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Bolívia, Peru, Chile - 18/05/11 à 15/06/11 (Dicas)


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Olá galera da estrada!

 

Este é o relato da viagem que fiz pela Bolívia, Peru e Chile, realizada entre os dias 18/05/2011 e 15/06/2011 com meu amigo Everton e, posteriormente, minha nova amiga Lorena.

Ao todo foram 28 dias de muitas experiências, desastres, confusões e diversão!

Dividi o meu relato em duas partes: a primeira somente com as dicas, organizadas de forma bem objetiva; a segunda parte é o relato detalhado da viagem, que será postado em outro tópico.

 

De todas as dicas que temos para compartilhar com vocês vou começar com a mais importante que, na verdade, não é bem uma dica, mas um conselho.

Se você quer realmente aproveitar ao máximo sua viagem com todas as experiências e novidades que ela pode oferecer, eu lhe peço: não leia mais nenhuma dica! Pode parecer piada, mas vou explicar isso de uma forma melhor. Quando comecei a planejar esta viagem eu fiquei um pouco paranóica com os detalhes, os passeios, quanto tempo ficar em cada cidade, como economizar e gastar de forma consciente. Quando coloquei meus pés na Bolívia comecei a desconfiar que isso tudo tivesses sido uma grande bobagem. Quando cheguei em casa, no fim da viagem, tive certeza...

Quando você faz uma viagem para um lugar diferente e que você não conhece, a magia está justamente no “novo”, ou seja, na experiência, então não se grude em roteiros e relatos de forma muito dependente, pois assim você estará vivendo a experiência de outras pessoas e não a sua.

A melhor coisa de uma viagem é o que você pode desfrutar em termos de aprendizado, as pessoas que você conhece, a cultura em que você passa a se integrar. Se você já chegar num lugar sabendo todas as coisas que acontecem por lá, você exclui a possibilidade de experimentar uma novidade.

Outra coisa que, na minha opinião, pode estragar completamente uma viagem são os passeios “obrigatórios”, ou seja, aqueles que todo mundo faz quando está lá e você se sente na obrigação de fazer também. Não se esqueça que a maioria destes passeios é essencialmente um comércio turístico e a magia que você procura pode não estar lá. Essa magia eu encontrei na minha viagem, mas não foram em ruínas ou museus, mas na convivência com as pessoas e na grande troca de valores que essa relação pode trazer.

Sendo assim, não se sinta culpado em passar um dia todinho sentado numa praça observando o cotidiano das pessoas, muito menos em sair da cidade sem ter conhecido “aquele monumento famoso que todo mundo fala”.

Abandone suas tabelas, gráficos, roteiros, ou seja lá o que estiver escrevendo para controlar sua viagem. Se você não dispõe de muito tempo ou dinheiro, limite-se a definir quanto pode gastar e quantos dias poderá ficar... o resto acontece!

Lembre-se: essa experiência é SUA e, dicas, roteiros e relatos nenhuns podem transferir a você a grande magia de fazer parte de um universo completamente diferente do que você vive.

 

Bom, se depois disso tudo você ainda preferir as dicas, lá vai:

 

1) Quando chegar em uma cidade, pegue um taxi e procure hostals pelo centro. Os hostals ao redor dos terminais costumam ser mais caros e localizados em lugares perigosos se você ficar até tarde da noite na rua. Além disso, se você for ficar alguns dias na cidade não precisará pegar um táxi cada vez que quiser visitar o centro. Para o terminal você só irá uma vez, ou seja, quando resolver ir embora.

2) Não se restrinja a hostals com banheiros privativos, pois durante a viagem acabamos descobrindo que os compartidos muitas vezes são melhores e com água mais quente no chuveiro, além de serem mais baratos.

3) Ao comprar uma passagem, escolha a categoria do ônibus de acordo com a quantidade de horas que irá durar a viagem. Por exemplo: uma viagem que dura até 5 horas pode tranquilamente ser feita num ônibus comum; para uma viagem que dure de 5 a 8 horas escolha um ônibus semi-leito; já para uma viagem que dure mais 9 horas não abra mão de um ônibus leito 3 filas, pois o conforto é bem maior e você não vai chegar “esgotado” numa cidade pela manhã.

4) Se você fizer o trajeto Uyuni – La Paz (9 horas) escolha um ônibus leito 3 filas e em assentos na frente. Não se importe em pagar o preço que for por esse conforto, pois a estrada entre essas cidades é simplesmente terrível e isso não é exagero. No decorrer do relato vou contar detalhadamente o que nos aconteceu...

