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10 dias pela Chapada Diamantina


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  • 2 semanas depois...
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Boa tarde Dérien ,

Excelente relato , no meu caso é o seguinte , estarei indo sozinho , vou chegar dia 29/05 em Lençois e ficar até dia 05/06 , uma semana , o que você me indica referente a passeios e hospedagem? dividir lençois e capão ? são muitos lugares maravilhosos para se conhecer .

desde já agradeço,

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A viagem pra Chapada Diamantina já estava em nossos planos há alguns anos. Já tínhamos ido à Chapada dos Veadeiros e a expectativa não podia ser melhor: sabíamos que na Diamantina a diversidade de atrações seria bem maior, muito mais do que eu imaginava quando comecei a pesquisar para a viagem. Rios, cachoeiras, chapadões de rocha maciça, canyons profundos, penhascos vertiginosos, cavernas pré-históricas, piscinas naturais, grutas com lagos de água cristalina para mergulhar, cidades históricas, mirantes fantásticos, paisagens indescritíveis. E coroando tudo isso, o visual do Cerrado, que eu ansiava reencontrar. Em um lugar com tais dimensões (rodamos 900km por lá, sendo 200km em estrada de terra – para atravessá-la de norte a sul, são 230km) e com tantas direções a serem seguidas, eu sabia que o planejamento e a logística precisavam ser bem feitos, para que nós aproveitássemos o lugar ao máximo. Sendo assim, me debrucei sobre um mapa da Chapada e comecei a desenhar os contornos iniciais da nossa viagem.

A primeira coisa que ficou clara foi que precisaríamos de um carro. O transporte público na Chapada é bastante limitado e fazer os passeios pelas agências é facada na certa: pagarás pelo transporte e pelo guia, indissociáveis, o primeiro geralmente muito caro e o segundo muitas vezes desnecessário. Não estou aqui querendo tirar a importância do guia, mesmo porque a maioria depende disso pra viver, mas sempre privilegiei minha independência durante os passeios, ou seja, SE der pra ir sem guia eu vou sem guia. É claro que pessoas não acostumadas a trilhas ou sem nenhum senso de direção devem SEMPRE contratar um guia. Mas há muitos lugares na Chapada aonde se chega por conta própria tranquilamente.

Chegamos ao aeroporto de Salvador às 3 da matina. Uma hora depois estávamos dentro do carro, no estacionamento da locadora, esperando o dia amanhecer para seguir viagem mais tranquilamente. Dava pra ir até Lençóis de ônibus, mas o custo, pra duas pessoas, ida e volta, ficaria o mesmo que alugar o carro mais a gasolina. E alugar o carro na Chapada é beeeeem mais caro.

De Salvador a Lençóis são 420km, mais ou menos 5 horas de viagem. O bom é que não passa por Salvador, já pega direto a autoestrada. Optei por ir por cima, por Ipirá, pra fugir do trânsito intenso de caminhões na BR-116/242. As estradas de asfalto, tanto até a Chapada quanto dentro dela, estão excelentes, e dá pra desenvolver boa velocidade. Chegamos a Lençóis por volta do meio-dia.

Ficamos na Pousada Natureza, pertinho do centro. Simples mas confortável, o café da manhã era bem servido, variado e de excelente qualidade!! Descemos as malas e eu estava podre, afinal não dormia já fazia um bom tempo. No entanto o dia estava ensolarado e nas cercanias de Lençóis havia várias cachoeiras onde poderíamos já começar a curtir a Chapada. Saímos pra caminhada.

Os poços do Serrano ficam a 10 minutos de caminhada e são uma boa pedida pra relaxar em banheiras de hidromassagem naturais com o visual da cidade lá embaixo. Deixamos pra volta, para o pôr do sol, e seguimos pelo que parecia ser o início de uma trilha.

 

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Chegamos ao Capão e nos encontramos com o Fernando, de quem eu aluguei uma casinha na floresta a 4km do centrinho do vilarejo. O lugar nos deslumbrou e superou as expectativas: acessada por um caminho de pedras em meio a um jardim selvagem, a casa era ampla, novinha, decorada com muito bom gosto e cercada pela natureza. Aproveitamos e curtimos muito a paz desse lugar, tanto que à noite nem saíamos, fazíamos a comida por lá mesmo.

 

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Na verdade, a pouca água proporcionou um espetáculo diferente, impossível de ser visto se o volume fosse maior: o vento que vinha lá de baixo “jogava” a água para o alto, e ela caía como garoa sobre nossas cabeças, quase 50 metros acima. Quer debruçar sobre o abismo? Sem problemas, tem uma plataforma de pedra que a natureza deixou ali só pra isso.

 

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Tomamos um banho (geladaço!!!), demos um tempo e voltamos pra terminar o dia no Riachinho (voltamos sozinhos pela trilha, e aqui fica uma dica: pedrinhas empilhadas são como mensagens deixadas por quem conhece a trilha e que indicam que você está no caminho certo). Como despedida do Capão, naquela noite provamos a realmente deliciosa pizza integral, que só tem dois sabores: doce e salgada.

