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Peru - dez dias em Cuzco, Aguas Calientes e Machu Picchu


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Estive no Peru, especificamente em Cuzco, Águas Calientes e Machu Picchu em maio/2011 e, por ter tirado diversas dicas do site, acho justo dividir minhas impressões e dicas de viagens com vocês.

 

Para o frio de maio, levei um agasalho de fleece e uma jaqueta de couro. A combinação dos dois, mais meias de lã que comprei por lá, seguraram bem com calça jeans. Leve em conta que não acampei nem fiz a trilha inca, ficando somente em área urbana. Se fosse ficar mais tempo exposto ao frio, não sei se essa roupa seguraria.

 

Levei dólares moeda, cartão VTN e habilitei meu cartão de banco para fazer saques lá, o que quase não foi necessário. Importante: habilite seu cartão daqui. Ligue para seu banco.

 

Fiquei cerca de dez dias na região de Cuzco / Machu Picchu. Pensei em ir a Ica, mas acabei ficando só em Cuzco. A cidade e linda, e vale a pena ser explorada com calma, e, como estive lá na época das eleições presidenciais, e o clima no interior estava bem tenso, com “paros” , bloqueio de estradas e greves. Como estava só, optei por ficar, o que não me arrependo.

 

Voei via TACA, saindo do Rio com conexão em Lima. Vôo tranqüilo com algumas sacudidas no trecho Lima – Cuzco. Havia reservado um quarto com baño privado no hostel Pariwana. Sobre o hostel, vale o escrito no site deles. Quarto e cama confortável (sem aquecedor), um edredon de respeito (o problema era sair debaixo dele) internet free, bar animado a noite, chá de coca disponível o dia inteiro. O único senão é o café da manhã, pão, leite, chá e geléia, com as demais opções pagas a parte. A localização do hostel é próxima a Plaza de armas, uns cinco quarteirões. O acesso é por uma rua com um suave aclive, morro abaixo na ida e morro acima no volta. Da para ir andando tranquilamente, mas na volta dos bares a noite é um clima meio estranho, recomendo voltar em grupo.

 

No primeiro dia (cheguei no meio da tarde), Tentei seguir a recomendação de descansar e aclimatar, mas não consegui. Cochilei um pouco e saí para dar uma volta. Tenho quarenta anos e sou fumante, e digo que caminhei bastante sem problemas, sentindo só um pouco em escadas e subidas.

 

Fiquei nas proximidades do hostel, visto que estava sozinho e, caso me sentisse mal ou algo do gênero, não seria bom estar distante. Jantei em um “pollo com papas”, saindo da rua do hostel e dobrando a esquerda (direção contrária da Plaza de armas). Restaurante bem local, onde se vende ½, ou ¼ de frango assado na brasa, com papas (batatas) fritas, com direito a um buffet meio muquirana de saladas. Comi nesse e em outros pollos com papas diversas vezes na viagem. Comida boa e barata, e sem muitos riscos. Comi também em muitos “menus turísticos” nas proximidades da Plaza de armas, também sem decepções, e uma noite na Chez Maggi, pizzaria, onde confundi catchup com molho de aji (pimenta) o que somado com a pinga que o garçon, ao saber que era brasileiro, insistiu que eu tomasse para conhecer a cachaça peruana, não me traz boas recordações. Enfim, faz parte.

 

Nessa primeira noite tomei algumas cuzquenas no bar interno do hostel e recolhi cedo. A noite faz um frio de rachar na rua, mas dentro dos bares é mais quente. Os bares da Plaza de armas têm chapelaria, portanto justifica ir encasacado.

 

Na manhã seguinte, após o café, saí para rodar na cidade. Comprei um chip da claro para meu celular para ligações locais e eventualmente ligar para casa (para o Brasil sai mais barato usar os locutórios espalhados pela cidade) e ter internet no celular, o que não consegui (apesar de tentar bastante – tanto na loja onde comprei o chip quanto por auxilio via telefone). Comprei o boleto turístico, necessário para a maior parte das atrações turisticas por lá, no Centro de Cultura na Avenida Sol, próximo ao hostel, e bati perna o resto do dia. A noite fui ao bar dentro do albergue, bebi algumas cervejas e fui depois ao Mama África.

 

No dia seguinte, fiz a city tour, (que pela cidade anda bem pouco) comprado no hostel mesmo. Boa parte das atrações estão no tal boleto, portanto é importante comprá-lo antes. Ônibus agradável, ótimo guia. Não vou descrever as atrações que visitamos porque o passeio é meio standard, seguindo o mesmo roteiro. Na verdade são poucas as atrações no centro, boa parte delas são nos arredores da cidade. Faço duas recomendações: Leve um casaco na mochila (ao anoitecer esfria muito) beba muita água (lá é muito seco, e como durante o dia, caso esteja sol, esquenta bastante, e é importante se manter hidratado), protetor solar e, muito importante – protetor solar labial, ou pelo menos manteiga de cacau – nunca tinha usado isso na minha vida, mas acreditem, lá isso é vital, a não ser que queiram ficar com os lábios todos rachados.