5) Os ônibus fazem paradas no meio do caminho em todas as viagens que durem mais de 3 horas e os lugares onde eles param será diretamente proporcional ao preço que você pagou na passagem e a qualidade do ônibus. Se viajar de dia não leve isso muito em consideração, mas a noite torna-se perigoso. Ônibus caros param em terminais rodoviários ou restaurantes, mas ônibus muito baratos param em botecos de vilarejos, o que é bem perigoso dependendo da situação.

6) Sempre que tiver chance, viaje a noite, pois assim você economiza grana com hostal e ainda por cima não perde tempo. Aproveite o dia para passear na cidade e não pra dormir num ônibus.

7) Não contrate pacotes de passeios em outra cidade que não a do passeio. Normalmente custam bem mais caros e você ainda tem que pagar o ônibus até a cidade. Por exemplo: em Sucre o passeio de um dia no Salar custa 100 dólares com o transporte até Uyuni por sua conta. Em Uyuni o mesmo passeio custa 200 bol.

8) Programa-se para não ficar sem dinheiro local num dia de domingo. Em algumas cidades as casas de câmbio não abrem e você fica sujeito aos preços dos cambistas na rua. Além disso, corre o risco de pegar notas falsas.

9) Se você vai passar por Santa Cruz de La Sierra aproveite para trocar todo o dinheiro que pretende gastar na Bolívia, pois foi o melhor câmbio que encontramos: 4 bolivianos por real. A partir daí só encontramos a 3,90 bol. por real e nos arrependemos muito de não ter trocado mais em Santa Cruz.

10) Na Bolívia ou no Peru, nunca aceite o primeiro preço oferecido. Pechinche sempre e não fique pensando que o povo é pobre e precisa do dinheiro que os estrangeiros trazem... eu pensei assim no início, mas percebi que pechinchar faz parte da cultura deles. Até entre eles acontece bastante isso. Você sempre vai conseguir um desconto... Se o primeiro não aceitar desconto, agradeça e vire as costas. Na maioria das vezes eles vão atrás de você para oferecer um preço melhor e se não forem, o concorrente dele ouviu a negociação e já chega em você com o preço que você ofereceu ao outro. Aí é só pedir outro desconto e você leva a compra por até metade do preço, às vezes.

11) Se você precisar ficar na cidade depois do horário que encerra sua diária no hostal, deixe sua mochila na recepção, eles não cobram por isso e é bem seguro. Claro que não é aconselhável deixar coisas de muito valor, mas pelo menos você não precisa ficar andando com mochilão nas costas.

12) O Salar de Uyuni não é frio, aliás, fica muito calor durante o dia. É só pensar que aquilo tudo não é neve e sim sal, o que reflete bem mais luz e faz você sentir calor. Não esqueça dos óculos de sol, isso sim vai fazer falta! Dizem que a noite esfria, mas não ficamos para saber. A cidade de Uyuni sim é muito fria, então prepare-se para se agasalhar.

13) Restaurante bom em La Paz: The Pot Colonial. O menu custa 30 bol. e você come uma sopa, um prato principal e ainda por cima a sobremesa. Se você for lá, escolha a sopa de arvejas com jámon (ervilhas com presunto) de entrada e millaneza de pollo (frango à milanesa) como prato principal. De sobremesa, as melhores que eu achei foram mouse de chocolate e torta de limão. Mande lembranças ao Pablo que é o garçom. Eu prometi a ele que ele ficaria famoso no Brasil...

14) Se você faz questão de conhecer o Chacaltaya, recomendo duas coisas: primeiro você deve procurar a agência no primeiro dia que chegar em La Paz, pois hoje em dia não são muitas pessoas que procuram o passeio (segundo nos disseram, somente brasileiros querem conhecer o Chacaltaya), então a agência espera reunir um número mínimo de pessoas para fechar o passeio; segundo que você marque o passeio para pelo menos uns três dias que você já estiver em La Paz, para estar completamente aclimatizado, pois a subida é difícil! Ah! Vale informar, o Chacaltaya não tem mais neve...

15) Para atravessar as fronteiras do MERCOSUL você não precisa de nada além de documento de identidade, mas com o passaporte fica tudo mais fácil. Se você vai viajar somente com identidade já leve algumas cópias, pois em algumas fronteiras será necessário. Caso você deixe pra última hora, faça isso antes de entrar na fila, senão você perde tempo na fila, tem que sair pra tirar cópia e depois voltar (ao fim da fila). Pelo que percebi, a cópia é usada para carimbar a saída no país e apresentar esse carimbo na entrada no outro país, por isso que com passaporte é mais fácil.

