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DIA 1: SANTA CRUZ DE LA SIERRA

Acordei às 3h da manhã para conseguir pegar o voo para São Paulo às 6h40. Despachei as malas com calma (calma essa que estava até estranho, pq geralmente atraso e chego na correria) e fui aguardar meu voo. Tudo na maior tranquilidade. Cheguei em SP e desembarquei no terminal 2, que era o mesmo em que eu iria despachar as malas pela BoA. Andei o terminal todo e não achava o balcão de check-in da cia aérea. Ao perguntar descobri que os funcionários só abriam o balcão às 10h30. Lá fui eu gastar um bom dinheiro para tomar café da manhã no aeroporto. Fiquei sentada fazendo hora e morrendo de sono e 10h30 fui para o local que haviam me informado que era a BoA. Cheguei lá e já tinha uma fila enorme, mas nenhum funcionário.

Eu achava que eu estava levando muita bagagem até eu chegar na fila, pessoal estava levando carrinhos lotados de malas. Lá identifiquei um pequeno grupo de mochileiros. Quando os funcionários iniciaram o atendimento, a fila foi andando. E em um certo ponto fica um funcionário verificando se fizemos o check-in e pedindo para apontarmos para um Qr-code para preencher o formulário da Aduana.

Como uma pessoa 80% do tempo organizada, eu já havia feito check-in há 2 dias e isso me permitiu "furar a fila". Acho que não levei nem 20min para ser atendida e a funcionária ainda deixou eu despachar a mochila de ataque, que sinceramente, tem tanta coisa que nem sei mais se a chamo de ataque.

Depois disso fui para a sala de embarque... ao passar pelo raio x foi aquela humilhaçãozinha básica de ter que tirar a bota e sair catando as coisas enquanto eu andava de meias pelo aeroporto.

Eu fiz o seguro com a Hero e no momento da contratação eles me informaram que eu teria direito a utilizar a sala vip. Eu como uma mochileira de baixa renda fechei o seguro com eles justamente por isso. Lá fui eu procurar a tal sala vip, que ninguém sabia onde ficava, depois de muito perguntar desisti e desembolsei mais uma grana na Starbucks mesmo.

Horas e horas esperando e começa aquela sacanagem de mudar o portão e o povo todo correndo. Depois de um pequeno atraso, liberaram o embarque e logo consegui entrar. 

Sobre a BoA, achei o avião bem espaçoso até. Se comparar com a GOL, achei o espaço entre as poltronas bem bom. As poltronas não são confortáveis, mas nada que cause incômodo. Aí começa a chuva de azar... trânsito pra decolar... sim, tinha uma fila de aviões aguardando autorização para decolar e nisso perdemos quase 1h. O avião me parecia um pouco instável, mas não entendo disso para falar com propriedade. De comida eu entendo e posso falar kkk. Serviram um sanduiche de queijo e presunto bem gostosinho e um bolinho com gotas de chocolate. Veio um sachê de maionese também. Para beber tinha refrigerante, café, suco e água. Tem a opção de café com leite também. Optei pelo refri, que pro meu azar veio quente e sem gelo... eta porra meu estômago agradece e logo mandou sinais de que isso não deu certo. Na metade do voo eu já estava sofrendo com fortes dores no estômago, que já não tinha acordado muito bem e foi só piorando. E adivinhem quem despachou o remédio de estômago?  Sim, eu mesma. Catei um Buscopam que estava na minha bolsa há alguns anos e tomei, mas eh claro que não adiantou nada.

Quando o avião começa a descer eles distribuem os formulários para serem preenchidos por quem vai desembarcar na Bolívia, para o meu desespero eu não tinha nenhuma caneta na bolsa.

Lá fui eu fazer a Imigração com o medo estampado na testa de me pedirem o certificado da covid, que não consegui emitir previamente,  pois a mocinha que me aplicou a 2a dose não lançou no SUS e eh como se eu não tivesse tomado e um pouco antes da viagem me informaram que como isso foi em 2021 eles não conseguem mais retificar.

Para meu total alívio, não me pediram nem comprovante da covid e nem mesmo o da febre amarela. Só fizeram algumas perguntas e carimbaram minha entrada. Aproveitei para me informar sobre o preenchimento do formulário e a atendente me explicou que não tinha problema, pois eu já tinha preenchido previamente de forma virtual e que era só mostrar o Qr-code na Aduana.

