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Japão - 15 dias março de 2015


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Salve galera mochileira, estive no Japão de 28 de fevereiro a 16 de março de 2015 e vim partilhar a experiência aqui no site já que várias informações que li aqui foram muito úteis na viagem, principalmente para definir o roteiro, que foi o seguinte:

 

28/02 e 01/03

BSB - MIA - LOS ANGELES - TOKYO (Aerorporto de Narita) 30h no total

Cia aerea American Airlines e JAL

 

02/03 Tóquio

03/03 Tóquio

04/03 Tóquio

05/03 Tóquio

06/03 Tóquio

07/03 Tóquio/Hiroshima

08/03 Hiroshima/Miyajima

09/03 Hiroshima/Kyoto

10/03 Kyoto/Shirakawa-go/Kyoto

11/03 Kyoto/Naoshima/Kyoto

12/03 Kyoto

13/03 Kyoto/Osaka/Tóquio

14/03 Tóquio/Nagoya/Tóquio

15/03 Tóquio

 

16/03 Tóquio/LosAngeles/Miami(stop over)

 

Bom pra começar do começo mesmo tem que falar do visto. Ele é bem burocrático pra ser tirado mas não é difícil, desde que você leve TODOS os documentos que eles pedem, sem exceção de nenhum. Se você não declara imposto de renda leva dos seus pais, avós, alguém que possa “garantir” que você tem dinheiro suficiente pra viajar, porque pra eles, se você não declara imposto é porque não tem dinheiro. Também se for levar a declaração de outra pessoa é preciso de uma declaração simples dela dizendo que vai custear sua viagem. Se for de outra cidade que não tenha embaixada nem consulado se programe pois o visto não fica pronto no mesmo dia, você terá que voltar lá pra buscar. O visto só tem duração de 30 dias, a partir do momento que for emitido, outro ponto pra ficar de olho. Custa R$ 65. Só dá pra tirar o visto depois que já tiver comprado a passagem pois eles pedem uma cópia dela.

 

Agora é preciso falar do JRPass, que é o passe de trem das linhas JapanRail, não vai pra todo lugar do Japão mas vai pra quase todos, compensa bastante uma vez que o transporte de trem é bem caro, principalmente se for pegar os trens-bala. Num primeiro momento você pode se assustar com o preço, eu me assustei, porque já tinha comprado em outra viagem um passe de 2 meses pra Europa por cerca de 700 reais e o JR Pass de 14 dias é mais de mil, juntando com a passagem de avião que já não é barata assusta um pouco. Mas no fim, vi que realmente compensa muito, pois as linhas da JR cobrem o país praticamente todo e serve pra 90% das viagens que você quiser fazer entre cidades, e dentro de Tóquio também tem uma linha de metrô da JR, que não é a dos principais pontos turísticos mas já ajuda bastante. O passe só pode ser comprados por turistas estrangeiros e não vende no Japão, você tem que comprar ele no Brasil mesmo. Em Brasília não tem representante, compramos com uma empresa de Goiânia que enviou pelos correios. Nesse caso é melhor procurar no google mesmo qual empresa que vende o JR Pass mais próximo de você. Só pra ter uma ideia do quanto gastaríamos segue um comparativo de quanto gastaríamos se fossemos comprar as passagens avulsas.

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O preço do JR Pass é sempre fixo em Ienes que a empresa transforma em dólares então o preço em reais tá sempre variando, mas compramos por R$ 1.151,81. Pra utilizar ele você tem sempre que procurar os guichês que tem os funcionários da JR pra liberar sua entrada e saída. As catracas as vezes ficam abertas mas você não pode passar por elas, tem que procurar o funcionário e mostrar o passe aí ele deixa você passar.

 

Fora o JRPass alugamos bikes e em Tóquio também se utiliza muito o metrô. No começo pode parecer difícil mas depois você se acostuma, as passagens são de acordo com a distância que você vai percorrer, não tem um preço fixo, mas sempre tem um mapa indicando o preço que você tem que pagar pra chegar na estação desejada, se tiver que fazer baldeação tem que comprar outro bilhete ou complementar o valor. E bem fácil comprar os bilhetes nas maquinas também, todas tem a opção em inglês, não vi nenhuma estação que não tivesse, por mais deserta ou pequena que fosse, e o basicão do inglês os atendentes também falam.

