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Viagem que foi a maior viagem


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  • Membros de Honra

E aí pessoal.

Achei bem interessante esse tópico. Essas roubadas podem servir de exemplo do que se deve evitar ao fazer uma trilha ou uma viagem.

Meu relato é de uma verdadeira roubada que eu fui me meter, achando que seria fácil.

 

Ela aconteceu na Trilha do Corisco, que liga Picinguaba em Ubatuba ao bairro do Corisco em Paraty.

Fiquei conhecendo-a através de uma agência de ecoturismo que me levou até a metade dessa trilha. Ela se inicia no Núcleo Picinguaba e termina em uma piscina natural e uma pequena cachoeira conhecida como Poço da Rasa. É uma trilha bem demarcada e sem bifurcações. Dá p/ ser feita em umas 2 horas ou pouco mais.

Através da agência fiquei sabendo que existia uma outra trilha que continuava em frente e que saia em Paraty. Disseram-me que dava p/ ser feita em cerca de 8 a 9 horas.

 

Aí pensei: um dia eu volto aqui p/ fazer essa trilha. Passado alguns meses retornei. O tempo estava bom e não tinha chovido nos dias anteriores; sinal de que a trilha estava boa p/ caminhar. Levei uma carta topográfica c/ bússola, uma blusa e umas bolachas p/ comer de vez em quando, pois planejava chegar em Paraty antes do anoitecer.

.

Saímos de Picinguaba (exatamente em frente à Casa da Farinha) por volta das 11:00 hrs de um Domingo. Até o Poço da Rasa fomos em cerca de 2 horas. Demos um tempo por lá e mergulhamos na piscina natural.

Aqui já começaram nossos problemas.

Minha namorada, que estava do lado oposto da margem do rio, pediu p/ eu jogar o tênis dela. De um lado ao outro eram uns 10 mts. Porém ao jogar o tênis, ele bateu em uma pedra e foi cair embaixo de uma outra, do lado de uma pequena cachoeira. Tentei retirar, mas a cachoeira não me permitia entrar embaixo da pedra. Lá se foi um tênis, né; pensei.

 

O que q eu fiz? Entreguei um dos meus tênis p/ ela e eu fiquei só c/ um pé. Coloquei duas meias no pé descalço e o enrolei em alguns sacos plásticos.

Ela disse que era perigoso continuar a trilha dessa maneira e eu falando: que nada, dá p/ continuar tranqüilo.

 

E lá fomos nós. Saímos por volta das 13 horas em direção ao Corisco. A trilha até que estava bem demarcada, mas haviam algumas arvores caídas que nos atrasaram em alguns minutos. Paramos várias vezes em algumas nascentes e por volta das 16 horas passamos por uma bifurcação sem notar. Deveríamos ter virado nela. Continuando na trilha vimos que ela começava a se fechar e aí pensei: f........, estamos perdidos.

 

Minha namorada começou a chorar e eu não sabia o que fazer, pois também começou a cair uma espessa neblina na trilha, que dificultava a visão. Só faltava a gente ter que dormir no meio da trilha e com a roupa que a gente estava era passar frio na certa.

E a m.......da carta topográfica de nada servia. Voltar p/ Picinguaba já era complicado, pelo horário e aí pensamos e resolvemos voltar até encontrar a bifurcação que a gente não tinha notado.

Mas já tinham se passado das 17 horas e com a neblina a situação era grave. Tínhamos que andar rápido pela trilha. E os plásticos do meu pé já tinham ido p/ o saco. Era só as duas meias que estavam todas encharcadas. Pegamos uma subida bem íngreme, mas com a trilha bem demarcada. Agradeci a Deus por isso.

 

Depois de mais de 1 hora de subida começou uma descida forte e a trilha começou a se abrir. Como era horário de verão, não tinha escurecido ainda e já podíamos encontrar alguns pequenos sítios junto da trilha. Finalmente chegamos na estrada de terra. Minha namorada e eu pulamos de alegria. Parecia que tínhamos ganhado na loteria. Só que comemoramos cedo demais. Já eram quase 19 horas. Pensamos: daqui a pouquinho estamos na Rodovia e de lá a gente pega o ônibus de volta p/ Ubatuba. Só que a Rodovia nunca chegava (existe uma linha de ônibus Paraty- bairro do Corisco, mas o ultimo já tinha passado).

