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Buenos Aires - 5 dias


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Acabei de chegar de Buenos Aires. Foram cinco dias.

É meu primeiro relato aqui no mochileiros.com e vou tentar ser bastante objetivo.

 

CUSTOS

Buenos Aires não é mais aquela cidade baratinha de poucos anos atrás. O câmbio ainda favorece bastante os brasileiros, mas os serviços aumentaram muito por lá ultimamente. O metrô aumentou 150% no início de janeiro porque o governo cortou o subsídio. As tarifas de taxi estão quase 200% mais caras desde dezembro. O Jardim Japonês dobrou o preço de entrada. E o zoológico de Lujan passou a cobrar 100 pesos de estrangeiros, contra os 25 pesos cobrados antes.

 

 

CÂMBIO

No aeroporto o câmbio está em 2,15. Na Calle Florida é ainda pior: 2,12. Troque no aeroporto apenas o essencial para o primeiro dia e em seguida procure uma agência do Banco de La Nación ou do Banco Piano. São os melhores câmbios: 2,50. No Banco Piano exigem o papel da imigração. No La Nación apenas um documento de identidade.

Na Avenida Santa Fé, próximo a estação do metrô General San Martin, tem uma casa de câmbio chamada Cambio Paris que anunciava câmbio a 2,52 na vitrine, mas estava fechada quando passei.

Uma sugestão: na Plaza de Mayo há o prédio central do Banco de La Nación, bem em frente à Casa Rosada. O prédio é em si uma atração. Visite-o e aproveite para fazer o câmbio ali. O serviço fica no Segundo Subsolo, à direita da escada rolante.

 

 

TRANSPORTES

TAXIS não estão mais muito baratos, mas continuam sendo uma boa opção pra trajetos curtos. De madrugada paguei 22 pesos de San Telmo à Retiro, onde estava hospedado. Pra Palermo deu pouco menos de 40 pesos à noite.

O METRÔ é bom pra cortar caminho quando se caminha pelo microcentro, mas não liga as áreas mais baladalas à noite. Os principais bares e restaurantes de San Telmo e Palermo ficam a pelo menos 10 quadras da estação mais próxima. Outro problema: algumas linhas não trafegam em dias de chuva. E o serviço é interrompido às 22h30. O bilhete custa 2,50.

ÔNIBUS (colectivos, como eles chamam) são baratos e me pareceram bastante seguros, mesmo à noite. Mas é preciso pagar com moedas, colocadas numa máquina atrás do motorista. Você informa seu destino e ele libera a inserção das moedas, já que o preço varia dependendo do seu destino. Em geral, custa 1,20.

 

CARTÕES DE DÉBITO

Estourei o limite do meu cartão de crédito comprando material de construção e pagando passagens da minha próxima viagem pouco antes de partir pra Buenos Aires. Resultado: tive que me virar com cartão de débito. Teoricamente eles são aceitos em qualquer lugar, mas na prática os atendentes não pareceram entender muito bem a diferença entre crédito e débito. Na maioria dos lugares não havia máquina pra leitura do chip e inserção da senha. A salvação foi ser cliente do Itaú (e não tô levando nada por isso) porque há várias agências na cidade (uma delas ao lado do Teatro Colón) e eles permitem sacar em pesos com um câmbio não muito ruim (2,30).

 

MOEDAS

Você vai precisar delas pra pagar o ônibus.

Troque nos bancos (que funcionam das 10h às 15h apenas).

Algumas agências têm máquinas para essa troca. Em outras é preciso entrar na fila e trocar no caixa.

 

ZOO DE JUAN

Muita gente aproveita que está em Buenos Aires e dá uma esticada até Lujan, onde tem um Zoológico que permite entrar nas jaulas e tocar em animais como leões, tigres e ursos. Sem querer entrar na polêmica sobre se os animais estão dopados ou se são mal tratados, quero dar dicas sobre como chegar lá.

Obviamente, fuja dos passeios de agências. Custam 300 pesos.

A opção que descobri lendo relatos de viajates foi pegar o ônibus 57 na Plaza Italia (Palermo), ao custo de 10 pesos (EM MOEDAS!).