 

Depois do visto tirado e o voucher do JRPass em mãos, aqui no Brasil você só pega o voucher e lá no Japão nas estações de trem você troca pelo passe e ativa para começar a contar a partir do dia que você ativou. Então, depois desses procedimentos e de reservar os albergues no hostelworld, vou colocar a lista deles no final e do orçamento também, chegamos no aeroporto de Narita, cidade próxima Tóquio. Lá você já ativa o seu JRPass e pode pegar o NaritaExpress que é um trem -bala que liga o aeroporto a estação do Tóquio que chama Tokyo, a viagem dura 60 minutos. De lá pegamos o metrô pra Asakusa que era o bairro onde ficava nosso albergue. Já de cara você começa a ver as diferenças, no albergue não pode entrar de sapato, tem que deixar na entrada e colocas as pantufas que eles fornecem. Os atendentes, na verdade os japoneses de maneira geral são muito simpáticos e solícitos tentam te ajudar sempre. O pessoal do albergue já serviu um chá verde na recepção, sem açúcar de nada rsrs, nem conseguimos tomar mas ficamos bicando pra não parecer desfeita.

 

Todos os bairros de Tóquio são extremamente urbanizados, tem as placas em inglês apesar de ser bem difícil de ser localizar pela cidade ser muito grande e ter muitas ruas principais, mas nada que atrapalhe muito. Em tóquio conhecemos os principais bairros, Shibuya que tem a estátua do cachorro do filme sempre ao seu lado, o Hachiko. Shinjuku que tem os barzinhos, Akihabara dos eletrônicos, Ueno etc. Não vou me ater muito ao roteiro porque se não o relato não vai ter fim.

 

Apesar do metrô ser um pouco diferente, tem várias linhas e cada linha é de uma empresa, você pode usar as linhas da JR com o passe tranquilamente, as outras tem que comprar os bilhetes nas máquinas. Em todas as estações vai ter um mapinha tipo esse (esse está em Japonês mas tem as informações em inglês também):

 

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O círculo amarelo é a estação onde você está, daí é só ver a estação que você quer ir e comprar o bilhete com o valor na máquina. Repito, tem o mesmo mapinha com os nomes em inglês nas estações, é porque não achei nenhuma foto da internet pra colocar aqui. As máquinas também tem a opção em inglês, mas se você colocar as moedas trocadas não precisa apertar nada ele já entende e imprime o valor naquele bilhete.

 

Saindo do Tóquio, pegamos o trem-bala (Shinkansen) para Hiroshima. Lá conseguimos ver tudo que queríamos em um dia (alugamos umas bikes no albergue, 700 ienes o dia todo). E a tarde estacionamos a bike na estação de trem e fomos para a ilha de Miayjima que tem o portal gigante, um dos cartões postais do Japão. Você tem que pegar o trem da JR para a estação Miajimaguchi e lá atravessar a rua e pegar um ferry para a ilha, o bom é que o JR pass cobre esse ferry também. O dia estava lindo então o passeio a ilha valeu muito a pena. Lá tem umas feirinhas com artesanato e culinária típica japonesa, fora as paisagens que são lindas. Se o dia estiver ensolarado compensa muito.

Depois de Hiroshima fomos para Kyoto que serviria mais como base para visitar algumas cidades lá perto.

 

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Fomos em Shirakawa-go vilarejo histórico, patrimônio da humanidade. Mas estava nevando no dia que não conseguimos ver as casinhas históricas mas foi muito legal poder brincar na neve fofinha. Depois fomos em Naoshima, uma ilha que tem vários projetos e museus do Tadao Ando, arquiteto famoso, paraíso para arquitetos e fans das artes.

 

Em Kyoto mesmo conhecemos a floresta de bambu e o templo folheado de ouro. Mas a cidade é linda também, merece mais tempo. Acabamos por deixar pouco tempo pra lá por causa dessas outras day-trips. No caminho de volta para Tokyo passamos em Osaka só porque estava no caminho mesmo rsrs, também uma cidade grande completamente urbanizada. Depois fomos também a Nagoya, não lembro de ter visto nada na internet mas acho que lá tem um algum reduto de brasileiros pois no metrô eles falavam as estações em português, foi muito legal e esquisito ouvir português no metrô do Japão, nunca esperaríamos por isso. O último dia em Tóquio o plano era ir até Hakone para ver o Monte Fuji mas como o dia estava nublado e segundo o que li é difícil ve-lo até em dias normais nem arrisquei a viagem e fomos comprar lembrancinhas e conhecer o Yoyogi Park.