Outra coisa: no final do passeio há uma parada em uma loja de lã de alpaca. Os produtos tem qualidade, mas os preços são caros. Se consegue mais barato, dou a dica mais a frente.

 

O passeio é muito bom, mas é meio cansativo. Comi em uma pizzaria na rua da subida ao hostel e a noite descansei.

 

No dia seguinte, iniciei o pacote que havia reservado do Brasil, o que cabe uma explicação a parte. O objetivo maior da viagem, é claro, era Machu Picchu. Não pretendia fazer a trilha inca, somente visitaria cidade com calma, e, se possível, tomaria um banho nas águas termais. Acredito que, em certos casos, pagar um pouco a mais pela segurança de ter tudo reservado e encaminhado vale a pena. Por isso, do Brasil, procurei a agencia dos manos por email, que ache bem avaliada até aqui mesmo no site do mochileiros e fechei o seguinte pacote:

- visita ao vale sagrado

- almoço no dia

- trem até águas calientes (backpacker)

- hotel em águas calientes (com receptivo – alguém me esperando ao descer do trem)

- ônibus de subida a Macchu pichu

- entrada em Macchu Pichu

- guia (essencial – suba a pé, se necessário, mas um guia lá dá profundidade à visita, que sem ele é um lindo monte de pedras).

- Ônibus de descida

- trem de volta (optei pelo vistadome, mas achei que não valeu muito a pena, pela diferença de preço – o que você ganha é uma refeição tão bonita quanto minúscula e umas janelas no teto do trem, além de poltronas nem tão mais confortáveis assim)

- transfer de carro da estação de trem até o meu hotel em Cuzco.

 

O valor saiu a USS 305,00 tudo. No meu segundo dia em Cuzco fui a agencia, retirei todos os vouchers. Pelo menos para mim, foi sem problemas e valeu bem a pena.

Uma dica: deixei a mochila cargueira no hostel pariwana, e fui só com algumas roupas e máquina fotográfica em uma mochila menor.

Sobre o passeio ao vale sagrado, também por ser meio “padrão” não detalharei, mas faço algumas observações:

- vale as dicas do city tour sobre água e o resto.

- anda-se bastante e sobe-se e desce-se também. Haja fôlego. Destaco o templo do sol, penúltimo lugar a ser visitado. Subir compensa, pois a vista é linda, mas haja perna.

- Deixe o casaco por perto. Tem uns lugares de sombra e vento que são bem gelados.

- Se fizer o que eu fiz, o último lugar é Ollantaytambo (onde tem o templo do sol), onde fica a estação do trem. A van prosseguiu para o último estágio do city tour (uma cidadezinha onde o forte é a venda de artesanato) e eu fiquei. Dá para ir andando até a estação do trem, mas optei por uma daquelas motos adaptadas. É mais rápido, menos cansativo e é divertido andar naquele negócio, sem contar que após o Templo do Sol eu estava meio cansado.

Fiquei na estação de trem umas duas horas até o horário do meu trem. Fiz isso de propósito na reserva para ter uma margem de segurança. Melhor esperar do que perder o trem, sem contar o prejuízo de comprar outra passagem.

 

Uma dica: na estação tem um computador no café que pode ser usado, mediante solicitação. Bom para matar o tempo.

 

No horário, peguei o trem. No backpaker o lanche é bem básico, portanto coma algo em Ollantaytambo, ou na estação (preços bem maiores).

 

Chegando em águas calientes tinha alguém do hostel me esperando. Fui levado ao hostel (hostel continental – lugar novo e confortável), saí para comer algo, comprar água e fui dormir.

 

Na manhã seguinte, bem cedo, a guia passou no hostel para levar nos até a saída do ônibus. A agência onde ficamos esperando as demais pessoas é literalmente em frente ao ponto do ônibus que sobe para Macchu Picchu. Uma dica é que eles tem lockers, portanto não é necessário subir com mochila, podendo deixar tudo lá, levando só água e câmera.

 

Por sorte, fiquei em um grupo bem pequeno: Um casal de argentinos e eu. Foi bom porque a guia estava muito mais disponível para explicações, mas creio que isso não aconteça sempre. Vi grupos bem maiores por lá.

 

Sobre Machu Picchu só posso dizer que é fascinante. Não gastarei tempo falando sobre lá, mas vale a pena a visita.

 

Desci para pegar o ônibus até Águas Calientes por volta das 15h. Meu trem de volta estava marcado para 18h, portanto tive tempo de visitar as águas termais. Vale a visita. Alguns detalhes interessantes são os seguintes:

- Se não levou sunga, alugue. Um pouco antes da entrada tem algumas lojas que fazem isso. Recomendo levar a sua.

