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Precisamos falar sobre conservação e as nossas atitudes durante o mochilão (e após também!)


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Hoje eu vim bater um papo diferente, mas muito sério que é sobre conservação. Eu sou bióloga e hoje quero trazer algumas dicas e reflexões para outros mochileiros como eu, sobre algumas coisas baseadas nos problemas mais comuns por mim observadas nas MINHAS experiências de viagem, aliada às MINHAS experiências profissionais.

Em todos os meus mochilões eu já vi e presenciei várias coisas que me preocuparam muito em vários aspectos sanitários e ecológicos, e que muitas vezes as pessoas não têm a menor dimensão dos impactos que suas atitudes podem causar pro ambiente, pra própria saúde ou para a saúde e a sobrevivência dos animais.

A primeira coisa que eu quero deixar claro é que eu não estou aqui para ter um papinho de “abraçadores de árvores”.  Falar que protege a natureza apenas tirando fotos abraçando as árvores, os bichos e as plantas, NÃO É PROTEGER A NATUREZA. Você só está sendo uma pessoa inútil no que tange à uma prática efetiva de proteção e conservação. Estou aqui para dar dicas que realmente farão diferença para o ambiente e a saúde de todos, e o porquê essas dicas farão diferença. E podem parecer dicas muito simples ou que não podem ter relevância, mas fazem MUITA diferença. E algumas parecem óbvias de serem escritas para alguns, mas infelizmente a maioria das pessoas não tem o menor bom senso. Então o óbvio, muitas vezes não é óbvio.

1. Vacine-se contra a Febre Amarela.

A febre amarela é uma doença causada por um vírus que ocorre naturalmente na América do Sul e na África. Se você morar ou viajar para estes lugares, há o risco de se infectar com o vírus através de picadas de algumas espécies de mosquito (que inclui o famoso e por nós tão conhecido mosquito da dengue, o Aedes aegypti). Além de causar doença em nós seres humanos, esse vírus também é capaz acometer os macacos de qualquer espécie. Assim, o vírus está sempre por aí circulando e de tempos em tempo, há algum desequilíbrio por diferentes razões e acontecem surtos grandes da doença. Muitos desses surtos são sustentados por um tempo maior do que o normal por falta de vacinação das pessoas, uma vez que os mosquitos picam pessoas doentes, se infectam e depois picam os macacos, transmitindo o vírus para eles. E vice-versa.

Ou seja, se você se vacina, além da sua própria vida, você também ajuda a diminuir a possibilidade dos macacos se infectarem com o vírus e morrer. E esse vírus mata muito ou pode deixar consequências graves para nós e pra eles. Não vacile.

E como falei, esse vírus ocorre naturalmente somente na América do Sul e na África. Em outros continentes e regiões, ele não ocorre. Se aparecer um caso por lá, será de alguém não vacinado, que se infectou antes em algum lugar na América do Sul ou na África. E não é à toa que a maioria dos outros países exigem que você apresente comprovante de vacinação contra a febre amarela, porque tudo o que eles menos querem é um problema no país deles. Imagine você chegar doente em um país em que a circulação do vírus não ocorre naturalmente. Aí um mosquito lá te pica e consegue transmitir o vírus para outras pessoas que moram lá e não são vacinadas, além dos próprios macacos. Ou seja, além de você, potencialmente você também poderia ajudar a matar ou a prejudicar a saúde de várias outras pessoas ou macacos. Além disso, pessoas doentes ou mortas se torna um problema econômico. E animais doentes ou mortos se tornam um problema ecológico e econômico também.

Então se você preza pela sua vida, a de outras pessoas e a dos macacos: Vacine-se. Essa é uma medida fácil, gratuita e muito eficaz para ajudar de alguma maneira útil a conservação dos macacos e todos os outros animais ou plantas que dependem da existência dos macacos.

2. Utilize aplicativos de celular para ajudar a conservação.

Existem vários aplicativos de ciência cidadã, que são muito úteis para o monitoramento dos animais pelos pesquisadores associados a esses aplicativos. Quero indicar dois em particular, que são aplicativos gratuitos e que são importantíssimos para ajudar na conservação de animais e prevenção de doenças no Brasil, como a própria febre amarela. Em outros países podem existir outros aplicativos similares, mas eu não sei indicar. Caso você tenha alguma indicação, indique-os por favor nos comentários desta publicação indicado o nome do aplicativo e para que ele serve. No Brasil, os aplicativos que eu indico são:

a)       Sistema Urubu: esse aplicativo é para registrar animais atropelados nas rodovias. A partir dos dados gerados pelas pessoas que usam esses aplicativos, registrando os animais atropelados, os pesquisadores conseguem identificar quais áreas esses atropelamentos acontecem mais. Assim, é possível propor estruturas de passagens de fauna por cima ou por baixo das estradas para garantir (ou ao menos tentar melhorar) uma travessia mais segura para os animais. A partir dos dados gerados também, os pesquisadores conseguem avaliar o tamanho e o declínio das populações de vários animais para propor outras atividades, inclusive projetos de lei que visam a conservação real dos animais. Você pode ler mais sobre o aplicativo no site: https://sistemaurubu.com.br/conheca-o-aplicativo/

