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Bolivia e Peru - Santa Cruz, rota do Che, Deserto de Sal e Machu Picchu em 16 dias!


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Roteiro: Rio de janeiro (partida) - Santa Cruz de La Sierra - Samaipata - Vallegrande - Sucre - Uyuni - Ururo - La Paz - Copacabana - Cuzco - Machupicchu - Cuzco - la paz - santa cruz - Rio de Janeiro (chegada)

 

Tempo: 16 dias.

(Samaipata e Vallegrande foram incluídos pois sou estudante de Geografia, e gosto muito da parte política, portanto quis refazer os passos de Che Guevara na Bolívia até sua morte lá mesmo em Vallegrande.)

 

Gastos da viagem: (Éramos um casal, então alguns preços como passagens vou dar em valores por pessoa, mas valores como hotel serão dados para quartos duplos, então levem isso em consideração ao ler)

Custo total da viagem por pessoa: R$2.000,00 (dois mil reais, com comida, hospedagem, transportes aéreos e locais inclusos)

 

obs: Consegui comprar a passagem de avião por 600 reais, podendo parcelar em várias vezes.

 

Informações úteis: É realmente muito fácil trocar dinheiro na Bolívia e no Peru, mas se possível é melhor levar dólar porque facilita mais ainda. Existem caixas eletrônicos em praticamente todas as cidades e também casas de cambio, assim como pessoas que trocam na rua, que apesar de parecer meio perigoso, não tive problemas com isso. No fim da viagem você até se acostuma, pois isto é um ato comum por lá. Com relação a Cartão de crédito, praticamente nenhum lugar na Bolívia aceita, já no Peru é fácil utiliza-lo.

 

Primeiramente, gostaria de agradecer a Maria Emilia, pois metade da minha viagem foi baseada em seu relato, e justamente a parte mais difícil de se conseguir informação pois é o interior da Bolivia. O relato dela está em outra-vez-bolivia-samaipata-vallegrande-cochabamba-sucre-tarabuco-t46172.html

 

Inicio do relato.

 

Para inicio de conversa, a viagem foi maravilhosa. Aos que forem seguir nosso roteiro, recomendo um tempo a mais, pelo menos mais uns 4 dias para aproveitar melhor algumas cidades que acabamos tendo que passar correndo pela falta de tempo. A Bolívia é incrivelmente barata, tem paisagens lindas, não vimos assaltos ou roubos, nem nos sentimos ameaçados em momento algum da viagem. Quanto ao Peru, conheci apenas Cuzco, mas a cidade é linda, limpa, tem policiamento, praticamente todo mundo fala inglês e a comida é muito boa.

Porém nem tudo são flores, e os pontos negativos da Bolívia são: Qualidade do transporte é horrível, prepare-se para momentos de sufoco. A comida eu achei muito ruim, já que eles não usam temperos no preparo, ficando tudo insosso.

O primeiro imprevisto que um viajante brasileiro encontra ao ir para Bolívia chegando em Santa Cruz é o horário do voo, todos os voos chegam a Bolívia no meio da madrugada, e os hotéis em Santa Cruz são os mais caros da Bolívia(Não que sejam realmente caros, mas como era inicio da viagem decidimos economizar o Maximo possível no início), por isso cochilamos no aeroporto mesmo até amanhecer (Os bancos são confortáveis, dá pra deitar tranquilamente). No aeroporto mesmo é possível fazer a troca de reais ou dólares por bolivianos seguramente em uma agencia que funciona 24 horas e também possuí caixas eletrônicos.

Assim que amanheceu, pegamos um taxi por 30 bolivianos (Negocie sempre, praticamente consegui tudo pela metade do preço oferecido inicialmente por lá), já que o aeroporto é realmente longe da cidade e não há outra opção, e fomos direto para o ponto de van que nos levaria a Samaipata (deixamos para conhecer Santa Cruz na volta, quando teríamos um dia e meio livre). As vans saem de Avenida Omar Chávez Ortiz, nº 1147 esquina com Soliz de Olguin, Residencial Senhor de los Milagros, no 1º anillo, a van sai quando completa 4 ou mais pessoas. É um mini-escritório que fica numa loja do térreo, é fácil achar, porém nosso taxista não conhecia. O preço da van foi de 25 bolivianos por pessoa e o tempo da viagem foi de 3:30min, no caminho se pode apreciar uma bonita paisagem ao subir pelas serras(Neste ponto, é bom acostumar-se com o jeito boliviano de dirigir, eles estão sempre correndo muto e andando na contramão).