Mas lá acabei descobrindo ao acaso uma empresa de vans (Fabebus) que faz o trajeto Buenos Aires - Lujan por 26 pesos. Um pouco mais caro, mas faz o trajeto em uma hora (contra quase duas do 57), sai a cada meia hora da Avenida Nove de Julho (paradas na Plaza Libertad e Obelisco) e te busca no Zoológico na hora combinada. Além disso você não precisa carregar toneladas de moedas porque pode pagar com cédulas. Tem que reservar pelo telefone 02323-436304.

Saí da Nove de Julho às 8h30 e às 9h30 estava entrando no Zoo. Os ônibus de turismo começaram a chegar depois das 11h, quando eu já estava terminando a visita e pensando e voltar. Ainda aproveitei a tarde inteira em Buenos Aires, pois às 13h já estava de volta ao Obelisco.

100 pesos do Zoo + 52 pesos da van. Metade do custo cobrado pelas agências e apenas 32 pesos mais caro do que indo de 57 (e sem perder o dia todo pra isso).

 

 

IMPERDÍVEIS

 

Asador Criollo

Li muito sobre o bife de chorizo quando planejava a minha viagem, mas não encontrei uma só linha sobre a carne mais deliciosa que experimentei: o VACIO preparado em ASADOR CRIOLLO. Na Recoleta tem vários restaurantes que preparam a carne assim, espetadas no chão e assadas lentamente pelo calor do carvão. Pedi a meia porção no restaurante La Lorenza, comemos (eu e minha esposa) e sobrou. Custou incríveis 37 pesos.

 

La Cabrera

Este é certamente o mais turístico dos restaurantes de Palermo Viejo. Só mesmo os garçons falavam espanhol. Gringos por toda parte. Mas o BIFE DE CHORIZO estava estupendo. 800 gramas de carne assada perfeitamente, com várias pequenas porções de acompanhamento. Aqui, diferente da maioria dos restaurantes de Buenos Aires, o couvert é pago. Se não quiser, peça para retirá-lo. O couvert, o bifão de chorizo, uma garrafa de vinho e uma de água, incluindo o serviço, sairam por 240 pesos. Nem em botequim no Rio de Janeiro minha conta dá 100 reais.

 

Malba

O Museu de Arte Latino Americana vale a visita. Às quartas a entrada é gratuita. Nos demais dias paga-se 25 pesos. Mostras interativas, um prédio interessantíssimo e a oportunidade única de ver o Abaporu, de Tarsila do Amaral.

 

Plaza Dorrego, San Telmo

Os bares do entorno enchem a praça de mesas e oferecem um show de tango gratuito aos clientes, no centro da praça.

A atmosfera é deliciosa. Fiquei no Drusila. Dois pints de Quilmes por 24 pesos. Experimentei uma provoleta deliciosa lá.

 

Milonga Maldita!!!!!!!!

Fuja dos shows de tango oferecidos em teatros e no café Tortoni. Custam uma estupidez (cerca de 400 pesos por pessoa) e são espetáculos feitos pra turista ver. Pra quem é do Rio, é o equivalente a levar um gringo à churrascaria Plataforma pra apresentá-lo ao samba. Quer ir à uma gafieira? Vá a uma milonga. É um baile, com orquestra ao vivo, onde os locais vão dançar.

A MILONGA MALDITA fica na Calle Peru, 571. Acontece às quartas e custa 25 pesos. O preço inclui uma aula de tango, das 21h às 22h30. Depois o salão é aberto e começa o show da orquestra El Afronte. Sensacional.

Cerveja Quilmes litro a 22 pesos.

Se estiver com fome, coma antes de entrar. Lá dentro servem-se apenas empanadas (que acabaram logo) e amendoim.

 

 

DECEPÇÕES

 

Freddo

Os sorvetes são muito bons, mas acho que a galera dá uma superestimada.

Häagen Dazs é bem melhor e o Sorvete Itália (do Rio de Janeiro) é tão bom quanto e custa menos, bem menos.