 b)      Sistema SiSS-Geo: esse aplicativo foi elaborado pela Fiocruz. Nele você pode registrar tudo o que você quiser, sejam animais vivos ou mortos, atropelados ou não. A partir dos dados inseridos pelos os usuários, os pesquisadores conseguem identificar por exemplo onde pode estar começando o surto de doenças ou alguns outros problemas e trabalhar de forma preventiva para ela não se espalhar. Os pesquisadores também conseguem identificar a distribuição e o tamanho (aumento/declínio) das populações dos animais registrados para elaborar várias atividades e planos de manejo. Você pode ler mais sobre o aplicativo no site: https://sissgeo.lncc.br/apresentacao.xhtml#about

 Ambos os aplicativos funcionam de forma off-line no momento do registro, são leves (não gastam muita memória do celular) e são muito fáceis de mexer. Além disso, eles te dão o retorno sobre os seus registros, como por exemplo a identificação da espécie por você registrada e maiores informações sobre ela. Esses aplicativos também podem dar certificados de reconhecimento para as pessoas que mais informaram dados por ano. Uma espécie de campeonato saudável em que você ganha reconhecimento e os animais ganham ainda mais por você ajudar pesquisas de conservação deles.

3. Evite viajar a noite e respeite os limites de velocidade em ruas e estradas.

O Brasil é um dos países (se não for o maior) onde mais se atropelam animais silvestres. A cada segundo, 17 animais são atropelados por aqui. Os atropelamentos ocorrem o dia inteiro, mas a noite, em particular, existe uma maior chance de atropelamento de animais silvestres porque é exatamente à noite que a maioria dos animais silvestres se deslocam mais e que você tem uma menor visibilidade da estrada. Então se você puder, evite viajar a noite. Respeitar os limites do trânsito também é fundamental não apenas para a sua segurança e a das outras pessoas, mas dentro dos limites de velocidade você também consegue ter um maior tempo de resposta no volante caso um animal entre na frente do seu veículo. E se a gente quiser ir ainda um pouco mais além, uma menor velocidade irá gerar ruídos menos intensos, uma vez que a poluição sonora também pode ser bastante prejudicial para os animais.

Se você quiser conhecer mais sobre o perfil dos atropelamentos dos animais silvestres no Brasil, você pode consultar dados no próprio site do Sistema Urubu (https://sistemaurubu.com.br/dados/) ou no site do Centro Brasileiro De Ecologia De Estradas (https://ecoestradas.com.br/).

Sugiro você também a conhecer o trabalho incrível da “ViaFauna” desenvolvido por algumas pesquisadoras brasileiras que tem salvado muitos animais silvestres nas estradas do Brasil através de soluções de passagens de fauna. Site: https://www.viafauna.com.br/. Redes sociais: @viafauna

4. Cate o seu cocô e seu papel higiênico no mato.

Tá andando no mato, fazendo uma trilha ou qualquer outra coisa e não tem um banheiro disponível no local? É normal bater a vontade de fazer cocô e xixi em situações como essa. O xixi não tem muito o que fazer pois o solo provavelmente vai absorver. Mas você pode deixar o seu cocô e o papel higiênico usado lá? NÃO.  Sobre o cocô, embora ele seja um material orgânico e que vai se decompor mais rápido, ainda assim ele vai trazer um monte de problemas. Seu cocô NÃO É adubo para as plantas e solo.

O primeiro problema é a contaminação do solo. Por mais que você tome banho e seja uma pessoa higiênica, não tenha doenças e tenha uma dieta maravilhosa - cocô é cocô: haverá zilhões de microorganismos ali e talvez até substâncias tóxicas para o solo. E impactando o solo, você impacta as plantas, que por sua vez impactam os animais.

O segundo problema é que se você tiver alguma parasitose (e provavelmente terá porque é impossível não ter parasitos nos nossos intestinos por mais vermífugos que possamos tomar*), você irá contaminar esse solo ou cursos de água, espalhar seus vermes e protozoários por aí para outras pessoas e animais. A grande maioria das parasitoses (vermes e protozoários) tem suas rotas de contaminação através do contato com solo contaminado ou ingestão de água ou comida contaminada. E mesmo que você não veja mais nenhum resquício de fezes em um determinado local, os ovos dos parasitos podem ficar viáveis no solo ou na água por muito tempo (por até anos), ou podem ser carreados e espalhados pelo ambiente por diferentes maneiras.

* Uma observação importante: Não podemos sair por aí tomando vermífugo todo mês, todo semestre ou todo ano. Assim como as bactérias criam resistência ao uso indiscriminado de antibióticos, os vermes e os protozoários também podem se tornar resistentes caso você use vermífugos de forma indiscriminada e sem a real necessidade. E embora não seja muito noticiado, já estamos enfrentando há muito tempo problemas no mundo todo, incluindo o Brasil, de resistência aos vermífugos em diversas parasitoses. Inclusive, alguns casos de resistência já foram relatados após ao uso indiscriminado e sem o menor embasamento científico de eficácia do uso de ivermectina e cloroquina para o tratamento de COVID-19 (embora comprovadamente a gente saiba que alguns vermes políticos tenham ganhado muita grana com isso e ainda foram aplaudidos sendo chamados de mitos).