Samaipata é uma cidade muito pequena, porém muito aconchegante, e particularmente uma das que eu mais gostei na viagem. Hospedamos-nos no Residencial Quin, que havia sido indicado por uma menina que conheci na van no caminho. Esta pousada aluga quartos, e são realmente muito simpáticos, limpos e possuí opção de banheiro privativo, tem água quente, e foi um dos melhores que vi em toda Bolívia (Eu altamente recomendo este hotel). O preço foi 75 bolivianos a diária e ele esta localizado bem próximo da praça de armas, quase em frente a uma escola.

Chegamos e fomos logo almoçar pois estávamos morrendo de fome. Decidimos não economizar na nossa primeira refeição desde que saímos do Brasil, e escolhemos o restaurante mais bonitinho em frente a Plaza de armas. Minha namorada pediu frango com batatas fritas e eu um bife com ovo frito. Infelizmente, a comida era ruim demais e mal tocamos no almoço. O preço foi o mais caro que paguei em toda viagem, impensáveis 90 bolivianos jogados fora. Depois desse pesadelo gastronômico, fomos passear no zoológico que tem nos arredores da cidade. Fica a mais ou menos uns 2km fora da cidade, numa área rural cercada por fazendas. Pegamos um táxi ao lado da Plaza de armas que nos cobrou 10 bolivianos pela corrida. Ao chegar, descobrimos que não era bem um zoológico, e sim uma casa que cuida dos animais até que eles se recuperem e possam voltar a natureza, mas a maioria acaba ficando. Fomos entrando e podemos ver ma arara azul muito bonita, muito cachorros soltos, e ai, quando chegamos perto da sede começaram a vir um monte de macacos que ficam soltos na propriedade para cima da gente. Pude identificar uma macaco aranha e outros não sei dizer que tipo são, mas são muito dóceis. O macaco aranha veio direto em mim pedindo colo, porém, infelizmente minha namorada se assustou por estarmos rodeados de aproximadamente uns 8 macacos e ela decidiu ir embora. Infelizmente não tive oportunidade de tirar foto com os macacos no colo, mas eu recomendo a experiência. Esta casa pede a ajuda de 5 bolivianos aos visitantes para que o serviço possa continuar sendo prestado, mas não é obrigatório. Para voltar à cidade, não tem taxi, é preciso dar uma boa caminhada. De volta à cidade, tomamos um banho e fomos ao bar que fica em frente a Plaza mais uma vez (toda a cidade fica em frente à praça, já que ela é minúscula). O bar é muito bonito, tem uma área com puffs e tem um clima muito legal, estava cheio de estrangeiros e os donos são um jovem casal de australianos muito simpáticos, que nos prepararam ótimos drinques. Depois daí comemos uma pizza por 60 bolivianos (com refrigerante inclusos) e fomos dormir.

No dia seguinte, acordamos muito cansados da viagem, e abortamos a ideia de ir ao museu arqueológico próximo da cidade, e tomamos um bom café da manhã em um café histórico na cidade (18 bolivianos para o casal), fizemos uma horinha, e decidimos que era hora de irmos para a próxima cidade. Informamos-nos com os habitantes locais o horário da van para Vallegrande, e pegamos um taxi(10 bol) até o restaurante que fica na beira da estrada onde se espera esta van, aproveitamos para almoçar, comemos uma bisteca com arroz batata. Desta vez a comida foi boa e pude matar a fome que me apertava desde o dia anterior. O restaurante era limpo, apesar de ter muitas moscas. O preço foi de 30 bolivianos para o casal com bebidas. Pegamos a van para Vallegrande por volta do meio-dia, e chegamos lá as 15 horas. A cidade estava toda fechada para uma cesta, visitamos uma feirinha e ficamos na praça central esperando o centro de informações ao turista abrir. Neste tempo conhecemos uma Israelense e um casal de ingleses. Quando o centro de informações abriu acertamos com um guia uma visita guiada aos locais da morte e enterro de Che Guevara, e tomamos uma cerveja com eles num bar próximo para fazer hora. Deixamos nossas mochilas no hotel da Israelense e fomos à visita. O custou foi de 10 bolivianos por pessoa, mais 20 do taxi (dividido por todos) que nos levou aos locais. Recomendo esta visita. Na volta, bebemos mais um pouco, e fomos todos juntos para a rodoviária pegar o ônibus para Sucre. Não tem ônibus diretos para Sucre todos os dias, então tivemos que pegar um outro ônibus, descer no meio do caminho (infelizmente não me lembro o nome da cidade), e esperar por um que vinha de Santa Cruz rumo a Sucre. Chegamos nesta praça por volta das 19:30, e esperamos pelo onibus até 23:00 horas. Foi ai que fizemos nossa pior viagem de todas. O onibus chegou lotado, tivemos que ir na parte da frente reservada somente ao motorista, nós éramos cinco e já haviam duas pessoas La, totalizando 7 em uma área que não deveria ter ninguém. Além de não ter banco, o motor esquentava demais, a estrada era de chão, com muita poeira que atrapalhava ver a estrada, o ônibus quebrou pelo menos umas 2 vezes e o motorista bocejava de 5 em 5 minutos. Onze horas depois deste sofrimento chegamos a Sucre.