 

Não passava nenhum carro, era só bicicleta. E eu com um só tênis. Era muito engraçado de se ver. Já quase na Rodovia um carro nos dá carona e nos deixa na Rodoviária de Paraty. Chegamos pouco antes das 22:00 hrs. Ônibus de volta p/ Ubatuba só as 23:30 hrs e nós dois totalmente cansados. O ônibus saiu no horário e p/ piorar dormimos no ônibus. Só acordamos qdo o ônibus tinha passado uns 3 Km depois do local que a gente deveria ter descido. E ainda tivemos q andar no asfalto p/ chegar no Albergue onde a gente estava. E as duas meias já tinham ido p/ o saco também. Em outras palavras: eu estava descalço de um pé. Chegamos exaustos, sujos e com fome.

 

Depois dessa terrível experiência, nunca mais voltei lá, mas tirei uma grande lição disso. Na verdade foram varias lições.

 

 

É isso.

 

 

 

 

Abcs.

 

Augusto

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  • Membros de Honra

E aí Marcello.

Numa hora de sufoco e de nervosismo vc até esquece que está c/ fome, sabia.

Na trilha, por exemplo, nem dava p/ sentir fome. E a minha namorada nem queria conversa.

Só quem já passou por isso sabe como é a situação.

Nessa hora é dificil pensar direito, viu. Vc só pensa em sair dali, nao importa como.

Mas serviu de lição, viu.

Nao recomendo isso p/ ninguém.

 

Abcs

 

Augusto

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  • Membros

Oi Gente...

 

Nossa.. tem cada estoria por aqui!

Eu tenho 3 memoráveis... 2 delas ate ja pensei em mandar pro retrato falado pq são hilarias, ridiculas. E esta que vou contar é bem mais simples, porem no dia eu quase morri de medo. Literalmente.

 

A 1a vez que fui a Sampa, resolvi ir de carro. Fui com mais alguns colegas de la e fiquei na casa da avo de uma das meninas em Sto Andre. Pra nos virar, a tia dela nos emprestou um guia de ruas e deu algumas dicas basicas de como ir ou voltar de certos lugares. Ainda assim, o transito de São Paulo é um mistério. Vi poucos lugares tao complexos.. Pra quem nao sabe, entrar num lugar errado é facil.

Num certo dia fomos visitar a minha prima no Morumbi, na volta, ja era noite, estavamos com o nosso mapinha em maos. La pelas tantas numa rua que era pra entrar nao deu na que tinha no mapa de jeito nenhum.Conseguimos umas duas vezes voltar ao mesmo lugar pra ter certeza... mas NADA. Entao achamos que ao inves de entrar pra direita, tinhamos que entrar pra esquerda. Aí é que foi o problema. Nos perdemos FEIO. Era cada rua esquisita, cada beco com um povo estranho. E nos num carro com placa de fora, tres meninas e com a luz de dentro acesa pq precisavamos ver o mapa. Fizemos o esquema de uma ler o mapa, a outra lia as plaquinhas das ruas e eu, dirigindo, cuidava pra nao parar de jeito nenhum.

Ficamos um bom tempo perdidas rodando ate que, ao entrar numa rua estreita tinha um semaforo fechado, um carro na nossa frente e uns homens muito mal encarados na calçada. Eu desesperei e comecei a rezar em voz alta. Como que por milagre o sinal abriu, passamos e caimos justamente na Cruzeiro do Sul, que ja conheciamos.

Acho que nunca passei por um sufoco tao grande.. tudo por causa de um mapa defasado.

 

Ate mais...

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Oi Gente...

 

Nossa.. tem cada estoria por aqui!

Eu tenho 3 memoráveis... 2 delas ate ja pensei em mandar pro retrato falado pq são hilarias, ridiculas. E esta que vou contar é bem mais simples, porem no dia eu quase morri de medo. Literalmente.

 

A 1a vez que fui a Sampa, resolvi ir de carro. Fui com mais alguns colegas de la e fiquei na casa da avo de uma das meninas em Sto Andre. Pra nos virar, a tia dela nos emprestou um guia de ruas e deu algumas dicas basicas de como ir ou voltar de certos lugares. Ainda assim, o transito de São Paulo é um mistério. Vi poucos lugares tao complexos.. Pra quem nao sabe, entrar num lugar errado é facil.

