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PÃO DE AÇUCAR DO MAMANGUÁ


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  • Membros de Honra

Já percorri praticamente todo o litoral brasileiro e não pude deixar de me encantar com praias incríveis em Pernambuco, com sua maravilhosa Porto de Galinhas. E não seria justo que eu não citasse o incrível litoral de Alagoas , as sensacionais praias Baianas, o lindo litoral do Rio Grande do Norte , as vilas perdidas do Ceará como a própria Jericoacoara, enfim , do Rio Grande do Sul ao Pará, o litoral do Brasil é um encanto só.

 

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Mas , porém, entretanto, todavia , NADA , nada mesmo se compara ao LITORAL NORTE DE SÃO PAULO e as praias do Rio de Janeiro , que fazem divisa com o Estado Paulista. Simplesmente porque são perfeitas quando à nossa mente vem aquela visão de paraíso. São centenas de praias cobertas de florestas, muitas totalmente selvagens e desabitadas , grande parte delas com rios de água doce lambendo a areia.

 

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Pois bem, estando curtindo parte das férias em UBATUBA, resolvi mostrar para minha filha, uma joia bem na divisa dos dois Estados , um lugar mágico que eu já havia percorrido duas vezes em travessias memoráveis e foi assim que o SACO DO MAMANGUÁ entrou mais uma vez no meu radar.

 

O objetivo não era propriamente fazer a travessia completa do SACO e nem tão pouco emendar com a fabulosa TRAVESSIA DA PONTA DA JOATINGA, mas tão somente subir o PICO DO PÃO DE AÇUCAR, um dos maiores ícones à beira mar do Brasil, ainda que hajam outros.

 

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Saímos cedo do Centro de Ubatuba, eu , a Julia e o Murilo e o nosso destino seria o encantador vilarejo de PARATY MIRIM, pouco mais de uns 40 minutos após deixar a divisa de Estados e ignorar a entrada para Trindade . Já fazia uma década que eu não pisava em Paraty Mirim e me surpreendeu terem asfaltado a estradinha até uns 2 ou 3 km antes do vilarejo e fico imaginando que só não chegou até lá por alguma questão ambiental e de preservação.

 

 

 

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(Praia de Paraty Mirim)

 

A vilinha cresceu bastante em uma década, mas continua tão charmosa quanto antes, com sua igrejinha história contemplando a praia. Praia que aliás, estava com uma transparência única.

 

 

 

 

 

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( Julia)

 

Assim que chegamos , já fomos interceptados por uma senhora que já nos conduziu para um estacionamento, onde tivemos que pagar 20 reais pela estadia do carro pelo dia todo. Perguntei sobre algum barco que pudesse nos levar para o outro lado do SACO do Mamanguá e logo já chegou um barqueiro para negociar os preços. O preço da lancha rápida fica em torno de 240 reais por grupo de uns 6 , mas infelizmente como estamos só em 3, teremos que arcar com o custo total , em torno de 80 reais por pessoa ida e volta , caro, mas não tínhamos escolha. Na verdade até tínhamos.

 

Aqui faço um parêntese: Para economizar uma grana , existe uma trilha que poderia nos levar direto para a margem direita do saco em mais ou menos uma hora de caminhada e estando nas bordas do saco, poderíamos pagar metade desse preço, atravessando numa cano a remo ou até a motor. Mas , poderíamos , se quiséssemos , botar nossas coisas num saco estanque e fazer a travessia a NADO e num dia de muito sol, eu faria isso com certeza, mas confesso que não é para qualquer pessoa e talvez não valha mesmo o risco . Mas enfim, nós não temos tempo , a tarde a previsão era de chuvas, então vamos de lancha mesmo .😁😁😁😁

 

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O dia já se aproximava da metade quando a lancha nos desova na PRAIA DO CRUZEIRO, depois de navegar por menos de meia hora e no caminho já fomos nos deslumbrando com o ROCHOSO que é o nosso objetivo do dia . Uma pedra monstruosa que desafia o nosso espírito aventureiro , não só pelo próprio Pão de Açúcar, mas também por outros gigantes da mesma cadeia de montanhas.

 

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A própria PRAIA DO CRUZEIRO já é uma joia, com águas calmas e transparentes onde geralmente hoje chegam as pequenas embarcação, digo hoje , porque uma década atrás arrumar transporte era quase um parto e geralmente dependíamos de algum barquinho de pesca indo pra lá.

 

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( Praia do Cruzeiro)

 

Assim que desembarcamos , já combinamos com a cara da lancha pra nós pegar de volta lá pelas 17 horas , assim poderíamos almoçar quando descessemos do Pico. Antes de botarmos os pés na trilha , a Julia e o Murilo foram atrás de banheiro ali no Camping e restaurante do seu Orlando, um nativo das antigas e eu aproveitei para dar um mergulho e aplacar o calor insuportável que fazia .

 

 

 

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(Murilo)

 

A trilha para o PICO sai atrás do rancho de barco , subindo a esquerda , mas hoje está sinalizada com uma placa e não há como se perder. Já começa subindo e em apenas 5 minutos , deixamos essa trilha em favor de outra que sai à DIREITA , essa sim a própria trilha que vai nos levar para o Pão de Açúcar.

 

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De agora em diante não tem conversa , a trilha não vai arrefecer em momento algum e como faz um calor insuportável, a Julia e o Murilo começaram a sofrer um pouquinho , com a inclinação do terreno e com o mormaço que os fazem derreter. Não há visual algum , é só floresta , o puro suco da Mata Atlântica que é nos jogado a cara .