O terceiro problema é a contaminação dos cursos de água e lençol freático. E nós e os animais dependemos de beber água. Acho que esse item até dispensa explicação, né? Mas vou contar um caso. Uma vez fiz um mochilão para o Monte Roraima. Teoricamente era proibido fazer cocô ou xixi próximos aos cursos de água. Como fazer então? Todo mundo tem que levar uma sacolinha plástica e carregar durante toda a viagem o seu cocô e papel higiênico dentro da sacola. Os guias até te dão cal para você colocar junto ao cocô na sacola para não gerar mau cheiro. Se você não se sentir confortável de carregar a sua própria sujeira, então pague por esse serviço. Não tem dinheiro para pagar e não quer carregar? Não vá. Porque não pode fazer cocô lá no meio do mato e simplesmente deixar lá, muito menos próximo aos cursos de água ao longo do caminho. Qual é o resultado? Que sempre há imbecis que fazem exatamente o que não pode.

Um monte de gente faz cocô e deixam papeis higiênicos sujos e espalhados para tudo que é lado, especialmente nas partes mais altas do caminho. Consequentemente, todo mundo se contamina com água na parte de baixo. Eu por exemplo, peguei lá uma giardíase resistente, passei muito mal por meses depois da viagem e custei a conseguir me livrar do parasito. E lembro que o Monte Roraima recebe milhares de pessoas todos os dias do mundo inteiro, que carregam e espalham pelo ambiente através dos seus dejetos, diferentes tipos de microrganismos, contaminando diferentes pessoas e animais.

O quarto problema é que o cheiro do seu cocô vai atrair bichos, como mamíferos, répteis, anfíbios, aves e insetos. Eles podem comer, cheirar, cavoucar, entre outras coisas. E nessas interações, eles podem se contaminar com microrganismos nossos ali, e ter um problema grande de saúde. Por exemplo, nós podemos eliminar o vírus influenza pelas fezes. Mesmo que você não esteja apresentando nenhum sintoma de gripe ou resfriado, se você estiver contaminado e eliminando o vírus, você pode contaminar animais. Muitas aves por exemplo são susceptíveis a alguns dos nossos vírus influenza. Um outro exemplo recente é o próprio SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19. Se estivermos contaminados, mesmo sem sintomas, vamos eliminar o vírus também através das fezes. E se um animal entra em contato com esse material fecal contaminado, ele pode se contaminar e adoecer também. Isso por exemplo já foi verificado em vários lugares do mundo de adoecimento ou até morte de felinos (leões, tigres, onças), veados e outros animais por COVID19 derivado de contaminações através do contato com pessoas, seus lixos e excrementos.

Eu poderia fazer uma lista infinita de microrganismos comuns na gente, que são eliminados nas nossas fezes e que podem contaminar, adoecer e matar vários animais silvestres. Mas acho que com esses quatro problemas e alguns exemplos já deu para você perceber o quão prejudicial é deixar o seu cocô no ambiente, sem contar o próprio prejuízo estético e o mau cheiro que outros viajantes precisam suportar no ambiente. E lembre-se que você não é a única pessoa que caga no mundo. Então se a cada 100 pessoas, apenas uma deixar seus dejetos para trás ou de uma maneira inapropriada, dependendo do local de visita, isso pode representar um enorme quantitativo de sujeira e contaminação. O caso da minha experiência no Monte Roraima por exemplo. Na minha visão, lá é um dos locares mais espetaculares que eu já fui na minha vida e recomendo a todos conhecerem. Mas de longe é o lugar mais imundo que já visitei. Passei por trechos no caminho que tinha muito mais cocô e papel higiênico sujo no chão do que alguns banheiros públicos de carnaval ou rodoviária no Brasil. Nojentaço.

Portanto, se você estiver em uma área de conservação, como por exemplo parques nacionais, em qualquer lugar do mundo, leve uma sacola com você e recolha o seu cocô e o papel usado para você descartá-lo depois mais adequadamente. Mas se acontecer alguma situação imprevisível, no mínimo enterre as suas fezes. Faça um buraco no chão e jogue solo por cima para que ele minimamente não fique ali tão exposto. E NUNCA na sua vida faça junto a nascentes ou cursos de água.

Todas essas dicas e problemas relatados se referem também ao papel higiênico. Papel higiênico, embora possa se decompor em poucos meses ou anos (dependendo do tipo ambiente), ainda assim é um lixo ali. E ainda por cima é contaminante pro solo, pra água e pros animais, o que é pior ainda. E lembro que qualquer descarte inadequado de lixo, é crime ambiental na maioria dos países do mundo.

