Membros betapsg Postado Setembro 11, 2013 Membros Postado Setembro 11, 2013 1º dia: quinta-feira, 25/07/13 Feriado no Rio de Janeiro por conta de Jornada Mundial da Juventude, meu marido e eu aproveitamos os dias de folga para conhecer São Thomé das Letras, em Minas Gerais. A viagem é longa, e maior ainda ficou depois que pegamos muito trânsito, forte neblina na Serra da Mantiqueira e indicações bizarras do GPS (que nos guiava para longas estradas de chão). Como eu sabia que havia asfalto até São Thomé, desisti do GPS e apelei para o auxílio do dono da pousada que reservamos, que por telefone nos orientou até lá. Foram quase 12 horas de viagem... Então fica a dica: evite a Serra da Mantiqueira, vá pela Dutra até Cruzeiro, passando por Passa Quatro. É mais distante, mas a estrada é mais tranquila do que a subida da Serra, flui muito mais e você consegue fazer em menos tempo, ou pelo menos no mesmo tempo, mas sem se aborrecer por ficar toda a subida e descida da Serra atrás de caminhões e ônibus, já que a estrada é cheia de curvas em faixa única e mão dupla, ou seja, quase impossível de ultrapassar. Em Minas, depois de Caxambu, siga pela BR 267 sentido Cambuquira. Não entre em Águas de Contendas, nem em Conceição do Rio Verde, por mais que seu GPS insista. Vá pela BR 267 até Cambuquira, de lá pegue a MG 167 até Três Corações e finalmente a MG 868 até São Thomé. Depois de 12 horas de estrada, chegamos em São Thomé por volta das 21:30h e seguimos direto para a pousada. Ficamos hospedados no Chalés City Camael, a 3 km em estrada de chão do centro da cidade, ou seja, tem que estar de carro para se hospedar lá. O chalé é uma gracinha! Por ficar bem isolado, o silêncio e a escuridão imperam. Para chegar à recepção, é necessário fazer uma trilhazinha calçada com pedras, iluminada e decorada com bruxinhas e duendes. O café da manhã é servido numa cesta de picnic que você pode levar para onde quiser. Tinha café feito na hora, leite quente e cada dia um tipo diferente de suco, pão, bolo e fruta. No primeiro e terceiro dia, nós levamos a cesta por uma trilha dentro do terreno da pousada e tomamos nosso café numa mesa à beira do Rio Eubiose, cercados pela natureza. Inesquecível! No segundo dia, preferimos tomar o café enquanto pegávamos um solzinho do lado de fora do nosso chalé, pois estava muito frio. Depois que nos instalamos, voltamos para a cidade e na praça principal fomos a um barzinho bem legal, mas com um cardápio bem enxuto, chamado Empório. A cidade estava vazia e o bar era o único com movimento na praça. Fazia muito frio e todos no bar tinham cara de turistas como nós. Parece que os “bichos-grilo” estão deixando São Thomé. 2º dia: sexta-feira, 26/07/13 Depois do nosso café da manhã à beira do rio, fomos explorar a cidade. Dizem que São Thomé possui um magnetismo especial por causa da energia do quartzo que compõe a montanha sobre a qual fica a cidade. Ou então devido a sua localização astronômica no planeta. Muitos dizem vivenciar experiências místicas ou espirituais por lá. À noite, na estrada, vi algo com 6 olhos brilhantes que pensei ser um ET, mas depois vi que eram 3 bois. Na outra noite, um gato atravessava na frente do nosso carro, mas quando chegamos mais perto, vi que era um rato, e quando finalmente passamos por ele, vi que era na verdade um saco plástico. Enfim! Há vários ETs, magos, bruxas e gnomos decorando a cidade, então você entra no clima e enxerga até o que não vê! Assim que chegamos no centro da cidade, fomos na praça principal procurar informações sobre os passeios de 4x4. São vários roteiros e custam em média R$50 por pessoa o passeio de meio dia. Fomos