Sucre sim é uma cidade linda. Limpa, toda conservada (é tombada pela Unesco como patrimônio da humanidade) e super agradável de passear, com muita opção de gastronomia. Ficamos em um hotel muito bom chamado Hotel Residencial Bolívia (60 bolivianos por pessoa, com direito a um café da manhã, mas não espere muito, somente um pão, manteiga, geleia e café mesmo). Passeamos pela cidade, comemos uma pizza no fim da tarde. A noite saímos para beber com os amigos que tínhamos conhecido em Vallegrande.

No dia seguinte, pegamos um ônibus para Uyuni, para o tão aguardado deserto de sal. A principio, Bateu um desanimo assim que chegamos a Uyuni. A cidade é muito feia, todas as casas são em construção ainda, não tem asfalto, existem muitos camelos. Enfim, foi um balde de água fria depois de ter conhecido Sucre. Chegamos já no fim da tarde e deixamos acertada logo nossa ida ao deserto de sal no dia seguinte pela manhã. Escolhi o pacote de 3 dias (Que eu recomendo, mais que isso se torna muito cansativo e repetitivo também, já o de um dia, acho pouquíssimo, acredite, o deserto é uma das melhores partes da viagem). Infelizmente não me lembro do nome da agencia porque eu realmente gostaria de indicar, o motorista que foi nosso guia era muito simpático, atencioso e sério. (alguns colegas que fizemos durante o passeio estavam com motoristas bêbados!!!) A única referencia que posso dar é que ela fica bem em frente aonde se desce do ônibus, mas não ajuda muito porque tem várias por ali. O nome do motorista é Victor e o preço foi 800 bolivianos por pessoa. Provavelmente nosso maior gasto durante toda a viagem junto com Machu Picchu. Jantamos em um barzinho perto da estação de trem (60 bolivianos) e dormimos em um hotel bem em frente a estação (80 bolivianos com banheiro privativo). Dia seguinte, bem cedo, partimos em nossa viagem para o deserto. Foi maravilhoso, dormimos em hotéis nada confortáveis, mas ficávamos conversando até tarde da noite com as pessoas que estavam conosco no nosso carro e também com outros viajantes. Teve um dia que encontramos um grupo de brasileiros fazendo show de percussão também que foi maravilhoso. Durante os 3 dias que estivemos no deserto, o único gasto foi com as cervejas a noite (nada mais que 50 bolivianos). Dica, para enganar a falta de gosto da comida, passamos a comer tudo com maionese, arroz, frango, tudo com maionese.