Cheguei na retirada de bagagem e minhas mochilas já estavam no chão. Catei tudo e foi bem tranquilo passar pela Aduana.

Mermão... quando saí tive a sensação de ter voltado para o Rio de Janeiro. Santa Cruz tava pique Errejota de tão calor que tava e eu de casaco.

Achei uma casa de câmbio e troquei 200 reais. Tava 1 real para 1.60bs. Não eh das melhores, mas precisava pagar o uber e o hostel.

Chamei o uber e uns 3min depois o carro chegou. Do aeroporto para o Centro deu uns 35...40min de carro. O uber aqui aceita cartão, mas estou evitando usa-lo, me organizei para utilizar cartão de crédito somente se houver emergência.

Me hospedei no Nomad Hostel, a diária custou 82bs. A hospedagem é super bem localizada,  em frente a Catedral e a pouquíssimos passou da plaza principal. Na recepção conheci outra brasileira que estava no meu voo e no mesmo quarto que eu. Logo fizemos amizade e decidimos sair para dar uma volta, já que teríamos pouquíssimas horas nessa cidade. Ao lado do hostel tem uma casa de câmbio e a cotação estava melhor... 1.80bs. Andamos pela praça e nos encantamos. Estava bem cheia e com várias manifestações culturais. Entramos na Catedral, mas devido ao horário avançado, não conseguimos subir a torre. Demos uma volta pela cidade, visitamos umas exposições de arte e decidimos ir até o Ventura Mall jantar.

Lá gastamos 68bs para comer bem... optei pelo bife de chorizo que estava muito bom. Voltamos para o hostel e minha nova colega tinha que dormir, pois ia sair de madrugada para pegar um voo para outra cidade. Fiquei no bar do hostel aproveitando para atualizar minhas redes. Depois tomei um banho e fui dormir.

De madrugada escutei quando minha colega acordou para se arrumar e ir embora. Pensei em acordar para me despedir, mas o cansaço era tanto que optei por continuar dormindo.

Mal sabia eu que deveria ter acordado, assim evitaria o PRIMEIRO PERRENGUE da viagem!

 

CONTINUA...

 

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5 horas atrás, Pericles David disse:

Aguardando a continuação!!

Fala Pericles! Blz? Prometo que posto outro capítulo nos próximos dias. As coisas estão meio corridas por aqui, amanhã estou indo para o Salar, mas acredito que conseguirei postar o próximo ainda essa semana.

Editado por Maritrin
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Nossa que legal estou super animada com seu mochilao acompanhando tudo que vc fala aqui....queria saber seu Instagram pra te seguir por la, mas desejo muito boa viagem e vai nos atualizando de tudo mulher estou tão curiosa eu irei pra Bolívia em Janeiro 

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Em 14/09/2024 em 23:31, brendapaco disse:

Nossa que legal estou super animada com seu mochilao acompanhando tudo que vc fala aqui....queria saber seu Instagram pra te seguir por la, mas desejo muito boa viagem e vai nos atualizando de tudo mulher estou tão curiosa eu irei pra Bolívia em Janeiro 

Eu e meus filhos também iremos para a Bolívia em Janeiro, mochilão Bolívia - Chile. 

]

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  • 5 semanas depois...
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Dia 2 - Santa Cruz de La Sierra

O dia já começou com emoção... Acordei aproveitei para dar uma olhada nas minhas redes tranquilamente. Quando desci da cama e me levantei para tomar banho e me arrumar é que tive a surpresa... PUTA QUE PARIU, CADÊ A MINHA BOTA????

Lembram dela na foto do post passado? Sim, ela foi levada enquanto eu dormia! 😡. Passei alguns minutos xingando e me perguntando como seguiria viagem apenas com um par de havaianas e um par de tênis casual. Nada como um banho frio para nos fazer organizar os pensamentos né. Foi lá que me dei conta que muito provavelmente quem pegou minha bota, teria sido a brasileira que jantou comigo ontem e saiu do hostel de madrugada para pegar um voo para Uyuni. E vocês acham que eu peguei o contato dela ontem à noite? Não né!! A única coisa que eu me lembrava era que ela tinha um nome diferente, mas do nome em si eu não lembrava de jeito nenhum.