Num certo dia fomos visitar a minha prima no Morumbi, na volta, ja era noite, estavamos com o nosso mapinha em maos. La pelas tantas numa rua que era pra entrar nao deu na que tinha no mapa de jeito nenhum.Conseguimos umas duas vezes voltar ao mesmo lugar pra ter certeza... mas NADA. Entao achamos que ao inves de entrar pra direita, tinhamos que entrar pra esquerda. Aí é que foi o problema. Nos perdemos FEIO. Era cada rua esquisita, cada beco com um povo estranho. E nos num carro com placa de fora, tres meninas e com a luz de dentro acesa pq precisavamos ver o mapa. Fizemos o esquema de uma ler o mapa, a outra lia as plaquinhas das ruas e eu, dirigindo, cuidava pra nao parar de jeito nenhum.

Ficamos um bom tempo perdidas rodando ate que, ao entrar numa rua estreita tinha um semaforo fechado, um carro na nossa frente e uns homens muito mal encarados na calçada. Eu desesperei e comecei a rezar em voz alta. Como que por milagre o sinal abriu, passamos e caimos justamente na Cruzeiro do Sul, que ja conheciamos.

Acho que nunca passei por um sufoco tao grande.. tudo por causa de um mapa defasado.

 

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  • Membros de Honra

Caraca ! Vc se perdeu mesmo... tava no Morumbi e foi se perder perto da Cruzeiro do Sul, do outro lado da cidade, isso é uma aventura mesmo ! hahahaha.

 

Muito boa essa estória. Conta as outras duas pra gente...

 

 

abraços,

 

 

 

 

Michel

São Paulo - SP

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  • Membros

Estava lendo esse topico... muito legal.. cada historia.... rs

Nossa Augusto a sua foi a pior.... que sufuco vc deve ter passado, eu imagino, sorte que a sua namorada te ama...... deve amar muito....

Mas de toda forma é bom.... é uma experiencia q comc erteza vai contar muito em sua vida.....

 

Bjus

 

Fabiana

 

 

http://br.f2.pg.photos.yahoo.com/ph/bia_more/my_photos

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  • Membros

OI Michel..

 

A seu pedido lá vai a outra...

Vou resumir o que puder pq é bem grandinha... Tudo dava errado em 5 dias...

 

Foi no Natal de 95 ou 96, meus pais e eu resolvemos passar as festas de final de ano com a familia em Porto Alegre. Marcamos para descer dia 20. Ficariamos uns dias na casa do meu tio em Floripa e de la desceriamos ate Poa.

Bom..O meu pai tinha colocado ar condicionado na Veraneio e a oficina tinha prometido entregar dia 18. Pois eh.. entregaram só dia 20. "Tia, atrasa ai um dia o nosso almoço de boas vindas". Saímos dia 21 já um pouco tarde. Assim que colocamos nossas rodinhas fora do Distrito Federal o tal ar condicionado começou a dar sinais de cansaço e pluft! Morreu! Tudo bem, vai na janela aberta mesmo.

Dormimos em Campinas, nao sem antes nos perder na entrada do Nacional Inn (que é estranhissima).

dia 22- Passamos por Sao Paulo mas... pra variar... nao conseguimos pegar a saida certa pra Regis Bitencourt e nos perdemos. Um transito de louco em plena 6a feira. Finalmente, quando conseguimos sair, ja no Embu,12:00, ouvimos um barulho. A diferencial do cambio da veraneio tinha quebrado. Paramos num mecanico mas o cara nao tinha a peça, ia buscar em Sampa.Encurtando: Conseguimos sair de lá as 17h. "Tia, atrasa ai mais um pouco o nosso almoço de boas vindas". Tinham umas peças que sobraram no chao do carro, entre eles um parafuso esquisito. Seguimos viagem. Tocamos até Joinvile.Lá chegando, meia noite, ninguem na rua, meu pai grita "TO SEM FREIO!!", puxa o freio de mão e saimos cantando pneu ate quase bater. O tal parafuso era do freio que, graças a Deus, nao tinha se desmontado na Regis Bitencourt.

dia 23, sabado - saímos atras de alguem que pudesse consertar o freio. "Tia, atrasa ai mais um pouco o nosso almoço de boas vindas".