5. Cate o cocô do seu cachorro ou gato EM QUALQUER LUGAR.

De uma maneira similar ao item anterior, as fezes dos nossos cães e gatos também podem ser um baita problema pro ambiente, pra saúde humana e pra saúde dos animais silvestres. Então quer ajudar na conservação? Recolha os dejetos dos seus animais de estimação, seja em uma área urbana, na praia ou em qualquer outro lugar em que seja permitido o acesso dos animais.

Como eu já disse: Cocô é cocô. Não importa se seu animal é bem cuidado e tratado, ele também terá um zilhão de microrganismos nas suas fezes e podem prejudicar pessoas e animais. Um exemplo muito clássico por exemplo é o vírus da cinomose em cães. Esse vírus não afeta os seres humanos, mas pode afetar e matar vários outros animais, especialmente canídeos silvestres, como raposas, lobos, zorros, chacais, coiotes, etc. Mesmo que seu cachorro seja vacinado e não adoeça, ele pode disseminar o vírus para animais silvestres. E a principal forma disso acontecer é através das fezes. Uma outra lista infinita de outros exemplos envolvendo os problemas derivados das fezes de cães e gatos também poderia ser citada aqui, mas você é inteligente e tenho certeza que nessa altura do campeonato você já entendeu o recado.

6. Ande com seus cães e gatos somente na guia.

Eu acredito que a maioria das pessoas já se deparou com cães ou gatos correndo ou andando em parque, praias, trilhas e outros ambientes sem guia segurada pelos donos ou tutores. E a alegação é sempre a mesma: “Não se preocupe, ele não morde”, “Ele é bonzinho”. E se acontece algum problema, a alegação é sempre a mesma: “Ele nunca foi assim”, “Não sei o que aconteceu”, “Para Rex! Que coisa feia, não foi isso que eu te ensinei”.

Gente.... (Uma respiração bastante profunda aqui)

Pare de ser essa pessoa imbecil que anda com os cães e gatos sem segurá-los na guia. Desculpe por ser tão grosseira, mas é o único adjetivo que eu consigo descrever pessoas que fazem isso porque para a maioria delas não é só uma questão de não ter bom senso, mas é também de arrogância. Várias pessoas acham que o espaço é delas e de seus animais, que só os outros que os devem respeitar (e f***-se para as pessoas ou até mesmo outros animais que possam ter medo). A maioria dos tutores também acham que controlam seus animais em 100%, que seus animais são adestrados/obedientes o suficiente para atender aos seus comandos a qualquer momento e em qualquer situação. Crenças como essa, além de arrogantes, são de uma inocência quase infantil.

Novamente, cães e gatos não são pequenos serumaninhos. Por mais inteligentes, calmos, adestrados ou qualquer outra coisa que sejam, lembre-se que são animais que têm seus próprios comportamentos e instintos. Se o animal tem dente, ele pode morder sim.

Então, a primeira coisa é: ninguém é obrigado a gostar dos nossos animais por mais lindos, fofos, carinhosos, calmos, mansos, amigáveis que eles possam aparentar. Da mesma forma, os outros animais, incluindo os cães e gatos de outras pessoas, também não. Encontros inesperados na trilha, por exemplo, podem gerar tensão entre animais e pessoas. Seus animais podem chegar perto de pessoas que têm medo ou que podem ficar apreensivas por não conhecer o seu animal. E se acontecer algum tipo de acidente, seja com pessoas, outros animais domésticos ou animais silvestres, você pode responder juridicamente por isso.

Segunda coisa: seu animal pode até ser amigável com outros cães e gatos, mas se ele invadir o espaço de um outro animal, ele pode ser visto como uma ameaça para o outro animal ou para o seu tutor. Então se ele for atacado, a culpa ainda continuará sendo sua. Se você gosta do seu cão ou gato, não deixe ele chegar perto de ou interagir com outros animais ou pessoas sem guia e sem permissão do outro tutor.

Terceira coisa: Cães e gatos são um dos maiores problemas para conservação de animais silvestres no mundo inteiro devido à predação e transmissão de doenças. Eles matam muito bicho. O que não falta é trabalho científico mostrando isso e os dados são absurdamente alarmantes. Instinto é instinto. E eles podem (e provavelmente irão) caçar, matar, amedrontar, brincar, ou manipular outros animais. Não seja inocente achando que seu animal não faz ou faria isso. Novamente: eles não são pequenos seres humanos que podem julgar o que é certo ou errado e você não tem controle sobre o instinto do seu animal por maior que seja o grau de adestramento dele. Então, se você quer ajudar na conservação de espécies, não deixe seu animal fora da guia. Usando a guia, você terá um pouco mais de controle sobre o seu animal, o que garante uma maior proteção da fauna local. Fora a questão da própria segurança do seu animal.  

7. Não alimente ou toque nos animais. QUALQUER UM.

Eu sei que dá vontade de pegar ou dar comida na boca da maioria dos bichos, especialmente mamíferos. Mas não pode. No que se refere à comida, pode acontecer vários problemas associados. Exemplo: os animais se habituarem a receber comida dos turistas e, consequentemente, perderem o hábito de busca pelo alimento no ambiente. E isso leva a vários outros problemas nutricionais e de comportamento.