Fui na recepção e relatei o ocorrido e informei que provavelmente ela havia confundido as botas de madrugada quando se arrumou no escuro. O recepcionista me informou que não havia nenhum contato dela no cadastro, que sinceramente nem eu lembro de ter feito quando me hospedei. Foi aí que tive que acionar uma das minhas habilidades... encontrar pessoas na internet. Como havíamos conversado na noite anterior, sabia de alguns detalhes e encontrei um perfil que parecia ser o dela. Mandei mensagens pelo FB e IG na esperança né.

Voltei pro quarto e como não basta ser um pouco azarada, tem que ser azarada pra caralh*... escorreguei no banho e perdi uma unha e pra completar a bota dela era menor que a minha e não cabia no meus pés. E lá fui eu de havaianas para a rodoviária. Eu decidi ir de manhã comprar minha passagem pra Sucre para escolher bem a empresa, pois é uma viagem longa e já vi alguns relatos que dizem ser perigosa também, talvez por isso muitos optam por fazer esse trecho de avião. Quase peguei o Uber para o terminal errado, sorte que o motorista se ligou e me perguntou. O correto é Terminal Bimodal.

A rodoviária estava com pouco movimento, algumas pessoas tentam abordar na porta, mas nada muito diferente da Novo Rio, no Rio de Janeiro. Dei uma olhada e já tinha boa referência da El Mexicano e decidi ir por ela mesmo. Gastei 130 bs por uma poltrona suíte cama. Sei que outras empresas oferecem passagens mais baratas e é possível negociar. Mas a gente chega numa fase da vida que preza pelo conforto e fica sem paciência pra negociar. Eu to nessa fase.

Voltei para o hostel e andei um pouco pela cidade, mas de dia basicamente não tem o que fazer/conhecer e o sol é muito forte. Comprei água e uns snacks no mercado e fui almoçar ao lado do hostel... menu completo por 20 bs. 

Fiquei fazendo hora no hostel, troquei mais dinheiro e umas 17h fui para a rodoviária, pq eu não sabia como era o trânsito essa hora. Cheguei rápido lá. Meu busão só ia sair às 19h. Aí sim tive um gostinho do que é uma rodoviária na Bolívia. Totalmente diferente de mais cedo, não sei se a maioria dos ônibus só saem à noite. Estava muita cheia, muita gente gritando os locais de destino na tentiva de vender passagens. Pessoas vendendo cuñapes, uma espécie de pão de queijo. Eu queria ter experimentado, mas como meu estômago não tem um bom histórico e a viagem era longa, achei melhor não.

Paguei o uso do terminal, na Bolívia não está incluso na passagem, e fui para o local de embarque. To lá quietinha com minhas mochilas tranquilona porque o bus ainda não tinha encostado... até que descubro que eles tem costume de parar um atrás do outro da mesma empresa e que o meu era o de trás e já estava quase saindo... Lá fui eu desesperada dando mochilada nos bolivianos.

O ônibus da El Mexicano é bem confortável e relativamente novo. Ar condicionado funcionava, tinha banheiro porém não sei as condições, mas antes de sair o motorista avisou que o banheiro era só pra xixi kkkkk. Do meu lado foi uma cholita bem simpática que tentava puxar assunto comigo. Mas eu estava tão consumida pela raiva por causa da minha bota, que não conversei quase. A cholita se enchia de meias, casacos e cobertores e eu ali de chinelo, calça jeans e moletom achando que em algum momento eu ia congelar. Vi várias pessoas tomando remédios, fiquei com receio e mandei um Dramin pra dentro. O ônibus atrasou bem pouco pra sair, mas demorou mais de 1h para conseguirmos de fato sair da cidade e pegar a estrada. Em alguns pontos entram pessoas no ônibus vendendo coisas para comer e beber. 

Não demorou muito e eu apaguei. Tenho poucas lembranças da viagem, mas tenho a sensação de que haviam muitas curvas no trajeto.  

Ah... e durante a viagem, consegui falar com a mocinha que levou minha bota, embora o ocorrido, eu sentia que não havia sido de propósito. Combinamos de destrocar nossas botas, mas não íamos mais nos encontrar durante a viagem. Então pedi que ela deixasse a minha em um hotel em Uyuni e me passasse o nome. E a dela eu havia deixado no hostel de Santa Cruz, pois eu não ia ficar andando com meus dedos encolhidos né. Ela ia voltar para Santa Cruz antes de mim para retornar ao Brasil.

Enquanto isso, segui viagem no melhor estilo carioca... de havaianas! 

Próxima parada: Sucre!

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