16) Quanto à carteira internacional de vacinação, não custa nada fazer, mas no nosso caso não precisamos dela em nenhum momento. Fiquei sabendo de pessoas que não tinham e tiveram que pagar “propina”, por isso que é melhor estar preparado. Você faz a vacina contra febre amarela no posto de saúde e depois leva a carteirinha de vacinação numa agência da ANVISA, onde eles te dão a carteira internacional. Você não paga nada por isso e leva cerca de 10 minutos. Fizemos a nossa no aeroporto, pouco tempo antes de embarcar.

17) O lugar mais barato na Bolívia para comprar presentes é no Salar de Uyuni e no Peru é no Vale Sagrado. Se, no Peru, você não vai fazer o passeio, pegue um táxi e vá só para comprar presentes, vale à pena.

 

 

TABELA DE TRANSPORTES

(ordem de acordo com o nosso roteiro)

 

ORIGEM DESTINO VALOR DURAÇÃO

Campo Grande - Corumbá (Fronteira): R$ 72,00 / 6 horas

Puerto Quijarro - Santa Cruz de La Sierra: Bs./127,00 / 17 horas

Santa Cruz de La Sierra - Cochabamba: Bs./90,00 / 8 horas e meia

Cochabamba - Sucre: Bs./60,00 / 10 horas

Sucre - Potosí: Bs./15,00 / 3 horas

Potosí - Uyuni: Bs./25,00 / 6 horas

Uyuni - La Paz: Bs./120,00 / 9 horas

La Paz - Copacabana: Bs./15,00 / 3 horas

Copacabana - Puno: Bs./30,00 / 3 horas

Puno - Cuzco: 40 soles / 7 horas e meia

Cuzco - Ollantaytambo: 40 soles / 1 hora e meia

Ollantaytambo - Águas Calientes: U$ 35,00 / 2 horas

Águas Calientes - Cuzco: 30 soles / 7 horas

Cuzco - Arequipa: 50 soles (aprox.) / 10 horas e meia

Arequipa - Tacna: 40 soles / 8 horas e meia

Tacna - Arica: 10 soles / 1 hora e meia

Arica - La Paz: 40 soles / 10 horas

La Paz - Santa Cruz de La Sierra: Bs./100,00 / 14 horas

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De todas as dicas que temos para compartilhar com vocês vou começar com a mais importante que, na verdade, não é bem uma dica, mas um conselho.

Se você quer realmente aproveitar ao máximo sua viagem com todas as experiências e novidades que ela pode oferecer, eu lhe peço: não leia mais nenhuma dica! Pode parecer piada, mas vou explicar isso de uma forma melhor. Quando comecei a planejar esta viagem eu fiquei um pouco paranóica com os detalhes, os passeios, quanto tempo ficar em cada cidade, como economizar e gastar de forma consciente. Quando coloquei meus pés na Bolívia comecei a desconfiar que isso tudo tivesses sido uma grande bobagem. Quando cheguei em casa, no fim da viagem, tive certeza...

Quando você faz uma viagem para um lugar diferente e que você não conhece, a magia está justamente no “novo”, ou seja, na experiência, então não se grude em roteiros e relatos de forma muito dependente, pois assim você estará vivendo a experiência de outras pessoas e não a sua.

A melhor coisa de uma viagem é o que você pode desfrutar em termos de aprendizado, as pessoas que você conhece, a cultura em que você passa a se integrar. Se você já chegar num lugar sabendo todas as coisas que acontecem por lá, você exclui a possibilidade de experimentar uma novidade. ....................

 

 

Ana,

 

Não concordo plenamente com sua opinião, acho que no mínimo, devemos chegar no local (cidade/país) conhecendo o que tem de interessante no mesmo e os preços praticados. Assim podemos escolher onde ficar e o que visitar, pois isso é o básico de uma viagem, com essas informações podemos, como você mesmo cita, passar o dia em um banco de praça observando a população local, eu particularmente, adoro fazer isso e um de meus locais favoritos é La Paz.

 

Mais, esse é meu ponto de vista.

 

::cool:::'> ::cool:::'>

 

Maria Emilia

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Não concordo plenamente com sua opinião, acho que no mínimo, devemos chegar no local (cidade/país) conhecendo o que tem de interessante no mesmo e os preços praticados. Assim podemos escolher onde ficar e o que visitar, pois isso é o básico de uma viagem, com essas informações podemos, como você mesmo cita, passar o dia em um banco de praça observando a população local, eu particularmente, adoro fazer isso e um de meus locais favoritos é La Paz.