 

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(Trilha )

 

A cada 100 metros de desnível que se ganha é hora de respirar e comemorar , tomar um gole de água, enquanto eu conto uma mentira para eles , dizendo que estamos perto , aquela motivação que não pode faltar : - VAMOS, VAMOS , JÁ ESTAMOS CHEGANDO. ( Rsrsrrsrsr)

 

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Não há bifurcações na trilha que possa confundir algum desavisado ou principiante , mas pouco antes de chegarmos a clareira que antecede a subida final, uma saidinha a direita nos leva a um mirante numa pequena rocha , mas que não vale nem a pena perder tempo , já que o "gran finale " já está a menos de um minuto a frente , quando atingimos os cerca de 400 metros de altitude, hora de parar , juntar o grupo , beber uma água e nos preparar para o espetáculo.

 

 

 

Já chegamos a pouco mais uma hora de caminhada, pouco para quem está acostumado a caminhar o dia todo em travessias , mas temos que lembrar que por estarmos sem peso, é um ritmo alucinante desde o nível do mar até os quase 400 metros da clareira . E aqui nessa clareira que antece a subida final só na rocha , há uma placa que informa a altitude do cume e avisa para se tomar cuidado com as borda da montanha. Mas o que ninguém sabe ao chegar até aqui , é que essa clareira não existia até 2012 e foi aberta justamente por mim e mais 2 amigos . Claro, não tinha árvores, mas foi preciso que limpássemos o local , retirando touceiras de capim rasteito para podermos montar nossa barraquinha. Eram tempos de montanhismo raiz e é claro que hoje não haveria mais motivos para isso, já que acampar ali , agora é proibido , mas hoje a pequena CLAREIRA DDJ( Divanei, Dema, Jony) ficou como um marco importante do lugar , porque também pode servir de área de proteção em caso de tempestades com raios, onde seja necessário abandonar o cume imediatamente.

 

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(Clareira DDJ)

 

A subida final é totalmente na encosta rochosa . Metro à metro, vamos saboreando cada passo dado ,cultivando as nossas expectativas sobre o cume, deixando que os nossos olhos se acostumem com a luz que reflete na montanha, até que que somos invadidos por completo por um AZUL estonteante , que entra na nossa alma e nos apresenta um dos maiores espetáculos do litoral do Brasil .

 

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Ali está ele , o grandioso SACO DO MAMANGUÁ, visto de cima dos 425 metros de altitude do PÃO DE AÇUCAR . Não há quem não se emocione ou não se sinta privilegiado com uma vista dessas. QUE LUGAR FANTÁSTICO !!! Um canal que se estende terra adentro com cerca de 10 km e que é alardeado por ser o único FIORDE que temos no Brasil.

 

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E não é pouco, além de uma paisagem de tirar o folego, o SACO DO MAMANGUÁ exibe dezenas de prainhas , trilhas, vilas caicaras, cachoeiras, mangues , aldeias indígenas, envolvidas em águas claras que são o paraíso dos esportes aquáticos.

 

 

 

Eu havia estado no cume do Pão de Açúcar do Mamanguá uma década atrás, mas o tempo não estava tão bom quanto hoje, mas é como se fosse minha primeira vez . A Julia e o Murilo também parecem encantados com a paisagem e procuram obter umas boas fotos , enquanto eu não me aguento e desço a encosta rochosa desescalando até chegar as bordas da montanha.

 

 

 

Mas o Pão de Açúcar pode até ser o Pico mais famoso, mas está longe de ser o mais alto , porque na extensão da cadeia de montanhas, outro ROCHOSO bicudo chama a atenção, seguramente uns 100 metros acima de onde estamos..

 

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A priori, a minha intenção era subir esses cumes rochosos, mas a previsão era de grandes tempestades no final do dia e como não há uma trilha aberta até eles , pelo menos não como essa que nos trouxe até o Pão de Açúcar, resolvi que seria inviável e perigoso ficar exposto a raios , então já nos alegramos por poder tido a oportunidade de ainda pegar a vista aberta .

 

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Gastamos cerca de uma hora e quinze minutos pra chegar até o cume e vamos levar de meia hora a quarenta minutos , pra voltar à PRAIA DO CRUZEIRO, já que a volta é só descida e sem nenhuma parada. E foi bom termos nos apressado porque foi só o tempo de dar um mergulho no mar e já sermos apanhados por uma tempestade que balançou tudo , ventos fortíssimos que fizeram as embarcação e os coqueiros entortar.

 

 

 

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Aproveitamos para esperar o mal tempo passar , almoçando um PF no restaurante ali na Praia do Cruzeiro. Se não tivesse chovido, poderíamos nos perder em tantas outras prainhas ali por perto, mas já havíamos ganho o dia , estávamos satisfeitos, com a MONTANHA e com a VIDA.

 

NOVEMBRO/2023

 

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  • 2 meses depois...
  • Membros de Honra
Em 03/01/2024 em 13:31, rafa_con disse:

Divanei, quero ser que nem você quando eu crescer. Mesmo nos relatos simples e honestos eu me inspiro demais. Obrigada por compartilhar mais um.

Valeu muito menina, num mundo onde algo que tem mais de 2 parágrafos praticamente não é mais lido, fico feliz que alguém aianda perdeu seu tempo com um relato. Obrigado, abraços.

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