Mochilão em casal - Panamá, Costa Rica, Colômbia e Equador (set 24)

[Rafael Tavares CWB]

Desculpem quem estava lendo, mas estou de volta e tentando terminar o relato antes de fazer um ano da viagem kkk

Dia 15

Era pra ser uma noite tranquila onde bebemos em um bar no terraço de um hostel, mas acabamos empolgando. Estavam vendendo ingresso pra uma balada dentro de um ônibus. 70 k COP open bar, da meia noite até as 4 h da manhã.

Pelo que entendi com o meu espanhol intermediário pra baixo, esses ônibus paravam em bares em diferentes bares da cidade.

Acho que teria sido uma experiência diferente que valeria a pena, principalmente para solteiro. Vimos vários desses ônibus circulando pelo barrio El Poblado. Mas, como era nosso último dia em Medelin deixamos pra lá, pois tínhamos pensado em voltar cedo, pois tínhamos voo no dia seguinte.

Meia noite o bar fechou e fomos pro bar ao lado tomar a saideira. Lá entrosamos com uns colombianos e uns belgas. Minha esposa fez amizade com as colombianas e eu fiquei trocando ideia com 3 malucos, desenrolando no inglês e no espanhol.

Pra mim uma das melhores coisas de viajar pra fora do país é esse intercambio cultural.
Depois que acabou lá, os belgas foram embora e nós fomos pra uma balada com os colombianos. Pior que perdemos a linha tomando shot de aguardente antioqueno e tomamos um porre absurdo kkkk

Mas valeu a pena. Foda que no outro dia acordamos atrasado e quase perdemos nosso voo pra Bogotá. Tivemos que gastar uns 130 reais de uber pra chegar a tempo. Plano era ir de ônibus.

[Rafael Tavares CWB]

Dia 16
Primeiro dia em Bogotá peguei um hotel mais confortável, porém a localização era horrível. Região central da cidade, valeu a pena pelo custo-benefício, pois aluguei sabendo da situação. Emiti por 7,5 k smiles, pois tinha que torrar uns pontos que estavam prestes a vencer.

Mas de noite tinham alguns noias e prostitutas na rua. O pessoal do hotel falou que não era recomendado sair a pé, só taxi ou uber durante a noite.

Dá para ter uma noção pq o hotel fecha as portas com uma tranca pesada, dá para ver na foto. Parecia o filme expurgo kkkkk

O hotel era ok, com um terraço com uma vista legal, mas a localização era péssima. Tiramos o dia para descansar e recuperar um pouco o porre do dia anterior.
 

[Rafael Tavares CWB]

Dia 17

Durante a manhã aproveitamos para conhecer o centro histórico de bogotá e o museo botero. Fizemos o checkout posteriormente e migramos para um airbnb na Candelária, próximo ao Chorro de Quevedo, por 150 reais a diária pegamos uma kitnet em uma ótima localização.

 

Abaixo fotos do museu Botero, chorro de quevedo e preços de refeições baratas.

[Rafael Tavares CWB]

No dia seguinte fomos ao Monserrate, que é um templo religioso que fica a muitos metros de altitude, e de onde você tem uma visão foda da cidade toda.

Muita gente sobe a pé, alguns descalços e outros até de joelhos para pagar promessas. Mas a real é que é uma subida absurda, então a maioria dos turistas sobe de teleférico ou de funicular.

Único lado ruim desse passeio são as filas, pois lota demais. No domingo é um pouco mais barato, então lota ainda mais. No meu caso acabei indo na segunda cedo, então perdi uma hora e pouco na fila mais ou menos. Mas tem gente que fala que chega a perder 3 horas.

Diria que esse passeio é indispensável pra quem visita Bogotá. A vista lá de cima é sensacional.

De lá fomos para o La Perseverança Distrital Market. Nesse lugar foi gravado um episódio de uma série da netflix, que abordava comidas locais na américa latina.

Acabamos não comendo lá pois estava cedo.

Depois, como já é de regra fomos conhecer mais um estádio de futebol. Fomos visitar e conhecer o famoso El Campin.

De Monserrate até o La Perseverancia pegamos uber, depois até o El Campin pegamos ônibus.