Por exemplo, se você dá uma fruta, como banana, para um macaco, a ingestão de muitas calorias pode levar ele a desenvolver uma espécie de diabetes e reduzir a expectativa de vida do animal. E o que eu sempre escuto é: “Mas foi uma única vez! Uma só não tem problema!”

Talvez você possa oferecer apenas uma única vez na sua vida, mas se juntar às outras pessoas que também pensaram como você e também deram uma única vez na vida delas, os macacos comem frutas hipercalóricas praticamente todos os dias. Além disso, pode aumentar a incidência de cárie nos macacos e assim diminuir a expectativa de vida deles.  Outro problema é a obesidade, uma vez que os animais não gastam tanta energia procurando comida e ainda por cima costumam consumir grandes quantidades de calorias com essas frutas. Outro problema é que as frutas nativas que eles iriam consumir, vão ser menos consumidas. E consequentemente, a dispersão das sementes daquela fruta fica prejudicada e a reprodução dela fica prejudicada. Outro problema é que com muita oferta de alimento fácil no ambiente, os animais terão tempo e energia de sobra pra poder ser reproduzir descontroladamente, o que poderá levar a problemas de desequilíbrios ecológicos, de saúde e de comportamento entre os animais. Veja por exemplo vídeos de primatas na Índia e no Sudeste asiático e você verá exatamente isso acontecendo.

Além disso, ao alimentá-los você pode transmitir doenças para eles. Por exemplo, uma das coisas mais comuns que eu já vi e outros colegas já viram também aqui no Brasil, são micos doentes ou mortos com herpes derivados do contato com pessoas. Especialmente aquelas que compartilhavam a fruta com o animal. Por exemplo, a pessoa dava uma mordida em uma maçã ou uma banana e oferecia o resto para o animal. E a pessoa não precisa estar com a boca perebenta pra transmissão acontecer. Praticamente todo mundo porta o vírus herpes no organismo, mesmo que nunca tenha manifestado lesões. Assim, potencialmente, sempre poderemos transmiti-lo a qualquer momento. Tô dando o exemplo aqui do vírus da herpes e os primatas, mas isso se aplica também a vários outros animais e a vários outros patógenos.

E da mesma forma que nós podemos transmitir doenças para os animais, eles também podem nos transmitir ou nos ferir. Gente, animal silvestre não é cachorro e gato! As vezes o macaquinho tá lá todo meigo pegando fruta na sua mão, mas ele pode te morder ou arranhar do nada. E isso é muito sério! Pandemias começam assim: você entrando em contato com microrganismos de animais silvestres. Da mesma forma que mortes (como através da raiva) e perdas de membros também podem acontecer assim. Não seja inocente achando que não vai acontecer com você porque o animal parece bonzinho, ou para os jovens místicos, “porque rolou uma conexão e uma energia entre vocês”.

Novamente: Animais não são pequenos serumaninhos. Se você quer ajudar a conservá-los, respeite os hábitos e comportamentos deles. Inclusive isso é uma das coisas mais importantes que aprendemos em cativeiros conservacionistas, que são aqueles que visam a recuperação, preservação, reprodução e reintrodução de animais silvestres: evite tocar nos animais.

 8. Não fomente instituições/pessoas picaretas que se vendem sob a bandeira de conservação.

Sabe aquelas instituições que você tira foto abraçado com o leão? Sabe aqueles programas em TV aberta que promovem o sensacionalismo correndo atrás de animais, os manipulando desnecessariamente, pagando pessoas para capturar/matar animais por um suposto prol da causa de proteção? Sabe aquelas pessoas ou celebridades que invadem laboratórios de pesquisa/canis/zoológicos e “libertam” os animais de lá? Pois é. Nenhum deles está de fato ajudando na conservação. Muito pelo contrário: só atrapalham. E ao fomentar seus trabalhos pessoalmente ou virtualmente, você também não está ajudando em NADA.

Você quer ajudar instituições e projetos?

- Visite e divulgue instituições e projetos que realmente fazem um trabalho sério;

- Apoie financeiramente, compre livros, chaveiros, lembrancinhas ou qualquer outro material gerado por esse projeto para dar uma força financeira para essas instituições e projetos;

- Tente entender o porquê aquele projeto realmente existe e a importância da sua existência – não apenas visite esses projetos para ver bichos;

- Seja voluntário ou se você tiver alguma ideia legal para melhorar o projeto, compartilhe com os gestores do projeto as suas ideias – A conservação é feita por pessoas que trocam ideias!;

- Conheça parque e reservas nacionais, estaduais e municipais. Quanto mais a gente visita, mais a gente aprende sobre a importância e leva valorização turística e financeira para aquele lugar. (E uma dica: os parques nacionais brasileiros estão entre os lugares mais fantásticos que eu já visitei!);

- Busque aprender mais sobre ciência, os animais, os ambientes, histórias locais e como as coisas funcionam. Boa parte do medo que temos de animais, por exemplo, vem apenas do desconhecimento sobre aquele animal. Da mesma forma que muitos acidentes que nos envolvemos em trilhas e montanhas, vem de práticas inseguras que fazemos por não sabermos que aquela nossa ação pode ser muito perigosa. A arte de mochilar também está em sair da sua zona de conforto nos conteúdos que você consome o tempo inteiro nas mídias, internet e livros.