 

Mercado de San Telmo

Sobraram duas barracas de frutas e verduras espremidas entre centenas de quiosques de antiguidades e quinquilharias.

Nem é mais preciso esperar o domingo para ir à Feira de San Telmo se seu objetivo é garimpar antiguidades.

 

 

MEU ROTEIRO

 

Dia 1

Desembarquei no Aeroparque às 11h. Segui para o hotel, em Retiro, de taxi. Deveria custar os 35 pesos que paguei na volta, mas comecei com pé esquerdo e levei o golpe do taxímetro adulterado. Paguei quase 100 pesos. Pelo menos serviu pra abrir o olho. Era possível ir de ônibus, mas cheguei debaixo de temporal e assumi o risco do taxi.

Aproveitei a tarde pra conhecer as Galerias Pacífico na Calle Florida, pra fazer uma visita guiada ao Teatro Colón (110 pesos! Mas nao há outra forma de entrar no Teatro) e para bater perna nas redondezas do hotel. Fiz compras pro café da manhã no Carrefour Express (tem um a cada quadra quase). À noite fui à San Telmo beber uma cerveja pra suavizar os 30 graus que marcavam às 22h. Primeiro sentei no Aqui me Quedo, na Chile (nada especial) e depois segui pro Seddon, na Chile com Defensa, em frente à estátua da Mafalda (boas empanadas, tábua de embutidas modesta com preço razoável).

 

Dia 2

Pela manhã caminhei pela Avenida de Mayo até a Plaza de Mayo, onde visitei a Casa Rosada, o Cabildo, a Catedral (cujo exterior parece o de um templo grego) e o Banco de La Nación (onde aproveitei pra fazer o câmbio a 2,50). Ainda na Plaza de Mayo tomei o metrô linha A (com vagões de madeira) até a Plaza del Congreso. O prédio do Congresso Nacional é espetacular. Caminhei de volta até o entrocamento com a Nove de Julho, onde fica uma estátua de Don Quixote e de onde se tem uma bela vista do Obelisco algumas quadras a frente. A uma quadra dali, na Calle Yrigoyen, tomei o 64 até La Boca. Há um ponto bem na entrada do Caminito. Almocei por lá mesmo: uma parrillada tradicional com rins, tripas e morcelas (a maioria dos lugares oferece a parrillada pra gringo ver, com filé mignon, alcatra e linguiça) com direito a show de tango. Vou ficar devendo o nome do restaurante, mas na rua principal é o primeiro à esquerda, com fachada amarela e guarda-sóis verdes. Depois do almoço caminhei até o La Bombonera, mas não visitei o estádio. Peguei o 29 na Avenida Almirante Brown e desci em San Telmo. Passei pela Casa Mínima. El Zanjón já estava fechado. As visitas são das 11h às 15h. Conheci o Mercado de San Telmo, tomei um frozen na Havanna (Não compre alfajores Havanna na Havanna! No Carrefour custam a metade do preço) e voltei para o hotel pra me preparar para a Milonga. À noite fiz uma aula de tango na Milonga Maldita e assisti a um maravilhoso show da Orquestra tradicional El Afronte. O problema foi chegar lá. Chovia muito, os taxis estavam cheios, os ônibus lotados sequer paravam nos pontos e a linha D do metrô interrompida. Caminhamos 3 quilômetros debaixo de chuva mas chegamos a tempo.

 

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Congresso

 

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Parrillada no Caminito

 

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Casa Mínima

 

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Milonga

 