 

 

 

 

 

 

Editado Junho 9 por Rafael Tavares CWB

[Rafael Tavares CWB]

No outro dia cedo tivemos que nos despedir de Bogotá e partir para o próximo e último destino que seria Quito no Equador.

Mas, como voo direto de Bogotá pra Quito era caro, preferi quebrar o trecho fazendo um voo de Bogotá até Ipiales, que é a cidade colombiana na fronteira com o Equador. E de lá pegar um ônibus de 5 horas até Quito.

Além da economia eu também sou maluco por fronteiras terrestres, e acho muito da hora cruzar fronteiras dessa forma. Clima de cidade fronteiriça é muito diferente na minha opinião.

Então fizemos isso, checkout do airbnb bem cedo, e pegamos voo de Bogotá pra Ipiales, que levou 1 hora e meia no máximo. Esse voo em dinheiro seria caro, mas viajar pela avianca com milhas smiles é muito barato. Custou 8,5 k milhas smiles + 30 reais de taxa de embarque. As milhas smiles me custaram menos que 13 reais, pq assinei o clube numa campanha promocional. Então, resumindo o voo custou menos de 140 reais com mala despachada. Se tivesse comprado em dinheiro acho que saía mais do que 140 só para despachar a bagagem.

Descendo em Ipiales pegamos um ônibus do aeroporto por 2 k pesos até o Gran Plaza shopping, e de lá pegaria um taxi até a fronteira por 15 k pesos em corrida privada, ou pagaria menos em taxi compartilhado.

Optamos pelo taxi privado, mas antes aproveitamos para dar uma volta no shopping e tomar um café, e aproveitar para gastar nossos últimos pesos colombianos. Apesar que o restante trocaríamos por dólar na fronteira.

Ipiales tem um aeroporto modesto e não é quase nada conhecida pelos brasileiros, mas há um templo religioso bem bonito por lá, e somado ao fato de ser uma cidade fronteiriça não tão pequena eu passaria um dia lá tranquilamente. No mercado por lá aproveitamos para comprar comidas e bebidas da colombia para levar embora para casa, pois já estávamos quase no fim do mochilão.

Vimos alguns relatos que diziam que essa fronteira era demorada, não sei se demos sorte mas foi bem tranquilo e rápido. Tanto a saída da Colômbia quanto a entrada no Equador.

Ali na fronteira de Ipiales(Colombia) com Tulcan (Equador) aproveitamos também para trocar os pesos colombianos que sobraram por dólares, que é a moeda do Equador.

A cotação dos cambistas estava melhor do que eu esperava, mas quando fui trocar o cambista tentou me dar um golpe e calculou o valor errado. Cara falou uma cotação e botou outra na calculadora. Mas eu sou macaco velho, e quando questionei ele fingiu que tinha confundido. Viajantes inexperientes possivelmente devem cair.

Depois de declararmos saída da Colômbia e entrada do Equador pegamos um taxi por 4 dólares da fronteira até a rodoviária de Tulcan.

Também havia opção de pegar um ônibus por 50 cents, se não me engano.

[Rafael Tavares CWB]

Muita gente iria preferir um voo direto de Bogotá para Quito, mas eu diria que esse trajeto pela fronteira e a viagem de ônibus foi uma das experiências mais interessantes da viagem toda para mim.

Ao chegar na rodoviária começou o maior choque cultural da viagem. Foi só parar com o taxi na rodoviária que vieram vários caras em cima se oferecendo pra carregar as malas

Quer dizer, nem dá pra dizer que eles se ofereceram, pq eles simplesmente chegaram metendo as mãos na mala. E mesmo falando que não precisava continuaram. Enquanto eu pagava o taxista, eles meteram as mãos nas malas.

Minha esposa se assustou e deu um grito nessa hora, então eles pararam. Se justificaram falando que podíamos ficar tranquilos, pois eles trabalhavam na empresa de ônibus que estava em frente.

Na real, é que lá fazem de tudo para vender qualquer tipo de produto. Nesse caso, o produto era a passagem de ônibus.