 

Comida.

Se você gosta de comida japonesa vai ser dar muito bem. Se não, vai ter que procurar um pouquinho. No Japão não tem muitos fastfoods, em Tóquio você até acha com facilidade mas nas cidades pequenas, se tem, estão bem escondidos. O que fizemos foi comprar comida no mercado, tudo, desde o café (a maioria dos hostels não serve café da manhã), almoço e janta. Eles vendem pratos feitos, quentes ou frios e te dão até garfo ou hashi no caixa. O chato é que quase nunca achávamos onde comer, tipo mesa e cadeira, uma vez tínhamos horário marcado pra pegar um ônibus e tivemos que comer em pé mesmo ao relento, num frioooo de -2, em Takayama. Outras vezes procurávamos bancos, mas eles são muito escassos rsrs, ou comíamos dentro do trem durante as viagens. Pelo menos de manhã e a noite conseguíamos comer no quentinho e sentados, no albergue. Fizemos uma boa economia de grana com isso, não comendo em restaurantes, mas não sei, talvez pelo menos no almoço eu aconselho procurar um restaurante, porque até lixeira é difícil de achar no Japão, você tem que carregar seu lixo a maior parte do tempo. Um dica são as lixeiras das estações de trem, lá sempre tem, porque você não pode jogar qualquer lixo em qualquer lixeira. A maioria das lixeiras que tem na rua é somente pra garrafas. No mercado você encontra pão, manteiga, leite, suco com açúcar rsrs, bolacha, frutas (bem caras), geleia, são coisas que nós estamos mais acostumados a comer no café da manhã. Eles comem arroz no café, no almoço e na janta.

 

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Banheiros

Banheiro é até fácil de achar, tem muitos banheiros públicos nas ruas, não precisa pagar, (na lixeira do banheiro não dá pra jogar o lixo normal). Os trens também tem banheiro.

 

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Dinheiro

Não compensa levar dólar pra trocar lá, até porque o dólar atualmente está de lascar. Troque no Brasil mesmo e pode levar dinheiro, quase nenhum lugar aceita cartão por incrível que pareça. Eles não reclamam de notas altas, tipo 10.000 ienes que é cerca de R$ 265, pode pagar com elas que eles não reclamam, as lojas sempre tem troco.

O país é muito seguro e as pessoas muito honestas, mas claro que nos albergues você não pode garantir porque tem gente de todo canto e de todo tipo então cuide dos seus pertences.

 

Idioma

Inglês não é tão falado quanto se imagina, a maioria fala uma basicão de oi e tchau. Os caixas nas lojas e mercados geralmente não falam, mas eles mostram o valor numa calculadora ou apontam pra tela do caixa, e quando querem perguntar se você quer que esquente ou se precisa de garfo eles apontam, não se preocupe eles dão um jeito, são muito fofos, eles já supõem que você não fala japonês pela sua cara de estrangeiro rs.

Nos guichês da JR eles geralmente conseguem te dar instruções básicas em inglês de qual trem precisa pegar, que horas ele sai etc.

No albergues eles falam, inclusive no que fiquei em Tóquio tem uma que fala português, morou no Brasil por 6 meses e ama brasileiros de paixão, não podia ver a gente que começava a conversar, ela mesmo falava: Oooiiiii! Eu amo brasileiros! Muito engraçada.

Nos restaurantes, os maiores tem o cardápio em japonês e em inglês.

Aprenda pelo menos os cumprimentos e algumas palavras básicas, eles apreciam. Mostra um mínimo de esforço da sua parte.