Para o dia seguinte nos aguardavam 300 km de estrada, até Ibicoara, no extremo sul da Chapada. Há um caminho bem mais curto, mas por estrada de terra, e eu já estava meio sacudo de estrada de terra. No entanto, muitos disseram que esse caminho vale a pena ser feito, é a estrada mais bonita da Chapada.

Seguimos sem parar até o Poço Azul, em Nova Redenção. Desce-se por uma escadaria de onde se avista o pequeno lago dentro da caverna lá embaixo, onde algumas pessoas flutuavam . . . na água ou no ar? As águas do Poço Azul são tão cristalinas que muitas vezes se tem a impressão de que ela não está lá. Chegando à borda e olhando para baixo dá pra ver o fundo a 20 metros de profundidade. E o azul é intenso. Há ainda um arco enorme de pedra, submerso, que impressiona quando se olha debaixo dágua com a máscara. Há também camarões minúsculos nadando pra lá e pra cá. Putz, que lugar legal!! Munidos de máscara, snorkel e colete, ficamos 40 minutos por lá, praticamente sozinhos (só havia o guia do lugar com a gente, o Miojo, que tirou altas fotos pra nós)

 

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A cachoeira fica no Parque Municipal do Espalhado, é obrigatório guia e paga-se R$3,00 ao passar pela portaria. Lá dentro atravessamos um rio com o carro (seguindo à risca as instruções do Uilians) e iniciamos a trilha de 3km, que é bonita pra caramba, muitos mirantes e quedas espetaculares do rio Espalhado.

 

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Já recuperados do “golpe”, no dia seguinte partimos cedinho rumo a Mucugê, onde demos um rolê pela cidade (que é muito bacana!). Depois rumamos para Igatu, onde passaríamos nossa última noite na Chapada. Saindo da BR, foram 7 quilômetros de subida por uma estrada calçada com grandes pedras. Tem que ir devagarzinho pra não detonar o carro; em 30 minutos você estará lá.

Igatu é um povoado que parece ter parado no tempo. Com pouco mais de 300 habitantes, o vilarejo teve seu ápice no período do diamante, do qual restou um bairro inteiro com casas em ruínas há mais de 200 anos, próximo ao centrinho. Mas a cidade é toda cheia de estilo, cinematográfica mesmo, com muitas casas de pedra, plantas floridas espalhadas pelas ruazinhas, casinhas centenárias coloridas, etc.

 

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Chegamos por volta das 11h00 e a cidade estava deserta, quase ninguém pelas ruas. O único comércio aberto era um barzinho. Perfeito. Cerveja e cachaça, sentados na pracinha, o tempo passando à nossa volta com uma preguiça indescritível.

 

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Um quilômetro de caminhada dessa pracinha e fomos depois a uma prainha de areia branca na beira do rio, perfeita pra banho.

 

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Na parte da tarde caminhamos até as ruínas; esse é um passeio imperdível, mesmo porque o visual do vale visto lá de cima é espetacular.

 

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Dormimos cedo porque o dia seguinte nos aguardava com quase 600km até Salvador, onde devolveríamos o carro e pegaríamos uma carona com nossa amiga taubateanasoteropolitana Sueli, que nos levaria à Praia de Imbassaí, onde passaríamos os próximos seis dias realmente descansando, na verdadeira acepção da palavra. Mas essa já é uma outra história.

Nossa viagem justificou plenamente, em todos os seus momentos, toda a expectativa que depositamos sobre ela. Momentos inesquecíveis, poderosos. A Chapada Diamantina é inigualável!

 

 

Telefones:

Guia Uilians: 77 9150-7977 (ele faz o contato com o Luciano. Os dois fazem parte da Bicho do Mato)

Fernando (Vale do Capão): 75 9242-8714 ou 3344-1230

 

muito grato pelo seu relato, vc. tem o custo fiannanceiro?

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Olha só Sagias, tem que ver o que vc quer priorizar. Estando sozinho e sem carro, vc vai ter que procurar as agências, ou de repente procurar alguém no hostel que tenha carro e rachar as despesas. Em 7 dias, dá pra fazer muita coisa. O entorno de Lençóis (não há necessidade de carro), a Cachoeira dos Mosquitos, Pratinha, as grutas, Morro do Pai Inácio, Poço do Diabo. Quanto tempo vc vai levar pra conhecer tudo isso depende de qual transporte vc estará e sua disponibilidade (lembrando que pelas agências tem roteiros que fazem quatro passeios em um único dia). O Capão, ser for bate e volta, é um dia (Cachoeira da Fumaça), mas se quiser ficar lá tem outros passeios legais, mas todos com guia. Indo pro Poço Azul (imperdível) vc vai estar na metade do caminho pra Ibicoara, onde dá pra fazer o Buracão, mas bate e volta é doído e cansativo, então seria bom pernoitar por lá. Mas, como eu disse, tudo isso depende de seu meio de transporte. No meu relato tem a dica dos lugares em que me hospedei. Também dá pra usar meu roteiro como sugestão.

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  • 1 mês depois...
  • Colaboradores

Ah a chapada... que lugar mágico. Quero voltar de carro e levar todo o meu equipamento fotográfico pois lá merece...

 

Belo relato amigo, parabéns!

 

O Poço encantado ainda estava fechado?

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  • 2 semanas depois...

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