Mesmo depois de todo esse assédio, como estávamos em frente decidi perguntar o preço da passagem de Tulcan até Quito (230 km e 4 horas de viagem de carro segundo o google)

Eu já havia feito pesquisas antes da viagem, e sabia que o preço do trajeto era em torno de 7 dólares, o que me parecia extremamente barato para uma viagem longa. Mesmo assim, cheguei no guichê e perguntei o preço para ver se estava dentro do que havia pesquisado ou iriam cobrar mais, e responderam prontamente que era 7 dólares mesmo.

Mesmo o preço sendo satisfatório, como de costume para qualquer viajante experiente eu não iria topar de primeira, então agradeci e falei que já voltava. Logicamente iria ver outras opções na rodoviária ou pelo menos dar um tempo antes de fechar, pois aquele assédio foi bem bizarro.

Quando falei que já voltava eles baixaram o preço para 6 dólares. Achei bizarro, pois aqui no brasil é normal acontecer esse tipo de desconto pra vendas de ambulantes ou comércio informal, mas uma companhia de ônibus tem seus preços fixos em geral.

Perguntei sobre o horário em que sairia o ônibus e eles falaram em 20 minutos. Como queríamos sair o quanto antes acabamos topando.

[Rafael Tavares CWB]

Além disso precisamos pagar mais uma taxa de 0,25 centavos de dólar para ingressar no terminal. Para muitos essa taxa podia soar estranho, mas nada mais era do que a taxa de embarque. E além do preço irrisório eu também já tinha lido sobre, então fiquei tranquilo.

Depois de comprar a passagem falaram para nós aguardarmos o ônibus na sala da empresa. Na frente estavam os guiches onde duas mulheres vendiam passagens. Ficamos lá sozinhos de início, mas aos poucos chegavam esses funcionários que abordavam as pessoas trazendo malas e outras coisas para deixar ali na sala. Também chegaram outras duas mulheres, que pareciam ser mãe e filha para aguardar o ônibus ali com a gente.

Os vendedores traziam todo tipo de coisa para guardar ali, malas, mochilas, sacos de batata, pacotes.

Disseram que nos chamariam na hora de embarcar, mas do nada começaram a retirar as coisas sem falar nada. Imaginamos então que o ônibus já havia chego, saímos então da sala e entramos na rodoviária com o papel da taxa de embarque que havíamos pagado.

Entramos no ônibus e por ali aguardamos um pouco até o horário de saída. Ali na rodoviária já começaram a entrar os primeiros vendedores ambulantes, que vendiam basicamente de tudo. Desde marmita de arroz com frango, doces, frangos frito, sanduíches, acessórios para celular, sorvetes, etc.

Depois de pouco tempo parado o ônibus saiu. E achei estranho o ônibus estar tão vazio, pois não fazia sentido para mim uma passagem tão barata, pra uma viagem de 5 horas, e ainda vazio.

Logo após sair da rodoviária começaram a entrar mais pessoas. E aí entendi que muitos embarcavam do lado de fora para não ter que pagar a taxa de embarque, que era extremamente barata. Ali comecei a perceber a real dimensão da situação econômica do Equador

[Rafael Tavares CWB]

Duas quadras após a rodoviária o ônibus parou em uma rotatória. E eu pensei, poxa o cara não pode demorar tanto aqui, afinal ele está trancando o trânsito. Mas lá eles simplesmente ligam o foda-se.

O ônibus ficou parado ali por uns 15 minutos, e enquanto isso entravam e entravam mais pessoas, passageiros e vendedores.

Confesso que fiquei bem tentado a viver a experiência local experimentando uma marmita de arroz com frango, ou qualquer outra coisa de comer. Mas resisti, pois o medo de passar mal na estrada era muito maior.

Outra surpresa foi que até uma funcionária da empresa de ônibus vendia produtos kkkk

Ela ofereceu essa pomada com base de cannabis. Ela dizia que essa porra era boa pra tudo, pra dores de cabeça, estômago, cólica. Só faltou dizer que curava câncer e aids.

Essa vendedora, assim como tantos outros oferecia testes gratuitos sem compromisso. Alguns vendedores de comida ofereciam um pedaço para experimentar tbm

Enquanto ainda estávamos parados na rotatória veio a parada mais engraçada de todo o trajeto. Enquanto olhava pela janela do ônibus vejo lá no fundo da rua, vindo da direção da rodoviária, os caras que nos abordaram para vender passagem.