 

Partilho da mesma opinião. De uma maneira geral, temos tempo e recursos limitados para viajar, e precisamos decidir como aplicá-los com alguma base. Senão podemos acabar perdendo tempo em lugares que não valem a pena, se hospedando em lugares ruins, pagando caro por não conhecer o preço médio dos passeio e tudo mais. Tudo bem, não precisa saber exatamente que horas você vai fazer o que, mas ter um roteiro organizado por dia, saber os meios de transporte que existem entre os locais, quais passeios existem e quanto custam só ajuda...

Editado por Visitante
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De todas as dicas que temos para compartilhar com vocês vou começar com a mais importante que, na verdade, não é bem uma dica, mas um conselho.

Se você quer realmente aproveitar ao máximo sua viagem com todas as experiências e novidades que ela pode oferecer, eu lhe peço: não leia mais nenhuma dica! Pode parecer piada, mas vou explicar isso de uma forma melhor. Quando comecei a planejar esta viagem eu fiquei um pouco paranóica com os detalhes, os passeios, quanto tempo ficar em cada cidade, como economizar e gastar de forma consciente. Quando coloquei meus pés na Bolívia comecei a desconfiar que isso tudo tivesses sido uma grande bobagem. Quando cheguei em casa, no fim da viagem, tive certeza...

Quando você faz uma viagem para um lugar diferente e que você não conhece, a magia está justamente no “novo”, ou seja, na experiência, então não se grude em roteiros e relatos de forma muito dependente, pois assim você estará vivendo a experiência de outras pessoas e não a sua.

A melhor coisa de uma viagem é o que você pode desfrutar em termos de aprendizado, as pessoas que você conhece, a cultura em que você passa a se integrar. Se você já chegar num lugar sabendo todas as coisas que acontecem por lá, você exclui a possibilidade de experimentar uma novidade. ....................

 

 

Ana,

 

Não concordo plenamente com sua opinião, acho que no mínimo, devemos chegar no local (cidade/país) conhecendo o que tem de interessante no mesmo e os preços praticados. Assim podemos escolher onde ficar e o que visitar, pois isso é o básico de uma viagem, com essas informações podemos, como você mesmo cita, passar o dia em um banco de praça observando a população local, eu particularmente, adoro fazer isso e um de meus locais favoritos é La Paz.

 

Mais, esse é meu ponto de vista.

 

::cool:::'> ::cool:::'>

 

Maria Emilia

 

 

Maria Emilia, concordo com você quanto ao conhecimento prático do local a visitar.

Talves não tenha me expressado bem, claro que é necessário um pouco de informação senão você fica muito perdido!

Outra coisa que queria ter mencionado, mas esqueci é a importância de você pesquisar sobre o lugar que está indo visitar. Tipo, a história do país, o tipo de regime governamental, líderes e mártires históricos, grandes revoluções, valorização da moeda, entre outras outras coisas que nos fazem entender a cultura do país que estamos visitando.

O que me fez escrever sobre é isso foi a neurose que eu tive antes de viajar e que observo em alguns mochileiros aqui. Eu já estava planejando os minutos quando percebi que era tudo um grande exagero! Depois de voltar conclui que as melhores coisas que me aconteceram foram em momentos de descobertas. Ex.: parece burrice, mas eu não sabia que pra fazer o passeio no Salar de Uyuni teria que ir até a cidade de Uyuni. Isso me fez ir a Sucre e depois Potosí, que eu não teria conhecido se soubesse o que fazer desde o início.

Por esses motivos é que estimulo um pouco de "desconhecimento". Nos dá a oportunidade de "patetear" um pouco e rir muito depois de tanta confusão! hehehehe...

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Alguém pode me tirar esclarecer um dúvida e dar dicas/sugestões.

 

Sou vegetariano, da pra "sobreviver" bem na Bolivia/Chile/Peru/Argentina?

 

A comida servida na trilha de MP tem opções sem carne?

 

 

Oi Rafa

 

Olha, na minha opinião dá sim... Existem restaurantes vegetarianos na Bolívia e os normais oferecem comida vegetariana no menu.

Na maioria dos passeios, quando você contrata o serviço na agência, eles te dão um voucher para preencher, onde você escolhe se come comida normal ou vegetariana.

Quanto à trilha não sei informar porque eu não fui, mas tenho quase certeza que terá opções também.

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