Segue abaixo ALGUMAS instituições e projetos que eu recomendo fortemente que você conheça no Brasil. Lembro que existem muito mais do que essas. Lembro também que fora do Brasil também há milhares de outros projetos e instituições. E se você tiver alguma indicação, deixe nos comentários o nome do projeto e a rede social, por favor, para que mais pessoas possam conhecer:

 

Redes sociais:

Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) - @institutoipe

Instituto Nacional de Pesquisas na Amazônia (INPA)

Instituto Chico Mendes - @icmbio

Instituto Pró-Restingas - @prorestinga

Instituto de Biologia Marinha (Bióicos) - @projeto_bioicos

Instituto Tamanduá - @institutotamandua

Instituto Últimos Refúgios - @ultimosrefugios

Instituto Arara Azul – @ institutoararaazuloficial

Projeto Tamar - @projeto_tamar_oficial

Projeto Tatu Canastra - @projetotatucanastra

Projeto Tubarão - @projetotubarao

Projeto Baleia Jubarte - @projetobaleiajubarte

Projeto Muriqui - @mib_muriqui

Projeto Onças do Iguaçu - @oncasdoiguacu

Projeto Ariranhas - @projetoariranhas

Projeto Felinos da Cantareira - @felinosdacantareira

Projeto Quatis - @projetoquatis

Projeto Guariba - @projetoguariba

Projeto Ararinha Azul

Projeto Harpia Brasil - @projetoharpiabrasil

Ong Aquasis - @ongaquasis

Ong Waita - @waita.ong

Projeto Manati - @projetomanati

Projeto Marsupiais - @projetomarsupiais

Projeto Aves Migratórias do Nordeste - @avesmdonordeste

Projeto Verde Mar - @projetoverdemar

Menos um lixo - @menos1lixo

Podcasts:

Desabraçando Árvores (fala sobre ecologia e conservação de uma maneira que realmente é feita na prática);

Que bicho é esse (é o spin off do Deabraçando Árvores em que cada episódio fala sobre um animal específico);

Bionote (fala sobre alguns projetos de conservação desenvolvidos no Brasil e suas experiências);

Morcegando cast (fala tudo sobre morcegos e este podcast é meu!) - @morcegandocast;

Bióicos (fala sobre conservação da vida marinha);

Ciência suja (mostra como picaretas – que geralmente tem fortes vínculos/apadrinhamentos políticos, e pessoas de má fé que usam/vendem práticas pseudocientíficas, e ganham muito dinheiro em cima disso com a falta se senso crítico e falta de educação científica básica das pessoas);

Verde Mar (programa de jornalismo somente sobre pautas ambientais);

Vozes do Planeta (Entrevistas e temas socioambientais);

O tempo virou (fala sobre conscientização ecológica abordando os dilemas da vida cotidiana e os novos tipos de práticas, tecnologias e ideias que já existem e fazem diferença pro planeta).

 

9. Contrate guias credenciados e regularizados.

Sempre que sentir necessidade de contratar guias ou a contratação seja obrigatória, dê preferência para guias locais. E SEMPRE contrate guias credenciados e regularizados.

Guias ilegais em geral não preservam bem os locais visitados, não fortalecem as comunidades locais e há inúmeros relatos de problemas. Inclusive vários bem sérios, como abandonos de turistas nos locais, assaltos e até estupros. Eu mesma presenciei o abandono de uma mulher no alto do Monte Roraima e ela estava em estado de hipotermia, além do próprio abalo psicológico.

Ao contratar guias credenciados e regularizados você terá uma segurança maior, uma vez que eles conhecem bem a região e têm treinamentos e noções básicas de primeiros socorros. Além disso, eles preservam muito mais os locais de visitação, vigiam de perto as atitudes dos turistas guiados por eles para manter a preservação local, te darão explicações que deixarão seu mochilão mais enriquecedor e você ainda fortalece economicamente e socialmente a comunidade local, que terá ainda mais ímpeto de preservação local justamente porque é benéfico para eles.

 

10. Ande sempre no meio da trilha.

Se estiver andando em um parque ou uma unidade de conservação, ande sempre na trilha já marcada e no meio dela. Quando você começa a andar em locais não demarcados para tal finalidade ou nas margens da trilha, você está ajudando a compactar o solo. Consequentemente, a vegetação tem uma maior dificuldade de recuperação e você pode promover o alargamento daquela trilha que é já é uma área de impacto na área visitada. Fora da trilha ou em suas margens, você também tem uma maior chance de se acidentar com animais peçonhentos.