Na volta a Uyuni, fizemos hora para pegar o trem da meia-noite (é preciso verificar, pois este trem só passa 1 vez por semana neste horário). Fizemos uma viagem de 12 horas até Ururo. O trem era bem confortável, e como viajamos a noite economizamos uma diária de hotel. Também não gostei de Ururo, e peguei logo em seguida um ônibus para La Paz. La Paz havia sido altamente recomendada para mim por todos que conheci ao longo da viagem, mas ao chegar me desencantei. A cidade ao meu ver parece uma favela gigante. Descobri seus encantos, realmente é uma cidade grande, tem opções de lojas, restaurantes (Tem Burguer king!!!). Tirei o dia para passear, e dormi em um hotel bem razoável também (180 bolivianos). Deixei para conhecer La Paz melhor na volta, e parti direto ao Peru, já que estava ansioso para Machu Picchu. Perdemos o ônibus direto para Cuzco, e fizemos um caminho alternativo. Pegamos um ônibus local(20 bolivianos) em direção a Copacabana (Foi legal, pois assim conheci o Titicaca). Atravessamos o titicaca de balsa na divisa da Bolivia com o Peru, até chegarmos a Copacabana. Lá almoçamos muito bem (comemos peixe por 75 bolivianos os 2). Compramos nossa passagem para Cuzco por 150 bolivianos por pessoa. Recomendo atenção aqui. Já cabreiros de tantos ônibus ruins, na agencia que me vendeu a passagem, pedi para ver o ônibus. Tinha ar-condicionado, banco reclinável e banheiro. Porém, depois de 2 horas de viagem, quando cruzamos a fronteira, nos trocaram de ônibus para um tradicional boliviano, velho, sujo, fedido e cheio. Chegamos em Cuzco a noite por volta das 00:00 horas(nossa viagem cheia de paradas demorou o dia inteiro) na própria rodoviária um senhorzinho muito simpatico nos ofereceu quarto em sua pousada por 60 soles peruanos. Alias, eu recomendo muito esta pousada, ela é maravilhosa. Fazia parte de uma antiga fortaleza Inca, portanto é bem antiga, mas muito aconchegante. O nome é Munay Wasi, o endereço é Calle Waynpata N 253. Telefone (084) 223661 (A TV a cabo deles pega globo internacional!!!), fica em frente ao Mirante da Plaza de armas, e ao lado da delegacia de turistas, certamente qualquer taxista sabe. Tem um restaurante peruano e Australiano ao lado que também recomendo (Two Nations). Ótimo atendimento e bom preço. Tiramos o dia seguinte para passear por Cuzco, e a cidade tem muito para conhecer. Vários museus, antigos templos Incas, lojas e feiras com artesanato muito barato. Os preços são muito parecidos aos do Brasil, portanto podem calcular como um dia típico por aqui. Aqui vai uma dica, lá é possível fazer uma carteira estudantil internacional que dá direito a pagar metade na entrada de machu Picchu, e na agencia que você acertar seu pacote pode conseguir informações sobre isso. Enfim, deixamos acertados para o dia seguinte um pacote de 3 dias em machu Picchu por 150 dolares por pessoa, com transporte até Machu Picchu Pueblo, estadia, guia, entrada na área restrita, porém sem ônibus no acesso, que teve que ser pago a parte lá na hora (10 dolares ida e volta), ou pode se fazer a pé, mas não recomendo. É uma subida muito íngreme, e pelo caminho vi umas 2 pessoas passando mal que pegaram carona no nosso ônibus. No dia seguinte, as 6 da manhã o senhor da agencia foi nos buscar na pousada e seguimos de van até Machu Picchu Pueblo, uma viagem de mais ou menos umas 4 horas. Chegamos La, procuramos nosso hotel que já estava reservado também pela agencia, deixamos as malas e fomos almoçar e passear pela cidade. A cidade é minúscula e em menos de 30 minutos terá conhecido tudo, porém tem uma feira de artesanato, que além de incrivelmente barata, é enorme! Passamos la o dia todo praticamente, depois tomamos umas cervejinhas e fomos dormir. No dia seguinte as 8:30 pegamos o ônibus para Macchu Picchu. Chegamos lá por volta das 10:00 da manhã, e lá ficamos até as 15:30 mais ou menos, quando pegamos o ônibus de volta. Ficamos o resto do dia passeando pela feira no centro do povoado. Chegamos em Cuzco novamente bem tarde, por volta das 2 da manhã, voltamos a nossa pousada. No dia seguinte, passeamos pelo resto do dia, e a noite pegamos um ônibus direto para La Paz. Chegando em La Paz, passeamos por um dia, pegamos outro ônibus direto para Santa Cruz (300 bolivianos por pessoa), que demora 18 horas. Tiramos um dia para passear por Santa Cruz, que eu aconselho, a parte antiga é bem interessante. No dia seguinte pegamos nosso voo. Enfim, galera, eu recomendo muito a viagem, é cansativa, tem lugares não tão interessantes, mas em compensação tem momentos ótimos, como Sucre, O deserto de Sal, e Machu Picchu. Porém, para quem for seguir meu roteiro, recomendo pelo menos mais uns 4 dias, para poder ficar um período maior em Sucre, Santa Cruz e La Paz, além de conhecer a Isla Del Sol, que eu não tive tempo.

Espero que ajude as pessoas assim como os relatos que vi aqui me ajudaram e muito!

Se interessar, posso colocar as fotos que tiramos aqui também!

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  • Membros de Honra

Thiago,

 

Que bom que deu tudo "certo" em sua trip.

 

Pena não ter passado mais tempo em alguns lugares para poder "entender" o espírito de Samapaita ou Vallegrande.

 

No mais parabéns pelo relato e pela trip.

 

::otemo::::otemo::

 

Só esta faltando as fotos ? ? ? Posta algumas.

 

Maria Emília

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  • 3 meses depois...

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