ida e volta do serviço, afinal são quase 3 hs dentro do bus, Uma viagem ! mas por ser em SP-capital , muitooooo estressante :cry:

Vou continuar minha leitura do seu e dos outros pois estou montando meu roteiro par Abril/2010.

Mas já adianto q ,devido ao seu livro" já mudei o meu roteiro.. ::lol4::

Depois volto para finalizar...rsss

 

 

Bjssssss

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