 

11. Comporte-se em cavernas.

Cavernas são ambientes muito sensíveis e frágeis, seja ela de qualquer lugar do mundo e composta por qualquer tipo de rocha. E só o fato de você entrar nela você possivelmente já estará causando algum tipo de impacto somente com a sua respiração. A questão é: visitar cavernas é muito legal! E a própria visitação é uma maneira de promover a sua importância e, consequentemente, a importância da sua conservação. Eu particularmente AMO cavernas e aonde eu estiver, se tiver alguma, eu vou. Mas em qualquer uma? Não. De qualquer jeito? Não.

A gente só pode visitar cavernas em que a visitação seja autorizada e acompanhada, em qualquer lugar do mundo. Pelo menos é isso que deveria ser feito. Para a sua própria segurança física e de saúde, visite apenas cavernas autorizadas pois nela haverá estudos de onde você pode ir e pisar, e se é seguro respirar lá dentro (sim! Nem sempre é seguro respirar em algumas cavernas por diferentes motivos). Acidentes em cavernas costumam ser fatais. Imagine você entrando em uma caverna sem autorização dos órgãos ambientais ou outros órgãos responsáveis. Aí uma estalactite cai na sua cabeça: provavelmente morte na certa. Ou você pisa no chão achando que era firme, ele se quebra e você despenca de uma altura de 10 metros: provavelmente morte na certa. Ou você escorrega em uma pedra e fica preso ou pode ser levado por alguma correnteza de água próximo: provavelmente morte na certa. Ou você se perde nos infinitos labirintos que geralmente as cavernas têm: provavelmente morte na certa.

Cavernas estão entre os meus mochilões preferidos, mas é um ambiente perigoso e por isso a visitação deve ser feita somente naquelas que têm autorização para receber visitantes. Além disso, você NUNCA deve ir a uma caverna sozinho. Guias, condutores e espeleólogos especialistas naquela caverna devem obrigatoriamente te acompanhar. Eles conhecem a estrutura, onde pode ir ou não, e te darão apoio para qualquer emergência.  

NUNCA NA SUA VIDA quebre estruturas da caverna como estalactites ou estalagmites para levar de lembrança. Aliás, tente não encostar em nada. A formação das cavernas é um processo lento e que depende do escoamento das águas. Qualquer estrutura lá dentro demora milhares de anos para formar e caso você simplesmente encoste em qualquer lugar, nossa gordura corporal impregna na rocha e interrompe o processo de formação. Mesmo que apenas uma única pessoa tenha encostado por míseros 3 segundos. Isso também serve para evitar acidentes com animais, especialmente aranhas. Nas cavernas brasileiras por exemplo, é extremamente comum encontrar a aranha marrom (Loxosceles spp.), que é uma aranha que tem um veneno bastante perigoso para gente, podendo causar necrose na região da picada e até a morte.

Ande APENAS onde estiver marcado para andar ou o guia indicar. Além de atrapalhar o processo de formação da caverna, você pode quebrar estruturas, cair, escorregar, entre outros problemas. Nunca corra ou pule dentro de cavernas.

Quando for tirar fotos, não use o flash. A luz do flash pode ajudar a promover a proliferação de algas nas paredes das cavernas, que atrapalham o processo de formação daquele ambiente e pode prejudicar os bichos que vivem ali.

Também não pode escrever/pichar/pintar/esculpir ou qualquer outra coisa.

Quando você visitar cavernas, FALE BAIXO. A vibração da sua voz pode prejudicar a formação das estruturas da caverna e dependendo do grau de fragilidade da estrutura, até trincá-la ou quebrá-la. A vibração da sua voz também pode causar estresse nos animais que nela vivem, especialmente os morcegos. E o estresse aos animais, podem matá-los ou abaixar a imunidade deles, deixando-os mais vulneráveis a doenças.

11. Não descarte cascas de frutas no mato.

Embora seja um problema bem menos impactante do que acontece com as fezes de pessoas e animais domésticos (ver tópicos 4 e 5), cascas de frutas também não devem ser descartadas no mato. Porque muito provavelmente ela estará contaminada por fungos ou agrotóxicos, que podem causar problemas também no ambiente.  Além disso, existe o risco de transmissão dos seus microrganismos (da sua boca ou mãos) para os animais que comerem, lamberem ou manipularem essas cascas.

 

12. Não use protetor solar em áreas de nascentes e de recifes de corais.

Obviamente o protetor solar é importante para nossa saúde e todo mundo deve usar diariamente (#usefiltrosolar), mas não podemos usá-lo em algumas áreas como nascentes e recifes de corais. E embora eu esteja me referindo ao protetor solar, isso também serve para qualquer outra coisa que passamos no nosso corpo, como hidratantes, bronzeadores, óleos, cremes de pentear, finalizadores para cabelo, etc.

Mesmo que seja um cosmético que seja vendido como “ambientalmente saudável” ou “Não agride a natureza”, na verdade dá problema sim. Os componentes químicos e óleos desses cosméticos podem intoxicar várias espécies de áreas aquáticas, especialmente os microorganismos e os recifes de corais. Intoxicar e/ou matar microorganismos aquáticos irá desestruturar toda a cadeia trófica do ambiente e ciclos de nutrientes que dependem desses microorganismos, incluindo de produção de oxigênio para o planeta.