 

Bom pessoal, tentei resumir ao máximo o relato pra evidenciar mais as dicas que são o mais importante na minha opinião, cada um tem um motivo pra visitar o Japão e as cidades que escolher. Eu posso dizer que amei o país, as pessoas, a hospitalidade deles. Apesar de ter visto alguns relatos que os brasileiros são mal vistos não senti isso em nenhum momento, muito pelo contrário, talvez por sermos turistas, os residentes podem sentir algum tipo preconceito, mas como turista me senti muito bem recebida. Na verdade quando você falava que era brasileiro eles tentavam falar coisas que eles conheciam sobre o Brasil, não apenas de futebol, mas é claro que Neymar é uma das palavras que eles mais conhecem. Eles insistem em te ajudar, e você não precisa pedir, eles oferecem ajuda. Um estudante foi tão gentil quando o guardinha da universidade não queria deixar a gente entrar pra conhecer uma biblioteca famosa porque precisava de horário marcado e a gente não sabia, ele se responsabilizou e entrou com a gente, outro cara perdeu o trem dele pra ir com a gente e mostrar qual estação deveríamos descer, coisas assim que a gente não está acostumado a ver em outros países, mas sem diminuir o Brasil, acredito que também somos muito hospitaleiros com estrangeiros.

 

 

No total ficamos 15 dias, foi o suficiente pra ver as principais cidades, mas se você quer conhecer mais da cultura e outras cidades não tão turísticas recomendo ficar mais tempo, apesar do país ser caro com planejamento é possível dar uma esticada na viagem.

Os albergues foram os seguintes:

Tóquio - Khaosan World Asakusa, excelente albergue. Tinha aquela atendente que falava português, mas todos eram gente boa, e o albergue tem lavanderia, cozinha, computador com internet etc.

Hiroshima - K’s House Hiroshima, outro ótimo albergue. Mesma estrutura com lavanderia, cozinha, espaço pra relaxar, com jogos, tv etc.

Kyoto - K’s House Kyoto, também recomendo. É um albergue grande, então é mais difícil de conhecer pessoas, mas também tem uma estrutura ótima.

Tóquio - Anne Hostel, não recomendo muito. Reservei este porque tem café da manhã e como seria no final da viagem imaginei que já estaríamos mais “quebrados” de grana, mas não compensa, o café da manhã não é lá essas coisas e o albergue é meio estranho. A recepção é no quarto andar com uma cozinha minúscula que fechas as 23h e depois você tem que ir lá fora e comer na rua se quiser porque se comer no quarto tem uma multa de 30.000 ienes. Os quartos ficam no 2° e 3° andar. Muito contra-mão tudo rsrs.

 

Orçamento

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Sites importantes:

Embaixada do Japão (visto): http://www.br.emb-japan.go.jp/visto.html

Albergues

Toquio http://www.khaosan-tokyo.com/en/world/

Hiroshima http://kshouse.jp/hiroshima-e/index.html

Kyoto http://kshouse.jp/kyoto-e/index.html

Toquio (nao recomendo) http://www.j-hostel.com/asakusabashi/

Horário dos trens: http://www.hyperdia.com/en/

 

Qualquer dúvida pode mandar que se eu souber vou ter o maior prazer em ajudar.

Abraços,

Deise

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  • 2 semanas depois...
  • 8 meses depois...
  • Membros

Oi Juliana,

Então, sobre os albergues, acho que se você reservar o quarto privativo é tranquilo sim, mas pra ficar em quartos compartilhados não recomendo.

Os quartos são bem pequenos e apertadinhos, então pode ficar um pouco desconfortável para as crianças, mas aí depende mais de vocês, se não tiver problemas com isso deve ser tranquilo sim.

Abçs.

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  • 1 mês depois...
  • Membros

Olá Deise, tudo bem? Muito bom o relato, vai ajudar bastante a organizar minha ida ao Japão mês que vem!!!

 

Você foi a Shirakawa-go partindo de Kyoto, certo? Como foi o trajeto até? Foi de trem? Vc usou JRPass? Um bate-volta é possível? Pergunto pois não encontrei muitas informações sobre o deslocamento até lá....

 

obrigado!!!

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  • 3 meses depois...
  • 2 meses depois...
  • Colaboradores

adorei seu relato! sonho em conhecer o Japão desde criancinha... aiai...

 

se puder tirar uma dúvida... pelo que entendi no seu relato, vc não estava sozinha.... mas não descriminou nos valores se eles foram individuais ou a soma de todas as pessoas...

 

é que tenho visto algumas promoções de aéreas para lá, e dá vontade sabe... mas como é um lugar diferente do que estou acostumado, tenho que preparar o bolso! ::lol3::

 

abraço!

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