Dia 3

Pela manhã caminhei pelo Jardim Botânico, em Palermo. A entrada é gratuita e o parque é muito gostoso. Aproveitei a proximidade e visitei o Museu Evita (abre às 11h custa 15 pesos). Dali segui para o Jardim Japonês, a umas cinco quadras. Um visual delicioso. O restaurante japonês do parque estava fechado então segui para um bistrô chamado TUPÉ (Calle Tagle, 2621) onde comemos pratos executivos, com bebida e sobremesa por 40 pesos. Segui para o Malba (Museu de Artes Latino Americana). Imperdível. Mais adiante fica o Prédio da TV Pública (que estava em reforma), e a Floralis Generica, aquela estrutura metálica em forma de flor que abre durante os dias e fecha durante as noites. Atravessando a rua está o Centro Cultural da Recoleta e ao lado dele o Cemitério da Recoleta. A praça em frente ao cemitério, por mais estranho que isso possa parecer, é um calcadão delicioso, cheio de bares e restaurantes. Foi ali que experimentei o Asado Criollo alguns dois dias depois. Voltei pro hotel pra tomar uma chuveirada porque o ritmo estava intenso e o calor alucinante. À noite fui ao La Cabrera. Não consegui reservar, mas cheguei às 19h30, aguardei bebendo mojitos no bar ao lado (Chez Juanito) e fui chamado às 20h45. Já dei a dica lá em cima: imperdível. Saindo do restaurante, aproveitando que estávamos em Palermo Viejo (também chamado pelos locais de Palermo Soho), passeamos pela Calle Honduras, que concentra os pubs da região.

 

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La Cabrera

 

Dia 4

Às 8h30 pegamos a van para Lujan (Ver dica lá em cima). Visitamos o Zoológico, onde fizemos fotos incríveis com leões de 1 mês de idade, tigres e outras feras. Às 12h30 pegamos a van de volta, descemos no Obelisco, compramos alfajores no Carrefour, tomamos um banho no hotel (pra tirar a lama dos pés - o zoo de Lujan é um grande lamaçal) e seguimos pra Puerto Madero. Caminhamos pela região, bebemos umas cervejas e vimos a noite cair por ali mesmo. De lá, seguimos a pé até a Plaza Dorrego em San Telmo, onde fechamos a noite no Drusila, depois de sentar no Todo Mundo e sair correndo dos preços abusivos do cardápio.

 

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Dia 5

Com todas as prioridades já cumpridas, compramos frutas e pães e seguimos para um piquenique na Reserva Ecológica Costanera Sur, às margens do Prata. Fica logo atrás de Puerto Madero. É um parque público onde os locais vão caminhar ou andar de bicicleta nos finais de semana. Da entrada norte até o ponto do piquenique, com uma vista maravilhosa do Rio, foram 2,3km de caminhada. Dali até a saída sul, outros 1,4km. A saída Sul fica no Parque M Bastidas, uma área bem popular, com muitos quisoques de parrilada e choripan. Caminhamos aproveitando a sombra das árvores até Puerto Madero. Pausa pra cerveja recostado na Puente de La Mujer. A tardinha seguimos pra Recoleta, onde estava acontencendo uma feira de artesanato. Ficamos por ali até o anoitecer e jantamos no La Lorenza (dicas lá em cima). Foi a despedida. No dia seguinte acordamos e seguimos pro aeroporto satisfeitos com a semana portenha.

 

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La Lorenza - Vacio en Asado Criollo

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Muito bommmmmmmmm seu relato estava um pouco apreensivo em relação a viagem e achei seu relato muito importante pra montar meu roteiro.....

Vou descer no Aeroparque e vou proximo a 9 de Julho...Estarei indo, mas quero fazer algo que não gaste muito....Em relação a onibus consigo ir perto do hotel de onibus??

Desde ja agradeço muito

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  • Membros

Beto

 

se voce quiser coisas baratas... te indico ir conhecer a flor de metal que achei bem bonita, fora a vista dos turistas pegando sol no parque... interessante

 

tem o estádio do boca que é no perto do caminito e é legal de passear... se não quiser gastar é ótimo

 

e eu gostei do shopping gallerias pacifico ...acho que é esse mesmo o nome, fica na calle florida ... a rua já é interessante por sí, mas o shopping é bem legal

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  • Colaboradores

kkkkk, deu ate fome..to ate querendo mudar minha viagem e comecar por buenos aires,rsrs..

uma duvida, duas alias.. qual hostel e o valor q vc pagou..gostou de la??

e no zoo a gente msm pode tirar as fotos com nossas cameras msm ou eles tiram e vendem(estorquem) p gente..

seu relato ficou mto bom as fotos entao, nem se fala..

parabens e obrigada.

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