também no centro de informações turísticas e pegamos um mapinha da cidade. Perguntamos sobre o Trans-Pororoca-Tur, um ônibus que vi na internet que faz passeios pela cidade, mas a moça não sabia dar informações e nem tinha o telefone dele, apenas nos indicou a Praça da Igreja de Pedra onde ele fica estacionado e disse que lá poderíamos conseguir alguma informação. O ônibus estava estacionado na praça, mas não havia ninguém para nos dar informação, então liguei para o telefone que estava no ônibus e uma menina me passou o roteiro do dia seguinte e o preço: R$25 por pessoa o dia todo! Não é necessário fazer reserva, basta estar na praça no horário da saída. Beleza! Aproveitamos para tirar fotos da praça e ver a igreja feita de pedra, que infelizmente estava fechada, parece que só abre aos domingos. A igreja de pedra segue a arquitetura típica do local, feita só com pedras empilhadas, é realmente muito bonita! De lá, voltamos para a Praça da Matriz, onde visitamos a gruta onde São Thomé apareceu. Contam que um escravo fugiu e se escondeu na gruta, então apareceu para ele um homem que lhe deu uma carta com um pedido de alforria para que ele entregasse ao seu senhor. O escravo levou a carta e o senhor quis conhecer quem a escreveu. O escravo o levou até a gruta, mas quando chegaram lá, só encontraram uma imagem de São Thomé e algumas letras escritas na parede da gruta. Então o senhor deu a alforria ao escravo e mandou construir uma igreja em homenagem ao santo ao lado da gruta. Daí a cidade ganhou o nome de São Thomé das Letras. A gruta onde aconteceu a aparição é bem pequetita, está aberta à visitação e lá dentro há um altarzinho. Dá pra ir em cima da gruta e ver parte da cidade de lá de cima! Almoçamos no Restaurante da Sinhá, comida a peso bem simples. Depois visitamos algumas lojinhas ali perto, vendem-se principalmente incensos, incensários feitos de pedras, filtros dos sonhos, bruxinhas, duendes e roupas. Depois fomos à parte mais alta da cidade ver o Cruzeiro e a Casa da Pirâmide. No Cruzeiro há uma bela vista da região e é lá que as pessoas se encontram à noite, com lanternas e cobertores, para ver as estrelas e esperar o nascer do sol. Na Casa da Pirâmide é onde o pessoal sobe para ver o por do sol. Às vezes há shows na Pirâmide nessa hora, mas nesse dia não teve. Havia várias pessoas por lá, em geral casais de namorados, algumas famílias com crianças e alguns adolescentes de férias escolares, mas nada de hippies. O clima no Cruzeiro e na Pirâmide é bem bacana! Tomamos um cafezinho no Thomé Café da Praça da Matriz e voltamos para o chalé para tomar banho antes que esfriasse demais. Voltamos depois para o centro para assistir ao Festival da Canção que começava naquela noite. Apesar do festival, a cidade não estava cheia, imagino que nos finais de semana sem eventos e feriados deve ficar bem vazia. Jantamos uma pizza frita (fogazza) muito gostosa no Restaurante O Alquimista da Praça. Não há muitas opções de bares e restaurantes na cidade, não. Fez um frio realmente congelante essa noite!! 3º dia: sábado, 27/07/13 O Trans-Pororoca-Tur é um busão velho, mas que aguenta o tranco das estradinhas de chão de São Thomé! Nossa primeira parada foi em Sobradinho, onde visitamos a gruta e a cachoeira. Quem entra na gruta deve levar lanterna e ir preparado para molhar os pés. É possível chegar na cachoeira sem ser pela gruta também. A cachoeira na verdade é só uma quedinha de água, mas forma umas piscinas que devem ser uma delícia no verão! Nesse ponto há lojinhas de artesanato e um barzinho. Depois fomos conhecer a cachoeira da Lua, que também é só uma quedinha, mas tem uma prainha boa