Como alternativa, você pode usar aquelas blusas de proteção UV para não ficarem tão susceptíveis a queimaduras.

13. Escolha bem seu shampoo, condicionador e sabonetes.

Todos os cosméticos e sabões são um grande problema para os animais aquáticos. Então, se for tomar banho em uma cachoeira ou lago, a recomendação é não usar.

Mas se você como eu, que já precisou disso durante um mochilão por estar há 4 dias sem banho dormindo em um carro na beira da estrada, use pelo menos alguma marca que agrida menos o ambiente, como sabonete de coco ou vegetal. Nem pense em Seda, Palmolive, Pantene ou todas essas marcas mais baratas e conhecidas.

Não sei te indicar nomes de marcas ideais, mas se você der um Google, dá pra achar outras marcas mais “eco-friendly”. Quanto menos óleo e menos espuma o produto gerar, melhor para o ambiente.

14. Não promova a caça e o comércio ilegal de animais silvestres.

Repita comigo: “Caçar não é esporte”.

Repita comigo: “Eu falo que caçar é legal porque assim eu me sinto poderoso(a) e isso afaga meu ego frágil”.

Caçar não é nem de longe uma prática pró-conservação e não preciso nem dizer que é crime. Existem sim SITUAÇÕES ESPECÍFICAS em que a caça é permitida e regulamentada, e que podem ter diferentes objetivos envolvidos, inclusive a conservação de outras espécies. Mas não é o caso de 99,9% dos casos em que a caça ocorre e as pessoas querem participar.

E quando eu falo em não promover a caça, não é só ir lá no meio do mato a pé ou em um rio de barco e caçar não. Envolve muito mais coisas do que isso, como por exemplo:

- Não pescar peixes proibidos (como o pintado) ou em épocas proibidas (você pode consultar informações sobre os peixes e períodos proibidos no site dos governos federais e estaduais);

- Não comer carnes “exóticas”, como tatu, pangolim, veados, tubarão, arraias, jacarés ou outros animais silvestres que não foram reproduzidos em cativeiro para o fim de abate;

- Não comprar cosméticos, pomadas ou remédios caseiros/milagrosos/sem eficácia comprovada/sem regulamentação por órgãos competentes (como a Anvisa, no caso do Brasil) que utilizam partes de corpo de animais que não foram reproduzidos em cativeiro para o fim de abate;

- Não comprar chifres, dentes, garras, penas, pelos e outras coisas para fins decorativos, estéticos ou religiosos/ritualísticos;

- Não comprar animais silvestres em mercados, na internet ou diretamente com pessoas. Mesmo que essa pessoa argumente que está vendendo por razões que você julgue justas.

A caça e o comércio ilegal de animais, além da extinção ou declínio das populações das espécies caçadas e todas as outras que dependem dela em algum grau, também representa um sério risco para a saúde de todas as pessoas. Outra forma de ajudar, além de não promover as atividades que dei de exemplo acima, é denunciar pessoas ou empresas que fazem isso. E lembro que denúncias podem ser feitas de forma anônima.

Outra forma de ajudar, é nas eleições votar em candidatos que não promovam ou incentivem a caça. E que também proponham soluções sócio-econômicas de combate à fome, à miséria, à desigualdade social e desenvolvam projetos educacionais, de conservação, e inventivos fiscais e tecnológicos para práticas agrícolas, de agropecuárias, de mineração e de produção de energia mais eficientes, porém menos danosas (e já existem várias soluções e propostas interessantes no mundo).

Considerações finais

Eu espero que essas dicas tenham sido úteis e que elas possam te ajudar a ter um mochilão mais ambientalmente correto. Como eu disse, não são atitudes tão difíceis assim, mas elas podem fazer uma real diferença para a conservação de espécies. E se em algum momento do texto você se identificou de alguma maneira ou te gerou algum tipo de incômodo grande, isso é um sinal muito claro de que você precisa rever as suas atitudes ou talvez até buscar ajuda.

Não adianta a gente querer conservar os animais esperando apenas grandes atitudes ou projetos de lei sobre esses assuntos. Cada atitude conta e faz uma mega diferença. Quer ver um mundo melhor? Comece por você revendo as suas atitudes nos seus mochilões e no seu cotidiano. “Seja a mudança que deseja ver no mundo”.

E sinta-se à vontade para dar outras dicas úteis e que podem realmente fazer a diferença para promover a conservação de animais, plantas, ambientes e povos tradicionais.

Editado por Érica Munhoz
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Pena que a maioria dos governos e das pessoas do mundo estão pouco se importando para essas dicas.Educaçãovem de berço.Quando não se tem,não se tem. Bom exemplo é na República Dominicana :esgoto a céu aberto e falta de canalização de águas pluviais, ou seja,além disso agredindo o meio ambiente, o povo joga lixo em todos os lugares e não é por falta de coleta,sim costume mesmo.É lixo?Qualquer lugar, não importa aonde,e sim se livrar dele. 

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  • 1 mês depois...

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