- Não existe nenhuma placa dizendo qual a temperatura de cada piscina. Algumas são muito quentes, outras mornas e outras geladas. Tente a sorte.

- deixei as roupas e máquina nos armários (com guardador) que tem dentro das termas. Tive tempo de filosofar na piscina que com exceção da sunga de banho que estava vestindo, todas as minhas coisas naquele momento estavam dentro de armários no Peru.

- Não se surpreenda se tiver locais tomando banho de cueca com sabonete em algumas fontes (não dentro das piscinas). Pelo visto é um hábito local.

- A caminhada até as fontes (morro acima) leva uns bons 20 minutos em passo acelerado. Leve isso em conta no planejamento de horários, na ida e na volta.

 

Fiquei uma hora e meia cozinhando nas piscinas, intercalando com banhos de água gelada. Sai de lá com o horário meio apertado, mas tive tempo de comer algo em um restaurante na descida, já próximo a estação de trem, o que foi bom, já que a comida no vistadome não é lá essas coisas.

 

No horário marcado embarquei de volta. A estação de trem é distante do centro de Cuzco, e o transfer foi providencial por dois motivos.

- estava bem cansado, pois Macchu Pichu é um sobe e desce sem fim.

- a minha reserva de volta no Pariwana deu um problema. Não sei se por minha culpa ou deles, na volta só havia quartos coletivos. Nada contra, mas realmente prefiro um pouco de privacidade. Resolvi o problema com duas ligações, e me transferi para o hotel El Peregrino, um pouco mais caro (cinco dólares a mais) porém com as seguintes vantagens:

- Praticamente dentro da Plaza de armas

- aquecedor no quarto

- café da manhã um pouco melhor

A desvantagem é que não tinha o bar dentro, como o hostel, mas era muito mais próximo dos bares da Plaza de armas, portanto ficava uma coisa pela outra.

 

Essa noite, depois de um dia cheio onde tive que mudar de hotel no fim do dia, fui descansar.

 

No dia seguinte fui começar a utilizar o resto dos ingressos restantes do boleto turístico, além de aproveitar para rodar mais um pouco pela cidade e pelos mercados de artesanato e populares. Recomendo o Mercado de São Pedro, bem popular, para compra de souvenirs, e, ao lado dele, estando de frente a ele com a igreja a sua direita, tem uma rua curta a esquerda, em frente a lateral do mercado. Ali tem lojas onde compra-se artigos de lã a preços bem mais baratos. Vale negociar o preço, não só aqui como em praticamente tudo no Peru.

 

Nos demais dias, conheci a feira de Pisac, em uma cidade próxima. O esquema que usei foi pedir no hostel um taxi com o preço de ida e volta pré-acertado. A feira tem duas partes distintas: uma bem turística e outra bem popular. Vale a pena conhecer as duas.

 

Além disso, fui a pedra dos doze ângulos, também de táxi, que peguei na rua mesmo e fui até a Igreja de San Bláz, e fui descendo até a Plaza de armas. Recomendo no caminho o museu inca, pago a parte (não está incluso do boleto) preferencialmente com visita guiada. A contribuição ao guia é a sua escolha, e vale a pena.

 

Visitei também todas as principais igrejas, sendo imperdível a basílica. O boleto tem diversas atrações e recomendo a todas, até mesmo o show de dança típica.

 

Em meus últimos dois dias, a cidade estava em festa, com desfiles de diversos colégios e associações locais com danças, músicas e vestuários da cultura local. Fiquei pela cidade vendo e fotografando uma variedade imensa de roupas e danças. Abri mão de ir a Maras Moray por causa disso.

 

No último dia, tomei café da manhã no hotel e parti para o aeroporto. A equipe do hotel me ajudou com as mochilas até o taxi, o que foi bom, visto que o El Peregrino, que é praticamente em uma esquina na Plaza de Armas fica em uma rua de pedestres. Uma dica interessante é que ocorre uma revista na bagagem no aeroporto, com abertura das mochilas. Previna-se em relação a isso.

 

Minha conexão em lima demorava seis horas para sair. Cogitei uma volta por Lima, mas preferi esperar uma oportunidade mais tranqüila. Fiquei em uma lan house no aeroporto, almocei em um Mac donalds e parti para casa.

 

Qualquer dúvida que tenham e eu possa ajudar, entrem em contato. Estive a pouco na Argentina, com minha família, e posso passar algumas dicas também. Um abraço a todos.

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boas dicas!!! Estou embarcando pra la dia 05/09, mes que vem... e meu roteiro está bem parecido com o seu, também, optei pela segurança de reservar quase tudo por agencia de la.

Posta umas fotos no seu relato...

 

valew

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