pra banho. Há uma corda onde o pessoal se pendura para se jogar na água e é muito engraçado ver as peripécias dos homens! Em frente à cachoeira há um bar. Também há um bar com vários tipos de cachaça em frente à trilha para a cachoeira Eubiose, mas todas cachaças licorosas e bem doces. A trilha é muito tranquila de fazer e a cachoeira tem uma queda boa, foi a melhor que visitamos! Paramos para almoçar na Fazenda Boa Vista, lá valeu muito a pena o almoço! Churrasco e buffet liberados por apenas R$18 por pessoa (preço não incluído no passeio do busão). A Fazenda fica perto da cidade voltando pela estrada de asfalto que vai para Três Corações, tem placas indicando a entrada. De lá, visitamos o Vale das Borboletas, que é famoso por ser repleto de borboletas, mas nesse dia não tinha nenhuminha pra contar a história, não sei se foi azar, se foi a hora ou se elas se pirulitaram de lá de vez. Por ser mais perto da cidade, essa cachoeira fica um pouco mais cheia que as outras. Lá tem duas quedinhas livres bem distintas, boas para fazer massagem nas costas. Também há um bar na entrada. Fim do passeio, tomamos um café com bolo numa cafeteria na praça da igreja de pedra e voltamos para o chalé. À noite, fomos no Cruzeiro ver as estrelas, o céu de São Thomé é muito lindo, totalmente estrelado, ficamos um bom tempo deitados no início da subida do Cruzeiro admirando, só não ficamos mais porque o frio estava de rachar! O famoso Bar do Dois estava fechado, assim como no dia anterior quando estivemos no Cruzeiro, não sei se fechou de vez ou se foi por causa do Festival da Canção. Sem muita opção, voltamos para o Bar Empório na Praça da Matriz, onde provamos a cachaça Dentista, eis um esgasga-gato purinho, não licoroso! Finalmente um santo mé em São Thomé! Teve música ao vivo no bar com o cantor Rodrigo Pessoa, foi bem divertido, ótimo para fechar o dia! No dia seguinte, tomamos nosso café na beira do rio, tiramos mais umas fotos da cidade e pegamos a estrada. Dessa vez sem se perder, evitando a Mantiqueira, com trânsito pesado na chegada ao Rio, levamos quase 8 horas para chegar em casa, mas valeu muito a pena! Não conhecemos a Ladeira do Amendoim (nos disseram que nosso carrinho 1.0 não ia aguentar o tranco, então decidimos não arriscar), a Gruta do Carimbado (que, segundo dizem, termina em Machu Pichu e estava interditada), e as cachoeiras Véu da Noiva, Paraíso e Flávio. São Thomé das Letras é uma cidade muito gostosa, pretendemos voltar no verão para aproveitar as cachoeiras e conhecer o que ficou faltando! Citar
Membros icaroamendes Postado Setembro 13, 2013 Membros Postado Setembro 13, 2013 Muito bom! Faz um tempo que estou querendo ir à São Thomé, mas mesmo morando pertinho ainda não tive a chance... Dizem que o reveillon lá é uma loucura (para quem gosta de estar no meio de uma muvuca)! um detalhe que me contaram e que pode servir de curiosidade eh da famosa Pedra de são-thome, que só existe nas pedreiras de lah e fazem peças de decoração para turistas. dizem que é de mau agouro, algo sobre ter o sangue dos muitos escravos que morreram nas minas. mas não eh algo que eles te contem nas lojinhas de lembranças... rs Abraços! Citar
Membros betapsg Postado Setembro 13, 2013 Autor Membros Postado Setembro 13, 2013 Sim, há vários enfeites de pedra de São Thomé à venda lá, mas acho que esse mau agouro é bobagem, já que boa parte das casas da cidade é feita com essa pedra e os enfeites são feitos com os retalhos. Se assim fosse, a cidade inteira estaria condenada hahahaha! Eu mesma comprei um incensário de pedra que é uma graça! Beijos! Citar
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