Conseguimos chegar a Floripa a tardinha. As 22h começa uma chuva torrencial, acho que foi a pior dos ultimos anos. Muita gente ficou ilhada, perdeu casa...

dia 24 - as 10h a chuva diminuiu um pouquinho e pegamos estrada até Poa. No caminho muita coisa alagada, vi inclusive um caminhao com agua no meio da porta.

FINALMENTE chegamos a Poa. SAOS E SALVOS!!! Quase na hora da festa de natal, mas inteiros e morrendo de rir de toda a nossa aventura.

 

ps: Depois disso tudo correu relativamente bem, a nao ser no ano novo em que eu e a mae tivemos uma intoxicação alimentar.

 

 

Ate mais,

Dea

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  • Membros

Olá pessoal!

 

Também já passei por alguns apurros em viagens, mas depois acabei achando tudo muito engraçado.

Ano passado fui para Cáceres - MT, com a turma da Faculdade, para um encontro universitário. A viagem de ida foi super tranquila, trancamos alguns professores que estam indo jundo no banheiro do ônibus, foi só alegria.

Quando chegamos na cidade saímos para conhece-la, ai é que começam os problemas, apesar de ser pequena, os manés conseguiram se perder e cansados de tanto caminhar, avistaram um senhor que coletava papelão com uma carroça, fizemos uma proposta digamos indecente, pedimos quanto ele cobraria para nos levar de volta ao alojamento, que era na universidade local, ele topou e cobrou R$ 1,00 de cada um e lá foram 8 em cima da carroça com o papelão.

De noite houve um show com a banda IRA, como ficamos algumas horas depois que o show terminou o nosso busão já havia retornado para o alojamento, já eram quase 4 da manhã e novamento os manés teriam que descolar uma carrona, conseguimos com o busão de uma galera de outra cidade, que também estava no mesmo alojamento. Embarcamos e alguns bebados do nosso grupo começaram a gritar alguns palavrões dentro do busão, no mesmo instante o motorista pára e manda que todos que estavam de carrona descer, descemos e voltamos a pé (+-3 Km), passando por uma parte que parecia a zona rural da cidade, muito estranha. Nos divertimos muito, mas o pior aconteceu na viagem de volta.

Saímos de Cáceres por volta das 08:00 da manhã e no caminho paramos para comprar lanches, embarcamos e quando o ônibus já havia andado quase 30 Kms, notamos a falta de uma companheira, o ônibus volta até lanchonete e não encontramos mais a desertora, resolvemos prosseguir viajem, quando somos abordados por uma viatura da Polícia Rodoviária Federal, que estava com nossa companheira de viagem esquecida. Bom com todos abordo agora sim prosseguiriamos a viagem. Mas no percurso o busão quebrou 1 vez, foi consertado andou 100 Km e quebrou outra vez, mas por sorte ele quebrou em frente a uma cantina italiana. Alguns companheiros compraram garrafões de vinho e começaram a beber (muito), até que em fim o ônibus foi consertado (após 2 horas) e seguimos novamente viagem. Mas um desses cachaceiros, digo companheiros, acorda assustado, com uma dor aguda no peito e o braço esquerdo adormecido, pensamos que se tratava de um ataque cardíaco, prontamente paramos na próxima cidade e o levamos para um hospital, depois de meia hora de observação ele sai meio sem graça do ambulatório acompanhado do médico que diz ser apenas uma dor muscular, porque o mané havia dormido em cima do braço. Tudo resolvido, seguimos viagem e faltando apenas 80 Kms para chegar em casa, adivinhem, o busão quebrou novamente, e o pior era que não pegava celular, outra vez no vimos obrigados a pegar carrona. Até que enfim conseguimos chegar em casa sãos e salvos depois de 24 horas de viagem, sendo que essa viagem normalmente não levaria mais de 10 horas.

 

Mas apesar de tudo adorei a viagem, a cidade de Cáceres e o rio Paraguai são muito bonitos.

 

Abraços a todos!

 

Adriano

 

Adriano Ramón Lani

 

Editado por - adriano.ramon on 01/02/2004 16:12:59

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