Eles vinham correndo com malas e com outras pessoas em volta, que iriam embarcar no ônibus. Eles eram incrivelmente bons na arte de vender kkkkkk

Enquanto se aproximavam do ônibus parou também um carro no meio da rotatória e desceu uma mulher. Oa caras simplesemente abordaram a mulher que desceu do carro e puxaram pelo braço até o ônibus e a mulher embarcou kkkkkkk

Mas o mais chocante foi ver ao fundo um maluco vindo com um cachorro na coleira. Eu pensei, não é possível que esse cara vai embarcar com o cachorro.

Acontece que não era um cachorro qualquer, era um pastor alemão. O cachorro foi lá para trás no ônibus e ficou deitado no corredor na última fileira ao lado do banheiro com o dono

Depois de todas essas bizarrices, e de aproximadamente 15 minutos parados o ônibus saiu. Mas a cada esquina, ou sempre que avistavam potenciais pessoas a embarcar um funcionário da companhia gritava - Quito, quito, quito. Suba, suba, suba.

Convidavam todos para subir no ônibus, que viajava com a porta aberta dentro dos centros urbanos para facilitar o acesso de passageiros em movimento. Nessa hora vários vendedores também aproveitavam para subir ao ônibus e comercializar os seus produtos.
E o pior é que o pessoal comprava de tudo mesmo.

Cada vez que subia alguém vendendo comida eu ficava mais tentado a arriscar, pois a fome já começava a bater. E com tantas paradas imaginei que seria difícil cumprir o prometido de 5 horas de viagem. No final acabaram sendo 6 horas e 30 minutos.

Mas mesmo assim me mantive firme e não tive coragem de comprar nenhuma comida 

[Rafael Tavares CWB]

Na saída da cidade mais uma parada pela polícia nacional do equador. Conferiram os documentos de todo mundo. E aparentemente eu e a minha esposa éramos os únicos turistas. O resto eram colombianos ou equatorianos.

Por esse motivo o policial pegou nosso passaporte e mandou descermos para abrirmos as bagagens.

Nesse momento já fiquei um pouco cabreiro. Apesar de não termos nada de errado, acho que todo mundo já ouviu relatos de polícias corruptas no interior de países da américa latina. Então ficamos apreensivos, mas no fim deu tudo certo.

O policial pediu para abrirmos nossas bagagens, olhou por cima, fez algumas perguntas e depois nos liberou. A bagagem que estava no maleiro ele não pediu para ver. Somente as que estavam conosco no ônibus.

Passada essa barreira o ônibus começou a andar melhor, com menos paradas.

O trajeto era lento, pois são muitas curvas para contornar as montanhas na cordilheira dos andes. Só a paisagem desse trajeto de ônibus, com tantas montanhas gigantes ao redor já vale a experiência da viagem de ônibus na minha opinião.

Na última foto destaque para o adesivo na janela. Proibido comer e animais, em um ônibus onde vendiam arroz com frango, hamburger, empanada e um pastor alemão vigiava o banheiro.
 

[Rafael Tavares CWB]

Chegamos em Quito um pouco depois das 18 h, descemos no terminal Carcelen. Estávamos sem internet e apesar de ser um trajeto fácil não queria arriscar pegar ônibus, com as mochilas, então tivemos que pegar taxi.

Até tentamos achar algum wifi ali por perto, ou algum restaurante para pararmos pra comer e para pedir uber, mas não achamos. Então pagamos 8 dólares no taxi até o hostel.

Uma parada bastante curiosa que me deixa intrigado quando estou fora do país é o contraste do preço das coisas. Pagamos 8 dólares de taxi do terminal até o hostel, e pagamos 6 dólares em uma viagem de ônibus de 6 horas.

Fizemos check-in no hostel, que era bem simples na verdade. Não gostei muito, mas era uma das opções mais baratas, com boa nota e boa localização. Localização na verdade costuma ser minha maior prioridade.

Chegamos cansados, então nesse dia só saímos para comer e voltamos.
O bairro era mais turístico, então a maioria das opções era cara. O prato das fotos em um restaurante simples custou 6,25 dólares. Eu curti bastante e era comida pra caramba, talvez não dê para ter noção na foto. Minha esposa não curtiu o tempero da feijão.